segunda-feira, 29 de outubro de 2012

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

quarta-feira, 24 de outubro de 2012


Teoria geral do desprezo

Hoje

A proposta de redução do valor mínimo do subsídio de desemprego em 42 euros, enviada pelo governo aos parceiros sociais é a mais chocante e a mais desconcertante de todas as novas medidas previstas de corte nas prestações sociais. A severidade dos cortes leva, por exemplo, o Jornal de Negócios, a usar a palavra "razia" na manchete desta manhã. Dói, assusta, indigna, mas já não espanta, tamanha tem sido a frieza e a insensibilidade das decisões.Mas aquela concreta proposta de redução do valor mínimo do subsídio de desemprego para os 377 euros provoca ainda estupefacção, é ainda desconcertante na medida em que configura uma ofensa gratuita à própria ideia de concertação. Já não revela apenas insensibilidade social, mas desprezo pelos mais desamparados. É uma seringa que procura a veia onde corre já, apenas um fio ténue,, não para injectar um sopro de vida, mas para sangrar ainda mais o desvalido, para provocar o seu desfalecimento.O ministro Mota Soares explicou entretanto que se trata apenas de uma proposta e as habituais fontes próximas sugerem que o governo pode deixar cair a medida. Trata-se de uma prática já sucessivamente ensaiada, a do barro à parede. Uma medida esconde outra, ainda mais gravosa. Ou aquela tão escandalosa serve de pretexto a um recuo. Mas deixe ou não cair a medida, o governo deixou cair, irremediavelmente, a máscara da preocupação social.Deve o actor politico com responsabilidades governativas atender à noção de limite. Saber os limites razoáveis da sua acção.Ora esta é uma área em que o governante não lida apenas com os limites do cálculo diferencial ou qualquer outro da formulação matemática. Por mais que pareça ser esse o único limite da visão gaspariana, há limites éticos. Há limites impostos pela sensibilidade social, pela compaixão diante do sofrimento.Mota Soares fala em documento preliminar. Mas esse é um assunto em que devia dispensar os preliminares. Quem vai ser brutalizado, dispensa carícias e falas mansas.

TSF - autoria

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Mais um aniversário


Estou a pensar como foi bom este ano comemorar o meu aniversário. Pareciam os dias de boda nas localidades rurais. Durou três dias. Como fiz anos a uma 2ª. feira achei que não seria bom comemorar com todos os meus filhos e netos à noite, pois não era saudável as crianças deitarem-se tarde e no dia seguinte terem que levantar-se cedo para ir para a escola. Por isso nesse dia jantei em casa da minha filha com a presença das minhas filhas e genro e das duas netinhas que me deram um lindo ramo de flores brancas, a minha cor preferida assim como as amarelas. O meu filho mais velho que anda desde o fim de Setembro a dar uma volta pelas Estados Unidos da América, uma viagem fantástica, telefonou-me e enviou-me os parabéns pelo blog da viagem. no sábado a seguir convidei-os a todos os que estavam cá, filho, filhas, genro, nora e netos para um almoço num restaurante que eu adoro e recomendo, chama-se «Terra» e é na rua da Palmeira ao Príncipe Real. É vegetariano/vegan. Tem um jardim interior maravilhoso e como eu adoro o Outono, a temperatura estava estupenda e amena Aí o convívio foi óptimo, depois de uma breve passagem pelo parque infantil do Jardim do Príncipe Real, o meu filho mais novo foi com a mulher e o Antoninho ouvir a sagração da Primavera à Gulbenkian, pois o meu neto está a aprender violino. Como não arranjei bilhetes para as minhas netas, fui com elas ver uma peça no Tivoli, um musical sobre o corpo humano, a mais velha compreendeu tudo, a mais pequenina algumas coisa, só tem três aninhos, mas esteve muito atenta. Portaram-se muito bem. No dia seguinte fui almoçar a casa do meu filho mais novo com a minha filha mais nova e genro e as meninas. Depois à tarde, desenhos, jogos bandas de música e muita, muita animação. Estes contactos fazem-me sentir jovem e até já penso dar uma coloração ao cabelo e um corte «Bob» que é a tendência para este inverno e para todas as idades. Tem de ser curto, porque com um «Long Bob» posso parecer uma perua. E assim se passam os dias e os anos de uma sexagenária um pouco hippie, especialmente por dentro.

domingo, 21 de outubro de 2012

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Excerto do diário do meu querido filho Ricardo pelos USA


A América está lá fora, mas aqui dentro vive-se Portugal. Talvez este seja mesmo um dos pequenos grandes prazeres da imigração: um encontro de amigos à volta de uma mesa, unidos pela circunstância de terem deixado o seu país há muito (ou há pouco) tempo. A casa do Onésimo Teotónio de Almeida e da Leonor Simas-Almeida recebe-nos numa hospitalidade bem portuguesa, feita do calor dos reencontros e da intensidade dos afectos. A comida (de chorar por mais), o vinho e a conversa levam-nos por momentos a Portugal. E, durante a viagem, a saudade torna-se palavra de mais fácil definição.