terça-feira, 30 de junho de 2009



Morreu Pina Bausch

Li a notícia e fiquei triste, era uma coreógrafa que eu admirava muito. Não tive oportunidade de a ver actuar em Lisboa, mas via-a no filme de Pedro Almodóvar, Fala com Ela e adorei. Tal como a Martha Graham, ela revolucionou a dança contemporânea. O contributo que ambas deram foi fundamental para que a dança acompanhasse as movimentações artísticas que se operaram noutras artes performativas e não só.

«Philippine Bausch, mais conhecida como Pina Bausch(Solingen, 27 de julho de1940 Wuppertal, 30 de Junho de2009), foi uma coreógrafa,dançarina, pedagoga de dança e diretora de balé alemã.

Conhecida principalmente por contar histórias enquanto dança, suas coreografias eram baseadas nas experiências de vida dos bailarinos e feitas conjuntamente. Várias delas são relacionadas a cidades de todo o mundo, já que a coreógrafa retirava de suas turnês idéias para seu trabalho.

Entre os seus temas recorrentes estavam as interações entre masculino e feminino - uma inspiração paraPedro Almodóvar, em cujo filme, Fale com ela, Pina aparece em uma bela sequência de dança.

Foi diretora da Tanztheater Wuppertal Pina Bausch, localizada em Wuppertal. A companhia tem um grande repertório de peças originais e viaja regularmente por vários países.» Este texto foi retirado da Wikipédia

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Adormecer com este pensamento

Aquelas pessoas que nos magoaram fizeram apenas o que sabiam fazer, em função das condições de suas vidas.
Se você não perdoar, permitirá que essas mágoas antigas continuem a dominá-lo.

Wayne W. Dyer

Gosto de fazer algumas actividades em equipa

Vou ver se consigo fazer algumas actividades em equipa, mas o problema é que necessito de ter muita empatia com a equipa para que as coisas resultem com prazer. Por exemplo ateliês de pintura, a energia que as pessoas que fazem parte do grupo transmitem são decisivos para o meu bem estar e inspiração, tal como cozinhar ou fazer trabalhos manuais, só gosto de fazer sozinha investigação, ler (excepto na comunidade de leitores e mesmo assim....), escrever, meditar.
Porque é que não é fácil ter uma empatia natural com todas as pessoas? Porquê? Eu por exemplo necessito ter afinidades culturais, espirituais, gostos, conversas e sobretudo gosto de pessoas desprovidas de preconceitos e tenham uma generosidade genuína. Necessito que elas gostem de mim e eu delas. O tom de voz, a maneira de olhar, a conversa e os pequenos gestos revelam tanto da pessoa, mas também acredito que as pessoas se mostram a pouco e pouco.
Já gostei de pessoas com as quais não tive empatia de início e desiludi-me com outras com a convivência ou com situações decisivas e nessas elas mostraram o seu carácter. Nós humanos somos um mistério e mudamos muito de opinião e nesta selva que é o mundo profissional, os sobreviventes esquecem tudo, amizades, cumplicidades etc.. e nós só percebemos que são sobreviventes nessa altura. Então nesse caso temos de escolher para a nossa vida pessoal o melhor que encontramos e ir deixando pelo caminho, sem amargo de boca, os que não podem fazer parte do nosso universo.
Eu uma vez vi um fime que me impressionou muito e vi nele a vida real; Dogville é um filme lançado em 2003 e dirigido por Lars von Trier, com Nicole Kidman e Paul Bettany entre outros.
E muito da moral da história gira em torno da diferença entre o altruísmo - dar sem esperar nada - e o quid pro quod - que exige uma compensação equivalente para cada acção.

domingo, 28 de junho de 2009

Hoje foi um dia especial


Hoje estive a almoçar em minha casa com os amigos das viagens. Estamos a comemorar o aniversário do meu marido que é para breve e começamos de véspera com vários almoços em separado. Hoje o tema do almoço era o vermelho. Foi uma forma que arranjámos para nos divertimos e criar mais intimidade de espírito. Eles e elas vieram com algumas peças vestidas de vermelho e leram textos e poemas muito engraçados. O meu marido recebeu de prenda do grupo uma escultura do Pé Curto e pela tarde dentro mesmo com chuva ficámos pelo jardim, só quando a água caiu forte fomos para a sala e levámos o resto da tarde a falar de fenómenos paranormais.

