terça-feira, 30 de setembro de 2008

VOLTEI E SINTO-ME FELIZ

VIAGENS NÃO ACABAM
"O fim duma viagem é apenas o começo doutra. É preciso ver o que não foi visto, ver outra vez o que se viu já, ver na Primavera o que se vira no Verão, ver de dia o que se viu de noite, com sol onde primeiramente a chuva caía, ver a seara verde, o fruto maduro, a pedra que mudou de lugar, a sombra que aqui não estava. É preciso voltar aos passos que foram dados, para os repetir, e para traçar caminhos novos ao lado deles. É preciso recomeçar a viagem sempre."

José Saramago - Viagem a Portugal

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

BARCELONA

Amanhã às 5 horas da manhã parto para Barcelona. durante uma semana vou reviver esta bela cidade, onde já estive três semanas no passado. Vou ter a oportunidade de fazer a rota de Salvador Dali e visitar assim os seus lugares de memória. A todos que me acompanham neste blogue até para a semana.

domingo, 21 de setembro de 2008

Eu vou ser positiva

Mantenha seus pensamentos positivos, porque pensamentos tornam-se suas palavras. Mantenha suas palavras positivas, porque suas palavras tornam-se suas atitudes. Mantenha suas atitudes positivas, porque suas atitudes tornam-se seus hábitos. Mantenha seus hábitos positivos, porque seus hábitos tornam-se seus valores. Mantenha seus valores positivos, porque seus valores...Tornam-se seu destino!

(Mahatma Gandhi)

sábado, 20 de setembro de 2008

Pensar positivamente, estou a acreditar

Sou mesmo uma tartaruga que atravessa o oceano sem parar, não tenho dúvida, necessito é de todos os dias impor a mim própria pensamentos positivos, ver beleza nas coisas simples e sobretudo saber perdoar tudo aquilo que me magoou ao longo da vida.
Só hoje, após três meses de aposentada é que tenho consciência do enorme sofrimento que foi há cinco anos e meio, mudar de uma cidade onde estava há mais de vinte anos para outra cidade, de um serviço que criei, para outro novo onde ninguém me conhecia, deixar uma casa que tinha acabado de comprar, para outra casa, acumulando duas rendas e tudo aos 58 anos de idade.
E porquê? Para serem outros a substituirem-me no posto que eu ocupava.
No novo emprego, sabendo dos cargos que tinha anteriormente, a dúvida instalou-se, será que ela queria o lugar dos outros, um lugar de chefia?
Depois comecei a observar o percurso dos meus amigos, cada um a mostrar o seu verdadeiro eu, a fazer aquilo que na realidade queriam fazer - protagonismo e sobrevivência. O trabalho de equipa foi esquecido, os novos políticos deram-lhes postos de chefia e oportunidades de projectos novos e eu sobrevivi, empenhada num sentido de serviço público e terminei a missão com uma grande investigação, um trabalho de campo, um livro publicado de 200 páginas, um catálogo e um livro infantil.
Os meus amigos sabiam o meu percurso de vida e o meu sofrimento, mas congratularem-se com o meu livro, aparecendo na apresentação do mesmo ou apresentá-lo noutras paragens, isso não aconteceu.
É desta mágoa que finalmente estou a libertar-me pois levo muito tempo a fazer o luto, e tive tantos lutos para fazer. Hoje decidi que quero pensamentos positivos e saber perdoar os outros e a mim mesmo pelos erros cometidos.
Tenho projectos de investigação em marcha, com futura publicação de dois livros, a inauguração de uma exposição e a implementação de dois serviços educativos, além de ter voltado aos trabalhos artísticos e artesanais, assim como à meditação e procurarei mais tarde o yoga.
Os meus netos e os meus filhos são um grande objectivo da minha vida, digo netos porque vou ter um novo neto em Março, de um dos meus filhos e da minha nora, vai-se chamar António Maria e será um grande companheiro da Francisca.
Meditar, comer saudavelmente, fazer longos passeios, olhar o mundo com alegria e esperança, ir espreitar o mar todos os dias, já que vivo a dois minutos dele, encher o peito de ar, ver beleza nas coisas pequenas e essencialmente saber perdoar e não ter sentimentos negativos no coração, isto não quer dizer que eu queira voltar atrás, não, uma coisa é perdoar, outra é cortar com o mal que tanto sofrimento me causou afastando-me. Vendi a minha casa na antiga cidade e só tenciono ir a esse lugar esporadicamente, para situações muito concretas.
Aguarda-me aquilo que não custa dinheiro, o afecto pelos meus, o sol, a chuva, o mar, a natureza, a meditação, olhar a beleza e senti-la dentro de mim e tranmiti-la aos meus entes mais novos, a já existente e os que estão para vir. Adquirir sabedoria e saber viver com pouco. Li num artigo de jornal que há pessoas que são capazes de viver com 100 objectos, admirei-as, eu que tenho a casa tão cheia, mas agora vou começar a esvaziá-la de tudo o que é inútil para mim e faz falta a outras pessoas-
A vida deve ser renovada constantemente para melhorar a nossa existência, tal como as empresas fazem as análises swot: detectar pontos fortes, pontos fracos, ameaças e opotrunidades e depois transformar os pontos fracos em fortes e as ameaças em oportunidades.
Transformar pontos negativos em positivos - um objectivo prioritário.
"Nós conhecemos o mundo exterior de sensações e acções mas, do nosso mundo interior de pensamentos e sentimentos, nós conhecemos muito pouco. O objectivo primário da meditação é que nos tornemos conscientes e que nos familiarizemos com a nossa vida interior. O objectivo final é alcançar a fonte da vida e da consciência."

