quarta-feira, 19 de março de 2008

Amigos vou 12 dias para o Egipto. Adieu, adieu, depois conto e ponho fotos.


Para uma historiadora que já conhece a Itália e a Grécia, faltava o Egipto para concluir um conjunto de viagens inesquecíveis a países cujo património não faz parte da minha identidade, mas sim da MINHA CULTURA.

terça-feira, 18 de março de 2008

Semana Santa - que significado tem para o mundo? Os rituais como este em Sevilha são «actividade turística ou identidade?»

Cada vez mais os rituais católicos da Páscoa se estão a tornar actividades turísticas. Em Sevilha os capuzes negros, a carregarem o trono de Cristo e da Virgem e nas Filipinas alguns naturais das ilhas chicoteiam-se até sangrarem, num percurso que pretende ser o caminho do calvário. Todas as televisões vão fazer as reportagens e os turistas também lá estão.

Os artistas saem à rua e vão integrados nestas procissões, principalmente em Espanha. São católicos, apostólicos romanos, profundamente crentes, fazem promessas, casam-se pela igreja e passados dois anos estão separados e voltam cada um por seu lado com os novos parceiros e parceiras, nas procissões, em pose para os fotógrafos. A eterna construção... e a eterna questão: o que é que é verdadeiro e o que é falso?


Cada vez acho mais que há uma tremenda invenção das tradições. Como diz Eric Hobsbawm « as tradições são inventadas por elites nacionais para justificar a existência e importância de suas respectivas nações».


Lembro-me de uma vez um aluno, quando eu fui professora do secundário, no último dia de aulas antes das férias da Páscoa, chegar ao pé de mim e dizer-me «Setora, um Carnaval cheio de Páscoas».

Série Museus - Museu Thyssen


segunda-feira, 17 de março de 2008

Como se não bastasse a violência e a guerra nas ruas, compra-se agora violência e guerras para levar para casa e jogar. Está tudo louco.

Manhunt 2 é um jogo de ação em terceira pessoa com elementos de terror e suspense com ênfase em assassinatos sorrateiros, porém extremamente violentos.

Você está na pele do Dr. Daniel Lamb, um cientista que é seqüestrado por saber demais sobre uma organização que faz experimentos bizarros. Entretanto, o protagonista recebe a ajuda de Leo Kasper, um fugitivo que o ensina a usar a violência extrema para sobreviver.

Para se obter sucesso no mundo de Manhunt 2, o jogador deve ter muita paciência ao acabar com seus inimigos. É necessário se esconder nas sombras até o momento ideal para atacar sorrateiramente. Quanto mais tempo o jogador espreitar seu oponente, mais violenta será a morte — e maior será a pontuação.





Prévia Manhunt 2. 26/06/2007

Série Museus - Museu Berardo


domingo, 16 de março de 2008

Série branca


Outra vez China contra Tibete!

Dalai Lama pede inquérito
Líder tibetano denuncia “genocídio cultural” e morte de 80 pessoas .

O Dalai Lama exigiu este domingo um inquérito internacional sobre a violência mortífera no Tibete e classificou como "genocídio cultural" os incidentes em Lhassa, que causaram 80 mortes segundo o governo tibetano no exílio.

sábado, 15 de março de 2008

É terrível quando um talento se une a um Karma com tanto sofrimento - Edith Piaf



Hoje fui ver a história da vida da Edith Piaf, ao Nimas. Uma interpretação excepcional.

Esta mulher Edith viveu nas ruas e conheceu na pele a violência, o desamor e a miséria.

Pergunto a mim própria como é possível tanto sofrimento aliado a tanto talento. Talento que é desperdiçado pelos traumas causados por uma infância tão desprovida de amor. Quando chegou aos quarenta e poucos anos o seu corpo estava envelhecido e doente, ela maltratava-se porque não se amava, porque não teve em criança a aprendizagem da ternura.

Não há dúvida que essa aprendizagem começa na barriga da mãe e nos primeiros anos da infância.

«La vie en rose» é tudo menos rose, mas mesmo assim no fim da vida canta a canção «Je ne regrette rien», mas não sei ...se era assim mesmo.