Todos nós tínhamos algo para contar: um sonho que se concretizou e que resultou numa promenição, uma angústia estranha na hora em que o pai morreu e outros fenómenos assaz estranhos que aconteceram em determinada altura da nossa vida. A ciência é uma coisa, aquilo que não está provado é outra, mas há muitas coincidências com ausência de cientificidade. Eu gosto de ouvir, talvez porque em pequena uma criada da casa do meu avô contava-me histórias de lobisomens e bruxas e eu adorava.

Hoje sou completamente reticente, mas gosto de conhecer fenómenos estranhos: já fui a uma mãe de santo em Salvador da Bahia, a astrólogos, a tarólogos, regressões etc., mas por puro desejo de conhecer o outro lado misterioso da vida.

Voltemos ao almoço, no final lemos os nossos poemas e eu disse este de pé quebrado, foleiroso, mas diverti-me: Vermelho é cor de coração/Vermelho é cor da flor/Vermelho é cor da paixão/Vermelho é cor do rubor/Vermelho é cor das bandeiras/Benfiquista e Portuguesa/Vermelho é sangue nas veias/E da gelatina na sobremesa/Vermelho é esta vontade/De vos ter em minha casa/Vermelho é cor da amizade/Com branco fica rosa.

sábado, 27 de junho de 2009

Amanhã tenho um almoço com alguns amigos do grupo das viagens

Amanhã vou reunir aqui alguns amigos do grupo das viagens e estou a preparar um repasto. Eles têm de trazer qualquer coisa vestida de vermelho e a meio da refeição vão ler um texto trazido por eles, poema ou quadra sobre o tema vermelho. Os almoços necessitam de ser criativos. Estes almoços que se vão desenrolar durante o mês de Julho são para comemorar o aniversário do meu marido. Eu já fiz almoços com mais de cinquenta pessoas para ele e para os meus filhos, mas não gosto, acho-os impessoais e assim vou fazendo ao longo do mês com o máximo de dez pessoas cada. Junto os grupos conforme as afinidades: os das viagens, o da família, os mais cócós, os artísticos e em cada um deles coloco os do coração. O que é certo é que as pessoas que vêm a minha casa são super-simpáticas e boas pessoas. Não permito energias negativas no sítio onde eu vivo. Gosto muito de fazer almoços ou jantares no jardim, porque de inverno gosto de me recolher no meu sofá e não pensar em mais nada, é verdade detesto almoços ou jantares de cerimónia, são enfadonhos. Recuso e acreditem que é verdade alguns almoços e jantares que me convidam durante o ano, onde só vai o meu marido, inventando eu uma desculpa, quando descubro que vão políticos ou então o almoço é servido em casas particulares com empregadas ou empregados fardados. Eu hoje só faço aquilo que me apetece ou esforço-me por isso. Festas grandes de circunstância ou cocktails estou pelo pescoço, pois anos e anos tive que os frequentar por questões profissionais. Não meus amigos e amigas, já dei demais para esse peditório. Ah é verdade outra coisa que destesto é inaugurações de qualquer coisa, agora nesta fase da minha vida nunca vou, vou depois.
Divirtam-se neste dia de sábado ameno como eu gosto e deixo-vos uma música para descansar um pouco.
"Rainbow High", Evita, Música de Andrew Lloyd Webber e letra de Tim Rice;

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Temos de amar e agradecer o corpo que temos.

Oprah Winfrey.
Estou a gostar de alguns programas desta mulher. Ela aborda com seriedade alguns problemas do dia a dia, alguns que a maioria das pessoas não fala deles, mas que são muito importantes para a harmonia do ser humano com a natureza. Muitas pessoas não querem dizer que gostam dos programas dela por pedantismo intelectual, outras por racismo. Sim isto é verdade.
Ela fala de reciclagem, da separação dos lixos, do planeta terra, de problemas de saúde, de sexo, de economia, dá conselhos úteis, enfim gosto. É uma mulher directa e com um grande sentido de humor. O único senão é ser por vezes um pouco moralista, de resto gosto. Não há em Portugal um show que se compare ao que ela faz e estes shows, com esta qualidade, exercem mais influência junto das populações do que o discurso dos políticos.
Hoje o programa falava da aceitação do corpo que se tem e agradecer aquilo que temos amando o corpo com que nascemos e que desenvolvemos durante a nossa existência. Tirando as questões de saúde que são importantes, não há dúvida que resolvemos muitos problemas com o nosso corpo se o aceitarmos como ele é e assim teremos oportunidade de com calma e preserverança modificar o que não gostamos.
O que é certo é que emagrecer é possível sempre fazê-lo, a inteligência é que não engorda.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Morreu o triste rapaz negro que queria ser branco.

