Um blogue intimista mas ao mesmo tempo aberto para os outros. Um blogue de reflexão sobre o mundo que me rodeia. Falar sobre este país e estas pessoas, falar de museus, bibliotecas, cinema, literatura, dança, teatro, política e sociedade. Enfim um blogue que desejo vivido.
domingo, 31 de maio de 2009
A realidade e a ficção no rosto de uma pessoa
sábado, 30 de maio de 2009
Às vezes tenho saudades...
E não há como um poeta para falar do amor
Plano
sexta-feira, 29 de maio de 2009
E os meus amigos e amigas há quanto tempo?
Há muito tempo já que não escrevo um poema
De amor.
E é o que eu sei fazer com mais delicadeza!
A nossa natureza
Lusitana
Tem essa humana
Graça
Feiticeira
De tornar de cristal
A mais sentimental
E baça
Bebedeira.
Mas ou seja que vou envelhecendo
E ninguém me deseje apaixonado,
Ou que a antiga paixão
Me mantenha calado
O coração
Num íntimo pudor,
--- Há muito tempo já que não escrevo um poema
De amor
Miguel Torga
quinta-feira, 28 de maio de 2009
Eu sou do Benfica por tradição familiar
quarta-feira, 27 de maio de 2009
Eu gosto de tanta coisa que um dia rebento...
António Gades"
Eu também não me conformo...
terça-feira, 26 de maio de 2009
E acordei ainda com Borges
E acordei ainda com Borges
Após um tempo,
Aprendemos a diferença subtil
Entre segurar uma mão
E acorrentar uma alma,
E aprendemos
Que o amor não significa deitar-se
E uma companhia não significa segurança
E começamos a aprender...
Que os beijos não são contratos
E os presentes não são promessas
E começamos a aceitar as derrotas
De cabeca levantada e os olhos abertos
Aprendemos a construir
Todos os seus caminhos de hoje,
Porque a terra amanhã
É demasiado incerta para planos...
E os futuros têm um forma de ficarem
Pela metade.
E depois de um tempo
Aprendemos que se for demasiado,
Até um calorzinho do sol queima.
Assim plantamos nosso próprio jardim
E decoramos nossa própria alma,
Em vez de esperarmos que alguém nos traga flores.
E aprendemos que realmente podemos aguentar,
Que somos realmente fortes,
Que valemos realmente a pena,
E aprendemos e aprendemos...
E em cada dia aprendemos.
Copyright ©Jorge Luis Borges
Trad. para Português de Luís Eusébio
segunda-feira, 25 de maio de 2009
Hortaliças unidas ajudem-me....
Querida Pé na Estrada
Este texto é um complemento do último post do seu excelente blogue.
A ameixeira só deu um fruto quando eu vim para esta casa, após os cortes de pernadas está com bastantes frutos este ano. A cebola foi ao ar e o limoeiro dá imensa flor mas depois cai e não dá limões. Sabe(m) de algum remédio para isto?
Eu hoje ao acordar andei descalça pelo jardim como aconselhou Borges no texto que eu postei hoje de manhã (ver post anterior) e por favor ajude(m)-me, principalmente peço às «hortaliças unidas» que me ajudem neste problema do limoeiro.
Tenho dito.
Acordar com Jorge Luiz Borges
domingo, 24 de maio de 2009
POEMA DE CANÇÃO SOBRE A ESPERANÇA
Álvaro de Campos
Dá-me lírios, lírios,
E rosas também.
Mas se não tens lírios
Nem rosas a dar-me,
Tem vontade ao menos
De me dar os lírios
E também as rosas.
Basta-me a vontade,
Que tens, se a tiveres,
De me dar os lírios
E as rosas também,
E terei os lírios
Os melhores lírios
E as melhores rosas
Sem receber nada.
