quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Copiado do BioTerra

Reciclar - Foto de Different Solutions


Your voice will make a difference. Sign the petition.
Nuno has invited you to sign a petition on Causes
People should sign to public service portuguese television canal 2 to continue for ever.

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Fui ver este filme e e concordo com esta crítica





The Eye of the Storm (2011) de Fred Schepisi



João Lameira 



«Como outras adaptações de livros ao cinema, The Eye of the Storm (O Coração da Tempestade, 2011), que se baseia num romance homónimo do australiano Patrick White, vencedor do Prémio Nobel da Literatura em 1973 (ao que parece, por obra e graça desse mesmo livro), sofre com o peso da pala
vra escrita sobre a “fragilidade” da imagem. No entanto, o realizador Fred Schepisi, também australiano, não permite que o filme resvale completamente para o academismo sisudo em que este tipo de empreitada costuma cair.

Com uma carreira dividida entre os Estados Unidos da América e a Austrália, Schepisi é um veterano — já dirigiu Meryl Streep duas vezes: em A Cry in the Dark (Um Grito de Coragem, 1988), sobre o famoso caso do casal cuja filha foi comida por um dingo; e em Plenty (Plenty, Uma Mulher de Coragem, 1985) — que se foi especializando em adaptações literárias e teatrais e se tem interessado, sobretudo, pela família e a forma como esta funciona. Assim, em The Eye of the Storm, sobre uma matriarca meio senil que recebe os filhos desavindos no leito de morte, está completamente à vontade, como que em casa.
Essa sensação de conforto, de que o realizador sabe perfeitamente o que está a fazer nunca deixa o espectador. Começa logo nas primeiras cenas em que são apresentadas as principais personagens concisa e eficazmente. Prossegue na narração de Geoffrey Rush que, sagazmente, comenta a estrutura do próprio filme: Rush interpreta Basil, o filho pródigo da velhota, que é dramaturgo e prepara uma peça sobre os acontecimentos de The Eye of the Storm — e é o seu solilóquio que se vai ouvindo ao longo do filme. Passa pelas interpretações seguríssimas dos actores: a soberba Judy Davis; o sólido Geoffrey Rush; a bela Charlotte Rampling (que “envelheceu” uns anitos para fazer este papel); e a jovem Alexandra Schepisi, filha do realizador, uma daquelas criaturas de que se diz que a câmara gosta. E pela escolha inteligente da música — meio jazzy — que contradiz o tom de dramalhão que uma banda-sonora mais pesada não deixaria de reforçar.
Só que, apesar destas qualidades, pedia-se mais arrojo a Fred Schepisi nesta história um tanto sórdida sobre o amor e a falta dele, de traições e humilhações, de mesquinhices e egoísmos, de dejectos e demais fluidos corporais, que a doença, o passado, a demência, e a morte ajudam a ensombrar. Se as personagens estão emocionantemente metidas numa tempestade, o realizador parece bem mais resguardado, impermeável à tragédia que filma (ou seja, é ele que está no “coração da tempestade”). A aura de qualidade, que a cenografia, o guarda-roupa, todos os “valores de produção” acentuam, impõe ainda mais a ideia de que a realização é demasiadamente polida e educada. E não bastam aqueles planos da comida podre e estragada (com bicho), imagens da decadência financeira e, principalmente, moral dos envolvidos, para afastá-la.


The Eye of the Storm é um filme bem feito, com os acabamentos todos no sítio, mas porventura demasiadamente perfeitinho para que possa ressoar no espectador, a quem é consentido que fique tão impassível quanto o próprio realizador.»