La vie en rose Letra de Edith Piaf - Música de Louiguy - 1945

Olhos que fazem baixar os meus

Um riso que se perde em sua boca

Aí está o retrato sem retoque

Do homem a quem eu pertenço

Quando ele me toma em seus braços

Ele me fala baixinho
Vejo a vida cor-de-rosa

Ele me diz palavras de amor

Palavras de todos os dias

E isso me toca

Entrou no meu coração

Um pouco de felicidade

Da qual eu conheço a causa

É ele para mim, eu para ele

Na vida, ele me disse

Jurou pela vida

E desde que eu o percebo

Então sinto em mim

Meu coração que bate

Noites de amor a não mais acabar

Uma grande felicidade que toma seu lugar

Os aborrecimentos e as tristezas se apagam

Feliz, feliz até morrer

Quando ele me toma em seus braços

Author da tradução: GigiBrasil

A não perder

«MUSEUS QUE TOCAM NO FUTURO»

Comemoração dos 10 anos da
Hands On! Europe - Association of Children's Museums

1º SEMINÁRIO DA HANDS ON! PORTUGAL

OrganizaçãoComité Nacional da HANDS ON! EUROPELocalMuseu da Presidência da RepúblicaDia26 de Março 2008Horário14h30m - 17h30m
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PROGRAMA
14H30 - Ínicio das Conferências
'Hands On!', 100 anos de Museus ao serviço das crianças e suas famílias
por Margarida de Lancastre, Museu das Crianças

Educação e Conservação
por Antonieta Costa, Jardim Zoológico

Museus onde o tocar cria pontes para o conhecimento!
por Bruno Ribeiro / Liliana Póvoas, Museu Nacional de História Natural
16H00 - pausa para café
Museus com qualidade pedagógica.
O Museu Criativo como alternativa à educação formal da criança
por Gabriela Cavaco, Museu da Presidência da República

O desafio da acessibilidade em Museus O papel da mediação educativa
por Helena Miranda, Museu da Presidência da República




10º ANIVERSÁRIO DA HANDS ON! EUROPE

Porque este ano se celebra o 10º Aniversário da constituição da Hands On! Europe, decidiu, o Comité Nacional da Associação, organizar, em Lisboa, um seminário na área da Museologia e Educação.


HANDS ON! EUROPE

É uma Associação de âmbito internacional, sem fins lucrativos, que foi constituída a 26 de Março de 1998, em Portugal, por iniciativa das seguintes instituições:

* Museu das Crianças (Portugal) – Margarida de Lancastre
* Zoom Kindermuseum (Austria) - Claudia Haas
* Kit Tropenmuseum (Holanda - Amsterdão) – Sannette Naeyé
* Musée des Enfants (Bélgica) – Kathleen Lippens
* Enchanted Worlds (Holanda – Roterdão) – Fred Wartna


A Hands On! Europe - Association of Children's Museus, que teve a sua primeira sede em Lisboa, tem como principais objectivos:

* Ser uma voz activa na defesa dos interesses das crianças e dos jovens, no que respeita ao seu desenvolvimento educativo e cultural, através da criação e desenvolvimento dos Museus das Crianças na Europa e no Mundo;

* Promover o intercâmbio de investigação na área pedagógica, de projectos e de exposições a nível internacional

* Oferecer apoio e suporte metodológico aos museus e instituições que trabalham regularmente com público infanto-juvenil e famílias

* Realizar, de 2 em 2 anos, conferências internacionais no âmbito da Museologia e das Ciências da Educação.

Começou por ser uma organização essencialmente ligada a Museus das Crianças que, rapidamente, foi adoptada por museus de cariz tradicional, cujo público-alvo era, na sua maioria, constituido por público escolar, crianças, professores e famílias. Estas instituições buscam na Associação, sobretudo, suporte metodológico e investigação avançada na área pedagógica directamente ligada à museologia, de forma a inovarem eficazmente os seus serviços de público.

Hoje a Hands On! conta com cerca de 150 membros. Entre os seus sócios, destacam-se museus de renome internacional e diversas instituições culturais da área da museologia.