A não ser a prenda
Da tua vontade
De me dares lírios
E rosas também.
sexta-feira, 22 de maio de 2009
O dia 18 de Maio para mim foi muito divertido e muito cansativo
O museu vai entrar em obras apoiado e sustentado 50% pelo CREN, vai ser um lindo museu e nós estamos a partilhar o museu com os alpiarcenses. Já fiz trabalho de terreno a nível antropológico com homens e mulheres da agricultura e criação de gado nos Açores, na indústria conserveira e com pescadores em Setúbal, com pescadores e varinas de Cascais, com utentes do Centro de Saúde de Cascais, com mulheres do arroz da Comporta, com os homens do vinho de Cacavelos, com moradores da vila de Carcavelos e presentemente com bombeiros da vila de Carcavelos e com homens e mulheres, produtores do célebre melão de Almeirim que afinal é de Alpiarça . Foram os camponeses e camponesas de Alpiarça que maioritariamente cultivaram nas terras de Vila Franca esse saboroso melão.
Um projecto educativo pressupõe sempre uma grande investigação. A segunda feira passada no museu de Alpiarça foi um dia de grande satisfação, as barreiras da timidez, o entusiasmo do grupo, o prazer de estar «ali» foram evidentes. Passaram por lá desde as 9h30 às 18h30 perto de quinhentas pessoas, jovens do 2º ciclo (pois o dia da árvore foi com o pré-escolar e todo o 1º ciclo e assim negociámos com a direcção do Agrupamento Escolar a vinda do 2º ciclo ) alguns do pré-escolar, seniores e público adulto. Preparámos uma pequena sessão de história ao vivo de 45m nas salas do museu e repetimo-la oito vezes. No dia seguinte com alunos de uma turma do 10º ano realizámos uma visita interactiva acerca das características do romantismo e do naturalismo na pintura portuguesa e espanhola existente na Casa dos Patudos.
Senti-me feliz mas cansada, pois fui eu que desenvolvi o diálogo interactivo oito vezes enquanto eles caminhavam pelas salas e paravam diante das cenas históricas desenvolvidas pelos monitores do museu, serviço de educação da câmara e monitores da biblioteca. Um trabalho em rede a favor de um objectivo comum: o serviço público.
Estou realizada comigo mesma porque continuo a pegar nos projectos com paixão sem esperar como objectivo máximo, teses para apresentar, lugares para ocupar, conferências para andar a saltitar por todo o lado. Hoje estou convicta de que sempre dei muito de mim própria ao trabalho educativo e sempre estive motivada para trabalhar fossem quais fossem as situações mais incómodas para mim. A Mercearia Liberdade no Museu do Trabalho foi levada por mim e pelo meu marido para o museu e cordenei a sua montagem no meio das maiores dificuldades.
Hoje estou a trabalhar de uma forma livre e respondo às solicitações com humildade e bravura, humildade porque ninguém ensina nada a ninguém «aprendemos uns com os outros mediatizados pelo mundo», uma célebre frase do saudoso pedagogo Paulo Freire e bravura porque «as árvores morrem de pé», frase da conhecida peça «As árvores morrem de pé» de Alejandro Casona, dita por aquela grande actriz que era a Palmira Bastos. Tive oportunidade de a ver representar no Teatro Avenida que ardeu.
As acções de formação que tenho feito por esse país sempre que solicitada e os serviços educativos implementados, têm-me dado vários «filhos e filhas museológicos» que eu encontro de tempos a tempos, juntando-se a eles os mestres orientados por mim e os antigos alunos, só posso então afirmar que me sinto realizada. E só agora consigo realizar-me completamente nesta área, fazer o que quero e me apetece, sair se não me agrada, fazer investigação como deve ser, publicar livros e artigos como deve ser, fazer conferências como deve ser, realizar projectos como deve ser, porque sou livre. Com muita dificuldade e com muito sacrificio o fiz durante a minha vida profissional, pois não tinha tempo e coloquei o trabalho sempre em primeiro lugar. Disso eu tenho a mais profunda certeza.
Nesta mesma semana fiz uma conferência no âmbito da educação museal nas instituições culturais, uma peça teórica com alguns exemplos práticos, na Escola Superior de Educação onde eu dei algumas aulas de História de Arte, durante três anos. É estranho mas não senti saudades de nada, nem da cidade, nem das aulas, nem dos museus aos quais eu dei parte da minha vida, voltei a Setúbal esta semana uma outra vez por questões relacionadas com a venda da minha casa nesta cidade e estava desejosa de me ir embora. A minha amiga setubalense Maria Amália rodeia-me de tantos carinhos que por algumas horas faz-me esquecer tudo aquilo que vivi aqui.
