Um domingo cheio de netos e amiguinha da neta

Um domingo cheio de netos, amiguinha da neta, brincadeiras no jardim, praia e almoços com muita alegria. Eu, os meus filhos e marido fazemos sempre no fim uma sessão de canto coral com as canções da nossa meninice: oliveirinha da serra, as pombinhas da catrina, o jardim da celeste e outras de séries infantis da Tv nos anos 80, o saudoso Datarcão, como exemplo. É muito bom. A alergia é que de de vez em quando vêm em força, hoje estou péssima. Ah é verdade a Windy está sempre em cima de todos os acontecimentos.

Os excertos da coreografia das Fábulas de La Fontaine - CêDêCê

Um sábado que passou vendo os netos a crescer, um desenvolvimento nos desenhos da Francisca e uma nova coreografia do meu filho mais novo.

Hoje foi um dia muito bom com os filhos e os netos à minha volta. A Francisca já desenha a figura humana toda e até com saltos altos, já tem 43 meses, o António Maria já anda sem ajuda, tem 14 meses e a Margarida com 10 meses e meio já faz gracinhas e já gatinha muito com agilidade. A Francisca teve a sua sessão de pinturas e desenho comigo e evoluiu muito no desenho da figura humana, até assina com um F as suas obras. Fizemos hoje um «cadavre exquis». Temos artista.

O meu filho mais novo tem tido muito êxito com a nova coreografia que a CêDêCê tem levado por esse país. Chama-se Contos de La Fontaine. Foram escolhidos vários contos coreografados por vários artistas. O último «O corvo e a raposa» é da autoria do meu filho. No dia 26 de Junho estreia outra produção para a CêDêCê, que falarei mais daqui a uns tempos. O meu filho mais velho, jornalista, continua com os seus artigos muito bem feitos, cada vez mais aprofundados e belas entrevistas. Vai passar férias à Madeira e a sua mulher está a tornar-se uma especialista em realização. A minha filha mais velha continua com as suas múltiplas traduções, dotadamente poliglota e a minha filha mais nova continua com muita seriedade e brilho o seu trabalho de repórter assim como o seu marido com igual profissão. Sou uma mulher afortunada, não preciso hoje de muita coisa a não ser a minha família e ânsia de saber e aprender sempre até morrer. Continuo a emagrecer e desta vez acredito mesmo que vou levar a dieta até ao fim.

Novamente no Montenegro....

Novamente no restaurante Montenegro reuniram-se 5 pequenas dos Estudos de Mercado da Lever (IEM) anos 60: a Olga, a Mena, a Mané e a Aura que eu não via há uns bons quarenta anos e eu. Foi mesmo muito bom, a Aura tirando algumas rugas está na mesma. Recordámos bons tempos e é engraçado quando encontramos alguém que foi nossa amiga na juventude é como se a tivéssemos visto na semana passada. Combinámos novos almoços ou em diferentes restaurantes ou nas nossas casas, uma vez por mês, vamos a ver se cumprimos. A Mané vai ser avó, duas de nós já somos avós e então foi um desenrolar de conversas e revisão de fotografias que quase ficávamos para o jantar. Um dia muito bom.

A Maria Celeste é um amor de rapariga..

Ontem fui almoçar a casa de uma amiga querida com outros amigos. A Celeste foi uma querida para mim fez-me um peixe cozido sem sal, sopa sem sal e mantive a minha dieta apesar das maravilhosas iguarias que estavam presentes. O Carlinhos da Zé levou presentes para todos trazidos da sua viagem a Veneza. Por causa do vulcão passou lá dias a mais. Foi uma tarde tão agradável, conversamos tanto, rimo-nos tanto, que bom que é passar assim um domingo com pessoas sãs e amigas.

Amigos e amigas preparem-se porque o episódio final do meu romance curto GABRIELA está quase a aparecer, devido a pedidos de todos os lados. Estejam atentos.

