domingo, 31 de janeiro de 2010

Voltei hoje depois de 15 horas de viagem.

O México nestes dez dias que lá passei, foi tão apaixonante em termos de pesssoas, passado histórico e museologia, que amanhã farei neste blogue um relatório até que os dedos me doam. Aí sim eu viveria, aí sim eu aprendi muito, aí sim faz-se museologia como deve ser feita em termos comunitários. Vai ser uma das muitas visitas que a partir de agora farei`aos países da América Latina. Parafraseando Frida Kalo, VIVA LA VIDA.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

E tanto disseram mal da exposição Hermitage que recorreu a mecenas, pagou-se a si própria e deu lucro.

É verdade tanto mal disseram da exposição Hermitage que se pagou a si própria, através de mecenas, deu lucro e foi a exposição que nos museus ou galerias de arte mais público teve alguma vez na vida, com bilhetes pagos. E agora já querem mecenas?? Já querem gestores para arranjar patrocínios. Então qual é o papel do Estado?? E o João Brigola que teceu comentários negativos nas suas aulas de museologia sobre a Exposição Hermitage, nas costas dos colegas que a realizaram sem direito a contraditório, quer agora planos estratégicos e patrocínios para o século XXI??? E de alguns museus irem para as autarquias, é ideia dele???Por favor.




AGUARDEM UM ANO E VEJAM O QUE VAI ACONTECER A ESTAS PROMESSAS E DEMISSÕES RELÂMPAGO.


É grave que se mudem as direcções com tanta frequência"
Hoje

Afinal, como é que se processou a sua saída do cargo de director do Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA)?Como se sabe, esse cargo é o único na rede de museus que é equiparado ao de subdirector geral, o que implica que quando muda um Governo o lugar fica automaticamente à disposição da nova tutela. E a ministra da Cultura [Gabriela Canavilhas] resolveu prescindir dos meus serviços.

E que razões lhe apontou?
Disse-me só que pretendia um perfil diferente do meu. Que pretendia um gestor com experiência museológica. Aliás, já foi nomeado o professor António Pimentel, que vinha sendo director do Museu Grão Vasco.

Sentiu-se traído por esta decisão?
Sinto-me, principalmente, de consciência tranquila pelo trabalho que deixo feito no MNAA. Sabe, eu tenho uma perspectiva estrutural e o Museu de Arte Antiga é o primeiro museu do País, é uma espécie de Torre do Tombo do património museológico português. E também por isso é grave que se mudem as direcções do museu com tanta frequência.
Só soube que seria dispensado terça-feira?
Na segunda-feira foi-me solicitado que me dirigisse no dia seguinte [terça-feira] ao ministério. E fui recebido pela ministra, que foi a única pessoa a informar-me que não continuaria no cargo. Nem nenhum dirigente do Instituto de Museus e Conservação [liderado por João Carlos Brigola], nem o secretário de Estado [Elísio Summavielle] me disseram nada sobre este cenário. Foi a ministra quem mo comunicou. Eu ainda lhe perguntei o nome do meu substituto, mas a ministra recusou-se a revelar-mo.
Esperava ficar no cargo, depreende-se?
A continuação no cargo não é a questão principal, é o modo como as coisas foram feitas. As questões de cortesia profissional não são do conhecimento do Ministério da Cultura.
Chamá-lo num dia para o dispensar e apresentar um substituto no seguinte pressupõe tempo.

É uma estratégia muito seguida pela ministra, que gosta de chamar a si os dossiers e de dar algum espectáculo com as suas decisões. Acho que faz parte do temperamento e da personalidade dela, que gosta muito de actuar assim.

Conhece outros exemplos?
Conheço, mas não serei eu a falar deles, obviamente.