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

David Mourão Ferreira


E por vezes as noites duram meses

E por vezes os meses oceanos

E por vezes os braços que apertamos

nunca mais são os mesmos

E por vezes encontramos de nós em poucos meses

o que a noite nos fez em muitos anos

E por vezes fingimos que lembramos

E por vezes lembramos que por vezes

ao tomarmos o gosto aos oceanos

só o sarro das noites não dos meses

lá no fundo dos copos encontramos

E por vezes sorrimos ou choramos

E por vezes por vezes ah por vezes

num segundo se envolam tantos anos.


Hoje o dia é daqueles que eu gosto


Água que bate nos vidros, o seu ruído
faz-me acordar.
O dia está cinzento e torna o meu quarto ameno,
por mais estranho que pareça.
Recordo a minha infância, quando os dias estavam
frios e chuvosos, eu ficava na cama mais tempo e
dizia para mim baixinho, chove, chove mais...
e enrolava-me nos cobertores,
ouvindo o som desigual da chuva a bater nas portadas.
Sempre gostei do Outono e das primeiras chuvas,
ao contrário das outras pessoas que ansiavam
por um raio de sol.
Depois o conforto terminava, quando mais ou menos afável,
a voz da minha mãe me vinha acordar.
Um dia, sei lá porquê, ela disse-me com afecto esta frase que eu nunca esqueci:
«já o sol se levanta, no seu manto cor-de-rosa
e tu minha preguiçosa, assim desprezas quem canta?»
Hoje o dia é daqueles que eu gosto.


Anad


terça-feira, 16 de setembro de 2008

Hoje foi mais um dia


Hoje foi mais um dia que passou,

verde e azul quando assomava à janela,

olhando as copas das árvores, atentas aos pássaros.


Hoje foi mais um dia que passou

cinzento e branco, angustiante e sombrio

pelo muito que pensou ter feito, pelo nada que resultou.


Hoje foi mais um dia que passou.