Morreu Michael Jackson de paragem cardiaca, na quinta feira com a idade de 50 anos.
O artista nasceu em 29 de agosto de 1958, em Gary, cidade norte-americana do estado de Indiana. Ele tinha três filhos: Michael Joseph Jackson Jr., Paris Michael Katherine Jackson e Prince Michael Jackson II que devem ser crianças muito confusas e infelizes.
O cantor saiu do anonimato ao lado de seus quatro irmãos — Jackie, Tito, Jermaine, Marlon — à frente do grupo Jackson Five, durante as décadas de 1960 e 1970 mas foi sozinho que Jackson viveu o auge e decadência de sua carreira.
A ascenção culminou em 1982, com Thriller, até hoje o CD mais vendido do mundo, com cerca de 100 milhões de cópias. O álbum rendeu sete singles que figuraram entre os Top 10. Estima-se, por sinal, que ao longo de sua vida Jackson vendeu cerca de 750 milhões de álbuns — o que, somado aos 13 prêmios Grammy que recebeu, faz dele um dos artistas de maior sucesso de todos os tempos.
A partir do início dos anos 90, a sua vida particular já chamava muito mais atenção do que sua música — que, diga-se, nunca mais repetiu a genialidade da trilogia Off The Wall, Thriller e Bad.
Sem lançar um disco desde 2001, Jackson enfrentou uma nova década turbulenta.
Acusado e levado a tribunal por actos relacionados com crianças e jovens, Jackson parecia mais um extraterrestre do que um ser humano com aquela cor branca de neve, artificial. Ele que foi um negro muito bonito em jovem.
Na tarde desta quinta-feira (25), Jackson sofreu uma paragem cardíaca em sua casa, na Holmby Hills, em Los Angeles. Depois de receber uma massagem cardiopulmonar ainda na ambulância, seguiu directo ao hospital da Universidade da Califórnia, que fica a dois minutos da casa do cantor e aonde teria chegado em coma profundo. Morreu poucos minutos depois, dando fim a seu longo périplo de tantos sucessos e tantas polêmicas.
E assim sem glória terminou a vida de um triste rapaz negro que queria ser branco.

Hoje estou muito bem, o vento está a sair a bom ritmo.

Hoje resolvi vir a Lisboa visitar os meus dois netos, enquanto o terceiro está prestes a chegar. Lisboa estava morna, uma aragem calma envolvia a cidade e eu respirei o cheiro da minha terra. Passei pela Drª. Chen e comprei uns medicamentos que me faziam falta, sou muito alérgica de Abril a Junho, mas com as mudanças térmicas deste planeta que tão mal tratamos a minha alergia tem estado estranha demais para o meu gosto, primeiro tinha muitos espirros e conjuntivite e até asma, principalmente quando vivia em Setúbal, depois ao mudar-me para Cascais, melhorei da asma e piorei da conjuntivite, finalmente na Parede deixei de ter asma, melhorei os espirros e a conjuntivite e começou lentamente a aparecer uma erupção cutânea nestes meses, nas pernas e pés. Fui ao médico de família e à medicina homeopática e à medicina chinesa e achei imensa graça quando esta me receitou uns comprimidos dizendo que eu tinha «muito vento dentro». Esta interpretação muito oriental está ligada a uma filosofia do entendimento que se tem do corpo, eles vêem o corpo como um todo e encontram as explicações adequadas para cada caso. Esta médica que tirou um curso de seis anos na Universidade de Pequim, trata-me desde 1997 e tem feitos milagres comigo. Claro que eu estou a tomar os comprimidos para soprar o vento que tenho dentro e eu às vezes sinto-o soprar: ventania em algumas ocasiões, brisa serena noutras. Quimicos é que não, fujo deles a sete pés, dão-me energia negativa, mas sempre temos de o fazer em determinadas situações, claro que só em última circunstância, porque o vento que de vez em quando temos cá dentro não sai com penicilina, aspirina ou qualquer outra substância terminada em ina.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Para os meus seguidores pois eu sei que vão gostar e adormecer bem.