E que vai agora fazer?
Eu sou funcionário do Museu do Azulejo [do qual foi director uma década, até entrar em comissão de serviço no MNAA em 2007]. Não vou ficar desempregado, vou continuar a trabalhar.
Notícia retirada do DN ARTES


Ministra anuncia nova gestão nos museus
por ALEXANDRE ELIAS


Hoje
Será criada uma rede integrada de equipamentos culturais no eixo Ajuda/Belém.
Foi apresentado ontem no Museu Nacional de Arte Popular, ainda em processo de obras de melhoramento, o novo Plano Estratégico para os Museus Nacionais, intitulado "Museus Para o Século XXI". A conferência de imprensa foi conduzida pela ministra da Cultura, Gabriela Canavilhas, pelo secretário de Estado da Cultura, Elísio Summavielle, e por João Brigola, director do Instituto dos Museus e da Conservação (IMC).
O novo Plano Estratégico tem como objectivo principal a dinamização dos museus nacionais enquanto produtores de cultura e agentes turísticos, tendo em vista a redução da carga admnistrativa e burocrática que recai sobre o IMC.
Entre as medidas que compõem o plano inclui-se o reenquadramento do sistema de gestão dos 28 museus sob a alçada do IMC, que estudará a possibilidade de alienar a tutela de alguns museus locais e regionais para a admnistração pública,segundo um critério rigoroso de avaliação e conservação do património. Este plano estratégico contemplará ainda a criação de uma rede integrada de equipamentos culturais na área de Lisboa, principalmente no eixo Ajuda/Belém.
O Ministério da Cultura, tentará, em concerto com o IMC, honrar compromissos herdados de governos anteriores e concluir os esforços de restauro que estão a ser levados a cabo em museus como o Machado de Castro (Coimbra), em processo de conclusão de obras de melhoramento.
A nova proposta para os museus nacionais apostará também em novos modelos de gestão para os museus e palácios do IMC, tendo em vista a obtenção de soluções para as dificuldades financeiras que muitas destas instituições museológicas atravessam, agravadas pelo minguar do orçamento de estado para a cultura em anos recentes.
O Museu Nacional de Arte Antiga será exemplo principal da inovação de modelos de gestão a adoptar pelo IMC, estando projectada a adopção de um modelo de "gestão bicéfala", a implementar após devido esforço legislativo para adaptar a lei orgânica da gestão das instituições públicas às necessidades do modelo. O MNAA será o barómetro da viabilidade deste modelo de gestão, que será depois estendido a outros museus nacionais.
Gabriela Canavilhas mostrou-se bastante satisfeita com as novas medidas, que tomam já partido do aumento da fatia do Orçamento de Estado dedicada à cultura e também da melhor "relação interministerial" que facilita a obtenção de financiamentos exteriores, cujo montante exacto será divulgado após a apresentação oficial do Orçamento.

Por favor leiam a página do Público e principalmente os comentários à notícia da nova nomeação, principalmente o papel da Raquel Henriques da Silva, é só clikar://www.publico.clix.pt/Cultura/antonio-filipe-pimentel-devera-ser-o-novo-director-do-museu-de-arte-antiga_1418784

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Vou partir para o México na sexta 22 e só volto a 31. Trarei uma grande reportagem, pois vou estar num projecto girissimo.

Vou partir para a América central, onde se situa geográficamente o Haiti, o país que está neste momento num grande sofrimento. Tudo o que eu disser já será um lugar comum, para acrescentar alguma coisa às notícias que nos chegam via TV, rádio ou jornais.
Eu vou para o México para um projecto fantástico e trarei um largo relatório pois só volto 31 à noite. Há muito que eu desejava conhecer este país e a sua museologia. Vai ser agora que vou confirmar como os países pobres dão lições aos mais ricos em termos de comunicação espontânea e afectiva. Vou ver a verdadeira museologia social. A autêntica, não aquela que alguns «pseudo-teóricos» do nosso país apregoam. A museologia comunitária não existe no nosso país. Acreditem e vou-vos demonstrar na minha visita ao México, pode haver em alguns locais práticas de museologia social, mas dúvido que assim seja, sem terem por detrás um interesse qualquer pessoal. A museologia social e comunitária não pode estar dependente de uma tutela estatal, seja esse poder central ou local. A museologia comunitária é feita pelos cidadãos. E mais não digo. See you later alligator

ENTÃO?