Anad

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Um poema para a felicidade


Um poema para a felicidade...
É urgente o amor. É urgente um barco no mar. É urgente destruir certas palavras, ódio, solidão e crueldade, alguns lamentos, muitas espadas. É urgente inventar alegria, multiplicar os beijos, as searas, é urgente descobrir rosas e rios e manhãs claras. Cai o silêncio nos ombros e a luz impura, até doer. É urgente o amor, é urgente permanecer.


Eugénio de Andrade

domingo, 14 de setembro de 2008

Carl Rogers - o meu guru dos anos setenta, quando começei a dar aulas

"Um indivíduo consegue hoje um diploma de curso superior sem nunca
ter aprendido a comunicar-se, a resolver conflitos, a saber o que fazer
com a raiva e outros sentimentos negativos" (Carl Rogers)

sábado, 13 de setembro de 2008

Saber perdoar

«Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final...Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver.Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos. Não importa o nome que damos, o que importa é deixar no passado os momentos da vida que já se acabaram.Foi despedida do trabalho? Terminou uma relação? Deixou a casa dos pais? Partiu para viver em outro país? A amizade tão longamente cultivada desapareceu sem explicações? Você pode passar muito tempo se perguntando por que isso aconteceu....Pode dizer para si mesmo que não dará mais um passo enquanto não entender as razões que levaram certas coisas, que eram tão importantes e sólidas em sua vida, serem subitamente transformadas em pó. Mas tal atitude será um desgaste imenso para todos: seus pais, seus amigos, seus filhos, seus irmãos, todos estarão encerrando capítulos, virando a folha, seguindo adiante, e todos sofrerão ao ver que você está parado. Ninguém pode estar ao mesmo tempo no presente e no passado, nem mesmo quando tentamos entender as coisas que acontecem conosco. O que passou não voltará: não podemos ser eternamente meninos, adolescentes tardios, filhos que se sentem culpados ou rancorosos com os pais, amantes que revivem noite e dia uma ligação com quem já foi embora e não tem a menor intenção de voltar. As coisas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas realmente possam ir embora...Por isso é tão importante (por mais doloroso que seja!) destruir recordações, mudar de casa, dar muitas coisas para orfanatos, vender ou doar os livros que tem. Tudo neste mundo visível é uma manifestação do mundo invisível, do que está acontecendo em nosso coração... e o desfazer-se de certas lembranças significa também abrir espaço para que outras tomem o seu lugar.Deixar ir embora. Soltar. Desprender-se. Ninguém está jogando nesta vida com cartas marcadas, portanto às vezes ganhamos, e às vezes perdemos.Não espere que devolvam algo, não espere que reconheçam seu esforço, que descubram seu gênio, que entendam seu amor. Pare de ligar sua televisão emocional e assistir sempre ao mesmo programa, que mostra como você sofreu com determinada perda: isso o estará apenas envenenando, e nada mais. Não há nada mais perigoso que rompimentos amorosos que não são aceitos, promessas de emprego que não têm data marcada para começar, decisões que sempre são adiadas em nome do "momento ideal". Antes de começar um capítulo novo, é preciso terminar o antigo: diga a si mesmo que o que passou, jamais voltará!Lembre-se de que houve uma época em que podia viver sem aquilo, sem aquela pessoa - nada é insubstituível, um hábito não é uma necessidade. Pode parecer óbvio, pode mesmo ser difícil, mas é muito importante.Encerrando ciclos. Não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida.Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é. Torna-te uma pessoa melhor e assegura-te de que sabes bem quem és tu próprio, antes de conheceres alguém e de esperares que ele veja quem tu és..E lembra-te: Tudo o que chega, chega sempre por alguma razão.»