Obrigada pelos amáveis comentários que deixam no meu blogue. A pouco e pouco vão-se tornando parte da minha família, uma família virtual é certo, mas de qualquer maneira uma família, pois se os comentários desaparecerem eu vou sentir falta deles. Hoje comunicamos de diferentes maneiras e esta é uma delas. Vocês escolheram o meu blogue e eu escolhi os vossos e assim interagimos todas as semanas e sabemos que existem em qualquer ponto do país, mas existem e sabem que eu existo. Ao longo da vida vamos deixando amigos pelo caminho, consolidamos amizades e fazemos novas amizades. Eu desde que saí de Setúbal tenho feito algumas das mais variadas idades e correntes de opinião, deixado umas para trás e retomando outras de juventude. Este foi o lado positivo da minha saída de Setúbal, ter oportunidade de analisar com lucidez tudo o que eu vivi e perceber a pouco e pouco a verdade e a ficção da vida quotidiana. O meu blogue é um relato da minha vida dia a dia, não pretende ser um espaço para impressionar ninguém, é simplesmente um lugar onde coloco ideias, pensamentos, desabafos e onde por vezes acordo e adormeço com música e poesia, partilhando esse gosto convosco, assim como as minhas viagens e a minha família nuclear e amigos.
Eu sou um livro semi-aberto, minhas amigas e meus amigos, porque se fosse completamente aberto não tinha mistério nenhum e nós precisamos de um pouco de mistério e de coisas intímas que são só nossas.

Para a minha família virtual e amigos que me acompanham no blogue, adormeçam com:

"Beatriz", Maria João e Mário Laginha, Lobos Raposas e Coiotes;

terça-feira, 23 de junho de 2009

A adormecer com....

"In a manner os Speaking”, Nouvelle Vague.

Visita ao Norte I













































































Estas são algumas das muitas imagens que eu captei na minha maravilhosa viagem ao Norte. Começei pela Igreja do Siza Vieira em S. Marco de Canaveses. Uma igreja contemporânea lindissima de linhas e minimalista, mas infelizmente feita com materiais muito pobres e em situação de manutenção de muito baixo nível. Não conseguimos visitá-la por dentro porque apesar de estar tudo combinado, nós chegámos faltava seis minutos para o meio-dia e o sacristão motorizado, não nos deixou ver a igreja porque chegámos atrasados. Que falta de respeito pelas pessoas e pelo património. Ele esperou que as pessoas saíssem e foi-se logo embora para o carrinho. Vou escrever uma carta ao bispo do Porto e enviar esta situação para a Conceição Lino da SIC. A seguir visitámos Baião, mais própriamente Ancede com as suas lindas igrejas e depois no dia seguinte Amarante do S. Gonçalo, o santinho da fertilidade, por isso existem por todas as confeitarias e padarias da cidade o pãozinho que não é nem mais nem menos do que uma «réplica» do que se julga que o santinho possuia.
Em Amarante visitei o Museu do nosso Amadeo que sinceramente me desiludiu um pouco, se aquilo é uma Fundação devia ter um espólio muito maior e pertencente à Fundação, é quese tudo colecção particular, que estranho, mas o Amadeo é sempre o Amadeo, grande pintor morto tão jovem. Em seguida lavei os olhos no Tâmega, que maravilhosa paisagem e fui ver Tormes, a casa do Eça e da mulher e descobri que o Eça era o Jacinto da «Cidade e as Serras» por uma pena, até lá existe uma mesa das favas, onde ele comeu o dito «arroz de favas».
No dia seguinte vi igrejas e mais igrejas com os seus teatrinhos, a campa do Teixeira de Pascoais, o novo museu de Arqueologia e Etnografia de Vila Real de Trás-os-Montes, muito bonito e com uma boa exposição que ajuda a compreender a cidade e uma exposição acompanhada de um filme sobre a cadeia operatória do barro de Bisalhães, o célebre barro negro do norte. Claro que à saida comprei umas peças nas barraquinhas dos oleiros.
Segunda em Fafe e já com tarefas a cumprir, deitei o olhar ao teatro que os brasileiros «torna-viagem»mandaram construir e ofereceram a Fafe. Esta terra concentra o maior número de casas de brasileiro e foi o maior centro de emigração para o Brasil no início do século XIX.
Que quatro dias maravilhosos. O Norte é uma «naçãooooim» e neste caso Fafe duplamente porque são todos benfiquistas em vez do FCP. Carago, quem diria???













quarta-feira, 17 de junho de 2009

Eu estou madrugada dentro com Alberto Caeiro....

(...)Há sem dúvida quem ame o infinito,
Há sem dúvida quem deseje o impossível,
Há sem dúvida quem não queira nada -Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:
Porque eu amo infinitamente o finito,
Porque eu desejo impossivelmente o possível,
Porque eu quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,
Ou até se não puder ser... (...)

Amanhã dia 19 vou partir para o Norte, vou até Amarante, Vila Real, S. Marco de Canavezes e Fafe. Uma visita sobre património e museus, depois farei a reportagem.

Que estranha parceria....

http://www.4you.4dh.com/video/detail_int/24330/

terça-feira, 16 de junho de 2009

Paz e amor para o seu dia minha senhora.