Então museólogas no activo, não vejo nos vossos blogues referência aos primeiros actos desta ministra da cultura e dos seus chefes de serviço do Instituto de Museus, João Brigola (que nunca fez na vida um museu) , e Graça Filipe que no Ecomuseu do Seixal (de eco não tem muito) tinha perto de sessenta funcionários (vai querer o mesmo para os museus do Estado, de certeza??), pois os primeiros actos foram:
1º colocar uma arquitecta à frente do Museu de Arte Popular em vez de uma antropóloga, pois esta arquitecta tinha ficado sem lugar ao ter saído do Igespar, pois foi dado lugar a outro , um Couceiro que veio de Macau .
2º. despedirem o Director do Museu de Arte Antiga, Paulo Henriques, por falta de perfil para o lugar, sem lhe dizerem nada, ou seja sem o avisarem antes de falar com a ministra. Tão amigos que eles eram no ICOM, que estratégias tão grandes que têm para o futuro, que cabeça baixa que têm de ter com as decisões do poder político, o Elísio Summavielle está muito activo em explicações e não a ministra, não percebo a ministra, ou melhor não percebo nada.
Será que por aqui há Sublimes Príncipes do Real Segredo???

Uma frase por tudo o que se passa no país e na Museologia portuguesa

As pessoas que falam muito, mentem sempre, porque acabam esgotando o seu stock de verdades. Millôr Fernandes

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Amigas e amigos online, este fim de semana foi em cheio...

























































































































Começei logo de manhã a visitar a exposição que está no Palácio da Ajuda sobre as obras primas da Madeira. Não restam dúvidas que a Madeira tem um conjunto soberbo de obras de arte, os objects expostos são fantásticos. A 1ª. parte da museografia está muito bem as cores e os recantos dão um destaque às obras, mas quando chegámos a um paralelipipedo deitado e todo recortado de pequenas janelas foi uma desgraça, não consegui ver o que estava lá dentro, os buracos eram minúsculos e se viamos um bocadinho do canapé não viamos bem a cama, não consegui compreender a lógica e depois as belas fotografias que se seguiram do Museu Vicentes, estavam todas tipo lençol nas paredes, fotografias e documentos têm quanto a mim um contexto muito especial, e elas poderiam ser contexto das obras de arte em alguns sectores da exposição e as restantes fotos deviam estar acompanhadas das maravilhosas máquinas fotogáficas, assim dificilmente se conta uma história e a expoisção deve contar uma historia. Por isso talvez além do nosso grupo de cem pessoas divididos em pequenos grupos de 35 durante o dia, pouca gente encontrámos naquela exposição com tão maravilhosas obras de arte.


Depois de almoçarmos muito bem nas «Andorinhas», na Calçada da Ajuda, recomendo vivamente este restaurante de comida portuguesa tradicional, muito bem feita e está sempre cheio, é necessário reservar, nós tivemos sorte porque houve uma reserva que foi anulada. Comi uma pescada fresca cozida com legumes que foi de comer e chorar por mais.


Em seguida fui a pé com algumas amigas até ao CCB onde estavam outros amigos à nossa espera, tomámos um café, no meu caso abatanado descafeínado, raramente o tomo, só quando saio e fui ver a exposição da Amália e não gostei nada. Novamente o lençol de fotografias sem contexto, é-me insuportável ver fotos mais fotos, sem nada para dizer e os fatos não estavam, quanto a mim muito bem expostos. As obras da Joana de Vasconcelos são muito interessantes, são muito boas ideias as que ela tem, tirando as peças que ela fez vezes sem conta de objectos vestidos de bordado que me fartaram, mas estes corações a imitar filigrana feitos de colheres de plástico são lindos, tal como eram os sapatos de salto alto feitos de panelas e o candeeiro de tampões, noutras exposições, mas não concordo que na ficha técnica não apareça o nome dos artíficies que concretizam as ideias dela, porque uma coisa é ter a ideia, outra coisa é outros concretizarem magistralmente essa ideia, e porque é que não aparecem na ficha técnica, recordo as antigas obras públicas em que o escultor fazia a peça num tamanho pequeno e depois os canteitos é que a realizavam, claro que o artista dava os acabamentos, mas havia ali mais do que um artista, o Cutileiro não, ele trabalha directamente a pedra, aliás foi o primeiro escultor a fazer isso, ele trabalha tudo do princípio ao fim. A Helena de Almeida escolhe as posições das fotos e é ela que tem as ideias, mas as maravilhosas fotos são tiradas pelo marido e o nome do marido não aparece com o destaque devido. São pontos de vista.