Esta cidade é passado, realizei projectos pioneiros, dei trabalho a muita gente e ajudei outros tantos, agora já não me pertence, cada vez me desligo mais, o que aqui ficou já não pertence ao meu presente nem ao meu futuro e muitas das pessoas que cá ficaram eu quase que não as reconheço.
«Nada se olvida más despacio que una ofensa; y nada más rápido que un favor.» Martin Luther King
sábado, 16 de maio de 2009
A propósito dos 50 anos do monumento ao Cristo-Rei
quinta-feira, 14 de maio de 2009
A natureza alimenta-me
Hoje por acaso está um pouco sombrio e com ar de chuva e é nessas alturas que eu recordo os trabalhos no terreno antropológico que eu tenho feito por todos estes anos: em Setúbal, na Comporta, nos Açores, em Lisboa, em Cascais e finalmente Carcavelos. Os portugueses têm muitas «histórias» em comum mesmo que não se conheçam. Se são de classes privilegiadas, os tiques de aristocracia, velhas fortunas ou novo riquismo, se são de média burguesia, pequena burguesia ou classe operária ou camponesa, os traços também têm muito de comum: os surtos migratórios à procura de melhores condições de vida, as relações mais afectuosas entre familiares e amigos, a ausência total de etiquetas ou etiquetas moderadas que agilizam as relações entre pares e sociabilizam de forma mais solidária e amena as relações sociais entrelaçadas pelo respeito comum. Eu sempre me movimentei por todos os lugares e encontrei sem sombra de dúvida pessoas encantadoras em todas as classes, mas as regras estritas de etiqueta, ou a análise que se faz de uma pessoa por ser mais modesta quer de aparência quer de maneira de falar perturba-me e então se são católicos ditos praticantes ainda mais confusa fico. E o racismo, nem me falem! Esquecem-se que Jesus não era loirinho de olhos azuis, ele nasceu em Belém, teria a pele bem escurinha.
As pessoas têm que se relacionar pelos afectos e pelo respeito que nutrem pelos seres humanos, pelos animais, pela natureza, pelo património material, mas também pelo imaterial, enfim pelo planeta terra no seu todo. Reciclar é uma forma de amar este planeta, não desperdiçar recursos, e sobretudo acabar com tráfico humano, os novos escravos do século XXI, crianças que são vendidas pelos pais para trabalharem de forma escrava para qualquer grupo explorador, ou mulheres ou jovens que de forma enganosa acabam na prostituição.
Esta natureza que me rodeia inspira-me e apesar de que no ser humano existem muitas contradições e incoerências é preciso sempre ver azul ao longe.
quarta-feira, 13 de maio de 2009
Preparando a chegada dos meses mais quentes
Por agora só posso mostrar as camisas porque os calções com peitilho com outros tecidos comprados também online estão a ser feitos, esses para serem usados com camisolinhas lisas, porque os tecidos são coloridos e com desenhos.
Amanhã a minha neta vem cá a casa com os pais almoçar porque estão ainda de férias, também vou pedir a opinião à minha filha, do tipo de tecidos que quer para eu mandar fazer uns vestidinhos, sim porque eu comprei muitos pedaços de tecidos.
Estas actividades vão ser feitas em momentos de descanso, porque vou trabalhar mais assiduamente em Alpiarça para o desenvolvimento do serviço educativo e da realização da monografia sobre o José Relvas. Os Bombeiros continuam de vento em popa e eu estou a acelerar com a investigação. A pastelaria Primavera ficou muito contente com o livro e comprou perto de cinquenta para oferecer a alguns clientes.
Estou agora ocupada ainda com os papéis do IRS e do IVA. Que mês de impostos, de entrega e de pagamento. Que seca. Tantos impostos e não os vejo devidamente aplicados.