É necessário trabalhar muito o nosso eu ao longo da vida para se conseguir ser uma melhor pessoa e esse trabalho começa pelas pequenas coisas do quotidiano. Controlar os nossos impulsos negativos e as pequenas irritações diárias é sem sombra de dúvida um bom caminho, mas não há dúvida que existem três palavras fundamentais para tal: tolerância, compaixão, solidariedade.

Tenho estes pensamentos positivos nos dias em que me dou conta da irritação que eu sinto com certas situações: a noção de tempo dos idosos, nos bancos, nos correios, nos supermercados, nos centros de saúde, etc. e tal.

Os idosos gostam de comunicar para não se sentirem sós e enquanto actualizam a caderneta ao balcão de uma agência bancária aproveitam e falam um bocado das várias doenças que têm , no correio idem, idem aspas, aspas, compram um envelope branco na papelaria e vão comprar um selo ao balcão dos CTT, neste equipamento geralmente falam da família longínqua e estão perto de uma hora na fila de espera, nos centros de saúde o barulho é infernal e aí falam essencialmente dos medicamentos que têm em casa e daqueles que vão pedir ao médico, uns com os outros e como são na generalidade surdos gritam imenso, nos supermercados compram duas a três coisas por dia e enchem de novo as filas dos caixas, aí estão por vezes mal dispostos com a vida e protestam contra o mundo. Eu irrito-me, confesso que me irrito mas controlo os meus impulsos e ainda não me vejo nesta situação mas ela daqui a alguns anos estará igual, por isso reflito e exerço o controle sobre a minha personalidade viciada em pressão, em impaciência, fruto de uma longa vida profissional cheia de dificuldades.

No outro dia aconteceu-me a mim o que me irrita nos outros; tinha uma série de senhoras idosas e barulhentas atrás de mim na caixa do Pingo Doce e por pouca sorte o meu telefone tocou, atendi e enquanto falava paguei as compras mas não fui apressada a arrumar dentro dos sacos os produtos adquiridos. De repente tocaram-me num braço e vi uma cara com uns olhos furiosos de pescada e cabelos descolorados a dizer-me numa voz arranhada e agressiva: faz favor de arrumar as compras. O tom era tão desagradável que o meu primeiro impulso era mandar a senhora às urtigas, mas de imediato controlei os meus impulsos e arrumando rápidamente os produtos de limpeza e yogurtes acabados de comprar, ergui dois dedos em V, fiz o meu melhor sorriso e disse com uma voz cálida: paz e amor para o seu dia minha senhora.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Acordar com

"Your love is King", Sade, The Best of Sade;

domingo, 14 de junho de 2009

No dia de Santo António o meu neto foi baptizado








O meu neto António Maria foi baptizado no dia de Santo António. Para uma Lisboeta este dia escolhido foi muito significativo. Santo António perdura na nossa memória e faz parte de uma memória colectiva muito abrangente.
Depois do baptismo a família alargada reuniu-se no meu jardim . A ameixeira deu a sombra e todos estivemos felizes ao redor dos pequenitos: Francisca e António Maria, daqui a uns dias irá juntar-se a Margarida.




quinta-feira, 11 de junho de 2009

96 milhões de euros dava certamente para resolver uma boa parte do desemprego em Espanha