Depois destas andanças, não podíamos deixar de ir aos pastéis de Belém, eu só comi um, para não me tentar e como estávamos ao pé dos Jerónimos fomos à missa e uma querida amiga nossa a Armindinha mais a mãe foram-nos levar a casa.


No da seguinte a minha filha mais velha comemorou a sua data redonda, reunimos a família e foi um almoço muito feliz, sem a presença do Antoninho e da sua mãe porque este bébé tem imensos dentes a rebentar e estava com febre. Brincámos com a Francisca às mais variadas brincadeiras que incluiam, exercícios no chão, em pé, canções, dança, ginásticas, deitar e levantar, enfim todo o imaginário infantil da minha enérgica neta foi usado, deixando-nos de rastos, estive a pensar como é que vai ser quando o António Maria e a Margarida crescerem. Como tinha ido a Alpiarça e trouxe as maravilhosas laranjas sumarentas, fiz dúzias e dúzias de laranjas em sumo, eu bebi tanto que a minha visicula fez das suas e não queiram saber as cólicas que eu tive ontem. Hoje felizmente estou melhor. Até a vitamina C em excesso é mau.















sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Adormecer com António Machado






Se hace camino al andar


(...)Caminante, son tus huellas

el camino y nada más;

caminante, no hay camino,

se hace camino al andar.

Al andar se hace el camino,

y al volver la vista atrás

se ve la senda que nunca

se ha de volver a pisar.

Caminante no hay camino

sino estelas en la mar. (...)


António Machado

Acordar com Octávio Paz....




Destino del poeta


Palabras? Sí. Desde el aire
y perdió en el aire.
Permítanme perderse entre las palabras,
déjame ser el aire entre los labios,
una marca Erramundo aliento,
el aroma que pronto se desvanece en el aire.
La propia luz se pierde.

( Octavio Paz )






Ver mais imagens em - www.festasonline.com/images/Azores138.jpg


quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Nunca tinha sentido um inverno tão rigoroso

O inverno está rigoroso e friorento, nunca o tinha sentido assim, apetece-me estar à volta da lareira, sem vontade de sair. Tenho cada vez mais falta da carta de condução, mas não sei se com esta idade é boa ideia tirar a carta, guiar com chuva, com malucos em velocidade excessiva, não sei, todas as boas amigas que tenho passam a vida na maior parte do tempo em casa ou se saiem é perto, não andam de carro, mesmo possuindo um, por causa de os arrumar e não haver lugar. Mas agora as minhas semanas vão estar muito ocupadas, com a minha neta e comigo, com a minha saúde. Vou-me organizar, só sei que de manhã não funciono bem, tenho o meu timing, depois de almoço a vida é outra. Até para arrumar livros é uma a duas prateleiras de cada vez. estou mesmo lenta, tenho de arrebitar, apesar de ter muitos projectos, este inverno alterou-me o ritmo. Sábado vou ver uma exposição, almoçar com amigos e ver outra exposição de tarde, está já combinado, amanhã vou a uma actividade espiritual de manhã, almoço em Lisboa e vou à médica, depois cinema com uma amiga. A minha amiga Mané vai-me ajudar com os passes ou bilhetes pré-comprados dos autocarros, eléctricos e metro de Lisboa. Tenho de me habituar ao combóio da linha, porque a minha filha nem sempre me dá boleia. tenho de andar, andar, andar. E para a semana México, ver outras terras e outras gentes. Gosto do Outono e do Inverno, mas estou a mudar de gostos, ~este inverno fez-me sentir saudades do verão.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

O Inverno está dificil , mas há sempre dias de sorte
















A chuva não tem abrandado e não estamos preparados para estes frios, no entanto há dias de sorte. No passado sábado fui à quintinha de Alpiarça com os meus cunhados e enchi a cozinha de legumes fresquinhos e reconfortantes, uns no cesto outros no frigorifico que tem na porta os sinais das viagens que tenho feito ao longo da vida mais as do meu marido e mais as que os meus filhos fazem. O mundo na porta do frigorífico, bom tema para começar o ano.
Já repararam que a minha cadela está sempre em cima do acontecimento?





quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Vim de Paris e já estou a preparar-me para outra viagem: a 22 de Janeiro parto para o México e vou lá estar perto de duas semanas.