Outra chatice, a minha querida empregada que está comigo há vinte anos é um bocado meia bola e força, ela usa muito a partícula apassivante: partiu-se, estragou-se, manchou-se, etc.. Hoje coube a vez à maquina de lavar roupa que é de uma marca alemã excelente. Não despejava bem a água, ela com cara sabichona disse-me «está velha tem de se trocar», chamei cá um senhor daqueles reformados fantásticos que se especializam em arranjar máquinas não muito electrónicas, e o que é que encontrou? Encontrou o filtro sujo como se fosse um rio que apanhou uma descarga fabril ilegal: eram franjas de tapestes, moedas, restos de documentos subtraídos dos bolsos das calças que não foram cuidadosamente retirados e outros afins, amanhã já sei como é que vai ser a conversa: nunca ninguém me disse que era necessário limpar o filtro, mas como ela limpa o filtro da máquina de secar e da de lavar loiça, não sei como se vai justificar, oh mas ela tem imensas soluções na manga. Uma vez estava a limpar o pó e partiu uma jarra bastante antiga, eu ouvi o barulho e vim a correr, sabem o que é que ela me disse? « O aspirador deu uma volta sózinho e bateu na jarra, portanto estão a calcular partiu-se, outra vez ainda foi melhor, partiu uma peça defronte dos meus olhos, eu olhei para ela e espanto dos espantos via falar para o ar «ai, ai, hoje estão estão os dois a atazanar-me», eu perguntei o que é que isso queria dizer e ela respondeu-me furibunda, são os espíritos dos meus sogros que me estão a perseguir desde manhã, portanto foram eles que partiram o objecto. Perfeito, nem um professor formado em Harvard chegava a uma resposta tão pronta.
Ainda estou muito sobrecarregada de trabalho, ainda tenho muitas tarefas a cumprir, ainda estou muito pegada a compromissos. Não imaginei a minha vida assim depois de aposentada mas acho que é a melhor maneira de viver por causa do Alzheimer, «descrita pela primeira vez em 1906 pelo psiquiatra alemão Alois Alzheimer, de quem herdou o nome.» Temos de activar a memória e lutar pela juventude cerebral, de raciocínio e de criatividade. Exercitar a memória quando chegamos a uma certa idade é palavra de ordem.
Eu vou novamente exercitá-la e bem no próximo mês de Outubro, vou ser arguente de uma tese que me vai dar trabalho, mestrandos felizmente não tenho nenhum este ano porque pedi que me dessem pausa, mas que pausa.... é só trabalho do mais variado como podem comprovar, mas sinto orgulho nos mestres que já obtiveram o seu grau com a minha orientação.
Adoro esta mistura: teses, mantas de lã, arranjos de máquinas e olhar pelas alfaces, este entrosamento de trabalho manual com o trabalho intelectual lembra-me o camarada Mao, mas eu não sou nada simpatizante maoista, nem nunca fui, quando se descobre o que está por detrás desses regimes totalitários, as ilusões perdem-se todas. Sou uma aldeã contemporânea que de vez em quando vai à cidade e ao estrangeiro.
segunda-feira, 11 de maio de 2009
Pensamentos tenho ao romper da aurora
Ontem foi um dia em cheio II
Ontem foi um dia em cheio
sexta-feira, 8 de maio de 2009
A minha rua é uma aldeia,
tem dez casas e outras tantas de árvores,
mas é diferente das aldeias,
daquelas a que eu chamo aldeias.
É uma rua pequena, mas ninguém se conhece,
todos vivem nas suas casas
e murmuram com sons incompreensíveis
a saudação.
Há muitos cães como nas aldeias,
mas estão fechados de dia
e à noite aparecem ferozes junto aos portões.
Todos os jardins estão arranjados de igual modo,
com anões, cogumelos de loiça a enfeitá-los,
como no filme da Amélie Poulain.
Eu tenho uma pequena horta, mas pensava que era a única,
até que o velho vizinho do lado, que eu nunca tinha visto
me veio oferecer limões, tomates e ovos.
Afinal somos dois os aldeões,
eu dei-lhe umas garrafas de vinho
e coentros, ele disse-me obrigada
e plantou-me dois limoeiros no jardim.
Agora tenho rosas e limoeiros, alfaces e gerbérias,
cactos, pepinos e coentros,
salsa, hortelã, jasmim, hortenses e ameixas,
beringelas, tomates, buganvílias e courgettes,
larangeiras, esterlícias, malmequeres e outras plantas verdes.