Na quinta feira feira grande paródia, na sexta e sábado trabalho a sério

Na quinta feira fui a uma pedóloga, para ela analisar os meus queridos pés. Fiquei satisfeita pois ela elogiou-os, o que me é natural pois eu tenho muito cuidado com eles. Fui a uma policlínica na Rua Guerra Junqueiro 19 em Lisboa e gostei bastante, a Drª. Raquel Ribeiro é uma especialista bem cotada e já tinha ouvido dizer muito bem dela, depois foi só paródia, com as amigas das viagens, Arminda, Maria José e Mina. Fomos comer ao Magnólia do Cinema Londres, não há dúvida que é um restaurante e pêras. Comemos um bife vegetariano de chorar por mais e a Mina que teve de vir mais tarde uma bela sobremesa. Eu continuo com a dieta e a emagrecer, depois fomos para o Centro Comercial das Amoreiras comprar sapatos, calçámos tantos que a empregada já estava estafada. Decidi-me então por umas sandálias da Aerosoles, muito económicas e giras, assim como a Zé fez belas compras tendo em vista um casamento próximo. Os pézinhos de chinesa da Mina ficavam a nadar em todos os sapatos. O melhor foi que nos fartámos de rir e isso é sempre bom, especialmente com uns óculos que a Zé arranjou e que parecia um corredor da fórmula 1, ela bem disse que ia-me enviar uma foto, mas até à data não chegou.

Sexta e sábado trabalhei 12 horas na Faculdade a ouvir os excelentes trabalhos que os meus alunos e alunas apresentaram. Alguns foram excepcionais, fiquei tão orgulhosa. A Sara Barriga uma das amiguinhas mais novas foi lá visitar-me, sei que está a coordenar o serviço educativo do Museu Paula Rego, ela bem merece porque é competente e de uma imaginação prodigiosa. Amanhã vou a um almoço mas a casa da Celeste e assim ando num virote, meu Deus.

Adormecer com estas notícias, que pesadelo...

«Em menos de uma semana, o discurso mudou. Em vez de um ano e meio de aumento do IVA, de sobretaxa no IRS e taxa extraordinária sobre as empresas com lucros acima dos dois milhões de euros, as medidas de austeridade poderão agora prolongar-se "enquanto forem necessárias para assegurar que a redução do défice é sustentável e duradoura", diz o ministro das Finanças.»

O ministro das Finanças assegura que as medidas do plano de austeridade, se manterão em vigor, tanto tempo quanto necessário. Inicialmente, o plano estaria em vigor até ao final de 2011, mas já ontem, um relatório do Banco de Portugal alertava para a necessidade do documento se manter em vigor até 2013. E agora Teixeira dos Santos também admitiu esse prazo.

Acordar cheia de alergia com Gilberto Gil para animar.

Voltei a Mértola, linda terra do meu avô...

Fui a Mértola outra vez para dar formação em museologia, correu do melhor que há. Os vinte cinco de há dois anos apareceram outra vez todos e foi uma alegria. Fui no domingo e fiquei em casa da minha querida amiga Ligia, trataram-me lindamente e no outro dia fizemos a formação com muito entusiasmo. O tema versava sobre Museus e Turismo e o grupo aprofundou de forma incrível as potencialidades turísticas do concelho. O pior foram as gramineas e o calor, adoro o Alentejo mas não poderia lá viver, Calor, com um bocado de vento e gramineas dão cabo de mim neste mês de Maio e Junho. Sou tão alérgica a tudo o que tem grãos que até fiz parte de uma tese de doutoramento de um médico alergologista. Hoje estou feliz mas com uma vista quase fechada com conjuntivite alérgica. mas foi muito bom, quando tiver disponibilidade vou fazer a minha árvore genealógica para deixar aos meus netos.

Gostei de estar com o Cláudio Torres, é sempre um prazer estar com pessoas com quem aprendemos muito e a obra dele em Mértola é fantástica. ele disse de brincadeira «fiz dois Km para te vir ver» e eu gostei e dei-lhe um grande abraço.

Hoje estou de molho, a descansar para amanhã voltar para a minha netinha mais nova.

Acordar com Martin Luther King Jr.

"Acredito que a verdade desarmada e o amor incondicional terão a última
palavra."
-Dr. Martin Luther King Jr.

Adormecer com John Lenon

Boa música, boa voz e bom poema

Ontem estive a jantar com a minha querida amiga Molc

Ontem finalmente pude encontrar-me com a minha querida amiga Molc, nome que nós por brincadeira lhe chamamos pois são as iniciais do seu nome. Ela passa metade do tempo em França e metade em Portugal. Foi uma grande investigadora (mais o seu marido o saudoso Henri) de museologia e é talvez a maior pensadora intelectual nesta área. Ainda trabalha muito e como já está reformada do CNRS, o maior centro de investigação científica de França, trabalha agora com mais calma e eu vou integrar alguns textos meus numa obra que ela está a realizar. Ela agora reformada, trabalha as horas que quer, vê quem quer e quando quer.