HANDS ON! PORTUGAL

Portugal foi pioneiro ao criar, em 2007, o primeiro Comité Nacional desta Associação, do qual são parceiras as seguintes instituições:

Museu das Crianças
Jardim Zoológico
Museu Nacional de História Natural
Museu das Presidência da República



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INFORMAÇÕES

email:
museu@presidencia.pt

Telefones:
+351 213 976 007 (Museu das Crianças)
+351 217 232 960 (Jardim Zoológico)
+351 213 921 822 74 78 (Museu Nacional de História Natural)
+351 213 614 660 (Museu da Presidência da República)

A não perder


sexta-feira, 14 de março de 2008

As necessidades dos tempos modernos

Ao fim da tarde os pés desnudam-se e são desbastados pela lâmina. Pés cansados, calejados, pés feios e desassombrados. A pedicure segura-os com cuidado e utiliza os instrumentos mais sofisticados e líquidos frescos. A bata branca, as mãos com luvas descartáveis. Tudo clínico e desinfectado.
Não é bonito mostrar os pés nesta posição, como se fossem canhões prontos a fazer barulho de atordoar..., mas ir à pedicure faz pensar. Que pena ter calos, no dedo mindinho, entre os dedos por causa dos sapatos apertados, ai mas os calos da alma são piores. São húmidos, viscosos e precisam muitas horas da lâmina do esquecimento.
Só queremos mostrar as coisas belas, mas tal como a Paula Rego eu vou desnudar aquilo que é menos belo, tornando uma parte do corpo comum, centro da nossa atenção e pensamento.
Lembro-me de um excerto de um poema de Neruda (...) Acontece que me canso de meus pés e de minhas unhas,do meu cabelo e até da minha sombra.Acontece que me canso de ser homem. (...).
Eu não me canso de ser mulher, eu gosto de ser mulher, mas não gosto dos meus pés.

quinta-feira, 13 de março de 2008

Série Branca - Igreja de Santo Eustáquio - Alpiarça


DALI - Sempre


Por favor consultem com urgência

A mudança na cultura - Identidade, Interculturalidade e Hibridação Cultural
Texto da autoria de José Gabriel Pereira Bastos - Professor da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas
http://www.minom-icom.net/PDF/PB-INTERCUL.pdf

quarta-feira, 12 de março de 2008

Até a minha Windy está espantada com a «flexibilidade» do Ministério da Educação


Este é um bom debate!

«Museu do Chiado ganha mil obras de arte, mas cede 300 a Aveiro

Divisão de espólio reabre o debate: entre a dispersão e a centralização, para que serve e onde deve ficar o património artístico público? »

O espólio que estava disperso nas instituições públicas vai voltar aos museus, para quê e para quem? É preciso tomarmos conta e participarmos na discussão do património que é pago pelos nossos impostos.

terça-feira, 11 de março de 2008

olá amigos


Património artesanal - Os panos da Indonésia




Parte da exposição a inaugurar no próximo dia 4 de Abril de 2008, sobre «A vinha e o Vinho de Carcavelos»


Morreu Rogério Ribeiro


Mais um artista que se foi. Quando morre, morrem outros em catadupa. Ainda recordo a sua grande exposição na Galeria de Exposições Temporárias, do Museu de Setúbal - Convento de Jesus, quando por lá estive muitos anos.

Que o Thanatos te entregue em boas mãos...

segunda-feira, 10 de março de 2008

sábado, 8 de março de 2008

Dia 8 de Março - Dia Internacional da Mulher - Uma futura mulher morreu - MARILUZ

Mulheres
Há nas mulheres
O sono duma ausência
Como uma faca aberta
Sobre os ombros
À qual a carne adere
Impaciente
Cicatrizando já durante
O sonho
E há também o estar impaciente
Todo o corpo
Sorrir não devagar
Claramente
Lugares inventados sobre
Os olhos
E há ainda em nós
O estar presentes diariamente calmas
E seguras
Mulheres demasiado serenamente
Nas casas
Nas camas
E nas ruas(...)
(Teresa Horta, 1983)

Património natural - Sapal da Comporta


A não perder

3º Seminário Anual

Interculturalidade - Museus e diálogo entre culturas


10 de Março de 2008
Fundação Portuguesa das Comunicações –
Museu das Comunicações


Programa

09:00H – Recepção e entrega de documentação aos participantes

09:30H – Sessão de abertura:
- Grupo para a Acessibilidades nos Museus – José Alberto
- Fundação Portuguesa das Comunicações – José Luis Almeida Mota
- Alto Comissariado para a Imigração e Diálogo Intercultural - Ana Cristina Azevedo