5º dia e Partida para Lisboa















































































O 5º dia foi passado no Grand Palais e na livraria do Louvre. O Grand Palais foi construído no final do século XIX, para albergar a Grande Exposição de Paris em 1900. Em 1900 houve em Paris uma exposição mundial e Portugal também esteve representado. Situado nos Champs Elysees, a famosa avenida de Paris que vai dar ao arco do triunfo e em estrela se desdobra numa série de ruas das mais importantes da capital. É lindo ver este pormenor arquitectónico do cimo da Arco do Triunfo, até prefiro mais do que da Torre Eiffel, mas da torre da Defense a vista também é muito boa, mas desta vez não fomos a esses sítios. Fomos sim ver uma exposição sobre A Turquia e Instambul, uma linda exposição com lindos objectos, maravilhosas colecções que estavam expostas em Paris, do melhor, mas a museografia do rés-do-chão era péssima, com paredes forradas de papel a imitar pedra que fazia imenso ruído com os objectos, no 1º andar, bastou que se mudasse a cor de todo o pavimento e paredes com tecido vermelho Pequim, para fazer toda a diferença. A multimédia era espectacular. Em seguida fomos de novo comer ao Louvre desta vez comida francesa e depois fomos para a livraria do Louvre e foi uma overdose de compras, mas os livros que compramos são sempre para trabalho e este dinheiro gasto vai gerar outro dinheiro. À tarde, Sacre-Coeur e Montmartre, um sítio alto, que outrora os gauleses dedicavam ao culto de Dionisios, chovia a cântaros mas estava apinhado de gente, custou-me imenso subir aquelas lombas, só depois nos lembrámos do fenicular, mas foi bom, muito bom.
À meia noite comemorámos em casa da nossa amiga com jantar simpático e brindámos a meia noite com sidra, na varanda que dava para a torre de eiffel que este ano não deitou fogo de artifício espectacular, mas sim estava toda coberta de luzes a tremer, assim como os champs Elysees cujas árvores da avenida estavam cobertas de luzes e dos dois lados da rua, tendas brancas, todas iguais, vendiam petiscos, artesanato e souvenirs. Era um mar de gente.
No dia seguinte aproveitámos os bilhetes gratuitos dos transportes até ao meio-dia do dia 1 e partimos para o aeroporto sossegadamente, quando todos estavam a dormir, o trânsito era pouco naquela primeira manhã de 2010 em Paris. Visitámos Paris 5 dias, e utilizámos dois dias para viagem, foram sete dias fora de Portugal e de todas as repetições de notícias que já cansam. À noite em casa ainda ouvi o Cavaco, com aquele tom de voz irritante e o nariz afilado. Tinha voltado à terrinha, que diga-se de passagem sabe sempre bem, tirando algumas particularidades. Como cheguei a uma sexta-feira ainda tive tempo para ir dar um beijo aos meus netos, no sábado e domingo e dar-lhes as prendinhas da Baby Gap, uns livrinhos e um abecedário para a Francisca se familiarizar com as letras.
E assim se passou mais um ano. Um Ano de 2010 cheio de esperança para os amigos e amigas online e aquele abraço.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

