segunda-feira, 30 de junho de 2008



Apetece-me carregar o meu blog de tempestades de entusiasmo, de fulgor e de liberdade. Ah é tão difícil sermos livres e fazermos realmente o que queremos!!! Estou reformada desde o dia 1/6, hoje é dia 30 de Junho e ainda tenho de responder a solicitações até 3 de Julho. A partir dessa data vou realmente entrar em profunda meditação. Eu tenho de saber dizer não e escolher o que eu quero fazer. Basta de falsos palcos do poder. Eu quero oceanos escrevinhados de azul.

sexta-feira, 27 de junho de 2008

quinta-feira, 26 de junho de 2008

A MADEIRA É UM JARDIM (É DO JARDIM) COMO ELA NÃO HÁ IGUAL


Convidaram-me para ir fazer no fim de semana que passou, uma conferência à Madeira. O meu querido amigo Francisco recebeu-nos principescamente, e eu tive um prazer imenso de rever esta paisagem deslumbrante. Jantei na Quinta da Bela Vista, num cenário de filme, vejam....

O DIREITO À IGUALDADE

Um surpreendente discurso feito pelo embaixador Guaicaípuro Cuatemoc,de descendência indígena, advogando o pagamento da dívida externa do seu país, o México, deixou embasbacados os principais chefes de Estado da Comunidade Européia. A conferência dos chefes de Estado da União Européia, Mercosul e Caribe, em Maio de 2002 em Madrid, viveu um momento revelador e surpreendente: os chefes de Estado europeus ouviram perplexos e calados o discurso irônico, cáustico e de exatidão histórica que lhes fez Guaicaípuro Cuatemoc.
'Aqui estou eu, descendente dos que povoaram a América há 40 milanos, para encontrar os que a descobriram só há 500 anos. O irmão europeu da aduana me pediu um papel escrito, um visto, para poderdescobrir os que me descobriram. O irmão financista europeu me pede o pagamento - ao meu país -, com juros, de uma dívida contraída por Judas, a quem nunca autorizei que me vendesse. Outro irmão europeu me explica que toda dívida se paga com juros, mesmo que para isso sejam vendidos seres humanos e países inteiros sem pedir-lhesconsentimento. Eu também posso reclamar pagamento e juros. Consta no Arquivo da Cia. das Índias Ocidentais que, somente entre os anos 1503 e 1660, chegaram a São Lucas de Barrameda 185 mil quilos de ouro e 16 milhões de quilos de prata provenientes da América. Teria sido isso um saque? Não acredito, porque seria pensar que os irmãos cristãos faltaram ao sétimo mandamento! Teria sido espoliação? Guarda-me Tanatzin de me convencer que oseuropeus, como Caim, matam e negam o sangue do irmão. Teria sido genocídio? Isso seria dar crédito aos caluniadores, como Bartolomeu de Las Casas ou Arturo Uslar Pietri, que afirmam que aarrancada do capitalismo e a atual civilização européia se devem à inundação de metais preciosos tirados das Américas. Não, esses 185 mil quilos de ouro e 16 milhões de quilos de prata foram o primeiro de tantos empréstimos amigáveis da América destinados ao desenvolvimento da Europa. O contrário disso seria presumir aexistência de crimes de guerra, o que daria direito a exigir não apenas a devolução, mas indenização por perdas e danos.