10:00H – Portugal multicultural
José Gabriel Pereira Bastos e Susana Pereira Bastos (Universidade Nova de Lisboa)

10:30H – Pausa para café


PRIMEIRO PAINEL DE COMUNICAÇÕES: Outras culturas - Quem fala em nome de quem
Moderador: Maria Vlachou

11:00H - Diálogo intercultural, o desafio essencial para a sociedade
ACIDI - Ana Cristina Azevedo
11:20H – A cultura dos surdos
Paulo Carvalho e Helder Duarte
11:40H – Teatro Fórum como ferramenta de diálogo
Gisella Mendonza

12:00 H – Debate

13:00h/14:30H – Almoço livre



SEGUNDO PAINEL DE COMUNICAÇÕES: Interculturalidade nos Museus: Projectos e vivências
Moderador: Ana Leitão

14:30H - Museu e cidadania
Rede de Museus de Cascais - Ana Duarte
14:50H – Património e Relacionamento Intercultural: da exposição «Panos de Cabo Verde e Guiné-Bissau» ao site «Saber tropical»
Museu de Etnologia - Teresa Albino
15:10H – Tardes Interculturais
Museu do Trabalho - Isabel Vitor
15:30H – Entre amigos
Museu do Trajo de S. Brás de Alportel – Emanuel Sancho

16:00H – Debate

16:30H – Sessão de encerramento

17:00H – Visita* à exposição do Museu das Comunicações A Casa do Futuro Inclusiva e beberete de encerramento do Seminário

quinta-feira, 6 de março de 2008

O Joel Serrão morreu


Quando hoje li a notícia de que o Joel Serrão tinha morrido, lembrei-me logo do Dicionário de História de Portugal e dele como professor, quando eu era estudante de História da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Ainda hoje consulto imenso esse dicionário que foi e é uma excelente ferramenta para os historiadores.

Investigador prolífero tinha como idolo António Sérgio. A sua obra constitui, com a de outros seus contemporâneos, a primeira aproximação às correntes historiográficas europeias do pós-guerra, sobretudo aos Annales, revista francesa de história económica e social fundada por Marc Bloch e Lucien Febvre.

MEMÓRIAS - NERUDA SEMPRE

São as pequenas coisas que nos fazem felizes


Série Património natural - Campos de arroz da Comporta


Estas imagens é que servem para reflectir - Site do Jornal Público


«O milagre de Milagro
Milagro Montes, 54 anos, vítima do rebentamento de uma mina terrestre na Guerra Civil da Nicarágua, na década de 1980, cose à máquina em sua casa.»

Faz hoje 16 anos que morreu uma grande pintora portuguesa


A 6 de Março de 1992, morre, em Paris, Maria Helena Vieira da Silva, pintora portuguesa naturalizada francesa.

Um estado cinzento, opressor da criatividade e da liberdade não permitiu que esta mulher vivesse aqui com o seu marido, o pintor húngaro Árpád Szenes e assim partiu e naturalizou-se francesa.

Hoje felizmente uma parte da sua obra assim como do seu marido encontram-se na Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva.

Nós nascemos para sermos livres, é esse o estado natural de qualquer ser humano, mas não, nós não somos livres, há sempre energias opostas que actuam de uma forma desiquilibrada e anti natural, quer seja psicológicamente, por ideias diferentes ou por personalidades desajustadas, ou ainda por factores económicos ou sociais.

Desejo recolher-me de toda a poeira oculta do poder e tentar ser o mais livre possível, sem amarras, conseguindo lavar o coração e limpar o olhar. Fixando-me por exemplo no mundo dos museus, o que é que é genuinamente feito para os outros e com os outros, não tendo de maneira alguma interesses pessoais na rectaguarda? Tenho visto tanta coisa que penso que chegou a altura de cada vez escrever mais, abraçar os projectos que tenho em mãos na área da escrita, apoiar voluntáriamente aqueles que têm sempre tempo para se realizarem com os outros. O poder e o dinheiro e eu direi mais «o protagonismo» são afrodisíacos... e eu quero que esse meu olhar seja silencioso e o meu coração não tenha mágoa daqueles que eu ajudei tanto e hoje estão tão longe e tão disponíveis para outros lugares.