Quando era nova vi esta série e nunca me saiu da cabeça esta canção e hoje encontrei-a...

sexta-feira, 24 de agosto de 2012


Está quase a terminar esta semana de actividades com as minhas netas. Foram variadas, no interior e no exterior. Hoje 5º dia a parte da tarde foi calma. Depois de terem almoçado muito bem e lanchado de igual forma, as actividades desenvolveram-se com a mais velha na escolha de trajes para modelos, a minha neta tem um gosto muito grande no que toca a cores e modelos, tanto nas escolha dos trajes, c
omo adereços. Quando vai ao guarda-roupa da tia escolhe o mais bonito. Esteve um bom bocado da tarde na área do design de moda, eu encaminho-a para aquilo que gosto e para a diversidade cultural e natural mas não contrario os gostos dela, pois ela gosta imenso de desenhar e de moda. Com a pequena estive a ver fotografias de família, que ela gosta tanto e reconhece todos os elementos, a mais velha juntou-se e ao ver uma foto do casamento do tio Fernandinho há 10 anos, onde estava a bisavó, disse «que novinha que ela era nesta altura», perante isto senti-me uma jovem.
A Bela a minha empregada tem uma paciência de Jó para elas e a pequena gosta imenso de andar atrás dela nas actividades caseiras.
E assim se passou uma semana, agora a Quica ainda desenha com a tia e a pequenita anda a empurrar o aspirador com a nossa empregada. Esta é a simples vida de uma família neste verão lisboeta. Quando elas saírem vou pensar no que irei dizer sobre o próximo encontro da pequena comunidade de leitores que eu animo. Desta vez vamos discutir o romance Bolor do anti-fascista Augusto Abelaira.
A pequenita já deixou a Bela e veio juntar-se ao grupo do desenho formado pela tia e pela Quica. Adoro vê-las a desenhar.

Foto de americanas.com

5º dia do périplo de actividades com as minhas netas, parte da manhã. Hoje enquanto a mais velha via os seus primeiros 15 minutos de bonecos, a mais nova foi com a tia e a minha empregada fazer compras para o almoço. Em seguida grande manhã de colagens, paisagens, retratos do pai e da mãe. Manhã muito produtiva. Agora estão na hora do almoço. Junto dois retratos em colagem da mãe delas. O primeiro feito pela mais velha sozinha e o segundo feito pela mais nova com a ajuda da tia no nariz e nos olhos e pestanas, o resto foi feito e colado por ela.

quinta-feira, 23 de agosto de 2012


4º. dia do périplo de actividades, parte da tarde, turbilhão de actividades. Jogos de computador para a mais velha enquanto a mais nova netinha teve uma atitude maternal com todos os bonecos que tem cá em casa, vestiu-os, deu-lhes de comer,
observou-os com os instrumentos do médico e deitou-os. Entretanto fizemos duas equipas, eu e a Margota e a Quica mais a tia e disputámos em concurso, a realização de puzles da Djeco que é uma marca que eu gosto muito. Depois como não podia deixar de ser houve brincadeiras à volta da moda, mas desta vez com uma tenda armada no quarto da tia de onde saíam os modelos, a minha filha foi excepcional na montagem desta brincadeira. Depois do lanche, apresentação de modalidades dos jogos olímpicos. A Quica especialista no salto à vara, lançamento de disco e martelo e a pequenina em atletismo. estavam suadas quando a mãe chegou. Levaram contentes as esculturas em barro que realizaram de manhã para mostrarem ao pai e nós as duas vamos descansar um bocadinho. Não há como a energia de uma criança.
A foto é do blogue de lilieducacaofisica

4º. dia do périplo com as minhas netas, parte da manhã. Com a ajuda da minha empregada de longa data as minhas queridas netas arrumaram as minhas panelas tachos e frigideiras e depois as caixas de plástico, aprender a ser útil e a partilhar
 o trabalho dos outros.
A seguir grande actividade com barro sintético. Bustos e animais nasceram das mãos destas duas meninas. Nada mal, estão todos numas caixas, uma para cada uma para mostrarem ao pai e à mãe. Depois comeram maçãs e ainda os célebres biscoitos que elas ajudaram a fazer. Almoço e enquanto a mais velha vê a sua meia hora de bonecos, a mais nova fez uma armada de barcos de papel com a ajuda da tia e estão todos a navegar na banheira. Veremos se a tarde é tão produtiva como a manhã.
A foto é do blogue «Little Angel»