3º e 4º dias e, Paris, arte, arte e mais arte






















Nesses dois dias visitei três exposições de arte: uma de arte flamenga, no Instituto Neerlandês de Paris, outra de Rembrandt a Vermeer na Pinacoteca de Paris e um maravilhoso palácio mesmo no centro da cidade, do século XIX, com um recheio do mais fantástico que pode haver, com uma colecção de pintura italiana extraordinária e uma exposição temporária de pintura flamenga que neste momento pertence um particular que vive na Roménia, com obras do século XV a XVIII. O palácio chama-se Jacquemart-André e é fruto do amor de um casal pela arte e pela cultura. Vi Mantegna, o que eu gosto deste pintor, além de que a colecção temporária tinha quadros desconhecidos até à data como o homem do chapéu azul do Jan van Eyck. Foi mesmo muito bom. Depois passei pela ópera Garnier, para ver a exposição dos Ballets Russes, mas a fila era descomunal, como já tinha estado duas horas na do palácio Jacquemart-André e perto de uma na Pinacoteca, resolvi antes comer uma fatia de tarte de maçã de cair para o chão no café Royal Ópera, um do género do célebre café de La Paix, acompanhada de um chocolate quente. Amigos e amigas foi de comer e beber e chorar por mais. A noite do 4º dia terminou com um concerto na igreja da Madeleine, com os violinos de Paris e uma soprano. Mesmo assim com aquele frio estavam perto de 500 pessoas na igreja e havia imensos espectáculos por todo o lado. Por Paris tudo passa e a cultura nas suas mais variadas especialidades sente-se por toda a parte e não pensem que a maioria dos consumidores são estrangeiros, não, os franceses estavam em maioria em todo o lado.
Chegámos a casa da nossa amiga cansados mas felizes a bordo do autocarro 27, está claro.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

2º dia - fui ver um museu maravilhoso que compensou a decepção do outro do dia anterior





























2º dia, levantámo-nos tarde e fomos primeiro à Rue du Bac, à igreja do convento das irmãs vicentinas, tenho uma grande devoção por Nossa Senhora das Graças e além disso acho que quando entro naquela igreja está lá o mundo inteiro: africanos, asiáticos, da América Latina, enfim é uma igreja multicultural no meio de um bairro chique de Paris. Adoro. Comprei umas medalhas para levar a umas amigas. Almoçámos por este bairro, uma bela salada com salmão fumado, o que eu amo um bom salmão fumado e em seguida fomos a um maravilhoso museu todo reprogramado e com uma arquitectura que respeitava ao último pormenor a do antigo edifício. O Museu Nacional de História Natural de Paris http://www.mnhn.fr/ é um museu de referência a todos os níveis: arquitectura, museografia, conteúdos actualizados, pedagogia, educação e entretenimento. Nunca tinha visto tantas famílias num museu como naquele. A grande galeria da evolução é das imagens mais belas que eu levo de Paris. Todos os animais que possam imaginar, selvagens, domésticos, insectos, reptéis, minerais, plantas e até informação detalhada sobre fungos, virus, desflorestação do planeta, enfim um sem número de informação lúdica, legível para todas as idades. Adorei e como tive a oportunidade de nos anos noventa trazer a Portugal o programador deste Museu, em Setúbal: Michel Van Prett penso que é assim que se chama, foi uma forma de rever a excelente conferência deste museólogo de excepção. Recomendo vivamente a visita a este Museu quando forem a Paris. Almoçamos uma excelente salada na cafetaria do museu e comprámos sempre os catálogos e livros que nos interessavam nas lojas do museu que são sempre boas.
De tarde oh mom Dieu, fomos às Galerias Lafayette, é um edifício monstro ao lado da Printemps que também é muito grande, mas enquanto esta ultima é um Corte Inglês, as Lafayette são o dernier cris de la mode com um estendal de todas as marcas possíveis e imaginárias do prêt-à- porter, desde Chanel às marcas estrangeiras de alta costura e todas as marcas francesas, com uns designs de equipamento e comunicação fantásticos, que grande modificação desde a última vez que lá entrei. A minha filha mais velha fez umas compras maravilhosas numa das marcas francesas jovens e ficou radiante. A seguir fomos à GAP de roupa de adulto e o meu marido comprou uma camisola e eu prescindi de comprar coisas para mim e fui à Baby Gap comprar umas coisinhas para os meu netinho e netinhas. Debilidades de avó.
Quando voltámos as iluminações eram magnificas. Crise onde estás tu em Paris???

