quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

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Portugueses perdem 5,4% de remuneração

Os portugueses vão perder 5,4% de remuneração real em 2012, a maior descida desde 1985.

14:07 Terça feira, 27 de dezembro de 2011

As remunerações reais por trabalhador para o total da economia deverão apresentar uma quebra de 5,4% em 2012
As remunerações reais por trabalhador para o total da economia deverão apresentar uma quebra de 5,4% em 2012
Nuno Botelho

Os portugueses vão perder 5,4% de remuneração real em 2012, o valor mais significativo dos 27 países da União Europeia e o mais baixo desde 1985, alertou hoje o Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE).

A redução dos salários em simultâneo com a subida dos preços e dos impostos serão "uma combinação explosiva para muitos trabalhadores do sector público", vincou o Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE), acrescentando que "as medidas drásticas para os trabalhadores da administração pública vão provocar uma perda real da remuneração dos funcionários públicos e pensionistas, a partir de um vencimento bruto de 1.100 euros, de 14,3% em termos nominais, a que acresce 3,1% da taxa de inflação prevista".

De acordo com as contas da estrutura sindical, "as remunerações reais por trabalhador para o total da economia deverão apresentar uma quebra de 5,4% em 2012, representando o valor mais baixo desde 1985, o que constitui a quebra mais significativa do conjuntos dos 27 países da União Europeia e da zona euro".

"É isto que se quer para Portugal?"


A redução do salário [decorrente da suspensão dos subsídios de férias e de natal] em simultâneo com a subida de preços e dos impostos, num contexto de elevado endividamento das famílias portuguesas, tenderão a ser uma combinação explosiva para muitos trabalhadores do sector público", alertou.

Com o título "É isto que se quer para Portugal?", o sindicato dirigido por Bettencourt Picanço mostra que "é preciso regressar aos anos de 1983 e 1984 para se visualizar descidas tão importantes nos salários reais para o total da economia em Portugal", realçando que "o grande contributo para a perda de poder de compra dos trabalhadores em Portugal, em 2011 e 2012, deriva do elevado esforço feito pela generalidade dos trabalhadores da administração pública".

O STE, aliás, já pediu ao Presidente da República que solicite a fiscalização preventiva da constitucionalidade dos cortes de subsídios aos funcionários
públicos previstos no Orçamento do Estado para 2012.


Ler mais: http://aeiou.expresso.pt/portugueses-perdem-54-de-remuneracao=f696596#ixzz1hrT4QASy

Neste novo ano que se aproxima:

Tradição e Insubmissão

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

O meu Natal....













O meu natal foi passado em família, no dia 24 na quinta dos meus cunhados com as bisavós e gatos e cães, tudo em família. No dia de Natal com os filhos e neto e netas e genro e noras e marido. Uma alegria estar com estes queridos descendentes. As minhas netas receberam dois tutus de ballet e o António uma guitarra e foi uma grande festa.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

A todos...


A todos os meus amigos e amigas que ao longo destes anos me têm acompanhado no blogue, desejo um Feliz Natal e que as nuvens negras que se aproximam em 2012 sejam atenuadas por um raio de sol, tal como eu sou com os desenhos dos meus netos.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Começaram os almoços e lanches de fraternidade....

Começaram os almoços e lanches de fraternidade com amigos e amigas que se desenrolarão até ao fim do mês e pelo meio as festas de Natal com a família. Este ano praticamente não há prendas, só para o neto e as netas. O país não está para festas e 2012 vai ser uma agenda pesada para mim.
Hoje vou outra vez à fisioterapia e amanhã ida ao hospital com a minha sogra e quinta e sexta-feira tomar conta das minhas netas, depois começar a preparar o Natal. Vou fazer alguns doces natalícios, não vou comprar nada feito. Farei o meu bacalhau à cozinha velha e talvez um lombo para os que comem carne.
Eu estou na reta final para ser vegan e deixar de ser vegetariana como sou hoje comendo ainda alguns produtos derivados de animais, a partir do dia 1 de Janeiro vou deixar tudo isso e vou excluir da minha dieta carnes, gelatina, lacticínios, ovos, mel e quaisquer alimentos de origem animal. Vou consumir basicamente cereais, frutas, legumes, vegetais, hortaliças, algas, cogumelos e qualquer produto, industrializado ou não, desde que não contenha nenhum ingrediente de origem animal.
Muito importante diferenciar a ideologia vegana da dieta vegetariana. Veganismo não é dieta, mas sim uma ideologia baseada nos direitos animais, que obviamente pressupõe uma alimentação estritamente vegetariana.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