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

O Cristo da nova igreja de Fátima - autoria Catherine Green

No blogue da Laurinda Alves, hoje, ela revela a emoção negativa que sentiu ao visitar com a mãe o interior da nova igreja de Fátima. Ao olhar para o Cristo que está suspenso junto ao altar ela descreve-o desta maneira «Lá dentro o Cristo na cruz, suspenso sobre o centro do altar. Tudo como seria de esperar se este Cristo não fosse uma figura estranha, desproporcionada e quase assustadora. A minha mãe já O tinha visto mas eu não. Ao meu lado e em tom reverente, dadas as circunstâncias, disse em voz baixa mas altamente indignada: Já viste? É muito feio e tem cara de facínora. Mete medo. Este não é o Cristo que eu conheço!
Não pude conter um ataque de riso em plena igreja a olhar para a 'cara de facínora' daquele Cristo. É medonho, sim e também eu não reconheço este Cristo. Quem será o autor?»
Mais uma vez eu discordo de Laurinda Alves, a escultura da autoria de uma irlandesa, mostra um Cristo com os traços característicos do local onde nasceu. Lourinho e de olhos azuis só em imagens do tempo da «outra senhora».
E já agora o que é ter cara de facínora?

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Quem me dera que eu fosse o pó da estrada



Quem me dera que eu fosse o pó da estrada
E que os pés dos pobres me estivessem pisando...
Quem me dera que eu fosse os rios que correm
E que as lavadeiras estivessem à minha beira...
Quem me dera que eu fosse os choupos à margem do rio
E tivesse só o céu por cima e a água por baixo...
Quem me dera que eu fosse o burro do moleiro
E que ele me batesse e me estimasse...
Antes isso que ser o que atravessa a vida
Olhando para trás de si e tendo pena...

Alberto Caeiro

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Vilma Arêas.

"De costas para a cordilheira e para a mulher de pedra esculpida no ar, abriu a névoa da praça com as duas mãos. Viu os seis peixes deitados no gravalho do ladrilho junto à porta. Entrou aspirando aquele cheiro de pedra, humidade e treva. Percorreu aposento por aposento, subiu e desceu degraus, passou as mãos nas paredes geladas. Reconheceu a voz cantarolando 'el sitio de mi recreo' em tom casual, não viu ninguém, ouviu Panero recitando 'del color de la vejez es el poema, busco aún mis ojos en el armario'. Dizia também que os tigres eram palácios e que nasciam cactos de suas veias."

domingo, 7 de setembro de 2008

Eu vou comprar e depois comentarei


«Le moine et le philosophe, resultou de conversas entre o filósofo francês Jean-François Revel e o seu filho, doutor em biologia, monge tibetano, Matthieu Ricard. O objectivo é esclarecerem o que é o budismo exactamente, e como é possível que desperte tanto interesse num contexto, no seu todo, desfavorável.»

sábado, 6 de setembro de 2008

Nuno Júdice

Nunca são as coisas mais simples que aparecem quando as esperamos. O que é mais simples, como o amor, ou o mais evidente dos sorrisos, não se encontra no curso previsível da vida. Porém, se nos distraímos do calendário, ou se o acaso dos passos nos empurrou para fora do caminho habitual, então as coisas são outras. Nada do que se espera transforma o que somos se não for isso: um desvio no olhar; ou a mão que se demora no teu ombro, forçando uma aproximação dos lábios.


quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Pensamento positivo é um movimento?

Só oiço pessoas a repetirem insistentemente nas conversas, quando elas revelam a verdade nua e crua a expressão «pensamento positivo, pensamento positivo». E penso, sim é possível porque segundo uma das autores de um blog e os seus admiradores, perante uma denuncia ou questionamento, a reacção é que isso são «pensamentos negativos, logo destruição»
Que movimento é este?

A sua mente pode ser um ímã que atrai tudo o que você mais deseja. Casas, carros, empregos. Mas será que a gente consegue ficar rico só de pensar?


