domingo, 28 de fevereiro de 2010

Hoje fui ver o meu filho e a minha nora a dançarem no Teatro Camões



Hoje foi um dia em cheio. Fui ver o meu filho e a minha nora a dançarem no âmbito da programação da Companhia Nacional de Bailado. Dançaram tão bem. Foram fantásticos. O programa também era muito bom. Serenade de Balanchine, os meus queridos eram o par principal, Adagio Hammerclavier de Hans Van Manen do qual o meu filho entrava, era um dos três pares e 5 Tangos do mesmo autor. As minhas filhas foram e a minha neta Francisca também e portou-se muito bem. Ela gosta imenso de dança e já anda no ballet no colégio. Uma graça.


Esperámos pelos bailarinos que tinham o Antoninho com eles e fomos para casa da minha filha mais nova onde lanchámos. O meu filho mais velho estava num encontro de escritores na Póvoa do Varzim por isso não o vi. As minhas queridas companheiras de viagens, Maria José e Celeste também foram e estavam radiantes. São também umas queridas. Enfim foi uma tarde feliz.

Recomendo este programa do CNB. A sala estava cheia.

A foto que eu aqui mostro é de um espectáculo que eles criaram para crianças que se chama «Cinderela em Bicos de Pés». É fabuloso. A história da Gata Borralheira contada em Ballet, com narrador, principe, princesa, madrasta, fada, irmãs, etc. Recomendo este espectáculo para os vossos filhos, netos, sobrinhos e todos os que quiserem deliciar-se com este espectáculo, quando o virem por aí não percam. E as Câmaras comprem-no, claro. Leiam o blogue do Teatro Municipal da Guarda, onde este espectáculo já esteve ou então o próprio blogue do espectáculo. Ficam a saber tudo.


Foi horrivel o que aconteceu no Chile...







O tremor de terra no Chile foi horrivel, tal como aconteceu na Madeira a desgraça bateu à porta de muitas pessoas. Assim que ouvi as notícias na televisão lembrei-me da Gimena, da chilena que eu conheci no México e recordo-me que ela vive no norte do Chile assim como o Danilo que vive em Santiago.



Nos últimos anos estamos a sentir os erros do homem e as disposições da natureza e tem sido duro em muitas partes do mundo, tenho lido sobre o que vai acontecer às zonas ribeirinhas e parece-me que vai ser catastrófico daqui a vinte anos. Vamos ficar submersos a nível da orla marítima e as cheias vão continuar nas ilhas e nas zonas costeiras de muitos países. Às vezes pergunto a mim própria, quantos séculos mais a terra vai resistir a tanta afronta dos homens. Quando é que as populações perceberão que a terra é a sua verdadeira casa e que deve ser tratada com todo o cuidado. A educação ambiental tem de ser obrigatória na escola e nos lares portugueses.



Gimena e Danilo já enviei hoje um e-mail a perguntar por vós? Espero que estejam bem e vou rezar por isso. Uma oração a três, eu, Deus e a mãe terra.

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Encontrar uma amiga dos nossos tempos de adolescência

Encontrar uma amiga dos nossos tempos de adolescência é como se a tivéssemos visto no dia anterior. Estou a falar do prazer que foi encontrar a Mané. Vivemos muito intensamente a nossa amizade na adolescência e depois nos inquéritos da LEVER, mais tarde casámo-nos e cada uma foi para o seu lado e voltámos a encontrar-nos na Faculdade, eu em História e ela em Filosofia, novamente cada uma seguiu o seu caminho e em inícios de 2008 voltámos a encontrar-nos outra vez e foi tão importante para mim. A proximidade e a intimidade foram mútuas e instantâneas, o que é muito dificil fazê-lo com amigas recentes, porque a amizade conquista-se com passos lentos, de tal forma que tornamos a amizade/confidência. Confiar em alguém é a prova máxima de amizade, porque pomos nas suas mãos a nossa vida, os nossos pensamentos, preocupações, alegrias e sonhos, que não são para se contar a ninguém. A Mané foi uma fonte de água fresca que surgiu no meu caminho, como uma irmã, uma irmã muito querida, que nos conhece desde sempre, que riu e chorou connosco com as parvoices de adolescente, defronte de uma ourivesaria com grandes cachuchos pirosos, com grandes garglhadas, ou com as crises de um namoro que não corria bem. Foi bom encontrar-te Mané e é para ti esta poesia, que já a postei aqui, mas hoje é só para ti:

Poema do amigo aprendiz


Quero ser o teu amigo. Nem demais e nem de menos.
Nem tão longe e nem tão perto.
Na medida mais precisa que eu puder.
Mas amar-te sem medida e ficar na tua vida,
Da maneira mais discreta que eu souber.
Sem tirar-te a liberdade, sem jamais te sufocar.
Sem forçar tua vontade.
Sem falar, quando for hora de calar.
E sem calar, quando for hora de falar.
Nem ausente, nem presente por demais.
Simplesmente, calmamente, ser-te paz.
É bonito ser amigo, mas confesso é tão difícil aprender!
E por isso eu te suplico paciência.
Vou encher este teu rosto de lembranças,
Dá-me tempo, de acertar nossas distâncias...