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

3º . dia do périplo de actividades com as minhas netinhas. Logo pela manhã uma passagem de modelos de inspiração exótica, a seguir saímos para a quinta pedagógica. Levámos um bom arsenal de cenouras para os herbívoros e pipocas para as aves, sem açúcar nem sal e um piquenique para nós. Um terço foi comido na quinta. Em seguida parque infantil do Spacio, defronte da quinta mais ou menos, muito interessante. A destreza e a resistência das minhas netas é de bradar aos céus, saltos, subidas a sítios altos, escorregas, correrias. Bebemos um café enquanto elas andaram a gastar energias e a seguir fomos para a praça da Figueira onde tomámos o autocarro descapotável e durante 1h e 45 minutos fizemos uma volta por Lisboa, fomos até Belém e voltámos aí os 2/3 do piquenique foram-se. Falei-lhes de história da nossa cidade, da cidade onde todos da nossa família nuclear nasceram. Gostaram do Marquês de Pombal, ficaram impressionadas com os Jerónimos e o Rio Tejo. Amanhã que vai ser dia de actividades plásticas em casa muito temos de relembrar estes três dias fora de casa. Depois antes de irmos para casa comeram um gelado e em casa, iogurte, biscoitos que tinham sido feitos com ajuda delas e sumos. A mãe veio buscá-las, o pai delas faz hoje anos e daqui a bocado vamos cantar os parabéns. E assim termina mais um dia das nossas vidas, com simplicidade, cultura e especialmente com muito amor.
A foto é do blogue LISBOA TERRA PORTUGUESA

terça-feira, 21 de agosto de 2012


Hoje segundo dia do périplo de actividades com as netas às quais se juntou o neto à tarde. De manhã pintura com as mãos e estampagem, resultaram coisas muito giras. Brincadeiras com legos e puzles e claro passagem de modelos que é uma constante na minha casa quando elas cá estão, com colares meus e da tia e vestuário das mesmas. Depois do almoço, ida ao cinema do centro comercial do Campo Pequeno, «Madagascar 3». Alex, Marty, Melman e Gloria, ou seja um leão, uma zebra, uma girafa e um hipopótamo  ainda estão lutando para chegar em casa. A sua viagem leva-los através da Europa, onde eles encontram o disfarce perfeito: um circo itinerante, que eles reinventam, dando alento aos outros animais que lá viviam, é interessante. Foi a primeira vez que a mais novinha foi ao cinema, portou-se bem para uma primeira vez e quase no fim do filme adormeceu. São três aninhos.
A minha nora destribuia pipocas e água pelos três. Os meus netos mais velhos são uns perfeitos espectadores. Antes e depois do cinema tivemos no parque do Campo Pequeno e depois todos voltaram para casa com as suas mães.
Esta crise fez-me repensar toda a minha atitude perante a vida , o meu único consumo é investido nas netas e no neto e com prudência. As prendas de anos desapareceram, não dou prendas a nenhum membro da minha família, quer seja nuclear ou não a não ser às crianças e no Natal vai ser tudo muito simbólico tendo em conta cada membro da família e feito por mim. Estou a falar da família nuclear, pois a outra e os amigos lamentavelmente já não tenciono nos anos mais próximos dar prendas, pois não sei qual vai ser o futuro do país. O que eu paguei de IRS este ano foi brutal e sem subsídios, eu e o meu marido, por sermos tristemente funcionários públicos é um crime que este estado está a fazer. Por isso as minhas barrinhas de ouro são os meus netos e o equilíbrio da minha vida. Tornei-me anti-consumo e acalento a ideia de ir envelhecendo com mais sabedoria e menos bens materiais, porque esses são sem sombra de dúvida as minhas filhas e filhos e os meus três netinhos maravilhosos.
Claro que os meus filhos poderão levar cá de casa objectos que gostem, pois ela é o verdadeiro retrato de uma vida, das viagens, dos momentos passados em conjunto, cheia de livros, pinturas e objectos que retratam uma existência cultural muito rica. Tudo será para eles. Aos verdadeiros amigos e amigas de vez em quando dou um objecto meu, e aqueles que me ajudaram tanto como foi o caso de dois cunhados meus que têm na sua casa, objectos de arte e mobiliário que oferecemos com muito gosto, mas também nos ajudaram muito. Se não fossem eles não teríamos feito com tanta eficácia a mudança da Parede para Lisboa. Valorizar o que temos é fundamental na vida e perceber que quem não nos contacta é porque não precisa de nós, mas por outro lado  nascem outros que acabam por nos dar tanto. Há pérolas  de vez em quando no nosso caminho.
 A foto é do site Pravasi today

