sexta-feira, 30 de novembro de 2012


O golpe de estado de Passos Coelho
O governo de Passos Coelho prepara-se para aproveitar o pretexto dos 4 mil milhões que os medíocres da troika agiota lhe pedem, para, em lugar de cortar nas gorduras do estado como prometera com perfídia, cortar nos próprios fundamentos do que ainda resta do estado social e, ao mesmo tempo, pôr em causa questões do próprio regime político e do contrato social, muito para além das competências que lhe foram atribuídas. Sempre teve esse plano e a "ajuda externa" dá-lhe os pretextos necessários. Aproveita igualmente a total impotência dos seus aliados do CDS, a impotência, hipocrisia, medo (e, quem sabe, as histórias mal contadas) do paralisado Cavaco (que só com os seus ventríloquos oficiais não vai lá), para ir minando os fundamentos da democracia na qual assentava o Estado Social e vice-versa, dada a sua interligação. Faz tudo isto com a conivência dos organismos da Europa, já ridícula nas suas hesitações exaspe
rantes, do FMI, grande e histórico destruidor de economias no mundo há várias décadas, em favor de entidades financeiras, ainda com a ajuda dos conhecidos agentes locais do Goldman Sachs, obscuro banco implicado na crise e destruidor do antigo capitalismo, já moribundo, a favor do novo capitalismo financeiro predador que domina o mundo. Enquanto isso Relvas e outros aguardam o momento de consumar as privatizações de empresas do estado para os empresários amigos, dando seguimento à transferência brutal de dinheiro dos pobres - que não poupa com total despudor - e da classe média, para os já muito-ricos e os seus interesses financeiros sem fim e imparáveis. 
Passos Coelho e os seus vários aliados estão a levar a cabo um verdadeiro golpe de estado, talvez legal do ponto de vista formal mas sem dúvida ilegítimo, através da tomada do poder executivo no interior do próprio estado e do seu prolongamento para objectivos mais vastos e sinistros. Aquilo que foi anunciado como "refundação do memorando", no seu peculiar uso da língua portuguesa, torna-se agora mais claro. É o golpe de estado que não parece um golpe de estado.
Não vejo de que forma o irão - ou o iremos - impedir de o levar a cabo. Lamento isso profundamente.
António PInho Vargas

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

O meu doutoramento está a correr com grande entusiasmo. Daqui a dois anos e meio já vou defender a tese se tudo correr como está a correr agora. Aprender, aprender sempre até morrer.

Eu vim de longe


"Não havia agora dúvidas sobre o que estava a acontecer às caras dos porcos. Os animais que estavam lá fora olhavam dos porcos para os homens, dos homens para os porcos e novamente dos porcos para os homens; mas já não era possível dizer quem era quem." 

novembro de 1934- fevereiro de 1944
George Orwell, O triunfo dos Porcos

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

quinta-feira, 22 de novembro de 2012


Aluno com fome desmaia nas aulas

Publicado ontem

NUNO MIGUEL ROPIO
 

Um aluno do 11.º ano desmaiou durante uma aula por ter fome, numa escola em Lisboa. O caso foi denunciado pela professora no Facebook horas depois do ocorrido, gerando uma onda de consternação.
 
foto DR
Aluno com fome desmaia nas aulas
Anabela Rocha a docente que denunciou o caso
 
Já se tinha queixado no estabelecimento de ensino de não ter dinheiro para pagar o passe, tendo em conta que ruma diariamente do Barreiro a Lisboa, e de outras carências. Porém, esta terça-feira, as dificuldades do jovem aluno atingiram um patamar gritante, que só tinha similar na Grécia: desfalecer em plena sala de aulas porque ainda não tinha comido nada.
O episódio foi relatado, ao início da tarde, no facebook, por Anabela Rocha, professora que leciona naquela escola, pulverizando-se pela rede social e por vários blogues. Ao JN, salvaguardando a identidade do jovem, a docente contou que a escola tem tentado ajudar o aluno, que já conta com mais de 18 anos, mas que esse apoio se cinge neste momento ao transporte.
Leia mais na edição e-paper ou na edição impressa
O NOSSO TEMPO  um dos melhores programas da RTP 1, todas as terças-feiras depois do telejornal, um verdadeiro serviço público com nível.