O que é que é verdadeiro e o que é que é falso? Pergunta primária, mas na verdade as pessoas e eu por mim falo são muito construídas, na sinceridade, nos sentimentos e na generosidade que acaba mal a chama se apaga. Quero sim limpar o olhar e lavar o coração, objectivos a atingir no ano de 2008.

Esta prosa mal amanhada no dizer dos «coriscos de S. Miguel», partiu de uma efeméride, o dia em que morreu a Helena Vieira da Silva há dezasseis anos.

quarta-feira, 5 de março de 2008

Série Branca


Faz hoje 55 anos que morreu Prokofiev

Sergei Sergeyevich Prokofiev (em russo: Серге́й Серге́евич Проко́фьев)(Krasne, 27 de Abril de 1891Moscovo, 5 de Março de 1953)

Hilary Clinton ou Obama?


«Hillary Clinton vence primárias no Ohio, Texas e Rhode Island, e mantém viva a corrida à Casa Branca
Hillary Clinton conseguiu na madrugada de hoje um novo alento para a sua campanha eleitoral ao vencer as primárias no estado do Ohio e Rhode Island, e com as sondagens a avançarem que terá igualmente vencido no Texas. A ex-primeira-dama travou a marcha imparável de Barack Obama, que apesar disso venceu no estado de Vermont, que também foi ontem a votos. Isto significa que os dois candidatos democratas se mantêm de pedra a cal na disputa pela candidatura democrata à Casa Branca.»
Sinto-me indecisa e perplexa por esta votação nos EUA. Será que uma mulher fará a diferença? Será que é melhor candidata que o Obama? Existindo apenas estes candidatos, qual será o melhor opositor para o candidato republicano? Não sei...tenho dúvidas.

terça-feira, 4 de março de 2008

Hoje fomos à Quinta da Ribeira no Vale de Caparide


Hoje fui com o meu habitual grupo de idosos utentes do Centro de Saúde de Cascais, mais os dois maravilhosos enfermeiros que os acompanham, à Quinta da Ribeira, onde se produz vinho de Carcavelos. Foi um dia em cheio, vimos um notável património natural da nossa região e aprendemos com o fantástico caseiro os trabalhos da vinha nesta época, a «empa», ou seja agarrar os ramos das videiras ao arame para não se embaraçarem, depois cantámos, fizemos um piquenique, bebemos vinho e dissemos poemas. Tudo à antiga... e então lembrei-me de...


Cesário Verde

DE TARDE

Naquele pique-nique de burguesas,

Houve uma coisa simplesmente bela,

E que, sem ter história nem grandezas,

Em todo o caso dava uma aguarela.


Foi quando tu, descendo do burrico,

Foste colher, sem imposturas tolas,

A um granzoal azul de grão-de-bico

Um ramalhete rubro de papoulas.


Pouco depois, em cima duns penhascos,

Nós acampámos, inda o Sol se via;

E houve talhadas de melão, damascos,

E pão-de-ló molhado em malvasia.


Mas, todo púrpuro a sair da renda

Dos teus dois seios como duas rolas,

Era o supremo encanto da merenda

O ramalhete rubro das papoulas!

Série branca


LLANSOL: CANTAR A LEITURA

O azul não tem origem
«Poderíamos estar assistindo ao processo de cicatrização de um tecido que muito dessangrou. Mas não se trata de assistir. Somos chamados para dentro do processo, para o sacrificial embate com a dureza, para as palavras que organizam o silêncio e com ele compõem este livro cujos capítulos ondulam uns por sobre os outros, como uma massa enérgica de mar. Somos chamados para seguir, desde o início, um curso que nos chega terminado e começa de novo, em cada vez que alguém se inclina para o livro e o abre.» (Hélia Correia)«O que no próprio livro se lê são sinais de uma perda, que deixou marcas no corpo e no mundo envolvente; o que aí se escreve é o caminho para a luz e a transparência reencontrada, num trabalho de luto desencadeado pela escrita e por ela sustentado, da noite obscura para a «noite azul». E não se pergunte pela «simbologia» do azul, porque este está para além da cor, é de ordem já «figural» e energética, e não apenas imagética e cromática: «o azul não tem origem» e «ninguém pede ao miosótis que seja mais azul do que o azul do miosótis». Um processo de ressuscitação e metamorfose, comum a tanta figura deste texto, e que agora o Eu que escreve chama a si e em si próprio segue, aprendendo o silêncio no (per)curso estruturado pelas quatro partes que compõem o livro.» (João Barrento)(in: O Livro das Transparências. Jade-Cadernos Llansolianos, nº 9, 2007)

