Um blogue intimista mas ao mesmo tempo aberto para os outros. Um blogue de reflexão sobre o mundo que me rodeia. Falar sobre este país e estas pessoas, falar de museus, bibliotecas, cinema, literatura, dança, teatro, política e sociedade. Enfim um blogue que desejo vivido.
sexta-feira, 30 de abril de 2010
Adormecer com Fernando Pessoa
29 de Maio - dia Mundial da Dança - Fui ver a Gala da Companhia Nacional de Bailado
quinta-feira, 29 de abril de 2010
Ontem fui a Alcobaça.
quarta-feira, 28 de abril de 2010
Hoje...
Magra, livida, quazi morta,
E vae até á beira-mar,
Labios brancos, olhos pizados:
Meu coração dobra a finados,
Meu coração poe-se a chorar...
Perpassa leve como a folha,
E suspirando, ás vezes, olha
Para as gaivotas, para o Ar:
E, assim, as suas pupillas negras
Parecem duas toutinegras,
Tentando as azas para voar! (...)
terça-feira, 27 de abril de 2010
Adormecer com o mais belo poema de Garcia de Lorca
Romance sonâmbulo
Federico Garcia Lorca
(A Gloria Giner e a
Fernando de los Rios)
Verde que te quero verde.
Verde vento. Verdes ramas.
O barco vai sobre o mar
e o cavalo na montanha.
Com a sombra pela cintura
ela sonha na varanda,
verde carne, tranças verdes,
com olhos de fria prata.
Verde que te quero verde.
Por sob a lua gitana,
as coisas estão mirando-a
e ela não pode mirá-las.
Verde que te quero verde.
Grandes estrelas de escarcha
nascem com o peixe de sombra
que rasga o caminho da alva.
A figueira raspa o vento
a lixá-lo com as ramas,
e o monte, gato selvagem,
eriça as piteiras ásperas.
Mas quem virá? E por onde?...
Ela fica na varanda,
verde carne, tranças verdes,
ela sonha na água amarga.
— Compadre, dou meu cavalo
em troca de sua casa,
o arreio por seu espelho,
a faca por sua manta.
Compadre, venho sangrando
desde as passagens de Cabra.
— Se pudesse, meu mocinho,
esse negócio eu fechava.
No entanto eu já não sou eu,
nem a casa é minha casa.
— Compadre, quero morrer
com decência, em minha cama.
De ferro, se for possível,
e com lençóis de cambraia.
Não vês que enorme ferida
vai de meu peito à garganta?
— Trezentas rosas morenas
traz tua camisa branca.
Ressuma teu sangue e cheira
em redor de tua faixa.
No entanto eu já não sou eu,
nem a casa é minha casa.
— Que eu possa subir ao menos
até às altas varandas.
Que eu possa subir! que o possa
até às verdes varandas.
As balaustradas da lua
por onde retumba a água.
Já sobem os dois compadres
até às altas varandas.
Deixando um rastro de sangue.
Deixando um rastro de lágrimas.
Tremiam pelos telhados
pequenos faróis de lata.
Mil pandeiros de cristal
feriam a madrugada.
Verde que te quero verde,
verde vento, verdes ramas.
Os dois compadres subiram.
O vasto vento deixava
na boca um gosto esquisito
de menta, fel e alfavaca.
— Que é dela, compadre, dize-me
que é de tua filha amarga?
— Quantas vezes te esperou!
Quantas vezes te esperara,
rosto fresco, negras tranças,
aqui na verde varanda!
Sobre a face da cisterna
balançava-se a gitana.
Verde carne, tranças verdes,
com olhos de fria prata.
Ponta gelada de lua
sustenta-a por cima da água.
A noite se fez tão íntima
como uma pequena praça.
Lá fora, à porta, golpeando,
guardas-civis na cachaça.
Verde que te quero verde.
Verde vento. Verdes ramas.
O barco vai sobre o mar.
E o cavalo na montanha.