Foto de O Bosque de Berkana.

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Que guapa é a minha filha...

www.collectivelyconscious.net

foto de BEAUTIFUL PLANET EARTH,,

Foto: BEAUTIFUL PLANET EARTH,,

Partilhado do mural do facebook de Aquilino Macado


O desaparecimento da Reserva Ecológica Nacional (REN), ou o fim de uma ideia feliz, de um homem invulgarmente bom. 

O arquitecto Gonçalo Ribeiro Telles é uma figura notável do nosso Portugal Democrático. Com uma extensa e rica obra pública
, a ele se deve um conjunto de iniciativas no domínio da conservação da natureza, nomeadamente as leis sobre a Reserva Agrícola Nacional (RAN), a Reserva Ecológica Nacional (REN), diferentes projectos de lei sobre baldios e florestação, assim como a co-autoria da Lei de Bases do Ambiente. Este conjunto de normativos permitiu, apesar da tentação insidiosa de uma legião de pato bravos, manter inúmeras bolsas de terrenos que, pela sensibilidade ecológica ou agrícola, mereciam ser preservados. Ao longo de mais de três décadas, foi possível assegurar um conjunto de “tampões biofísicos” nas áreas de maior pressão urbana. 
Ora, parece que o governo de Passos Coelho decidiu eliminar este instrumento de gestão territorial, dizendo, citando a ministra do ambiente, assunção cristas, que “a REN por si, irá desaparecer (..) o que resta de relevante ficará na Lei de Bases de Ordenamento do Território” (…), rematando com esta frase insólita e muito preocupante: “queremos eliminar redundâncias e burocracias excessivas”. 

Posto isto, são colocadas algumas questões no ar: “eliminar redundâncias e burocracias excessivas” é permitir uma passagem mais rápida para solos urbanizáveis? Se sim, não estaremos a acentuar um conjunto de fenómenos com potencial destruidor, nomeadamente movimentos de massa em vertente, inundações e erosão do litoral? Havendo uma crise imobiliária profunda, não seria preferível apostar numa estratégia concertada de reabilitação dos centros urbanos, mantendo inalterável este conjunto de parcelas territoriais de grande sensibilidade ambiental?

De facto, ao eliminar estas eficazes “fortalezas de conservação da natureza”, o governo de passos coelho presta um desonroso ataque à visão territorial imaginada por aquele notável homem público. Este pedagogo vigoroso merecia muito mais respeito. 
Em suma, todos nós!

Foto: O desaparecimento da Reserva Ecológica Nacional (REN), ou o fim de uma ideia feliz, de um homem invulgarmente bom. 

O arquitecto Gonçalo Ribeiro Telles é uma figura notável do nosso Portugal Democrático. Com uma extensa e rica obra pública, a ele se deve um conjunto de iniciativas no domínio da conservação da natureza, nomeadamente as leis sobre a Reserva Agrícola Nacional (RAN), a Reserva Ecológica Nacional (REN), diferentes projectos de lei sobre baldios e florestação, assim como a co-autoria da Lei de Bases do Ambiente. Este conjunto de normativos permitiu, apesar da tentação insidiosa de uma legião de pato bravos, manter inúmeras bolsas de terrenos que, pela sensibilidade ecológica ou agrícola, mereciam ser preservados. Ao longo de mais de três décadas, foi possível assegurar um conjunto de “tampões biofísicos” nas áreas de maior pressão urbana. 
Ora, parece que o governo de Passos Coelho decidiu eliminar este instrumento de gestão territorial, dizendo, citando a ministra do ambiente, assunção cristas, que “a REN por si, irá desaparecer (..) o  que resta de relevante ficará na Lei de Bases de Ordenamento do Território” (…), rematando com esta frase insólita e muito preocupante: “queremos eliminar redundâncias e burocracias excessivas”. 