Que me perdoe o Cristiano Ronaldo. É português e um bom jogador sem sombra de dúvidas (apesar de eu achar que não está no seu melhor momento na selecção nacional) mas 96 milhões de euros é uma cifra escandalosa para um país como a Espanha que tem uma das taxas de desemprego mais alta da Europa. Como é que o Real Madrid tem dinheiro a este nível para comprar não só o Cristiano Ronaldo, mas também o Káká e outro na mesma época???. Como é que a Federação Internacional do Futebol consente isto, num momento de crise mundial na qual os países africanos e da América Latina sofrem com problemas de fome? Eu acho isto incrível e não sei até que ponto o dinheiro é destruidor do esforço feito pelo jogador até aqui? Na época passada estoirou um carro no valor de 300 mil euros. Será motivadora tanta facilidade? O que é que virá a seguir. As transferências de jogadores vão subir em flecha e se o Real Madrid tinha 5oo milhões de dívidas na época anterior como é que vai saldar os compromissos? O mundo não avança desta maneira, por isso é que em África, na Ásia e no leste os filhos são vendidos para serem explorados da pior maneira, por isso é que há tanto tráfico humano.
Quem está nos postos dirigentes tem que ter decência tem que tomar posições contra estes escândalos.
No caso português por exemplo porque é que temos tantos estádios e tão gigantes? Onde está o dinheiro para ser empregue no desporto desde a mais tenra idade, nas várias modalidades em termos gerais e de acesso gratuito para todo o país. Onde está a igualdade de oportunidades. Quando os meus filhos eram pequenos e mais tarde jovens adolescentes se quiseram fazer desporto eu tive de pagar. Onde está o despiste de potenciais atletas nas escolas do nosso país? Onde estão as bolsas de estudo para os nossos jovens se tiverem potencialidade para serem futuros atletas? E já não falo na música, na dança e nas artes performativas no geral. Já se passaram trinta e cinco anos após o 25 de Abril e vejam a representatividade do nosso país nos jogos olímpicos.
Penso que o governo tem que por em prática o excelente discurso de António Barreto, na cerimónia solene das comemorações do dia 10 de Junho “A sociedade e o estado são ainda excessivamente centralizados. As desigualdades sociais persistem para além do aceitável. A injustiça é perene. A falta de justiça também. O favor ainda vence vezes demais o mérito. O endividamento de todos […] é excessivo e hipoteca a próxima geração portuguesa (...) os portugueses precisam do "exemplo" dos seus heróis — como o que hoje se comemora, Luís de Camões — "mas também dos seus dirigentes". Porque o exemplo tem efeitos mais duráveis do que qualquer ensino voluntarista”, ao exemplo pela justiça e pela tolerância, pela “honestidade e contra a corrupção”, pela eficácia, pontualidade, atendimento público e civilidade de costumes, contra a decadência moral e cívica, pela recompensa ao mérito e a punição do favoritismo.»
Espero que o assombro deste discurso não caia em saco roto, porque a carapuça serviu a muita gente.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Entrar na noite com....

Antes de adormecer ouvi:
http://www.youtube.com/watch?v=NBvsiX6mY-I

Acabei o bordado para o quadro do quarto do meu neto no dia 10 de Junho

Camões iria gostar?

Comemorações do dia 10 de Junho


As comemorações cairam na banalidade e as medalhas atribuidas também. Sou realmente uma personagem que é hipercrítica e às vezes gostava de ser diferente mas é impossível com aquilo que vejo.
As medalhas deviam ser atribuidas a pessoas que contribuiram decisivamente para o enriquecimento de Portugal, a qualquer nível. Deviam ser atribuídas numa idade que marcasse um longo percurso na vida e que fossem verdadeiramente reconhecidas pela sociedade. Pessoas que tivessem contribuido para a descoberta da cura de doenças com projecção a nível internacional, pessoas que tivessem contribuido no domínio das artes e das letras com prémios internacionais, pessoas que tivessem contribuido feitos heróicos que honrassem o nome de Portugal. Deviam também ser condecoradas as pessoas anónimas que nas suas terras ao longo da vida contribuiram para o bem de estar dos outros.
Mas o que é que vejo? Jovens que em vez de receberem medalhas de mérito ou da cidade e depois seguindo o seu percurso se dê uma condecoração pelo desempenho ao longo da sua vida, não, dá-se logo uma condecoração, eu tenho visto isso ao longo dos anos. As condecorações e também as medalhas de honra dos concelhos (essas com cariz político) banalizaram-se através dos tempos. Além disso existem os proponentes que se tornam grandiosos aos olhos dos condecorados e ainda há as pressões e os conselhos ao ouvido do poder, enfim muita coisa vai mal neste reino e não há dúvida que só as associações de cidadãos e cidadãs de boa vontade podem salvar isto. Desta vez o Presidente Cavaco Silva não irá ter o lapso do «dia da raça» porque alguém já lhe deve ter dito: «Espero que um dia as pessoas se convençam que há apenas uma raça, a raça humana, da qual todos somos membros.Margarett Atwood, escritora canadinana»

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Brevemente


Brevemente farei uma colcha deste género para a minha filha mais nova, os tecidos já os tenho. Aproveitei um post da Rosa Pomar e roubei-lhe esta foto.
Depois das eleições deu-me imensa vontade de trabalhar lãs, tecidos, linhas. Concentrei-me nos bordados que estou a fazer para o meu neto, tal como fiz para a minha neta e que vai dar um quadro para o quarto dele. Depois mostro.
Começei a pensar nas eleições legislativas e vou aprofundar as mensagens do Partido da Terra. Cada votação é um cenário diferente e penso que os portugueses começaram a saber reivindicar.
Um partido ecologista é o que nós precisamos para Portugal. Sinto-me a oscilar entre estes dois movimentos: MPT e PH. As suas propostas agradam-me e mesmo que possam ser consideradas por alguns como utopias, eu gosto de utopias. Eu quero um partido novo e puro que tenha o conceito de uma sociedade perfeita.
Utópica por hoje, já na madrugada do dia 9, me despeço.