Fernando Pessoa



sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Ao meu grupo de viagens com muita afeição.


Gosto da Arminda e da sua mãe
Gosto da Mina e de mais alguém
Gosto da Pi e do Padre Fundador
Gosto da Nazaré a todo o vapor
Gosto do Zé Marmelo e do João
da Maria Alcina pois então
Gosto das restantes transmontanas
Goreti, Adelaide e outras manas
Gosto do Constantino e da Emília
parecemos todos uma família
Gosto da Carlinhos e da Mª. José
Lídia, Celeste, Manuela e o outro Zé
O Eiras Antunes mais a Manuela
Que nas viagens vai sempre à janela.
Gosto das Lourdes e do Pimenta
Da Néné, do Tomás e de chá de menta,
Gosto da Teresa e da farmaceutica
Que é muito ecológica e propedeutica
Gosto do Mena Gomes e da irmã
Da Piedade II que é muito sã.
Gosto da Paula e do seu amado
Que canta muito bem o nosso fado
Gosto da Filomena e do seu marido
E gosto de todos que viajam comigo.

Sem título


Pecorro um caminho,
não sei o seu fim,
o caminho é longo,
e não vejo ninguém.
Talvez uma sombra,
uma luz que entardece,
uma estrela madrugadora,,
um olhar que vem da memória,
uma voz ao fundo.
Tenho de caminhar,
com medo do que vou encontrar.
Percorro um caminho
não sei o seu fim

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Fotos do Outeiro, Castro de Avelãs e Bragança - 2ª. parte



















































































































































































