Posto isto, são colocadas algumas questões no ar: “eliminar redundâncias e burocracias excessivas” é permitir uma passagem mais rápida para solos urbanizáveis? Se sim, não estaremos a acentuar um conjunto de fenómenos com potencial destruidor, nomeadamente movimentos de massa em vertente, inundações e erosão do litoral? Havendo uma crise imobiliária profunda, não seria preferível apostar numa estratégia concertada de reabilitação dos centros urbanos, mantendo inalterável este conjunto de parcelas territoriais de grande sensibilidade ambiental?

De facto, ao eliminar estas eficazes “fortalezas de conservação da natureza”, o governo de passos coelho presta um desonroso ataque à visão territorial imaginada por aquele notável homem público. Este pedagogo vigoroso merecia muito mais respeito. 
Em suma, todos nós!

E para lavar o olhar

Foto

By Daily Pictures

foto de Renée Gewölb Mayanz.

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Bom-dia


Quando os portugueses, a partir do dia 20, conforme o dia em que lhes pagam, virem, no mês de Janeiro, o ordenado que levam para casa, vão ficar completamente aturdidos com a modificação profunda que têm de fazer, mesmo em relação a 2012, n
a sua vida, e vão-se limitar, isto é a minha modesta opinião, a um consumo, isto no que toca às classes médias evidentemente, não aos abastados, aos homens com fortuna, vão-se limitar a um consumo que eu posso considerar de estrita sobrevivência, para todos aqueles que ainda não entraram naqueles 3 milhões de pobres e que vivem da caridade, de estrita sobrevivência que vai ter consequências enormes.

-Carlos Moreno, juiz jubilado do Tribunal de Contas

sábado, 17 de novembro de 2012

"Só serei verdadeiramente livre quando todos os seres humanos que me cercam, homens e mulheres, forem igualmente livres, de modo que quanto mais numerosos forem os homens livres que me rodeiam e quanto mais profunda e maior for a sua liberd
ade, tanto mais vasta, mais profunda e maior será a minha liberdade." — Mikail Bakunin
E volto a insistir: A AUSTERIDADE É PRIVATARIA E A MAIOR MENTIRA DO SÉC. XXI [http://bioterra.blogspot.pt/2012/08/privataria-austeridade-e-roubaria.html]







quinta-feira, 15 de novembro de 2012


Testemunho do escritor Mário de Carvalho, na sua página do Facebook:
Testemunho de Ana Margarida de Carvalho (mãe de um dos detidos):
A todos os amigos que se interessaram e que ajudaram. Foi de facto um lindo serviço: hoje à noite, na prisão de alta segurança de Monsanto, onde custumam enclausurar os barões da droga e outros energúmenos estava uma vintena de adolescentes imberbes. Foram detidos porque sim, sem qualquer acusação, por agentes à paisana que os apanharam em vários pontos da cidade, alguns nem sequer tinham ido à manifestação… Sem direito a telefonarem, nem a contactar com os advogados (tinham ordens nesse sentido, diziam os srs agentes)… Havia pais que ainda não sabiam em que estabelecimento prisional estavam os filhos. O joão está bem, com algumas nódoas negras nos pulsos por causa das algemas, mas até suportou bem a humilhação, os insultos, o permanecer descalço durante 3 horas numa cela gelada de pedra (enfim, havia miúdos feridos, a pingar sangue, portanto…) Quanto aos outros, os tipos dos capuzes e das pedras e das claques ou lá o que eles são, não sei… Não os vi por lá. O importante reter é que neste momento, ao abrigo do alerta laranja, das ordens do MAI e da NATO, podemos ser presos por participar numa manifestação.Claro que isto foi «só» uma manobra de intimidação, mas resulta: para a próxima participarão menos, com certeza. Eu mesma, não sei… terei que ir tomar conta dos meus filhos, escoltá-los até chegarem a casa, sãos e salvos… Enfim, a palhaçada continua. obgd mais uma vez.
Em Monsanto, enquanto iam libertando alguns dos detidos, em pequenos grupos, pude escutar a seguinte resposta por parte de um agente de PSP a um detido que lhe perguntava como podia saber por que motivo o haviam levado para ali: «O Comando amanhã abre às 9 horas. Vá lá e pergunte!»