«Basta ter uma atitude otimista para atrair o que deseja. Dinheiro, amor, saúde, sucesso. Tudo. Qualquer coisa pode estar ao seu alcance se você pensar positivamente, com firmeza, dizem os autores de auto-ajuda. "Aquilo em que você mais pensa ou se concentra se manifestará", garante Rhonda Byrne.Essa australiana de 52 anos alega ter desenterrado uma verdade preservada a sete chaves por sábios, filósofos, cientistas e gente de sucesso. E revelou sua descoberta no filme O Segredo, que vendeu mais de 2 milhões de cópias em dvd no mundo inteiro. O livro homônimo, lançado por ela, também virou um fenômeno de público, com 6 milhões de exemplares vendidos em apenas um ano.Byrne resume o que descobriu em frases de efeito como: "Sua realidade atual ou sua vida atual é resultado dos pensamentos que você tem". Hoje, uma legião de fãs segue seus ensinamentos.Esse mistério alardeado por Byrne não é nenhum segredo. Já faz tempo que diversos escritores têm divulgado as benesses do pensamento positivo. Um dos primeiros a falar sobre o assunto, Norman Vicent Peale, autor de O Poder do Pensamento Positivo, em 1952 já dizia: "Mude seus pensamentos e você mudará seu mundo".Hoje, a lista de livros que ensinam a usar os poderes da mente é quilométrica. Há o médico indiano Deepak Chopra (As Sete Leis Espirituais do Sucesso), o casal de videntes Esther e Jerry Hicks (Peça e Será Atendido), a palestrante motivacional Sandra Taylor (A Ciência do Sucesso), apenas para citar alguns dos mais badalados. Outro autor conhecido é o físico Amit Goswami (O Universo Consciente), cujo livro inspirou o filme Quem Somos Nós? (2005), espécie de documentário de auto-ajuda que recorre à física quântica para falar dos potenciais da mente.Em comum, todas essas teorias têm o fato de recorrer a argumentos científicos para afirmar que é possível fazer o cérebro funcionar a nosso favor e gerar resultados surpreendentes. No caso da física, especialmente da física quântica, os autores nos comparam o tempo todo com elétrons. Bastaria utilizar a técnica correta para colhermos os benefícios na saúde, trabalho e relacionamentos. É bom lembrar que, aos olhos da quase totalidade dos cientistas, essas teorias não fazem sentido nenhum.Por outro lado, a todo instante, deparamos com situações que parecem mostrar o contrário. O que dizer, por exemplo, de pessoas que parecem ter descoberto a fórmula secreta do sucesso e realmente se dão muito bem em tudo o que fazem? Ou dos otimistas a quem nada parece abalar? Ou ainda daqueles que dizem ter vencido doenças graças à atitudemental positiva? Relatos não faltam. Pois bem.Dentro deste caldeirão em que tudo parece ter o pensamento positivo como pano de fundo, você vai descobrir o que se fala a respeito, o que é fantasia, o que já foi comprovado e o que ainda permanece um mistério.»

Será que é possível estar 24 h positiva, incluindo as que se dorme?

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Carice Lispector - uma leitura poderosa

Eu romperei todos os nãos que existem dentro de mim, provarei a mim mesma que nada há a temer, que tudo o que eu for será sempre onde haja uma mulher com meu princípio, erguerei dentro de mim o que sou um dia, a um gesto meu minhas vagas se levantarão poderosas, água pura submergindo a dúvida, a consciência, eu serei forte como a alma de um animal e quando eu falar serão palavras não pensadas e lentas, não levemente sentidas, não cheias de vontade de humanidade, não o passado corroendo o futuro! O que eu disser soará fatal e inteiro. Não haverá nenhum espaço dentro de mim para eu saber que existe o tempo, os homens, as dimensões, não haverá nenhum espaço dentro de mim para notar sequer que estarei criando instante por instante, não instante por instante; sempre fundido, porque então viverei, só então serei maior que na infância, serei brutal e mal feita como uma pedra, serei leve e vaga como o que se sente e não se entende, me ultrapassarei em ondas. Ah, Deus, e que tudo venha e caia sobre mim, até a compreensão de mim mesma em certos momentos brancos porque basta me cumprir e então nada impedirá o meu caminho até a morte sem medo de qualquer luta ou descanso me levantarei forte e bela como um cavalo novo.