O meu vizinho olha o meu jardim com um olhar admirado,
«está tudo um pouco misturado», diz baixinho,
«a minha horta é num terreno longe daqui, assim nunca vi»,
afinal sou mais aldeã do que ele,
mas sou uma aldeã contemporânea,
a ideia é o mais importante e mesmo que não esteja tudo alinhado
e perfeito é a minha ideia concretizada e original.
Só que não tenho nem quero ter anões, cães e cogumelos de loiça,
seria uma afronta para a minha cadela e para os melros,
que fizeram ninho no meu jardim/horta.
Tenho uma coisa em comum com os meus vizinhos,
o oceano, o azul ao longe no fundo da nossa aldeia.
Anad
quinta-feira, 7 de maio de 2009
A Troca
quarta-feira, 6 de maio de 2009
É neste dia que o meu livrinho vai ser lançado
Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Carcavelos – S. Domingos de Rana
TARDE CULTURAL EM CARCAVELOS
PROJECTO RUMO AO CENTENÁRIO
10 de Maio de 2009
14:30h - CAMINHADA "A Água e o Solo do Vinho de Carcavelos"
Caminhada por Carcavelos rural e urbano dirigida pelo Professor Fernando Catarino dirigida à comunidade das duas freguesias e a quem se queira associar. O Professor Fernando Catarino, ilustre biólogo que nos vai acompanhar, irá apontar pistas para justificar que o vinho generoso, dito de Carcavelos, só aqui possa ter nascido.A Concentração a partir das 14:00 horas com início da Caminhada às 14:30 horas terá início na Rebelva, na Estrada da Rebelva, junto à porta 692 - A.
Terá a duração de 2 horas e 30 minutos seguindo percursos de água até à Quinta dos Ingleses, terminando depois na Junta de Freguesia de Carcavelos, onde ocorrem outros eventos de natureza cultural. Os participantes na Caminhada devem trazer consigo água e roupa/calçado confortável. É importante que tragam um pequeno caderno com folhas sem linhas porque o Professor Catarino está sempre a surpreender-nos.
Informações e inscrições na sede da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Carcavelos e São Domingos de Rana ou através do e-mail rumoaocentenário@gmail.com
17:10h - JUNTA DE FREGUESIA DE CARCAVELOS
17H10 – Bênção de uma nova ABTM oferecida pela Câmara Municipal de Cascais.
17H25 - Lançamento de livro A Água e o Solo do Vinho de Carcavelos"
Prof. FERNANDO CATARINO com a colaboração de Rogério Carmona.
17H35– Lançamento do livro : UMA CASA CHAMADA PRIMAVERA
Dra ANA DUARTE com a colaboração do Engº Calhamar e Licete Sequeira.
17H55– Entrega de diplomas a Associados e Beneméritos.
18H00 – Sessão Musical:
- Piano pela Profª MADALENA SÁ PESSOA
18H20 – Inauguração da Exposição de pintura
MARYLOU PARDAL MONTEIRO.
Carcavelos de honra.19H45 – Encerramento da sessão
terça-feira, 5 de maio de 2009
Não se pode ter tudo
Desejo I
Quando eu era muito nova
desejava muitas coisas,
rios a correrem por entre seixos,
plantas verdes e muito mar,
uma casa cheia de risos e canto de pássaros,
muitos livros, muita música e muita gente.
Desejava ainda mais coisas,
liberdade sem limites,
uma vida camponesa, colchas de algodão aos retalhos,
pratos de cerâmica colorida,
lãs com cheiro a mato a serem trabalhadas
por muitas mãos.
Bébés a nascerem,
panos de linho a embrulharem pão acabado de cozer.
Quando eu era muito nova,
queria aquilo que parecia simples e fácil de atingir,
descobri mais tarde que afinal eu queria
o sonho e o inantigível,
a ausência da dor e da tristeza.
Afinal eu queria qualquer coisa,
que não existe tal como a imaginamos,
eu queria o impossível...
Anad
segunda-feira, 4 de maio de 2009
Sei que oscilo entre tomar atitudes pacíficas ou intervir frontalmente, entre as duas os pratos da minha balança, balançam...