Governar pela força. Posted by sarahadamopoulos


Foi preciso chegar quase aos 48 anos para experimentar na pele a sensação de levar com um bastão da polícia. O rapaz que tinha idade para ser meu filho não quis saber dos meus cabelos brancos nem dos meus apelos à calma. Bem sei que a confusão foi muita e que os ânimos se exaltaram – alguns manifestantes (a maioria deles jovens muito revoltados, desempregados como os pais, sem dinheiro para pagar propinas, sem horizontes de vida) tinham-se dedicado durante mais de uma hora a lançar pedras da calçada sobre os polícias. Bem sei que a polícia tinha tentado comunicar minutos antes de carregar sobre a multidão, que não iria tolerar mais pedras e insultos. Não pudemos ouvi-los, pois as vaias sobrepuseram-se ao que tentavam dizer-nos. Sei que de repente estava a correr, tentando não cair e ser esmagada pela multidão em pânico. A PSP de choque perseguiu os manifestantes até perto da Calçada do Combro, obrigando a várias correrias consecutivas para escapar à ira dos polícias. As mulheres choravam, chocadas com a violência dos rapazes da PSP. Também chorei, também me chocou a violência indiscriminada sobre as pessoas, as bastonadas ao calhas, preferencialmente nas pernas para fazer cair as pessoas e bater-lhes mais, mas chocou-me sobretudo a visão da força repressiva que este Governo está disposto a usar para tentar calar o povo – para fazer com que aceite sem espernear as suas políticas inaceitáveis.
Já o escrevi antes: é a violência das medidas cegas que está a gerar este clima de desespero que sucede aos insultos que indignam Pedro Passos Coelho – um homem autoritário e indiferente à indignação do povo de que se diz representante. Não nos representa. Foi eleito por uma minoria de votantes (e como lamento que tenha sido a abstenção a elegê-lo Primeiro Ministro), governa graças a uma coligação de interesses em que a maioria dos portugueses não se revê, mas não abre mão do poder, não ouve os que constantemente o questionam, não pára um momento que seja para considerar os protestos que resultam da extrema violência das medidas que estão a destruir milhares de vidas em Portugal, parece não se questionar jamais, preferindo prosseguir orgulhosamente sozinho por esse caminho danado. A partir daqui tudo fica muito mais claro. Passos Coelho está disposto a governar pela força.
© Imagem destaque Nuno Pinto Fernandes/Global Imagens
"AQUILO QUE HOJE SE PASSOU, DO PONTO DE VISTA DE UM MANIFESTANTE PACÍFICO:
Para que não vinguem as mentiras da Administração Internas aqui têm o meu relato do que realmente se passou em frente à assembleia.
Sim, é verdade que cerca de 20 a 30 pessoas passaram mais de uma hora a atirar petardos, pedras e garrafas à polícia. Por essa razão, os outros 99% de CIDADÃOS PACÍFICOS mantiv
eram a devida distância, para nem serem confundidos nem fazerem parte da acção de alguns animais. A certa altura, as pessoas perceberam que algo se estava a passar. Demasiadas movimentações de polícia na Assembleia demasiado organizadas.
Cá em baixo, numa das laterais um grupo de polícia à paisana abandona rapidamente a manifestação. Mais tarde, as televisões diriam que as pessoas foram avisadas para dispersar. Cá de baixo, posso-vos dar uma certeza, nenhuma pessoa com uma audição normal ouviu um único aviso.
A polícia disparou cerca de 4 a 6 petardos pela manifestação e carregou. Como estávamos todos bem afastados, os CIDADÃOS PACÍFICOS não fugiram. Mas quando vi um pai a fugir com o filho no colo e a levar bastonadas percebi que quem estava atrás das viseiras já não eram pessoas.
Fugimos, mas por mais rápidos que tentássemos ser, eram pessoas a mais para conseguirem ser mais rápidas que a polícia. Felizmente não recebi carga, infelizmente porque atrás de mim tinha um escudo humano a tentar fugir. Ao meu lado, um senhor tentava fugir com a mulher de cerca de 50 anos, que chorava com a cara cheia de sangue. Não, esta senhora não levou com pedras dos manifestantes. Esta senhora estava cá atrás. Esta senhora levou com um cassetete.
Fugimos para uma rua afastada, onde pensávamos estar todos seguros e mostrar à polícia que não queríamos estar na confusão, nós os CIDADÃOS PACÍFICOS. Nada nos valeu, pois a polícia perseguiu as pessoas pelas várias ruas em redor da Assembleia, carregando em todos. O que me safou foi uma porta aberta de um prédio, onde me refugiei com mais 8 CIDADÃOS, incluindo jornalistas da Lusa. O que lá fora se passava era incrível. Uma senhora de idade que chegava a casa tentava entrar no seu prédio mas a polícia gritava-lhe para que descesse a rua.
Só mais de 30 minutos depois conseguimos sair e o que mais me impressionou foi a quantidade de sangue que havia pelos passeios, bem longe da Assembleia.
NÃO ACREDITEM EM MENTIRAS. ERA POSSÍVEL NÃO TER PERSEGUIDOS CIDADÃOS PACÍFICOS QUE FUGIAM POR RUAS AFASTADAS MAIS DE 200 METROS DA ASSEMBLEIA.
Mesmo quando estava “barricado” no prédio, mesmo com a porta fechada tive, pela primeira vez, muito medo da polícia.
O que sinto agora não é nem raiva, nem revolta. É um vergonha enorme e uma imensa e profunda TRISTEZA.
É assim que se tira a vontade ao povo civilizado de se manifestar. Tira-se-lhe a esperança."