domingo, 7 de junho de 2009

«Lisboa, 07 Jun (Lusa) -
A cabeça-de-lista do Partido Humanista (PH) às europeias, Manuela Magno, destacou à agência Lusa a "extraordinária derrota" de hoje dos políticos que têm "governado nas últimas décadas", manifestada nos "praticamente 250 mil" portugueses que votaram branco ou nulo.
Tal afastamento da população do voto nos partidos canditados é representativa, na visão de Manuela Magno, da "postura muito irresponsável" dos governantes portugueses das últimas décadas, com posturas, afirma, "arrogantes, incompetentes e de total falta de transparência".
A candidata "número um" do PH definiu à Lusa o resultado do partido como "óptimo", efeito do aumento em "quase cinco mil votos" por comparação com o último sufrágio europeu. O PH conseguiu cerca de 16.900 votos nas eleições deste ano.
A votação no partido significou, na visão de Manuela Magno, uma "vitória estrondosa da cidadania e da participação activa junto das populações".
A candidata comparou ainda "os investimentos feitos" na campanha eleitoral por outros partidos sem assento parlamentar, "como o MEP, MMS, ou mesmo o Partido da Terra", com "o orçamento de cinco mil euros feito de donativos de amigos e pessoas conhecidas" para a campanha do PH.»

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Depois de muito pensar e ouvir....

Depois de muito pensar e ouvir, achei que devia votar. Era a primeira vez que não o fazia e era frustrante para mim, decidi então apostara num pequeno partido com propostas que são muitas das minhas ideias para a Europa . É neste que vou votar:
«Bem-vinda(o) ao sítio do Movimento Humanista - www.movimentohumanista.com; este sítio é desenvolvido por alguns humanistas em Portugal.
Nestas páginas poderá encontrar uma pequena descrição do Movimento; informação acerca dos nossos projectos; textos que reflectem as nossas ideias e forma de actuar; ligação a outros sítios relacionados ou não com a actividade do M.H. no mundo; e formas de entrar em contacto connosco.»

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Parabéns Isabeloca




Já passava das duas da tarde quando a minha filha mais nova nasceu, a 4 de Junho de 1974, tinha passado um mês e poucos dias do 25 de Abril. estávamos em pleno acto revolucionário. Já tinha feito uma cesariana e esperava ter um parto normal e ficar a conhecer na totalidade o que é ter um filho. Deixaram-me sozinha numa sala onde eu utilizando os conhecimentos que tinha tido da respiração do parto sem dor (grande novidade pré-natal daquela época), atingia quase o periodo de expulsão, quando chegaram os médicos e as parteiras. Acharam então que era necessário fazer uma anestesia para a expulsão, mais uma vez se goraram os meus desejos e mesmo os outros dois filhos que tive nos anos seguintes não nasceram de parto natural, mas sim de cesariana.

A maternidade estava em euforia revolucionária e como lá passei uns bons dias assisti às discussões reivindicações e greves. Sim, houve uma greve na lavandaria no dia em que a minha filha nasceu, com proibição de as pessoas lá entrarem e ela veio para ao pé de mim no primeiro dia embrulhada em papel branco das camas e os lençõis também eram de papel até que lhe foi vestida a roupa que eu trazia.

Mais tarde comprei um livro inglês de histórias de encantar que se chamava «A princesa de fato de papel» e lembrei-me da minha bébé, que mesmo assim vestida parecia uma princezinha como hoje a sua filha o é.

35 anos, mãe de uma menina e à espera no mês de Julho de outra. Esta é a verdadeira riqueza.

Acordar com Mario Benedetti

y pensándolo bien
así imperfecta
a trazos
con erratas borrones tachaduras
así de exigua y frágil
así de impura y torpe
incangeable y hermosa
está la vida