Falámos de tudo, das nossas vidas, da museologia portuguesa, ouvimos música e até falámos do Papa, particularmente naquela frase feliz que ele disse no CCB «(...) não façais só obras belas, tornai-vos pessoas belas(...), continuo a achar que a mensagem de Cristo é realmente importante para o mundo, mas continuo a dizer que o que mais me interessa é a minha relação com Deus, alguns membros da entourage da igreja quanto a mim afastam muito as pessoas dela.

À noite ela trouxe-me no seu pequeno Smart da sua casa em Lisboa à Parede e ainda lhe dei um cafézinho. Muito bom.

Acordar com algumas mensagens do Papa em Portugal

(...)No nosso tempo em que a fé, em vastas zonas da terra, corre o perigo de apagar-se como uma chama que já não recebe alimento, a prioridade que está acima de todas é tornar Deus presente neste mundo e abrir aos homens o acesso a Deus. Não a um deus qualquer, mas àquele Deus que falou no Sinai; àquele Deus cujo rosto reconhecemos no amor levado até ao extremo (cf. Jo 13, 1) em Jesus Cristo crucificado e ressuscitado. Queridos irmãos e irmãs, adorai Cristo Senhor em vossos corações (cf. 1 Ped 3, 15)! Não tenhais medo de falar de Deus e de ostentar sem vergonha os sinais da fé, fazendo resplandecer aos olhos dos vossos contemporâneos a luz de Cristo, tal como a Igreja canta na noite da Vigília Pascal que gera a humanidade como família de Deus.(...)

Mangualde uma surpresa agradável.

Eu tinha um passeio marcado com a minha associação para 8 e 9 de Maio, mas eis senão quando me convidaram para confrade da Confraria do Vinho de Carcavelos com as cerimónias a realizarem-se no dia 8 até ao almoço. Não fui a Viseu, que conheço bastante bem mas fui ter com eles a Mangualde. Apanhei o expresso às 16h, em Sete Rios e cheguei às 19h30m. O João António que é um querido lá estava à minha espera com o Director do belíssimo Hotel de Santa Maria do Castelo em Mangualde. Nessa noite dançámos que nos fartámos com um dos Ranchos Folclóricos da terra e depois por volta da meia-noite até à 1h da manhã discutimos o livro Volfrâmio de Aquilino Ribeiro. O Tomás que ficou encarregue de animar a sessão foi fantástico, tinha o trabalho de casa todo feito.

No dia seguinte fomos visitar três igrejas maravilhosas destacando a da Misericórdia e de tarde a grande surpresa, o Palácio dos Condes de Anadia, que foram senhores de Mangualde. Uns azulejos fantásticos feitos na Cerâmica de Coimbra, de uma beleza e recorte excepcionais e com os quadros a óleo de vários membros da família, muito bem conservados. Lá estava Simão Paes do Amaral, com a sua mulher, parentes do Miguel Paes do Amaral da TVI. Este seu parente Simão foi o que mandou construir a linda igreja da Misericórdia.

Depois fomos visitar uma Cooperativa de vinhos. Eu prefiro as produções mais pequenas e de fabrico artesanal, quer de vinho quer de outro produto qualquer, como por exemplo a queijeira que nós fomos visitar a seguir e essa sim um bom exemplo dos genuínos sabores do nosso país: o queijo da Serra da Estrela. Da janela da quinta via-se um belo panorama da serra com o nome do queijo, ao longe.

Claro que a Lídia uma grande querida esteve sempre a tirar fotos com a sua máquina. Estará a tirar alguma foto à Mina, outra querida? Esta Associação tem de mudar de nome, tem que passar a chamar-se Associação Cultural das Queridezas.

E lá fui eu entronizada irmã confrade do Vinho de Carcavelos

Não será este Mané?

Para Sempre (Drummond de Andrade)

Por que Deus permite
que as mães vão-se embora?
Mãe não tem limite,
é tempo sem hora,
luz que não apaga
quando sopra o vento
e chuva desaba,
veludo escondido
na pele enrugada,
água pura, ar puro,
puro pensamento.
Morrer acontece
com o que é breve e passa
sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça,
é eternidade.
Por que Deus se lembra
- mistério profundo -
de tirá-la um dia?
Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre
junto de seu filho
e ele, velho embora,
será pequenino
feito grão de milho.