(via Maria João Pinho)

É verdade que quem sai aos seus não degenera. Obrigada querido filho pelo comentário.

CORAGEM?!!?

Eu já não tinha qualquer espécie de dúvida quanto à total falta de preparação, liderança, carisma e sentido de estado do nosso... (até me custa escrever!) primeiro-ministro, mas ouvi-lo ontem a elogiar a coragem de quem quis continuar a trabalhar num dia de importante greve e manifestação geral é oficialmente deixar-me enojado e revoltado por ter gente burra, fraca, insensível e arrogante a liderar os destinos lusos.
Coragem? Coragem tiveram todos os que abdicaram de um dia de salário para dizer basta, coragem tiveram aqueles, como já li aqui no FB, que antes do 25 de Abril abdicaram da liberdade quando faziam greve, coragem tiveram aqueles que lutaram para que ele hoje fosse democraticamente eleito, coragem têm aqueles que nem do salário puderam abdicar porque não o têm.
Eu trabalho todos os dias porque felizmente posso, quero e gosto e por isso é preciso coragem para fazer o contrário. É preciso coragem porque uma greve serve não p
ara tirar uma folga mas para lembrar que em tempos houve escravatura, repressão e ausência de direitos dos trabalhadores. Coragem é qualidade que este governo não tem. Pena...
E a meia-coragem de alguns que muito apoiaram a greve mas que precisaramm do dia de salário, perdoem-me mas eu preciso muito mais da minha dignidade, do meu protesto, da minha voz e da minha liberdade porque não quero chegar à altura em que já não há nada a perder...

Cidadão ilustres, sábios, humildes, carismáticos e líderes, assumam a coragem que é necessária e tomem a liderança deste país porque a tragédia está na falta de coragem de nos deixarmos governar por corruptos, cobardes e Burros (com B grande).