Mario Benedetti

terça-feira, 2 de junho de 2009

Deixei de arranjar as minhas unhas com gel




Deixei de fazer «escultura de unhas» e sinto-me livre. As minhas unhas estão curtinhas, só com brilho e sinto-me mais natural. O gel é também uma ficção. Nós não temos unhas assim, temos unhas normais de pessoas normais, unhas que se partem, unhas que não apresentam o aspecto intocável das célebres unhas de gel. Unhas de um ser humano que se um dia tiver de ir para o hospital os médicos poderão ver a cor delas.
As unhas de gel quando estão pintadas com cor e se partem ficam horríveis e as dores são mais que muitas porque habitualmente partem pelo meio. Os pés arranjo-os por uma questão de saúde mas nunca esculpi tais pontas destes membros.
Porque é que este século é tão artificial? Porque é que os homens arranjam as sobrancelhas e as unhas? Porque é que os homens se depilam? Eu ainda me depilo mas será por uns anos mais pois os pelos caiem em baixo e nascem em cima. Triste desgraça a do envelhecimento, mas tenho que saber que ele qualquer dia vem em força e eu tenho de me aguentar.
Porque é que algumas mulheres usam cintas tipo ceroulas plastificadas e soutiens tipo espartilho, deve ser horrivel viver assim, o problema é que se apertam em cima saiem gorduras dos lados, se apertam em baixo saiem gorduras igualmente dos lados. Conclusão o problema são os lados.
Porque é que algumas mulheres e homens que nasceram morenos e têm cabelos pretos pintam os cabelos de louro. Quando se descuidam e a coloração se vai, parece que por baixo das farripas louras saiem uns vulcões negros. E quando envelhecem, o cabelo não aguenta e parece um piaçaba amarelo no cucuruto. Eu no liceu tinha uma professora de inglês que usava um carrapito postiço louro e por debaixo o cabelo era muito escuro, cruéis como são as adolescentes (e ela era insuportável, chamava-nos de semoventes em vez de burras, muito pedagógico....) cantavamos uma cantiga baixinho que a dada altura dizia assim «semovente é a miss pig/que não tem cabelo/tirando o carrapito/fica só com um pelo», a música era « Et maintenant de Charles Aznavour.
Belos tempos em que a pele não necessitava de cremes especiais a não ser «O creme Barral ou o Nívea» e lavávamos a cabeça com sabão azul e branco e em seguida passámos por água morna com vinagre. Eram cabelos brilhantes e bonitos. Hoje eu vejo cada cabelo na TV em mulheres jovens tipo palha de aço e alguns esfregão de alumínio. E as extensões??? Cheias de farripas penduradas com cola ou chicletes?? caiem pelos ombros sem bailar ao vento pois têm o peso de uma mula. Se enterrarem uma mulher com extensões quando levantarem o corpo o crânio está cheio de chiclets.
Gosto cada vez mais de fórmulas simples naturais e que perduraram através dos séculos.
Morram os soutiens e cintas espartilhos, os cabelos piassaba e as unhas de gel. Parafraseando Almada Negreiros. BASTA PUM BASTA! MORRA PIM.






segunda-feira, 1 de junho de 2009

Uma recente eleição que me dá que pensar...

Era um rapaz ingénuo, de gestos desengonçados e fala tímida, nada parecia que ele queria alguma coisa, mas os ingénuos somos nós, os mais expansivos e entusiastas.
Os tímidos de quem não reza a história, aqueles que dizem «ai eu não quero nada, eu não desejo nada» têm que se lhe diga. Cuidado com os suaves em demasia, bonzinhos em demasia, muito despegados em demasia e que estão sempre a dizer «ai eu não quero nada, ai o poder não me interessa, ai ser reconhecido não me interessa».
Pois esse rapaz de gestos desengonçados pregou uma grande partida, amigo de todos, um grande companheiro, preparou com premeditação um golpe de mestre, com outros que tinham angústia de reconhecimento e sentiam-se abafados e nada motivados para o trabalho.
Mas a motivação voltou com o golpe de mestre, preparou uma candidatura surpresa quando tinha anunciado que votaria na lista única que existia e que tinha sido discutida abertamente. De repente com um tom demagógico apresentou-se como sendo perto do aparelho do poder (alguns dizem que não mas são) e tendo de antemão orquestrado os votantes que o elegeram chegou glorioso de fato e gravata, quando dantes vestia calças desbotadas e camisa desalinhada.
«Ai eu não quero nada», quando ouvirem este slogan, fujam a sete pés. Porque quem não quer mesmo nada, quem não espera nada não procede assim. Não se passa de uma figura de camisa fora das calças para fato e gravata numa ocasião em que quer afirmar o poder. Não se passa de um ser desmotivado para um obssessivo «vai a todas».
«Ai eu não quero nada»....

Dedicado aos políticos em campanha

Mas, em tanto que cegos e sedentos
Andais de vosso sangue, ó gente insana,
Não faltarão christãos atrevimentos
Nesta pequena casa Lusitana.

Luís Vaz de Camões in "Os Lusíadas", Canto VII, Estância XIV