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Hoje iniciei o périplo com as meninas, de manhã realização de biscoitos para o lanche. A Francisca dez um F e a Margarida um piano por exemplo. Depois caderno de verão com desenhos, a lápis de cera, canetas de cor grossas e tintas, com pincel, com esponja e com as mãos. A seguir almoço feito pela Bela que felizmente estava hoje cá, muito apreciado o almoço. A seguir construção de legos e preparação de dois sacos de cenouras e duas caixas de pipocas para partirmos para a quinta pedagógica e dar de comer aos animais domésticos que adoram cenouras e os patos, galinhas e galo pipocas. Acrescentámos os biscoitos feitos de manhã e lá fomos, tristezas das tristezas a quinta fecha à segunda e só abre de terça a sexta. Tristeza geral que teve de ser colmatada com uma ida ao Jardim Zoológico: zebras, girafas, elefantes, rinoceronte, leões, macacos, hipopótamos, flamingos etc. e por fim o show dos golfinhos, leões marinhos e focas. Tarde bem passada e alegre. A Francisca a meio do espectáculo tirou o seu bloco de desenhos e desenhou um golfinho. Perfeito.

A Imagem é do site Parques temáticos, não se esqueçam que a minha máquina se foi para o amigo do alheio.

Já agora achei o Jardim Zoológico o mais decadente que eu já vi. À entrada parecia uma feira popular com tantas esplanadas e barracas para vender, vender. Fiquei muito mal impressionada.

domingo, 19 de agosto de 2012

As minhas netinhas chegaram, já brincámos e jantámos juntas. Quando vinham a chegar a mais velha disse aos pais que os meus sofás eram muito confortáveis, como a dizer que gostava de os ir experimentar, estão grandes e lindasssssssssssssssssssss.