O politico que representa realmente a opinião da população... :-)

Acordar com um excerto de uma poesia tão actual nos dias de hoje: autor Vinicius de Morais

(...)Notou que sua marmita
Era o prato do patrão
Que sua cerveja preta
Era o uísque do patrão
Que seu macacão de zuarte
Era o terno do patrão
Que o casebre onde morava
Era a mansão do patrão
Que seus dois pés andarilhos
Eram as rodas do patrão
Que a dureza do seu dia
Era a noite do patrão
Que sua imensa fadiga
Era amiga do patrão.(...)

domingo, 18 de dezembro de 2011

Esqueci-me de acrescentar...

«As Serviçais» conta a história de Skeeter (Emma Stone), Aibileen (Viola Davis) e Minny (Octavia Spencer), três extraordinárias mulheres que moram no Mississipi na década de 60 do século XX, e constroem uma amizade improvável através de um projecto que quebra todas as regras sociais impostas pela época.

Um fim de semana agradável

Ontem foi a festa do aniversário da associação e finalmente pude mostrar o Museu do Arroz que penso que todos gostaram. É um museu que mostra essencialmente pelas fotos antigas e pelos vídeos com os testemunhos dos trabalhadores os sacrifícios passados por milhares de camponesas e camponeses ao longo dos anos. O meu discurso foi um pouco revolucionário no sentido em que demonstrei cabalmente como se faz uma riqueza à custa da mais valia do trabalho alheio. Depois fomos almoçar à «Escola», um restaurante muito bom na saída da Comporta onde convivemos uns com os outros vimos as fotos da viagem à Índia e o meu marido que é o guia especializado de todas as viagens recebeu um lindo bonsai de prenda. Como eu adoro plantas e flores. É das melhores prendas que me podem dar.
Hoje para descontrair fomos os cá de casa ao cinema «Missão Impossível, 4» já que vimos as três últimas, encontrámos no caminho a minha neta mais velha que ia com a mãe ver o Romeu e Julieta no Teatro Nacional de S. Carlos.
Por causa do meu gosto pelo cinema esqueci-me de referir um filme fabuloso que eu já vi há tempo « As Serviçais». O título original é «The Help» e a realização é de Tate Taylor.



“2012 vai ser extraordinariamente dificil”

“2012 vai ser extraordinariamente dificil”

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Adormecer com Virgílio Ferreira

A Defesa da Liberdade Humana
O problema da liberdade foi o que sempre mais me preocupou. Tento pôr ordem nas minhas ideias, mas não é fácil. Fui da esquerda e mesmo da sua direita (porque a direita da esquerda é a mais esquerda, como a direita da direita, a mais direita). Fui-o porque ela era a favor da liberdade humana e se parecia que era contra a liberdade humana, era só por defender a liberdade humana. Hoje sou contra a defesa da liberdade humana, porque sou a favor da liberdade humana. Esquerdas e direitas dizem-me que se eu sou contra a defesa da liberdade humana, por ser a favor da liberdade humana, sou realmente contra a liberdade humana e estou por isso fazendo o jogo de uns ou de outros, consoante aqueles que me acusam.
Ah, por favor, não me peçam explicações - sou homem, não sou político. Defendo a liberdade porque sou pela liberdade e por isso não devo defender a liberdade, porque para defender a liberdade teria de atacar a liberdade, o que me obrigaria então a defendê-la por ser a favor dela - merda! Sou pela liberdade, sou contra a opressão, e isto é simples, é humano, é evidente - disse! E não me chateiem mais.

Vergílio Ferreira, in 'Estrela Polar'

País - Frei Fernando Vieira afirma que "estamos a viver a terceira guerra mundial" - RTP Noticias, Vídeo

País - Frei Fernando Vieira afirma que "estamos a viver a terceira guerra mundial" - RTP Noticias, Vídeo

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Depois de...