«Há circunstâncias na vida em que a dignidade humana pode exigir grandes sacrifícios, isto é, heroísmo. Ninguém tem autoridade moral para exigir de outro um comportamento heróico. Cada um de nós tem essa obrigação, não porque outros lho peçam ou censurem se o não fizer, mas porque as próprias coisas lho pedem; pede-o sobretudo a dignidade humana. A história de todas as culturas está cheia de gestos exemplares deste tipo, fora do "normal estatístico". Mas estas escolhas podem surgir na vida de todos os homens, em circunstâncias "normais".» 
(Juan Luis Lorda)

«Os cobardes morrem várias vezes antes da sua morte; O homem corajoso experimenta a morte apenas uma vez.»
(Shakespeare)

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Que diferença entre os portugueses e os espanhóis a lutarem pelos seus direitos. Nunca aderi muito ao conceito de iberismo, mas este ano e particularmente quando para o ano receber o recibo do ordenado de Fevereiro e a nota de pagamento do IRS, de certeza que pensarei duas vezes na atitude dos homens e mulheres espanhóis face aos direitos retirados em comparação com os portugueses e as portuguesa
s. Estou com a TVE ligada e sinto uma profunda tristeza de ao fim de 45 anos de descontos eu veja um povo aceitar como cordeirinhos em rebanho o que nos fazem. Até os cientistas alemães que estão a trabalhar em Portugal estão admirados com a nossa passividade, pois dizem que na Alemanha era impossível por em prática esta austeridade. As Jonetes bem nos dizem «comemos muitos bifes».

Desde Trieste ( Italia) hasta madrid la juventud en huelga toma la calle reclamando los derechos que el 1% les roba condenandoles a elegir entre el exilio o la precariedad

Foto: Desde Trieste ( Italia) hasta madrid  la juventud en huelga  toma la calle reclamando los derechos  que el 1% les roba condenandoles a elegir entre el exilio o la precariedad.

Bom-dia com uma canção da minha juventude...

terça-feira, 13 de novembro de 2012


BLOG DE NOTAS
*Opinião 

Angela Merkel veio a Portugal, esteve cá meia dúzia de horas, custou uma fortuna ao país e saiu sem um único resultado concreto.
Disse alguma coisa que não podia dizer a partir de Berlim ou numa dessas cimeiras habituais e dispendiosas?
A presença em Portugal trouxe alguma mais valia?
Todos sabemos que os negócios entre as empresas se fazem com discrição e em segredo e não a coberto do mediatismo de visitas para português ver.
Já lá vai o tempo em que valia a pena alimentar a política europeia com todo este tipo de actividades folclóricas.
Hoje estamos num mundo globalizado onde os presidentes falam pelo Facebook e onde as pessoas conhecem a Chanceler da Alemanha como se de um ícone Pop se tratasse. Ao pormenor. 
Estas visitas não acrescentam nada!
Tratem por favor de encontrar a forma de resolver esta união falhada da Europa e deixem-se de ilusionismos e bacoquices.
Começamos a ficar sem paciência para estes líderes europeus que seriam despedidos de qualquer empresa com uma gestão minimamente profissional.

sábado, 10 de novembro de 2012

Notícias da RTP


“O São Julião da Barra é um forte que foi construído para impedir os piratas de entrar no Tejo. Quem é que imaginava que os piratas iam para dentro do Forte de São Julião da Barra? Se é para isso podia ter mandado um postal ilustrado”, afirmou Louçã, num discurso marcado pelo apelo à mobilização da esquerda na greve geral da próxima quarta-feira. 
Há um mês, a chanceler alemã esteve em Atenas, o que desencadeou uma violenta reação da rua grega.


“Mas há uma forma simpática de ver as coisas. Enquanto Merkel está presa dentro do forte com Passos Coelho e Paulo Portas, a liberdade está nas ruas de Lisboa, e vamos fazer ouvir essa liberdade, essa é a liberdade da Europa, é a de quem luta por todos”, acrescentou o bloquista sob fortes aplausos da esquerda reunida na capital portuguesa.