Prefiro pensar na hipótese menos ofensiva. Tão fabulosa exportação decapitais não foi mais do que o início de um plano 'MARSHALLMONTEZUMA', para garantir a reconstrução da Europa arruinada por suas deploráveis guerras contra os muçulmanos, criadores da álgebra, da poligamia, e de outras conquistas da civilização.
Para celebrar o quinto centenário desse empréstimo, podemos perguntar: Os irmãos europeus fizeram uso racional responsável ou pelo menos produtivo desses fundos?
Não. No aspecto estratégico, dilapidaram nas batalhas de Lepanto, em navios invencíveis, em terceiros reichs e várias formas de extermínio mútuo. No aspecto financeiro, foram incapazes, depois de uma moratóriade 500 anos, tanto de amortizar o capital e seus juros quanto independerem das rendas líquidas, das matérias-primas e da energia barata que lhes exporta e provê todo o Terceiro Mundo.
Este quadro corrobora a afirmação de Milton Friedman, segundo a qual uma economia subsidiada jamais pode funcionar e nos obriga a reclamar-lhes, para seu próprio bem, o pagamento do capital e dos juros que, tão generosamente, temos demorado todos estes séculos em cobrar. Ao dizer isto, esclarecemos que não nos rebaixaremos a cobrar de nossos irmãos europeus, as mesmas vis e sanguinárias taxas de 20%e até 30% de juros ao ano que os irmãos europeus cobram dos povos do Terceiro Mundo.
Nos limitaremos a exigir a devolução dos metais preciosos, acrescida de um módico juro de 10%, acumulado apenas durante os últimos 300 anos, com 200 anos de graça. Sobre esta base e aplicando a fórmula européia de juros compostos, informamos aos descobridores que eles nos devem 185 mil quilos de ouro e 16 milhões de quilos de prata, ambas as cifras elevadas à potência de 300. Isso quer dizer um número para cuja expressão total será necessário expandir o planeta Terra.
Muito peso em ouro e prata... quanto pesariam se calculados em sangue?
Admitir que a Europa, em meio milênio, não conseguiu gerar riquezas suficientes para esses módicos juros, seria como admitir seu absoluto fracasso financeiro e a demência e irracionalidade dos conceitos capitalistas.
Tais questões metafísicas, desde já, não inquietam a nós, índios da América. Porém, exigimos assinatura de uma carta de intenções que enquadre os povos devedores do Velho Continente e que os obriguem a cumpri-la, sob pena de uma privatização ou conversão da Europa, deforma que lhes permitam entregar suas terras, como primeira prestação de dívida histórica...'
Quando terminou seu discurso diante dos chefes de Estado da Comunidade Européia, o Cacique Guaicaípuro Guatemoc não sabia que estava expondo uma tese de Direito Internacional para determinar averdadeira dívida externa.

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Olhe querida, venha cá à mãe...

Porque é que certas mães tratam os filhos por você? Porque que é que certas mulheres tratam as caras metade também por você e vice-versa? Porque é que certos irmãos se tratam por você e certos primos e primas e certas amigas e certos avós e certos netos, etc., etc.
Por uma afirmação de classe? Para mostrarem que são de uma educação mais requintada? São betinhos, meninos e meninas bem? Como é que se coaduna a ida à missa ao domingo e dizer «amai-vos uns aos outros como ele vos amou», se uns estão mais acima e outros mais abaixo. Hoje também se chama tia e tio a toda a gente, à sogra, ao sogro, à amiga da mãe, ao amigo do pai. É caso para dizer todos são tios e tias e não, todos são primos e primas, isso é na aldeia. E atenção só um beijo senão ficas com a outra face a flutuar.
A sociedade é de uma hipocrisia terrível, e particularmente aqueles ou aquelas muito «ernestas, muito ernestos», muito bons, muito boas, que são o máximo e dão muito aos pobrezinhos. Escrevem no jornal e nos blogues e só ouvem passarinhos piu-piu e mar e mar e ir e voltar e dar muito amor aos necessitados e à noite com os amigos ou com a família é «sempre uma caturreira, menina. É o máximo....» Ai, ai, e as empregadas com o ordenado minimo, a serem exploradas. Claro e porque não, elas não tratam os filhos por você!

terça-feira, 17 de junho de 2008

Hoje a palavra de ordem é o anti-envelhecimento

Já há análises de sangue caríssimas que detectam o estado de envelhecimento dos nossos orgãos. Há máquinas, spas, massagens orientais e ocidentais, tratamentos de beleza, operações de estética para tirar de um lado e por no outro. Sumos de feijão verde e espinafres, frutas, muitas frutas e sexo, muito sexo. Tudo isso dá hipóteses de não ficar velha ou velho pelo menos até aos 100, sim porque já não falamos em 3ª. idade, mas sim 4ª. idade.
Já tínhamos as mulheres quase todas loiras a partir dos 45 anos, agora começamos a ter as mulheres com mamas rijas e lábios carnudos até morrer. Certamente iremos a funerais onde ouviremos na ante - sala onde está a morta, os seguintes comentários: já viste, com 80 anos e não tinha o peito descaido e os lábios, responderá a outra, parecem os da Angelina Jolie.