Depois de mais uma sessão de fisioterapia da parte da manhã, que me está a fazer muito bem e da parte da tarde exames que ditaram que eu estava a 100% mas que são difíceis de fazer, deixei a minha amiga Maria e fui com a minha amiga Mané ao cinema. Necessitava disto como o ar que respiro. Fomos ver um filme que estava na calha «Um Método Perigoso de David Cronenberg, com Michael Fassbender, Viggo Mortensen, Keira Knightley.
«“Um Método Perigoso” é um Cronenberg, no modo glacial, entomológico como esta história é contada, no modo abrupto como o cineasta ejecta tudo aquilo que é desnecessário ao seu objectivo; como reforça até a teatralidade do seu dispositivo narrativo herdado da peça de Hampton para melhor sinalizar os desejos vulcânicos que fervilham por baixo da propriedade e das boas maneiras deste mundo em transição do século XIX para o século XX. Compacto e intenso, é provavelmente o filme maior da fase pós-“eXistenZ” do cineasta, onde o fascínio cerebral pelos corpos mutantes se desviou inteiramente para a mente: veja-se como a Sabina Spielrein de Keira Knightley começa o filme numa caricatura de trejeitos e histerismos de “corpo mutante” antes de se modular progressivamente, numa mente inquieta igual de Jung (Michael Fassbender a explicar porque é que é um dos mais entusiasmantes actores contemporâneos) ou Freud (Viggo Mortensen).»
Simplesmente adorei, estou a gostar muito desta época cinematográfica. Este filme lembra-me a minha juventude quando eu discutia com os meus amigos as teorias destes dois homens extraordinários. Muito bom e vou continuar com a fisioterapia e a revisão geral da minha saúde até Janeiro.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Fantástico, fantástico, fantástico......









Soledad...Astor Piazolla & Antonio Agri

Hoje vou começar com a fisioterapia...

Hoje vou iniciar a primeira sessão de quinze de fisioterapia. Vamos ver como é que os meus joelhos vão reagir. Amanhã mamografia e ecografia mamária, depois análises, exames de alergologia, etc,etc. Enfim uma revisão anual necessária que eu detesto fazer mas que tenho de fazer. Os hospitais portugueses ao longo da minha vida não ficaram pobres por minha causa, pois pouco os utilizei, mas agora é necessário e antes que termine o sistema público de saúde vou aproveitar.
Continuo a olhar com pessimismo o futuro do país e das reformas e a nossa subjugação à Alemanha e França. Continuo a não ver resolvidos os casos de corrupção e riqueza ilícita no nosso canto à beira-mar plantado. Segundo o relatório da OCDE nós somos o país da Europa com mais assimetrias sociais e é tão pequeno este pedaço de terra e a riqueza tão mal distribuída. A partir de 2012 as condições de vida vão piorar para muitos portugueses e não sabemos o futuro do euro. Gostava de estar optimista e com pensamentos positivos mas sinceramente não vejo taxadas as riquezas excessivas que aqui existem e sem equidade não há democracia e cidadania. Para mim para o ano que vem vai ser um ano de apertar o cinto, nada de viagens, nada de consumos, vida austera. Vamos aprender a ser mais pobres, essa vai ser infelizmente a minha filosofia de vida.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Imagem da árvore com o contributo do neto e netas

Desenhos da Francisca pintados pela avó: vaca e burro


Desenhos da Francisca, pintados pela avó:anjo, Nossa Senhora e S. José



A pilha da máquina foi abaixo, volto a colocar o resto mais logo

A Francisca tem 5 Anos, o António Maria 33 meses e a Margarida que ajudou imenso a colocar as bolas na árvore de Natal tem 29 meses.

Desenho da Francisca integralmente pintado por ela: Menino Jesus

A verdadeira Windy


Desenhos da Francisca pintados pela avó: Windy e gato


Desenho do António Maria: Árvore de Natal com bolas

Tenho-me esquecido de dar notícias...

Tenho andado pelo facebook e pelas minhas tarefas diárias, médicos, neto, netas etc. e tenho descuidado um pouco o meu blogue.
Novidades frescas fui com umas amigas ver o filme «'A Pele onde Eu Vivo', o novo filme de Pedro Almodóvar, e é uma história de "terror cirúrgico" baseada num livro policial francês e que evoca vários filmes clássicos do género, bem como o mito de Frankenstein.
Almodóvar chegou a pensar fazer o filme a preto e branco e sem som, e Antonio Banderas tem um papel totalmente atípico, o de um cirurgião plástico que inventou um novo tipo de pele e a testa numa rapariga que sequestrou.» Simplesmente adorei e o Banderas de quem eu não gosto muito está muito bem dirigido neste filme. Também já tinha visto o último do Woody Allen que gostei imenso e dois portugueses, um da Teresa Villaverde Cabral «O Cisne» que não desgostei e um que adorei do João Canijo «Sangue do meu Sangue». Eu gosto de filmes fortes, que retratam vários aspectos da vida no mundo. Aspectos reais, porque a arte traduz a vida e não o contrário.
Os meus netos ajudaram a fazer a minha árvore de Natal e enfeitaram-na com desenhos feitos por eles. O progresso da Francisca em termos gráficos é notável. O António Maria evoluiu imenso em números e letras, assim como a Margarida que ontem contou-me de 1 a 14 de seguida. É a vida que nos irá substituir no ramo familiar.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