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Uma crónica de ANTÓNIO LOBO ANTUNES dedicada a ISABEL JONET do Banco Alimentar


" OS POBREZINHOS "



Na minha família os animais domésticos não eram cães nem gatos nem pássaros; na minha família os animais domésticos eram pobres. Cada uma das minhas tias tinha o seu pobre, pessoal e intransmissível, que vinha a casa dos meus avós uma vez por semana buscar, com um sorriso agradecido, a ração de roupa e comida.

Os pobres, para além de serem obviamente pobres (de preferência descalços, para poderem ser calçados pelos donos; de preferência rotos, para poderem vestir camisas velhas que se salvavam, desse modo, de um destino natural de esfregões; de preferência doentes a fim de receberem uma embalagem de aspirina), deviam possuir outras características imprescindíveis: irem à missa, baptizarem os filhos, não andarem bêbedos, e sobretudo, manterem-se orgulhosamente fiéis a quem pertenciam. Parece que ainda estou a ver um homem de sumptuosos farrapos, parecido com o Tolstoi até na barba, responder, ofendido e soberbo, a uma prima distraída que insistia em oferecer-lhe uma camisola que nenhum de nós queria:

- Eu não sou o seu pobre; eu sou o pobre da minha Teresinha.

O plural de pobre não era «pobres». O plural de pobre era «esta gente». No Natal e na Páscoa as tias reuniam-se em bando, armadas de fatias de bolo-rei, saquinhos de amêndoas e outras delícias equivalentes, e deslocavam-se piedosamente ao sítio onde os seus animais domésticos habitavam, isto é, uma bairro de casas de madeira da periferia de Benfica, nas Pedralvas e junto à Estrada Militar, a fim de distribuírem, numa pompa de reis magos, peúgas de lã, cuecas, sandálias que não serviam a ninguém, pagelas de Nossa Senhora de Fátima e outras maravilhas de igual calibre. Os pobres surgiam das suas barracas, alvoraçados e gratos, e as minhas tias preveniam-me logo, enxotando-os com as costas da mão:

- Não se chegue muito que esta gente tem piolhos.

Nessas alturas, e só nessas alturas, era permitido oferecer aos pobres, presente sempre perigoso por correr o risco de ser gasto

(- Esta gente, coitada, não tem noção do dinheiro)

de forma de deletéria e irresponsável. O pobre da minha Carlota, por exemplo, foi proibido de entrar na casa dos meus avós porque, quando ela lhe meteu dez tostões na palma recomendando, maternal, preocupada com a saúde do seu animal doméstico

- Agora veja lá, não gaste tudo em vinho

o atrevido lhe respondeu, malcriadíssimo:

- Não, minha senhora, vou comprar um Alfa-Romeu

Os filhos dos pobres definiam-se por não irem à escola, serem magrinhos e morrerem muito. Ao perguntar as razões destas características insólitas foi-me dito com um encolher de ombros

- O que é que o menino quer, esta gente é assim

e eu entendi que ser pobre, mais do que um destino, era uma espécie de vocação, como ter jeito para jogar bridge ou para tocar piano.

Ao amor dos pobres presidiam duas criaturas do oratório da minha avó, uma em barro e outra em fotografia, que eram o padre Cruz e a Sãozinha, as quais dirigiam a caridade sob um crucifixo de mogno. O padre Cruz era um sujeito chupado, de batina, e a Sãozinha uma jovem cheia de medalhas, com um sorriso alcoviteiro de actriz de cinema das pastilhas elásticas, que me informaram ter oferecido exemplarmente a vida a Deus em troca da saúde dos pais. A actriz bateu a bota, o pai ficou óptimo e, a partir da altura em que revelaram este milagre, tremia de pânico que a minha mãe, espirrando, me ordenasse

- Ora ofereça lá a vida que estou farta de me assoar

e eu fosse direitinho para o cemitério a fim de ela não ter de beber chás de limão.