Pois é minhas amigas, não nos podemos atrasar com a máquina do tempo. Recauchutar é a palavra de ordem ou se quiseram Reciclar, também soa bem. Sexagenárias, muita passadeira, muita rúcula, como afirma a minha amiga enchutona, boca fechada a iguarias, que não sejam frescos, de preferência verdes, alguma fruta, muito bisturi e grande controlo ao andar para não levantarem os braços ao ritmo das pernas. Muito sexo, muitos lábios carnudos para beijos apaixonados. Branqueamento e implante de dentes e acima de tudo respirar saúde e alegria, por ser uma tetra avó tão bela e desejável ao virar os cem. Mas atenção será o silicone biodegradável? É que se não for, os que não forem incinerados no funeral e forem enterrados pelo método tradicional, aos familiares quando chegar a altura de mandarem levantar os ossos, terão de levar esses e bolsas líquidas e restos de lábios com botox... é o século XXI.

sexta-feira, 13 de junho de 2008

A arte da guerra

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SUN TZU

Capítulo 6 - Pontos fortes e pontos fracos
Aquele que ocupa o campo de batalha por primeiro e espera o inimigo estará descansado; aquele que chega depois e se lança na batalha precipitadamente estará cansado.
Assim, um general competente movimenta o inimigo e não será manipulado por ele.
Apresente uma vantagem aparente ao inimigo e ele virá até sua armadilha. O ameace com algum perigo e você poderá pará-lo.
Então, a habilidade do general consiste em cansar o inimigo quando este está descansado; deixá-lo com fome quando estiver com provisões; movê-lo quando está parado.
Táticas militares são como água corrente. A água corrente sempre se move de cima para baixo, evita o terreno alto e flui para o terreno baixo. Assim, são as táticas militares, sempre evitam os pontos fortes do inimigo e atacam os seus pontos fracos.

quarta-feira, 11 de junho de 2008

É bom saber que Portugal está apurado para os quartos - final


Portugal ganhou mais uma vez. A selecção enche de orgulho os portugueses e os imigrantes que assim aumentam a auto-estima. Não posso deixar de confessar que também me alegra, mas há sempre um mas. Na estrada os camiões dos pequenos proprietários estão em luta. Quem é que perde com o aumento do combustível? Penso que é sempre o consumidor. Se o gasóleo baixar de preço os produtos que entretanto aumentaram também baixam? Os produtos de primeira necessidade que entretanto aumentaram? Não claro que não.

segunda-feira, 9 de junho de 2008

As lojas de penhores estão a voltar

No outro dia dei de frente com uma nova loja de penhores em Carcavelos, fiquei admirada e perguntei à minha amiga - é nova? Ela disse-me que sim e acrescentou - estão a voltar. Meu Deus será que este país nunca vai ter um programa económico e social consistente? Louvo a coragem do Manuel Alegre. Abaixo as desigualdades tão visíveis neste pequeno naco de terra.

domingo, 8 de junho de 2008

Saudade

Saudade é solidão acompanhada, é quando o amor ainda não foi embora, mas o amado já... Saudade é amar um passado que ainda não passou, é recusar um presente que nos machuca, é não ver o futuro que nos convida...Saudade é sentir que existe o que não existe mais... Saudade é o inferno dos que perderam, é a dor dos que ficaram para trás, é o gosto de morte na boca dos que continuam... Só uma pessoa no mundo deseja sentir saudade: aquela que nunca amou. E esse é o maior dos sofrimentos: não ter por quem sentir saudades, passar pela vida e não viver. O maior dos sofrimentos é nunca ter sofrido.

Pablo Neruda

sexta-feira, 6 de junho de 2008

AMIGAS, TODAS ESTÃO FOTOGRAFADAS E DE SEGUIDA. PROCUREM AS RESTANTES NAS MENSAGENS ANTIGAS

Clarim, Clarim


E a família não faltou ao encontro


Tu és o nosso orgulho....


Eu sou do núcleo duro ou não?


Não apertem a Lili


Vamos fazer um concurso?


Que duas brasas...


És a CLara??????


Como os quase 40 anos passaram


É uma Gracinha


E ainda outra para animar


E mais uma daquele célebre encontro


E mais outra


BONS AMIGOS

Abençoados os que possuem amigos, os que os têm sem pedir. Porque amigo não se pede, não se compra, nem se vende. Amigo a gente sente! Benditos os que sofrem por amigos, os que falam com o olhar.Porque amigo não se cala, não questiona, nem se rende. Amigo a gente entende!Benditos os que guardam amigos, os que entregam o ombro pra chorar. Porque amigo sofre e chora. Amigo não tem hora pra consolar! Benditos sejam os amigos que acreditam na tua verdade ou te apontam a realidade. Porque amigo é a direção. Amigo é a base quando falta o chão! Benditos sejam todos os amigos de raízes, verdadeiros. Porque amigos são herdeiros da real sagacidade.
Ter amigos é a melhor cumplicidade!
Há pessoas que choram por saber que as rosas têm espinho,
Há outras que sorriem por saber que os espinhos têm rosas!