E não sou só eu a falar

O antigo bispo de Setúbal Manuel Martins está "triste e revoltado" com as situações de "miséria absoluta" existentes em Portugal. Consequência de uma "economia diabólica, desgraçada, hiper super liberal".

Em declarações à Lusa, a propósito do convite que lhe foi feito pelo provedor da Misericórdia do Porto para apoiar a criação de um fundo de emergência social, Manuel Martins questionou se o governo não verá notícias, uma vez que diariamente "todos os meios de comunicação social divulgam casos de instituições que dão comida a quem precisa".

"Por todos os lados surgem iniciativas. Isto diz a situação em que nos encontramos. O governo verá isto?", perguntou.

O antigo bispo de Setúbal questionou mesmo como é que "um governo se considera legítimo quando permitiu que um país chegasse a esta situação, que pela comunicação social parece de uma miséria absoluta".

"Aquilo que é fundamental num estado social este governo está a matar, com as exigência que põe, com os benefícios que retira", frisou.

Manuel Martins, que afirmou "estar disposto a fazer todo o bem que puder", lamentou, contudo, não ser ouvido.

"Ando sempre à volta disto, mas o meu púlpito agora é muito pequenino. Quando era bispo da diocese ou tinha um cargo na conferência episcopal, eu tinha púlpito, agora falo, mas o meu púlpito é pequenino", disse.

O bispo confessou estar "pessimista" quanto ao futuro do país e comparou a actual situação a uma emergência quase impossível de salvar.

"Nós estamos assim na situação em que vemos um trabalhador no fundo de um poço, não sei de quantos metros, e era preciso salvá-lo, mas estamos numa situação em que nem corda temos para lhe atirar", frisou.

Para Manuel Martins, Portugal atravessa uma situação económica financeira muito complicada, "fruto de dependências".

"É uma economia diabólica, desgraçada, hiper super liberal, que tem lá no alto da pirâmide meia dúzia de homens que mandam no mundo e muitas vezes desgraçam o mundo", disse, acrescentando que o "poder político está inteiramente dependente do poder económico".

Na sua opinião, algumas "hesitações" do governo ligadas a obras públicas, em especial o TGV e a segunda ponte sobre o Tejo, surgiram "mais por força de imposições, de dependências criadas com o poder económico, do que propriamente de um projecto sério, bem alinhado e pensado".

Manuel Martins criticou ainda a "falta de transparência" do Governo.

Na sua opinião, o Governo, "deve funcionar como uma família", dizendo aos portugueses, com verdade, a real situação em que o país se encontra, quais as dificuldades a ultrapassar e os projectos para ultrapassar a situação.

"Há muita coisa escondida. Bem sei que há coisas, como na própria família, que não se revelam por inteiro, mas a transparência faz parte da democracia", concluiu

Ando muito azeda

Ando muito azeda apesar de ser época natalícia. As notícias que vêm no jornal deixam-me cada vez mais perturbada com tanta injustiça:
- segundo o relatório da OCDE, Portugal é o país com mais assimetrias;
- os filhos dos desempregados não recebem abono de família;
- O governo nomeou três pessoas por dia desde que tomou posse;
- Dívida da Madeira sobe para seis mil milhões de euros;
- Sem-abrigo: De Marselha a Hamburgo, a caça aos pobres generaliza-se;
- Alemanha e França querem novo tratado europeu a 17 ou 27;
- Taxas moderadoras na saúde passam a custar o dobro;
- Igreja do Convento dos Inglesinhos à venda por 2 milhões;
- Portugal continua sem estratégia de prevenção e combate à corrupção;
- Reformas na Suíça com tecto máximo de 1700 euros;
- Hungria ilegaliza os sem-abrigo:

E nós o que é que fazemos????