sábado, 18 de agosto de 2012


Ontem terminou o périplo da primeira semana de actividades com o meu neto. Visitámos a quinta pedagógica e os seus papás iam com cenouras e milho para dar aos bichos. Visitámos principalmente a nova vaquinha malhada ainda muito jovem, o cav
alo branco, o casal de porcos e as cabras, aqui é que foi um bocado difícil pois a cabra maior queria comer as cenouras todas. O mesmo aconteceu com o cisne negro de bico vermelho, dava cada sapatada nos restantes patos para apanhar as ditas cenouras e até algumas galinhas tiravam a comida ao pobre galo. Enfim uma pequena repetição da nossa sociedade, uns comem tudo e outros nada. A António ainda visitou a árvore das chuchas onde ele há já algum tempo despediu-se da dele.
Depois fizemos a única extravagância destas férias, fomos almoçar a um restaurante, com a crise eu comi sempre em casa, mesmo no Ribatejo. quando comemos fora foi só em casa de amigos: poupar é o lema, não compreendi ainda qual o caminho deste país.
Voltando ao restaurante fomos ao vegetariano chamado «Terra» que é maravilhoso pois tem um jardim interior com mesas e almoçamos legumes, seitan, saladas, uma sopa deliciosa, enfim foi tudo muito bom. 
Ofereci ao meu neto o primeiro album de poesia, uma colectânea da Alice Vieira dos mais conceituados poetas do nosso país com poemas muito ao nível da idade infantil e li alguns, particularmente um do António Nobre que eu decorei quando era criança e que é mais ou menos assim: «Maria, diz aquela cotovia que fale mais devagar, não vá o João acordar, etc., etc,»
O meu neto imagina que todos nós somos personagens das histórias que ele gosta mais e ontem disse-me que «a avó é um cisne muito brilhante e muito bonito». Ganhei o dia.
Tinha aqui uma foto com o meu neto pendurado num cisne que o meu filho me enviou mas não consigo imprimir pois há um problema com as características da imagem e eu em termos de informática não sou barra. Fica uma imagem da árvore das chuchas da quinta pedagógica da Ana Apple.

quinta-feira, 16 de agosto de 2012


Hoje voltei depois de alguns anos de ausência às praias da Costa da Caparica, mais precisamente à praia da Sereia. Quando os meus quatro filhos eram pequenos passámos alguns verões nestas praias: a do castelo, do rei, da rainha, do infante 
etc. os areais continuam extensos e belos e não andamos aos encontrões uns aos outros, como em S. Pedro do Estoril e as Avencas que são as praias rochosas com mais iodo na linha e por isso muito apreciadas por crianças e suas famílias, estando constantemente cheias e não sendo muito grandes é difícil encontrar um lugar com um certo intervalo dos vizinhos. Fui na primeira semana para S. Pedro com as minhas netas e agora fui com o meu neto para a Costa, mais os seus pais, mas hoje por coincidência as marés estavam vivas e os nossos haveres, incluindo sapatos iam indo pelo oceano fora. Fizemos um pequeno castelo da princesa Mérida, a heroína do filme que vimos ontem e depois ele brincou com as suas letras. Cada vez acho mais interessante a personalidade deste neto. Tem um mundo muito seu, criativo, racional e muitíssimo onírico. É uma criança pacífica e tem um ar sonhador, sempre atento a tudo o que o rodeia. Que feliz que eu sou com a riqueza de neto e netas que eu tenho. Durante o caminho ofereci-lhe um bloco e uma caneta e ele foi todo o tempo a escrever as suas letrinhas e números e já faz a figura humana com todos os elementos: boca, orelhas, olhos, nariz, pescoço, braços, mãos, corpo, pernas e pés. Os verões passam e eles vão fazendo novas descobertas. 
A foto é do site da Câmara Municipal de Almada

quarta-feira, 15 de agosto de 2012


terça-feira, 14 de agosto de 2012

Hoje o dia foi em cheio, eu o meu netinho e os seus pais iniciámos um périplo de actividades que vai decorrer esta semana. Começamos pelo museu da marioneta, que está lindo (apesar de poucas legendas) mas com uma exposição temporária sobre as marionetas de Java, lindíssima, bebemos no claustro uns sumos naturais e comemos qualquer coisa, tudo biológico que trouxemos de casa, pois o restaurante simpaticamente emprestou-nos uma mesa, a seguir fomos pequenicar para o Parque das Necessidades que achei um pouco decadente, pelo menos nas partes que eu vi e terminámos no Jardim da Estrela a comer um gelado e a ver o Antoninho com o pai nos aparelhos do parque infantil. Depois de sairmos do museu fomos beber um café e o meu neto fez uns desenhos fantásticos, na minha agenda e no carro cantou todas as canções do livro do patinho feio virando as páginas conforme a canção ia sendo contada pela narradora. Está fofinho e a parecer-se muito com o pai quando era pequenino, mas também tem muito da mãe, enfim é lindo. Amanhã mais actividades meus amigos. Não consigo colocar aqui fotos porque como já vos contei roubaram a minha máquina ao meu marido que a trazia pendurada na mala.
As fotos são do site do museu da marioneta.