Machado de Assis

Minha amiga

Como recordo cada vez mais as nossas juventudes. Os nossos sonhos. A nossa vida. Quero-te dizer que estás linda e adorei rever-te.

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Encarnação involuntária



(...)Às vezes, quando vejo uma pessoa que nunca vi, e tenho tempo para observá-la, eu me encarno nela e assim dou um grande passo para conhecê-la. E essa intrusão numa pessoa, qualquer que seja ela, nunca termina pela sua própria auto-acusação: ao nela me encarnar, compreendo-lhe os motivos e perdôo. Preciso é prestar atenção para não me encarnar numa vida perigosa e atraente, e que por isso mesmo eu não queira o retorno a mim mesmo. (...)

terça-feira, 3 de junho de 2008

Sou um guardador de rebanhos

Sou um guardador de rebanhos.
O rebanho é os meus pensamentos
E os meus pensamentos são todos sensações.
Penso com os olhos e com os ouvidos
E com as mãos e os pés
E com o nariz e a boca.
Pensar numa flor é vê-la e cheirá-la
E comer um fruto é saber-lhe o sentido.
Por isso quando num dia de calor
Me sinto triste de gozá-lo tanto,
E me deito ao comprido na erva,
E fecho os olhos quentes,
Sinto todo o meu corpo deitado na realidade,
Sei da verdade e sou feliz.

Alberto Caeiro

Original é o poeta


Original é o poeta que se origina a si mesmo que numa sílaba é seta noutro pasmo ou cataclismo o que se atira ao poema como se fosse um abismo e faz um filho ás palavras na cama do romantismo. Original é o poeta capaz de escrever um sismo. Original é o poeta de origem clara e comum que sendo de toda a parte não é de lugar algum. O que gera a própria arte na força de ser só um por todos a quem a sorte faz devorar um jejum. Original é o poeta que de todos for só um. Original é o poeta expulso do paraíso por saber compreender o que é o choro e o riso; aquele que desce á rua bebe copos quebra nozes e ferra em quem tem juízo versos brancos e ferozes. Original é o poeta que é gato de sete vozes. Original é o poeta que chegar ao despudor de escrever todos os dias como se fizesse amor. Esse que despe a poesia como se fosse uma mulher e nela emprenha a alegria de ser um homem qualquer.
Ary dos Santos

segunda-feira, 2 de junho de 2008

ESTADO DE ESPÍRITO EM QUE ME ENCONTRO NO 1º DIA DA REFORMA (DIA ÚTIL)

Liberdade

Ai que prazer
Não cumprir um dever,
Ter um livro para ler e não fazer !

Excerto do poema«Liberdade» de Fernando Pessoa

domingo, 1 de junho de 2008

Pensar alto

Hoje ainda não senti a alegria da reforma porque apanhei um fim de semana. Amanhã segunda- feira vai ser melhor.
Ontem sábado e hoje domingo estive com a minha neta e disse-lhe baixinho, vou-te ensinar tudo o que eu souber, vou contigo para a praia, ensinar-te a olhar o mar. Ensinar-te a ver, não com os olhos reais, mas com os que tenho no meu pensamento, não só o mar mas a espuma das ondas, as nuances de cor do céu, o verde que rodeia os passeios da minha rua.
Iremos as duas regar as plantas, passear com a Windy e simplesmente adormecer no jardim debaixo da folhagem. Eu quero fazer coisas simples, coisas que me façam feliz.
Ler, eu quero ler e contar-te histórias minha neta, muitas histórias. Quero pintar contigo, por isso estou a fazer umas pequenas obras na cave. Quero do nada fazer qualquer coisa. Quero criar.
Estou a fazer o livro dos Bombeiros - 100 anos e o do José Relvas, já tenho com que entreter o meu lado de investigadora.
Quero sobretudo estar ao pé dos meus filhos e de amigos antigos, com histórias antigas que me fazem sorrir.
Quero paz, muita paz e apoiar enquanto puder alguns filhos museológicos que tenho pelo país e alguns mestrandos que eu estou a orientar.
Quero continuar a trabalhar culturalmente com o meu grupo de velhotas e quero viajar.
Quero sobretudo andar, passear a pé e fazer ginástica. Quero ter uma alimentação equilibrada e viajar muito, continuar a aprender até morrer.
Como me sinto bem, nunca pensei que a reforma me desse momentos tão felizes...
Quero lembrar-me sempre que os impossíveis hoje serão possíveis amanhã.