Maria Gabriela Llansol morreu




Inovadora na ficção contemporânea
Morreu a escritora Maria Gabriela Llansol
03.03.2008 - 10h42 Lusa, PÚBLICO
A escritora Maria Gabriela Llansol faleceu hoje, aos 76 anos, na sua casa em Sintra, cerca das 7h30. De ascendência espanhola, nasceu em Lisboa e a sua carreira literária iniciou-se com "Os Pregos na Erva" (1962), obra que para alguns inaugurou uma nova forma de escrever.Maria Gabriela Llansol ganhou por duas vezes o Grande Prémio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores (APE). Da segunda vez, foi a obra “Amigo e Amiga” que lhe valeu o prémio relativo a 2006, atribuído por um júri composto por Ana Mafalda Leite, Cristina Robalo Cordeiro, Fernando Pinto do Amaral, Luís Mourão e Silvina Rodrigues Lopes.A autora é considerada uma das mais inovadoras escritoras da ficção portuguesa contemporânea e tem títulos como “A restante vida” (1978), "Um beijo dado mais tarde" (1990) e “Lisboaleipzig” (1994), entre outros.A sua escrita é também por vezes considerada hermética e de difícil leitura, sendo difícil aplicar designações tradicionais como conto, romance ou mesmo diário.Por que escreve? Não há um porquê. Há uma afirmação. Eu só posso dizer "eu escrevo".E por que é que não pode dizer "porquê"? Porque se eu respondesse 'porquê' criava uma relação de causa e efeito.Ora, eu não sinto em mim o porquê de escrever, como eu não sinto em mim o porquê de beber ou o porquê de olhar. Há a constatação de uma realidade: e nasci constitutivamente assim, escrevendo." Maria Gabriela Llansol in Jornal de Notícias(14 de Julho de 1991)
Bibliografia de Maria Gabriela Llansol:“Depois de os Pregos na Erva: E que Não Escrevia” (1973) “O Livro das Comunidades” (1977) “ A Restante Vida” (1983) “Na Casa de Julho e Agosto: Trilogia Geografia de Rebelde” (1984) (2003) “O Começo de um Livro É Preciso” (2003) “Contos do Mal Errante” (2004) “O Raio sobre o Lápis” (2005) ”Finita” (2006) “Amigo e Amiga: Curso de Silêncio de 2004” (2006) “Desenhos a Lápis com Fala: Amar um Cão” (2007) “Os Cantores de Leitura” (2007) “Contos do Mal Errante” (1986) “Da Sebe ao Ser” (1989) “Finita” (1987) “Os Pregos na Erva” (1987) “Um Falcão no Punho: Diário” (1985) “Lisboa Leipzig” (1994) “Um Beijo Dado Mais Tarde” (1999) “Causa Amante” (1996) “Inquérito às Quatro Confidências” (1996) “Um Falcão no Punho” (1998) “ Ardente Texto Joshua” (1998) “Onde Vais, Drama Poesia?” (1999) “Livro da Comunidades” (1999) “Cantileno” (2000) “Parasceve” (2001) “A Restante Vida” (2001) “O Senhor de Herbais” (2002) “O Jogo da Liberdade da Alma” (2003) “Amar um Cão” (1992) “Holder, de Holderlin” (1993) “A Terra Fora do Sitio” (1997)













domingo, 2 de março de 2008

ATENÇÃO

Tirei esta notícia do blog «Ofício de viajante». Vejam o site do Greenpeace .

Por favor vejam, vejam, vejam .....