Na minha ideia o padre Cruz e a Saõzinha eram casados, tanto mais que num boletim que a minha família assinava, chamado «Almanaque da Sãozinha», se narravam, em comunhão de bens, os milagres de ambos que consistiam geralmente em curas de paralíticos e vigésimos premiados, milagres inacreditavelmente acompanhados de odores dulcíssimos a incenso.

Tanto pobre, tanta Sãozinha e tanto cheiro irritavam-me. E creio que foi por essa época que principiei a olhar, com afecto crescente, uma gravura poeirenta atirada para o sótão que mostrava uma jubilosa multidão de pobres em torno da guilhotina onde cortavam a cabeça aos reis.
 Quais são as pessoas que não podem comer bifes todos os dias? Os políticos? Os que nos deixaram na miséria? Aqueles que fazem parte das vergonhosas assimetrias em Portugal? Este discurso é do tempo do estado Novo, como se as populações que trabalham e descontam uma vida é que têm culpa. Há muitas Jonetes em Portugal, infelizmente.

O inacreditável discurso de Isabel Jonet, presidente do Banco Alimentar ...

quarta-feira, 7 de novembro de 2012


Se Camões fosse vivo escreveria assim...

Lindo! Como ele vais morrer pobre e a mendigar...    
Leiam, Parabéns ao autor!                        
                               I
As sarnas de barões todos inchados
Eleitos pela plebe lusitana
Que agora se encontram instalados
Fazendo o que lhes dá na real gana
Nos seus poleiros bem engalanados,
Mais do que permite a decência humana,
Olvidam-se do quanto proclamaram
Em campanhas com que nos enganaram!

                                II

E também as jogadas habilidosas
Daqueles tais que foram dilatando
Contas bancárias ignominiosas,
Do Minho ao Algarve tudo devastando,
Guardam para si as coisas valiosas
Desprezam quem de fome vai chorando!
Gritando levarei, se tiver arte,
Esta falta de vergonha a toda a parte!

                              III

Falem da crise grega todo o ano!
E das aflições que à Europa deram;
Calem-se aqueles que por engano
Votaram no refugo que elegeram!
Que a mim mete-me nojo o peito ufano
De crápulas que só enriqueceram
Com a prática de trafulhice tanta
Que andarem à solta só me espanta.

                             IV

E vós, ninfas do Coura onde eu nado
Por quem sempre senti carinho ardente
Não me deixeis agora abandonado
E concedei engenho à minha mente,
De modo a que possa, convosco ao lado,
Desmascarar de forma eloquente
Aqueles que já têm no seu gene
A besta horrível do poder perene!


      Luiz Vaz Sem Tostões
 
 
 
 




--V 

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Que linda és minha filha bonequinha

Foto

Netinhas lindas

Foto: Manas Catatuas VI

Filho, nora e neto. Todos lindos.

Foto
Fui a Santarém num dia de semana, a Casa do Brasil estava fechada e tinha um papel na porta a dizer volto já. A igreja de S. Francisco recentemente recuperada estava fechada, com gente lá dentro que não abriu a porta, apesar de nos dizerem que ela estava aberta, o colégio dos jesuítas só se pode visitar com autorização. Viva o turismo em Portugal, vivam os maravilhosos serviços da Câmara.

Opening soon: "Antonio's Art Gallery"!!!

Foto: Opening soon: "Antonio's Art Gallery"!!!
:)

domingo, 4 de novembro de 2012

Bom-dia com Fernando Pessoa


Deve chamar-se tristeza 
Isto que não sei que seja
Que me inquieta sem surpresa
Saudade que não deseja.
Sim, tristeza - mas aquela
Que nasce de conhecer
Que ao longe está uma estrela
E ao perto está não a Ter.

Seja o que for, é o que tenho.
Tudo mais é tudo só.
E eu deixo ir o pó que apanho
De entre as mãos ricas de pó.