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Voltei e estou melhor que nunca....Chegada e 1º dia em Paris. Este relatório vai ser por episódios.



































































Se me disserem que em Paris há crise eu não a vi. As lojas cheias de gente, poucos saldos, as exposições com filas e filas intermináveis, os restaurantes e cafetarias cheias até à rua e nas avenidas gente e mais gente, que mais parecia um daqueles filmes passados em New Yorque. Primeiro dia: chegada à noite, na Air France, um voo que não estava muito cheio, era natural pois estavamos (eu, o meu marido e a minha filha M., como prenda de Natal e aniversário em Janeiro) a viajar a 26 e certamente as famílias estavam ainda no rescaldo das festas natalicias. Chegámos à noite e a minha amiga MOLC, estava à nossa espera amável como sempre, ela estava com imenso trabalho de orientação de uma tese, na fase final, o filho mais velho estava lá com a sua nova mulher francesa que trazia a sua filha adoptada, uma vietnamita muito engraçada, partiram a 28 de manhã e assim ficámos sozinhos coma nossa amiga. Jantámos de forma frugal e fomos-nos deitar. Combinámos que não fazíamos os horários duros do grupo de viagens, esta era uma viagem para nos divertirmos e descansar.
No dia seguinte era domingo 27, levantámo-nos por volta das 9h e 30m, tomámos o pequeno almoço e da janela da cozinha da nossa amiga viamos a torre Eiffel. Resolvemos que andariamos de autocarro e foi maravilhoso, aconselho vivamente dois autocarros que nos levam a todo o lado e atravessam Paris com voltas maravilhosas, o 27 e o 83, além de outros. Comprámos um bilhete que nos serviu durante cinco dias e podiamos andar no metro, autocarro, ter descontos em espectáculos e compras, andar nos barcos, enfim do melhor. Fomos à missa na Notre Dame e confessei-me em francês com um padre muito simpático, que me deu como penitência o estar ali na Notre Dame. Quando saimos ainda parámos nos bouquinistes, na ponte sobre o Sena para vermos os livros antigos. A missa foi bonita e os cânticos do melhor, um orgão fabuloso, em seguida almoçámos nos restaurantes do Louvre onde há comida muito variada. Estava cheio de franceses e muitas crianças nos museus, comemos num restaurante árabe couscous com beringela e em seguida fui ver o novo museu de antropologia, aquele que substituiu o desmantelamento do antigo Museu do Homem no Trocadero. Este chama-se http://www.quaibranly.fr/. Museu do Quai Branly. Pois digo-vos amigos e amigas foi uma profunda desilusão. O grande arquitecto Jean Nouvel fez uma obra avassaladora que abocanha completamente a maravilhosa colecção das Américas, da Oceania, da Ásia e de África. A cobertura de napa que percorre todo o museu dando uma ilusão de terra é terrível, a iluminação era bastante boa, principalmente nas vitrinas, as colecções do melhor com suportes muito interessantes que se repetem até às últimas consequências provocando uma monotonia excessiva, as reservas visíveis por todo o museu e incorporadas nele é um achado criativo de excelência o problema é aquela arquitectura que não deixa ver a limpidez da maravilhosa colecção e foi para mim uma grande tristeza. A exposição temporária sobre o México era outra coisa, pois tinha uma museografia limpa e o espaço era amplo e a cenografia das pirâmedes era muito clean, muito adequada. Não suporto arquitectos que só vêem o seu umbigo, a sua obra e estão-se borrifando para o verdadeiro objectivo do museu: a comunicação através dos objectos, o deleite, o bem estar. Aqui era tão cansativo e havia tão poucos sítios para uma pessoa se sentar e o contexto das colecções era nulo, estavam expostas como se fossem obras de arte sem ter em conta o simbólico, o religioso, o mágico etc.. Para mim este museu está reprovado em termos de arquitectura e em parte a museografia repetitiva com certos pormenores de bom nível, aqui e ali. Comprei o catálogo e um livro infantil este interessante. O preço dos catálogos é muito acessível nos museus de França, o que em Portugal já não acontece.
À noite conversa e mais conversa com a MOLC, jantar com saladas, foi sempre saladas e de tal maneira ficámos viciados que fomos ontem ao super mercado e enchemos o frigorífico de saladas, saladas, saladas e legumes frescos, para a próxima semana volto ao comércio tradicional e aos legumes biológicos. E assm termina o relato do 1º dia, amanhã há mais. Foram sete dias de arrasar. À bientôt.