A Rita quando esteve nos Estados Unidos enviou-me este site. FABULOSO.

http://moma.org/exhibitions/exhibitions.php?id=3956

Série Museus - Museu Berardo


sábado, 1 de março de 2008

ATENÇÃO ESTE FILME « NÃO É PARA VELHOS» - A NÃO PERDER

Este sábado foi um fartote. Fomos quatro ao cinema ver este excelente filme
Este País Não É Para Velhos• Titulo Original: No Country for Old Men • Realização: Ethan Coen e Joel Coen• Ano: 2007 • País: EUA • Data Estreia: 28.02.2008 • Interpretes: Tommy Lee Jones, Javier Bardem, Josh Brolin, Woody Harrelson, Kelly Macdonald, Garret Dillahunt • Género: Crime / Drama / Thriller • Site OficialLink IMDB• Sinopse: A história começa quando Llewelyn Moss (Josh Brolin) descobre uma pickup guardada por um grupo de mortos. Um carregamento de heroína e dois milhões de dólares em dinheiro vivo estão ainda na caixa aberta da carrinha.Quando Moss leva consigo o dinheiro, despoleta uma reacção em cadeia de catastrófica violência, que nem mesmo a lei, na pessoa do idoso e desiludido Xerife Bell (Tommy Lee Jones), consegue travar.À medida que Moss procura escapar aos seus perseguidores, em particular a uma misteriosa personagem que atira a moeda ao ar para decidir se poupa ou não uma vida (Javier Bardem), o filme simultaneamente desmonta o género do crime dramático americano e alarga os seus interesses para abordar temas tão antigos como a Bíblia e tão sanguinariamente contemporâneos como os cabeçalhos desta manhã. •
Este filme tem quatro características essenciais para ser um bom filme:
  1. Uma boa história (onde o crime fica sem castigo)
  2. Imprevisibilidade
  3. Uma nova técnica de narrativa
  4. Uma realidade mais próxima de nós do que se julga.

Tommy Lee Jones foi sem sombra de dúvida o melhor actor e quanto a mim injustiçado. Ele merecia o Óscar e não o Javier Bardem. Não conto mais, para aguçar a curiosidade. E já agora achei o máximo quando uma das personagens diz para o xerife Bell «já não se mata como antigamente».

A seguir comemos qualquer coisa e fomos ver a ópera de Mozart ao S. Carlos. Levei comigo uma ex-aluna de uma pós-graduação, que nunca tinha ido ao S. Carlos. Fiquei feliz pela experiência que lhe proporcionei.

Quando chegámos a Lisboa havia uma grande manifestação do Partido Comunista. isto quer dizer que a pobreza aumenta.

A não perder

Em Março o museu da chapelaria inaugura um novo ciclo de exposições temporárias que, em 2008, será dedicado à moda. Exposições, actividades lúdicas, workshops e diversos encontros animarão a nossa programação este ano.

No dia 07 de Março, às 21h, inauguramos uma exposição inédita intitulada CINCO SÉCULOS DE MODA. Esta exposição retrata a evolução da moda entre o século XVI e o século XX, reunindo para o efeito espólio do Museu Nacional do Traje e espólio da colecção privada de Zélia Prochnow.
Pelas 21h15 terá início um extraordinário desfile de moda durante o qual serão apresentadas peças de vestuário e acessórios que marcaram de forma decisiva a evolução da moda ao longo de todo o século XX.
Não perca por isso a inauguração desta exposição!

Em Março iniciamos também um ciclo de workshops para adultos relacionados com a moda e o bem-estar, começando já no dia 29 com um workshop de maquilhagem ministrado por uma profissional da área.

Paralelamente decorrerá o programa FÉRIAS DA PÁSCOA NO MUSEU, este ano com um conjunto de oficinas relacionadas com o tema central da moda e que os mais pequeninos não vão querer perder.

Finalmente, os sábados continuam a ser das famílias. Verifique na agenda que lhe enviamos quais as oficinas que vão funcionar no mês de Março e não se esqueça que a entrada é gratuita.

Como nota final, aproveito para informar que o horário de funcionamento do museu vai ser alterado a partir do mês de Março. O nosso objectivo é irmos cada vez mais ao encontro das necessidades dos nossos públicos. Confira o novo horário na última página da agenda.

Estes são apenas alguns dos motivos que terá para nos visitar ao longo deste mês.
Aguardaremos a sua visita.
Até lá, fique com os meus melhores cumprimentos chapeleiros.
Suzana MenezesCoordenadora do Museu da Chapelaria--Museu da ChapelariaRua Oliveira Júnior, 5013700 S. João da MadeiraT. +351 256 201 680F. +351 256 201 689http://museudachapelaria.blogspot.com/