Adormecer com Almada Negreiros....

MÃE



Mãe! Vem ouvir a minha cabeça a contar histórias ricas que ainda não viajei!
Traz tinta encarnada para escrever estas coisas!
Tinta cor de sangue verdadeiro, encarnado!
Eu ainda não fiz viagens
E a minha cabeça não se lembra senão de viagens!
Eu vou viajar.
Tenho sede! Eu prometo saber viajar.
Quando voltar é para subir os degraus da tua casa, um por um.
Eu vou aprender de cor os degraus da nossa casa.
Depois venho sentar-me a teu lado.
Tu a coseres e eu a contar-te as minhas viagens, aquelas que eu viajei, tão parecidas com as que não viajei, escritas ambas com as mesmas palavras.
Mãe! Ata as tuas mãos às minhas e dá um nó-cego muito apertado!
Eu quero ser qualquer coisa da nossa casa.
Eu também quero ter um feitio, um feitio que sirva exactamente para a nossa casa, como a mesa. Como a mesa.
Mãe! Passa a tua mão pela minha cabeça!
Quando passas a tua mão na minha cabeça é tudo tão verdade!

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Campeões, campeões, nós somos campeões.....

Amigos e amigas online...

Vou dar-vos uma novidade: amanhã vou ser irmã da Confraria do Vinho de Carcavelos. Vou vestir aquela fatiota e tudo. Vai ser um must, Dar-vos-ei notícias frescas do acontecimento, depois de almoço parto para Viseu e Mangualde onde irei passar o fim de semana. A minha vida está a 1 000 à hora. Sinto necessidade de parar. Hoje fui tirar análises e para a semana irei fazer uma primeira ronda de médicos, veremos como está a minha saúde.

Árvore Genealógica

Árvore Genealógica É a crónica do Luis Fernando Verissimo, filho do Erico Verissimo, que publica semanalmente na folha de S. Paulo Árvore Genealógica - Luiz Fernando Veríssimo - Mãe, vou casar! - Jura, meu filho ?! Estou tão feliz ! Quem é a moça ? - Não é moça. Vou casar com um moço. O nome dele é Murilo. - Você falou Murilo... Ou foi meu cérebro que sofreu um pequeno surto psicótico? - Eu falei Murilo. Por que, mãe? Tá acontecendo alguma coisa? - Nada, não.. Só minha visão que está um pouco turva. E meu coração, que talvez dê uma parada. No mais, tá tudo ótimo. - Se você tiver algum problema em relação a isto, melhor falar logo... - Problema ? Problema nenhum. Só pensei que algum dia ia ter uma nora... Ou isso. - Você vai ter uma nora. Só que uma nora... Meio macho. Ou um genro meio fêmea. Resumindo: uma nora quase macho, tendendo a um genro quase fêmea... - E quando eu vou conhecer o meu. A minha... O Murilo ? - Pode chamar ele de Biscoito. É o apelido. - Tá ! Biscoito... Já gostei dele... Alguém com esse apelido só pode ser uma pessoa bacana. Quando o Biscoito vem aqui ? - Por quê ? - Por nada. Só pra eu poder desacordar seu pai com antecedência. - Você acha que o Papai não vai aceitar ? - Claro que vai aceitar! Lógico que vai. Só não sei se ele vai sobreviver... Mas isso também é uma bobagem. Ele morre sabendo que você achou sua cara-metade... E olha que espetáculo: as duas metade com bigode. - Mãe, que besteira ... Hoje em dia ... Praticamente todos os meus amigos são gays. - Só espero que tenha sobrado algum que não seja... Pra poder apresentar pra tua irmã. - A Bel já tá namorando. - A Bel? Namorando ?! Ela não me falou nada... Quem é? - Uma tal de Veruska. - Como ? - Veruska... - Ah !, bom! Que susto! Pensei que você tivesse falado Veruska. - Mãe !!!... - Tá..., tá..., tudo bem... Se vocês são felizes. Só fico triste porque não vou ter um neto... - Por que não ? Eu e o Biscoito queremos dois filhos. Eu vou doar os espermatozóides. E a ex-namorada do Biscoito vai doar os óvulos. - Ex-namorada? O Biscoito tem ex-namorada? - Quando ele era hétero... A Veruska. - Que Veruska ? - Namorada da Bel... - "Peraí". A ex-namorada do teu atual namorado... E a atual namorada da tua irmã. Que é minha filha também... Que se chama Bel. É isso? Porque eu me perdi um pouco... - É isso. Pois é... A Veruska doou os óvulos. E nós vamos alugar um útero. - De quem ? - Da Bel. - Mas . Logo da Bel ?! Quer dizer então... Que a Bel vai gerar um filho teu e do Biscoito. Com o teu espermatozóide e com o óvulo da namorada dela, que é a Veruska... - Isso. - Essa criança, de uma certa forma, vai ser tua filha, filha do Biscoito, filha da Veruska e filha da Bel. - Em termos... - A criança vai ter duas mães : você e o Biscoito.E dois pais: a Veruska e a Bel. - Por aí... - Por outro lado, a Bel...,além de mãe, é tia... Ou tio.... Porque é tua irmã. - Exato. E ano que vem vamos ter um segundo filho. Aí o Biscoito é que entra com o espermatozóide. Que dessa vez vai ser gerado no ventre da Veruska... Com o óvulo da Bel. A gente só vai trocar. - Só trocar, né ? Agora o óvulo vai ser da Bel. E o ventre da Veruska. - Exato! - Agora eu entendi! Agora eu realmente entendi... - Entendeu o quê? - Entendi que é uma espécie de swing dos tempos modernos! - Que swing, mãe?!!.... - É swing, sim! Uma troca de casais... Com os óvulos e os espermatozóides, uma hora no útero de uma, outra hora no útero de outra... - Mas.. - Mas uns tomates! Isso é um bacanal de última geração! E pior... Com incesto no meio... - A Bel e a Veruska só vão ajudar na concepção do nosso filho, só isso... - Sei!!!... E quando elas quiserem ter filhos... - Nós ajudamos. - Quer saber? No final das contas não entendi mais nada. Não entendi quem vai ser mãe de quem, quem vai ser pai de quem, de quem vai ser o útero, o espermatozóide... A única coisa que eu entendi é que... - Que.. ? - Fazer árvore genealógica daqui pra frente... vai ser fodido