GABRIELA - Romance curto em capítulos - 5ª parte
segunda-feira, 26 de abril de 2010
Hoje fui ver a Laura
Acordar com Confúcio
Para conhecermos os amigos é necessário passar pelo sucesso e pela desgraça. No sucesso, verificamos a quantidade e, na desgraça, a qualidade.
domingo, 25 de abril de 2010
sábado, 24 de abril de 2010
25 DE ABRIL SEMPRE - PARABÉNS FERNANDINHO
Abril de sim, Abril de Não
Manuel Alegre
Eu vi Abril por fora e Abril por dentro
vi o Abril que foi e Abril de agora
eu vi Abril em festa e Abril lamento
Abril como quem ri como quem chora.
Eu vi chorar Abril e Abril partir
vi o Abril de sim e Abril de não
Abril que já não é Abril por vir
e como tudo o mais contradição.
Vi o Abril que ganha e Abril que perde
Abril que foi Abril e o que não foi
eu vi Abril de ser e de não ser.
Abril de Abril vestido (Abril tão verde)
Abril de Abril despido (Abril que dói)
Abril já feito. E ainda por fazer.
Hoje fui ver a exposição da Gulbenkian
sexta-feira, 23 de abril de 2010
GABRIELA - Romance curto em capítulos - 4ª. partec
Ontem fui à Versailles e fiquei triste com o aspecto das ruas e avenidas de Lisboa
quinta-feira, 22 de abril de 2010
GABRIELA - Romance curto em capítulos - 3ª. parte
GABRIELA - Romance curto em capítulos - 2ª. parte
quarta-feira, 21 de abril de 2010
GABRIELA - Romance curto em capítulos - 1ª. parte
Acordar com Clarice Lispector
A Lucidez Perigosa Clarice Lispector Estou sentindo uma clareza tão grande |
terça-feira, 20 de abril de 2010
Adormecer com Graciete Salmon
A VIDA É UMA VITRINA... Graciette Salmon (Poetisa Paranaense) A Vida é uma vitrina de tecidos. |
Gosto de coleccionar tinteiros
segunda-feira, 19 de abril de 2010
Adormecer com Ferreira Gullar
TRADUZIR-SE Ferreira Gullar Uma parte de mim |
Lince Ancho Minde (muito obrigada Minde, em minderico)
sábado, 17 de abril de 2010
Hoje foi um dia de grande alegria.
sexta-feira, 16 de abril de 2010
Hoje disse...
Acordar com más notícias, não é bom
quinta-feira, 15 de abril de 2010
Deitei tantos foguetes com o aparecimento do sol e !!!!!
Acordar com boas notícias
quarta-feira, 14 de abril de 2010
Adormecer com Pablo Neruda
Saudade
Saudade é solidão acompanhada,
é quando o amor ainda não foi embora,
mas o amado já...
Saudade é amar um passado que ainda não passou,
é recusar um presente que nos machuca,
é não ver o futuro que nos convida...
Saudade é sentir que existe o que não existe mais...
Saudade é o inferno dos que perderam,
é a dor dos que ficaram para trás,
é o gosto de morte na boca dos que continuam...
Só uma pessoa no mundo deseja sentir saudade:
aquela que nunca amou.
E esse é o maior dos sofrimentos:
não ter por quem sentir saudades,
passar pela vida e não viver.
O maior dos sofrimentos é nunca ter sofrido.
terça-feira, 13 de abril de 2010
Acordar com a Primavera
segunda-feira, 12 de abril de 2010
Mais duas lojas do comércio tradicional que eu recomendo
Acordar com Carlos Drummond de Andrade
domingo, 11 de abril de 2010
Adormecer com Ana Luísa Amaral
RITMOS
E descascar ervilhas ao ritmo de um verso:
a prosódia da mão, a ervilha dançando
em redondilha.
Misturar ritmos em teia apertada: um vira
bem marcado pelo jazz, pas
de deux: eu, ervilha e mais ninguém
De vez em quando o salto: disco sound
o vazio pós-moderno e sem sentido
Ah! hedónica ervilha tão sozinha
debaixo do fogão!
As irmãs recuperadas ainda em anos 20
o prazer da partilha: cebola, azeite
blues desconcertantes, metamorfose em
refogados rítmicos
(Debaixo do fogão
só o silêncio frio)
ANA LUÍSA AMARAL, Minha Senhora de Quê, Quetzal Editores, Lisboa, 1999: 58