domingo, 12 de agosto de 2012

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Ontem encontrei-me com o meu netnho, filho e nora em Óbidos. Fomos ver o que era a tal feira medieval. O meu neto estava lindo e feliz. Brincámos um bom bocado e fomos visitar a feira que tem uma entrada caríssima para aquilo que vimos lá dentro «um centro comercal ao ar livre», barracas meio manhosas a imitar o medieval a venderem tudo e mais alguma coisa, é uma feira igual a tantas outras que existem por este país fora, com o objectivo de venderem, venderem. Devia chamar-se simplesmente Feira de Óbidos  Depois um cortejo medieval com os elementos calçados com sandálias ou chinelas das sapatarias normais. 
O meu marido tirou imensas fotos ao neto e no fim alguém lhe roubou a minha querida máquina digital. Vou estar algum tempo sem fotos tiradas por mim. Tive tanta pena, mas o nosso país é de alguma gente que cobiça alheio.

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Fofinhas estas minhas netinhas.


Vim para o Ribatejo passar uns dias de féras, nesta casa que temos com jardim e terreno com árvores de fruto. Temos descansado muito e vivido uma vida pacata. No outro dia fui à Lourinhã lanchar com uns amigos e hoje quando visitamos amigos de muitos anos e eles moram longe de nós, quando os voltamos a ver é como se tivessemos falado com eles no dia anterior. Foi assim hoje com a Graça, o António e a Sara. Que belo almoço vegan ela preparou para nós e que linda casa e terreno com horta e jardim japonês, casa de madeira para o ateliê de pintura e ferramentas para a agricultura e jardinagem. Estes grandes bailar
inos da Gulbenkian do tempo do Walter Gore, primeiro director artístico do ballet Gulbenkian, grandes professores, formadores de grandes bailarinos espalhados por todo o mundo, depois de reformados voltaram à terra e à paz de um local paradisíaco junto ao mar. Estão de partida para férias, por essa Europa fora guiando o seu carro com um atrelado, numa vida simples e frugal. Que admiração que eu tenho por eles e que linda buganvilia branca descia pelo telhado da casa. Simplesmente belo. Que ambiente de cultura e ao mesmo tempo de despojamento vivido hoje.

quarta-feira, 1 de agosto de 2012


Crónica de Clara Ferreira Alves publicada na última edição do Expresso .

"É a falta de cultura, estúpido!

Portugal tem hoje uma pequeníssima elite que consome cultura, quase toda velha e sem sucessores.

Nós merecemos isto. Nós elegemos esta gente. Nós não somos muito diferentes disto. No meio do anedotário que converteria um homem mais inteligente num homem trágico, convém não esquecer o que nos separa, exatamente, do Relvas. Pouco. O dito não é um espécime isolado, um pobre diabo animado de força e disposição para fazer negócios e trepar na vida, que entrou em associações e cambalachos, comprou um curso superior e, de um modo geral, se autoinstituiu em conselheiro do rei. Já vimos isto.

Nunca vimos isto nesta escala, porque na 25ª hora da tragédia nacional, quando Portugal se confronta com a humilhação da venda dos bens preciosos (os famosos ativos) aos colonizados de antanho e seus amigos chineses, o que o país tem para mostrar como elite é pouco. Nada distingue hoje a burguesia do proletariado. Consomem as mesmas revistas do coração, lêem a mesma má literatura (que passa por literatura), vêem a mesma televisão, comovem-se com as mesmas distrações. Uns são ricos, outros pobres.