Acordar com Pablo Neruda

"Morre lentamente quem não viaja,
Quem não lê,
Quem não ouve música,
Quem destrói o seu amor-próprio,
Quem não se deixa ajudar.
Morre lentamente quem se transforma escravo do hábito,
Repetindo todos os dias o mesmo trajecto,
Quem não muda as marcas no supermercado,
não arrisca vestir uma cor nova,
não conversa com quem não conhece.
Morre lentamente quem evita uma paixão,
Quem prefere O "preto no branco"
E os "pontos nos is" a um turbilhão de emoções indomáveis,
Justamente as que resgatam brilho nos olhos,
Sorrisos e soluços, coração aos tropeços, sentimentos.
Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz no trabalho,
Quem não arrisca o certo pelo incerto atrás de um sonho,
Quem não se permite,
Uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos.
Morre lentamente quem passa os dias queixando-se da má sorte ou da
Chuva incessante,
Desistindo de um projecto antes de iniciá-lo,
não perguntando sobre um assunto que desconhece
E não respondendo quando lhe indagam o que sabe.
Evitemos a morte em doses suaves,
Recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior do que o
Simples acto de respirar.
Estejamos vivos, então!”
Pablo Neruda

Adormecer com Sophia de Mello Breyner Andresen

Os espelhos Os espelhos acendem o seu brilho todo o dia Nunca são baços E mesmo sob a pálpebra da treva Sua lisa pupila cintila e fita Como a pupila do gato Eles nos reflectem. Nunca nos decoram Porém é só na penumbra da hora tardia Quando a imobilidade se instaura no centro do silêncio Que à tona dos espelhos aflora A luz que os habita e nos apaga: Luz arrancada Ao interior de um fogo frio e vítreo Sophia de Mello Breyner Andresen

Acordar com Carlos Drummond de Andrade

Olho o cometa
com deslumbrado horror de sua cauda
que vai bater na Terra e o mundo explode.
Não estou preparado! Quem está,
para morrer? O céu é dia,
um dia mais bonito do que o dia.
O sentimento crava unhas
em mim: não tive tempo
nem mesmo de pecar, ou pequei bem?
Como irei a DEUS sem boas obras,
e que são boas obras? O cometa
chicoteia de luz a minha vida
e tudo que não fiz brilhar em diadema
e tudo é lindo.
Ninguém chora
nem grita.
A luz total
de nossa morte faz um espetáculo...