«Este termo, um dos principais ensinamentos do indiano Mahatma Ghandi, designa o princípio da não-agressão, uma forma não-violenta de protesto. Esta não deve ser confundida com uma adesão à passividade, é uma forma de ativismo que muitas vezes implica a desobediência civil. Gandhi descreveu o termo como: Tenho também a chamado de força do amor ou força da alma. Eu descobri o satyagraha pela primeira vez no inicio da minha busca pela verdade que não admitia o uso da violência contra um adversário, pois o mesmo deve ser desarmado dos seus erros com paciência e compaixão. Sendo o que parece ser verdade para um e um erro para o outro. E paciência significa auto-sofrimento. Assim, a doutrina passou a significar reivindicação de verdade, e não pela inflição de sofrimento sobre o adversário, mas sobre si mesmo.»Wikipédia, a enciclopédia livre.
Mas não, eu oscilo entre este ideal de Gandhi e uma intervenção mais directa, mais frontal, tenho uma profunda revolta pela falta de igualdade de oportunidades e a impotência para resolver os casos mais prementes. Necessito de ideias acompanhadas de coerência de vida e denúncia das situações gritantes, mas a esperança acompanha-me sempre e acredito no azul ao longe, acredito em Deus e na Sua imensa compaixão. Não acredito nas pessoas totalmente boas nem totalmente más, acho que todos nós temos um pouco das duas e cabe a nós equilibrá-las. Até Madre Teresa de Calcutá teve dúvidas e confessou as suas fraquezas. Uma coisa são as palavras, outras os actos. Quando as pessoas se expõem como políticos têm de ser muito coerentes, sérios, credíveis por vários sectores, se são simples nas suas palavras, devem ser simples nos seus actos, nos seus pertences, na vida que escolhem. Há caminhos que têm forçosamente de ser percorridos de maneira diferente e esses pés que os percorrem têm de ser referências para outros pés que querem o mesmo percurso.
Eu não tenho nada contra as tias na política, conheço e sou amiga de algumas excepcionais, que estão fora da vida política, com caminhos exemplares porque de forma sincera despojaram-se da vaidade e soberba humanas e de uma forma natural encaram os outros como iguais, numa plena vivência cristã. Não têm lapsus linguae de uma forma frequente e eu acho que é nas entrelinhas que nós descobrimos muita coisa. É necessário estarmos atentos, por tudo isto vou desobedecer e não vou votar. Vou tentar por em prática o satyagrah.
domingo, 3 de maio de 2009
Continuo farta de política e dos dias das mães, dos pais, dos namorados e quejandos comerciais.
Perante este panorama, desta vez fico em casa, Dri, não tenho outra hipótese amiga .
Aquela eurodeputada do partido socialista, a Edite Estrela há-de andar de cadeira de rodas no parlamento. Sempre os mesmos, vira o disco e toca o mesmo, todos a tocar pela mesma voz, não há vozes independentes! Estou farta de política.
Quanto ao dia da mãe, agradeço que os meus filhos me telefonem e me abracem com palavras ternas, mas comemorar este dia com prendas comerciais, acho horrível, até há anúncios de camisas noites sexy para os filhos oferecerem às mães, poupem-me. Por isso deixei de comemorar o dia do pai e da mãe desde que eles sairam de casa para as suas vidas, de comemorar em conjunto, com prendas e tudo, só tem sentido quando as crianças são pequenas e fazem uns desenhos para a mãe ou para o pai, porque senão eu também entrava na engrenagem, mas hoje nas escolas as crianças são oriundas de famílias tão diferenciadas que nem sei se isso é pedagógico?? Por exemplo na América onde a barriga de aluguer é permitida e o bébé que nasce pode vir a ser adoptado por um casal homosexual, se a criança adoptada comprar uma prenda para a mãe, dá a quem?? É como numa esplanada, no tempo dos meus pais era café ou chá, hoje é : café, chá, tisana, carioca, descafeínado, abatanado, italiana, curto, com leite, expresso e o nespresso eu gosto deste último mas não é pelo café, mas sim pelo Clooney que bebe o café, hihihi. Meus amigos a tradição já não é o que era, hehehehe.
sábado, 2 de maio de 2009
A política portuguesa
«Ilda Figueiredo, sua adversária de campanha, foi uma das primeiras a deixar o sinal: «O PS não pode tentar usar incidentes inaceitáveis para se vitimizar e procurar o voto que não tem por causa do descontentamento popular». Na sua opinião, aliás, «o PS é que tem de pedir desculpas ao PCP», disse, durante uma acção de campanha no Minho.