A elite portuguesa nunca foi estelar, e entre a expulsão dos judeus e a perseguição aos jesuítas, dispersámos a inteligência e adotámos uma apatia interrompida por acasos históricos que geraram alguns estrangeirados ou exilados cultos permanentemente amargos e desesperados com a pátria (Eça, Sena) e alguns heróis isolados ou desconhecidos (Pessoa, 0'Neill).

Em "Memorial do Convento", Saramago dá-nos um retrato da estupidez dos reis mas exalta romanticamente o povo. Todos os artistas comunistas o fizeram, num tempo em que o partido comunista tinha uma elite intelectual e de resistência inspirada por um chefe que, aos 80 anos, quase cego, resolveu traduzir Shakespeare. Cunhal traduzindo o "Rei Lear" de um lado, Relvas posando nas fotografias ao lado da bandeira do outro. Relvas nem personagem de Lobo Antunes, o (descritor da tristeza pós-colonial, chega a ser. É um subproduto de telenovela O tempo dos chefes cultos acabou, e se serve de consolação, não acabou apenas em Portugal.

A cultura de massas ganhou. No mundo pop, multimédia, inculto e narcisista, em que cada estúpido é o busto de si mesmo, a burguesia e o lúmpen distinguem-se na capacidade de fazer dinheiro. Acumular capital. O dinheiro, as discussões em volta do dinheiro acentuadas pela falta de dinheiro, fizeram do proletariado (e desse híbrido chamado classe média) uma massa informe de consumidores que votam. E que consomem democracia, os direitos fundamentais, como consomem televisão, pela imagem. Sócrates e o Armani, Passos Coelho e a voz de festival da canção. Nós, e quando digo nós digo o jornalismo na sua decadência e euforia suicidaria, criámos estas criaturas. Os Relvas, os Seguros, os Passos Coelhos, os amigos deles.

O jornalismo, aterrorizado com a ideia de que a cultura é pesada e de que o mundo tem de ser leve, nivelou a inteligência e a memória pelo mais baixo denominador comum, na esteira das televisões generalistas. Nasceu o avatar da cultura de massas que dá pelo nome de light culfure em oposição à destrinça entre high e low. O artista trabalha para o 'mercado', tal como o jornalista, sujeito ao raring das audiências e dos comentários online.

A brigada iletrada, como lhe chama Martin Amis, venceu. Estão admirados? John Carlin, o sul-africano autor do livro que foi adaptado ao cinema por Clint Eastwood, "Invictus", conta que Nelson Mandela e os homens do ANC, na prisão, discutiam acaloradamente, apaixonadamente, Shakespeare. Foram "Júlio César" ou "Macbeth", "Hamlet" ou "Ricardo III" que os acompanharam. Não é um preciosismo. A literatura, o poder das palavras para descrever e incluir o mundo num sistema coerente de pensamento, é, como a filosofia e a história, tão importante como a física ou a álgebra. A grande mostra da Grã-Bretanha nos Jogos Olímpicos é Shakespeare (no British Museum) e não um dono de supermercados ou futebolista.

Os 'heróis' portugueses descrevem-nos. E descrevem a nossa ignorância Passos Coelho é fotografado à entrada do La Féria ou do casino. Um dono de supermercados ou um esperto ministro reformado são os reservatórios do pensamento nacional. Uma artista plástica é incensada não pela obra mas pela capacidade de "agradar ao mercado", transformando-se, pela manifesta ausência de candidatos, em artista oficial do regime. É assim.

Não teria de ser assim. Portugal tem hoje uma pequeníssima elite que consome cultura quase toda velha e sem sucessores. Não estamos sós. Por esse mundo fora, a arte tornou-se cópia e reprodução (daí a predominância dos grandes copiadores de coisas, os chineses), tornou-se matéria tornou-se consumo. Como bem disse Vargas Iiosa, em vez de discutirmos ideias discutimos comida. A gastronomia é uma nova filosofia. Ferran Adriá é o sucessor de Cervantes e de Ortega Y Gasset."

CFA