E agora dou a palavra a Frei Fernando Ventura

Natal com menos... Natal melhor

"Ser hoje luz num tempo de sombras, parece ser o “destino” de cada um de nós no tempo que passa, num tempo que passa e que dói, que dói esta dor funda da impotência, da impotência diante dos gigantes das sombras que se agigantam e que parecem querer tomar de assalto tudo o que mexe, tudo o que respira e tudo o que sonha.

Por isso hoje é tempo de NATAL com menos, mas um Natal melhor!

O mundo, o país e cada um de nós, vive tempos de esperança e de mudança, em que o novo surge como a nova fronteira a conquistar, mas onde o medo e os medos teimam em formar barreira diante dos olhos, destes olhos feitos para ver a luz, feitos para encarar o medo, feitos para não terem de ver o sol só refletido nos charcos.

Por isso hoje é tempo de NATAL com menos, mas um Natal melhor!

Se calhar, a maior conquista do tempo do medo que passa, foi precisamente esta de nos ter tirado a capacidade de ousar levantar a cabeça, de ousar olhar para além do imediato do já, em direção ao menos “imediato” do ainda não, mas que está e vive em tensão de devir, de futuro, de projeção para diante, num diante que encontra a utopia e faz dela o sonho, um sonho que vence o medo, um sonho que se abre à luz.

Por isso hoje é tempo de NATAL com menos, mas um Natal melhor!

É por aqui que passa o segredo, este segredo que invejosamente levamos dentro sem partilhar, que envergonhada e pudicamente escondemos e que não conseguimos dar à luz e que nos faz gemer, gemer as dores do parto que tarda, gritar o grito das vozes caladas.

Por isso hoje é tempo de NATAL com menos, mas um Natal melhor!

E no entanto, a gravidez do tempo existe, as dores do parto afligem-nos, o nascimento tarda em acontecer, e o meu povo sofre, e a minha gente grita, o grito surdo que a voz rouca não é capaz de calar, mas que o medo embota, e que o desespero não deixa encontrar a paz.

Por isso hoje é tempo de NATAL com menos, mas um Natal melhor!

Neste tempo de vozes que gritam, que gritam a esperança que não é, que gritam promessas que não são, que esboçam sorrisos que são só esgares, eu paro e pasmo, qual basbaque embrutecido diante do palácio da ignomínia alcandorado em conto de fadas, das mil e uma noites de uma aurora boreal que é só ilusão e nada, de um nada que teima em ser e de um ser que já não é.

Por isso hoje é tempo de NATAL com menos, mas um Natal melhor!

E eu caminho, oh sim, caminho ao mesmo tempo em direção ao nada e ao ser, em direção ao outro e a mim, em direção ao nada e ao tudo, deixando para trás o passado que já foi, indo ao encontro do futuro que parece tardar em vir, no presente que cada vez que se deixa tocar no futuro que se torna passado, porque afinal, não existe.

Por isso hoje é tempo de NATAL com menos, mas um Natal melhor!

E é aqui que começa a minha “crise”, a crise de saber quem sou, onde estou, como estou, quem serei, como serei, onde estarei, como estarei! E é aqui que me dou conta de mim, da minha pequenez de ser, mas de um ser que é, de um ser chamado à existência nesse espaço virtual entre o já e o ainda não, entre o abismo do tudo e a profundidade do nada, num silêncio às vezes só habitado por fantasmas e por vozes, onde a minha se confunde, mas não deixa de existir e de falar. E de dizer NATAL!

Por isso hoje é tempo de NATAL com menos, mas um Natal melhor!

Fantasmas e vozes de mim, deste ser que me habita e que eu procuro, deste ser que é e que é eternidade, uma eternidade que é já, que é este hoje do meu ser, que é ao mesmo tempo nada e tudo, porque sou eu, em relação comigo, em sorrisos e lágrimas, em alegrias e desesperos, em sonhos e fantasias, em “nadas” e em “tudos” que me habitam, que me “moram” onde eu moro, seja onde for, porque o meu “eu” não tem “lugar”, é, simplesmente, e pronto, comigo, em mim e para além de mim, porque infinito, porque eterno, porque tudo e porque nada, porque é, ao mesmo simultaneamente eternidade e tempo, imanência e transcendência, limite e infinito, kairós e eskaton, já e ainda não

Por isso hoje é tempo de NATAL com menos, mas um Natal melhor!"

FELIZ NATAL!

domingo, 4 de dezembro de 2011