Jerónimo de Sousa seguiu o mesmo caminho e lembrou um «deslize» de Vital Moreira, que comparou o sucedido na sexta-feira a incidentes de campanha na Marinha Grande, quando Mário Soares lutava com Freitas do Amaral na segunda volta das presidenciais.
«Ele disse que também já tinha tido a sua Marinha Grande, reconhecendo que estava em campanha eleitoral, o que mostra que estão a instrumentalizar a situação», vincou Jerónimo, que aproveita para justificar a sua posição: «Não se pede desculpa a quem está mal intencionado.
Eu só vejo escaramuças deste género e não a resolução dos problemas prementes do país ,ainda por cima fiquei muito irritada com as avultadas quantias de dinheiro que os partidos vão receber para as campanhas. Num momento como este o PCP e Bloco de Esquerda (principalmente) deviam ser os primeiros a reduzir as verbas e a imporem uma campanha austera. Estou farta...
sexta-feira, 1 de maio de 2009
Hoje é dia 1 de Maio e encontrei muitos estabelecimentos abertos
Uns dizem que os portugueses não querem fazer este serviço, outros dizem que os estrangeiros são pagos miseravelmente e os portugueses exigiam os seus direitos e tinham de ser pagos como deve ser, outros ainda dizem que alguns ficam sem receber ordenado, eu já ouvi estas histórias com alguns africanos que quando trabalhavam na construção civil ficaram sem receber aquilo a que tinham direito. Os novos escravosdo século XXI....
Bom aqui vai o relatório da Madeira
Eu no dia seguinte não tive com meias medidas, arranjei um bom médico por milagre e disse na recepção do hotel «eu tenho de sair, mas está a chegar um médico que vai ver o meu marido que está doente, bata por favor à porta e diga: está aqui um médico que a sua mulher chamou e acrescentei, quer ele queira ou não queira o senhor empurre o médico para dentro do quarto» ainda bem que assim foi porque ele estava com uma bronquite infecciosa que ainda hoje está a ser tratada com antibióticos, depois de ter sido visto por outro médico em Cascais, ter tirado uma radiografia etc.
Tudo isto poderia ser um fim de semana estragado, mas não foi, ele tomou os antibióticos, eu depois da acção fui tratar do almoço dele, almoçei e fui com a minha querida ex-aluna dar uma volta pela ilha, estava muita gente da rua pois nesse dia era o desfile da festa da flor que para mim não era novidade, pois noutras visitas já o vi, assim como o Carnaval em que o Famoso Jardim ia vestido de romano e também os festejos do fim de ano. Foram umas sete visitas que eu já fiz a essa tua terrinha. Como não gosto muito de coisas com cheiro excessivo a turismo fui dar uma volta pela ilha, volta essa que no dia seguinte repeti com o meu marido, muito fragilizado coitado e com a nossa amiga, até à Calheta para visitar um edifício novo que eu ainda não tinha visto o Centro de Artes «A Casa das Mudas», um centro de arte contemporânea que tinha uma exposição cujo curador era Alexandre Melo, mas sinceramente não achei nada de especial, valeu a pena pelo edifício que tem um nome girissimo, há muitos anos um pai muito, muito rico tinha duas filhas, que eram herdeiras mais do que desejáveis, mas ele tinha medo que aparecesse algum caça fortunas e nunca deixou que as filhas saíssem muito de casa ou falassem com muita gente, ficaram assim apelidadas de «as mudas» e mudas assim ficaram até ao fim das suas vidas.
Limpei o olhar naquela paisagem, sabe sempre bem sair, mudar e guardar os vários azuis dos oceanos ou os verdes das montanhas na nossa memória.