Hoje foi um dia só para mim...

De manhã cheguei a horas ao gabinete de estética onde a Fatinha uma querida me tratou do rosto e do corpo. Saí de lá tarde e almocei uma omelete com muita salada. Em seguida fui a outra querida a Ilda, tudo em Cascais onde arranjei o cabelo. Não sou muito fiel a cabeleireiros, vou a vários, um para o corte, o Paulo Vieira, não há como ele, é científico a cortar e tem tesouras diversas umas com dentes e outras sem, mas o resultado é sempre óptimo e caro, mas só vou três a quatro vezes por ano. Para pintar vou a Cascais e também para arranjar unhas e fazer o brushing. Às vezes vou a um cabeleireiro em Alpiarça ou em Alcobaça, gosto delas e não penteiam mal e são muito mais baratas e também vou a Lisboa onde são muito mais caras mas melhores em certo sentido. Só lavo a cabeça em casa quando corto o cabelo, durante o primeiro mês, depois começo a ir ao cabeleireiro. Para a semana vou a uma pedologa para ela analisar os meus pés e tratar deles. Necessitamos de tratar de nós. A minha dieta está a fazer efeito e já me saíram do corpo sete quilos o que é muito bom. Vou fazer análises na quinta feira e vou começar a minha ronda de médicos. Temos de tratar de nós, nós somos importantes.

À tarde continuei com a minha investigação para o livro dos Bombeiros e à noite fui jantar a casa de outra amiga pintora, a Isabel Nunes que está a pintar muito bem e tem percorrido o país com as suas obras. Amanhã volto à rotina com a minha netinha boneca e depois irei jantar a casa do meu filho mais velho a quem num acto de generosidade ofereci a minha Bymbi, pois ele está desejoso de começar a cozinhar. Vamos experimentar os menus saídos da máquina fada eu e a minha filha mais velha, darei notícias do repasto.

Adormecer com Fernando Pessoa

" Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes, mas não esqueço de que minha vida é a maior empresa do mundo. E que posso evitar que ela vá à falência.

Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver, apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.

Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar um autor da própria história.

É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma.

É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.

Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.

É saber falar de si mesmo.

É ter coragem para ouvir um não. É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.

Pedras no caminho?

Guardo todas, um dia vou construir um castelo...»

Acordar com um pensamento...

Mesmo no mais alto trono do mundo estamos sempre sentados sobre o nosso rabo.

Michel de Montaigne

GABRIELA - Romance curto em capítulos - 6ª. parte

Gabriela, telefone para ti. Estou, ah sim, sim, que bom. Claro, claro que podem vir a minha casa, eu sou Gabriela dos Santos Lucialima, sim, toda a gente me diz isso, é um apelido fora do vulgar, mas é um nome que vem do meu bisavô que gostava muito de plantas medicinais e as cultivava lá na aldeia. Obrigada, também acho um bonito apelido. Bom, quando é que vêm a minha casa? Sábado, está óptimo para mim, eu não trabalho e assim podemos ver as minhas roupas com calma. Às 15 horas, certo, certo, lá vos esperarei. Adeus.

Meninas para a semana eu vou ficar estrela de cinema, sexy como nunca me viram. Gabriela não grites tanto, disse uma colega com ar invejoso, não te excites, vamos ver o resultado. Ai, ainda bem que eu hoje sou loira, eles reparam logo quem está na moda. Hoje é o dia mais feliz da minha vida. Vou telefonar ao meu irmão e à minha cunhada e dizer-lhes para se prepararem para receber a nova irmã, loira, explosiva e sexy. Se calhar até vou ter mais oportunidades em termos profissionais. Mudança, Mudança está na hora do dia, disse Gabriela quando se sentou finalmente na sua secretária.

Há quanto tempo Rita!!!

Há quanto tempo eu não jantava longamente com a Ritinha, uma das minhas amigas mais novas da museologia. O seu trabalho no centro de interpretação de Aljubarrota vai de vento em popa. É das jovens mais inteligentes da nova geração dentro do mundo da museologia que eu eu conheço e tive oportunidade de trabalhar. Fiquei a saber todas as novidades. É sempre bom ter amigos por toda a parte. Vamos estando up to date. E vamos confirmando as nossas convicções.