Ao passar pelo espelho parou, olhou e tornou a olhar. Foi buscar o outro espelho, aquele que aumenta sem piedade. Pior do que as rugas, as pequenas manchas que começam a aparecer na pele e a carne outrora rija, um pouco descaída. O brilho dos olhos era o mesmo, um brilho que sempre a acompanhou, um desejo de que aquele olhar veja sempre em frente, um olhar que observa um dia de cada vez. Às vezes ela tinha a ilusão de que nunca envelheceria, que chegava a uma certa idade e parava, só se confrontou pela primeira vez com a realidade quando tirou a foto para o último cartão de identidade, aquele que tem validade por dez anos e olhou a sua imagem no que tinha caducado. Que diferença em tão pouco tempo.
A solução é misturar a vida de todos os dias com uma mescla de sonho q.b., a realidade nua e crua com a ilusão criada por si. Eu sou jovem de espírito pensa ela, quando afasta o espelho, é o que mais interessa e ri-se desta encenação.
O segredo está em sair de casa encontrar-se com pessoas, conhecidas ou não, viver, respirar e agradecer o que de bom se tem em cada dia. O Saramago se a lesse acharia que ela é ridícula, pois o mundo segundo a perspectiva dele é negro e cego e ela tem pensamentos de esperança e encontra por aqui e por ali pequenos nichos de felicidade e de alegria, apesar do caos que sente no mundo que a rodeia, apesar da agressividade com que é confrontada de vez em quando, seja por quem for.
Olha a nesga de oceano pela sua janela, as árvores no outono despem-se de folhas e aproximando-se o inverno ficam nuas e aguardam com esperança os primeiros sinais de Primavera e as folhinhas verdes e tenras que vão aparecer.
O seu dia a dia passa pelas quatro estações, às vezes melancólica, às vezes nua, mas sempre com esperança das novas folhas e do sol.
Nunca tinha feito operações estéticas, nem tratamento que repuxa e não vai fazer nunca. Massagens e outras técnicas para aliviar o corpo e a alma sim, mas meter o bisturi e puxar a pele para detrás das orelhas ou ir tirar pele às pernas para colocar no rosto, não o fará. Como está a emagrecer, devagar mas está, pensou ela talvez tenha que tirar algumas peles e então não poderá dizer, desta água não beberei, mas para onde irá a pele excedentária, para o lixo? Que horror, bocados de si que se deitam fora como se fossem papel de embrulho. Bem, concluiu ela, para divagações por hoje chega.
A solução é misturar a vida de todos os dias com uma mescla de sonho q.b., a realidade nua e crua com a ilusão criada por si. Eu sou jovem de espírito pensa ela, quando afasta o espelho, é o que mais interessa e ri-se desta encenação.
O segredo está em sair de casa encontrar-se com pessoas, conhecidas ou não, viver, respirar e agradecer o que de bom se tem em cada dia. O Saramago se a lesse acharia que ela é ridícula, pois o mundo segundo a perspectiva dele é negro e cego e ela tem pensamentos de esperança e encontra por aqui e por ali pequenos nichos de felicidade e de alegria, apesar do caos que sente no mundo que a rodeia, apesar da agressividade com que é confrontada de vez em quando, seja por quem for.
Olha a nesga de oceano pela sua janela, as árvores no outono despem-se de folhas e aproximando-se o inverno ficam nuas e aguardam com esperança os primeiros sinais de Primavera e as folhinhas verdes e tenras que vão aparecer.
O seu dia a dia passa pelas quatro estações, às vezes melancólica, às vezes nua, mas sempre com esperança das novas folhas e do sol.
Nunca tinha feito operações estéticas, nem tratamento que repuxa e não vai fazer nunca. Massagens e outras técnicas para aliviar o corpo e a alma sim, mas meter o bisturi e puxar a pele para detrás das orelhas ou ir tirar pele às pernas para colocar no rosto, não o fará. Como está a emagrecer, devagar mas está, pensou ela talvez tenha que tirar algumas peles e então não poderá dizer, desta água não beberei, mas para onde irá a pele excedentária, para o lixo? Que horror, bocados de si que se deitam fora como se fossem papel de embrulho. Bem, concluiu ela, para divagações por hoje chega.