Viagem a Trás-os-Montes - 1ª. parte




































































Se não tivesse nascido em Lisboa, teria querido nascer em Trás-os-Montes. Adoro esta região e as pessoas que vivem e são naturais de lá. A sua bondade, abertura e pureza comovem-me.
Partimos às seis da manhã, o dia estava frio mas bonito. Chegámos a Torre de Moncorvo pelas 12h30, a igreja a linda igreja estava fechada, ficámos por ali a almoçar, eu sempre peixe e legumes sem sal, as outras pessoas os belos petiscos transmontanos. Comprei alheiras, salpicão, amêndoas e queijo para a família.
Quando a igreja abriu foi um deslumbramento de talha e imaginária, que grandezas tem esta região por vezes tão desconhecida dos portugueses, seguimos para Freixo-de-Espada-à-Cinta, terra tão longiqua e de tanta tradição, a igreja ainda mais bela foi uma tristeza para nós, o Igespar que tem a sua tutela tem as pinturas do altar mor retiradas e embrulhadas à espera de restauro. Um dos altares laterais tem um taipal de madeira onde parece que estão as pinturas, uma igreja manuelina das mais lindas do país que parece um barracão em obras. A vila que à entrada tem o cognome de vila manuelina, não corresponde à realidade em termos formais, as janelas manuelinas que estão nos prédios antigos têm sobrepostos andares do mais mal feito que há, não compreendo como autorizam estas obras na Câmara. Claro que Freixo tem uma paisagem sem par, as amendoeiras em flor, mas só isso não basta, o património construído tem de ser bem tratado para fazer jus ao cognome de «vila Manuelina». Os museus são pequenos e o livro e vídeo que o Museu etnográfico e arqueológico que foi instalado na cadeia não é demonstrativo de forma cabal das colecções existentes, é mais um vídeo poético, a mercearia do pai de Guerra Junqueiro, que era um comerciante abastado, não traduz de maneira nenhuma a vida e obra deste grande escritor «Pela estrada fora, toc, toc, toc...». Para conhecer a sua vida e obra aconselho a Casa Museu Guerra Junqueiro no Porto. A casa da seda natural é interessante mas é mais para venda do que para mostrar devidamente a cadeia operatória do trabalho da seda.
Seguimos para Mogadouro, terra do Trindade Coelho, escritor por nós escolhido para esta viagem, esta câmara tem feito um trabalho muito bom, não há dúvida que as Câmaras não são os partidos A ou B, mas sim as pessoas que lá estão a coordenar. O Convento de S. Francisco está a ser arranjado, o castelo que foi dos templários é maravilhoso assim como a casa de Trindade Coelho e a sua mobilia e espólio que está guardado numa excelente e nova biblioteca. Dois jovens da autarquia, uma bibliotecária e um arqueólogo muito novinhos deram o seu melhor, no percurso que fizemos por Mogadouro, através da vida conturbada deste escritor, republicano, mas ao mesmo tempo de escrita romântica e pueril, retratando tão bem as boas gentes transmontanas.
Fomos dormir a Miranda do Douro de manhã vimos a igreja que estava resplandecente, como é que uma igreja, catedral desta monta, não é mais conhecida e divulgada? O Menino Jesus da Cartolinha lá estava dentro de uma vitrine a sorrir para nós, com os seus fatinhos todos à volta, ele veste da cor dos periodos liturgicos. Tem uma lenda muito bela, diz-se que nas invasões napoleónicas, aparecia um menino vestido de fidalgo a incitar as tropas portuguesas e quando os portugueses ganharam o menino nunca mais apareceu, trazia na sua cabeça uma cartola, por isso foi santificado pelo povo e chamado de Menino Jesus da Cartolinha. Vimos a seguir a igreja da Misericórdia, linda como todas as outras. À noite comeu o grupo a posta mirandesa e outras gulodices.
O Museu das Terras de Miranda está uma desgraça, tanto o edifício como as colecções necessitam de restauro urgente, aqui está uma prova de como o IMC trata o seu património mais distante, o isolamento e a ausência do interesse da tutela matam um património tão rico. Parece haver museus de 1ª. os de arte e os museus de 2ª. os de etnografia.
Partimos para Bragança, mas antes visitámos a bela igreja do Senhor Santo Cristo em Outeiro, que só se entende a sua grandeza numa aldeia tão pequena porque esta igreja tinha a função de local de peregrinação e também fomos à Igreja de Castro de Avelãs, a igreja românica cuja cabeceira românica é a mais antiga de Portugal, uma aut~entica maravilha e as senhoras que abrem as igrejas tanto em Outeiro como em Castro Avelãs são do mais querido que há. Chegados a Bragança, lá almoçámos , Bragança tem um mar de igrejas de talha dourada que é do melhor qué há. Começamos pela igreja de S. Bento, uma igreja com uma talha e uma pintura de tecto abobadado setecentista que ostenta uma bela pintura cenográfica com arquitectura fingida e perspectivas acentuadas da autoria de Manuel Caetano Fortuna. Uma beleza e o cónego era um amor. Depois fomos para a cidadela, que maravilha, a torre de menagem, a Domus Municipalis, centro administrativo dos homens bons medievais e a linda igreja de Santa Maria que está um mimo, pois são os mordomos que fazem a manutenção e não o Estado. A seguir vimos um museu fantástico, o Museu Ibérico dos Caretos, um museu autárquico bragantino em colaboração com a Câmara de Zamora, as máscaras são do melhor, não resisti de fazer a comparação com o museu de tutela estatal em Miranda do Douro, museus locais devem passar todos para as autarquias, com as verbas necessárias. O IMC sempre se interessou pelos grandes centros e o Igespar não tem na mesma conta a protecção das igrejas do interior, veja-se o caso de Freixo.
À noite depois do jantar discutimos animadamente a obra de Trindade Coelho, coordenada pelo Carlinhos, nosso companheiro que fez muito bem o trabalho de casa. No dia seguinte visitámos de manhã o mercado, eu comprei umas meadas de algodão puro para a minha filha mais velha fazer os seus tricots e em seguida fomos visitar mais umas igrejas. Bragança estava toda branca, um nevão caído de noite tinha-a posto toda branca, tivemos o programa paisagistico em pleno. Visitámos a Sé, a linda Sé velha e o Centro de Arte Contemporânea Graça Morais, onde está uma exposição intitulada «A Procissão». A pintura de Graça Morais é forte e por isso tem fortes raizes à terra, a esta região tão bela, a estas mulheres tão fortes e tão trabalhadoras, talvez por essa razão esta mulher não é querida pelos críticos «os estrangeirados» que só gostam do que vem de fora, ou que tenha influência de fora.
Ainda de manhã visitámos a igreja da Misericórdia, tal como o fizemos em Freixo e em Mogadouro, são muito interessantes as igrejas da Misericórdia desta região, cheias de retábulos com muita imaginária em relevo. Visitámos o convento de Santa Clara com um tecto lindo mas infelizmente não conservado e fomos almoçar. As transmontanas com família na região foram ter com os familiares, a Goreti e a Maria Alcina que me encheu de prendas, além da correspondência de Trindade Coelho, um dicionário de termos de Trás-os-Montes e dois bocados de bolo deliciosos trazidos de casa da irmã que faz tudo bem feito. Foi mesmo querida.
À tarde visitámos o Museu Abade de Baçal, com boas obras é certo, mas com uma museografia que não gostei nada, sem contexto, tudo em fila, a parte do Almada é de difícil leitura, pois é toda uma fileira, sem um texto introdutório, sem nada. Os relicários pendurados na parede têm por baixo uma peça artesanal de ferro forjado, que não dá a bota com a perdigota, mas também os bons conservadores - directores não se aguentam lá. Vamos ver quem é o próximo?? Terminámos com a igreja de S. Vicente, linda . Fiquei com esta talha dourada no coração, que beleza. Que saudades.
















Pelo caminho cantámos e fizemos quadras ao desafio. Chegámos contentes e felizes de termos um grupo assim.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

O Museu do Açucar na Madeira está subterrado, que tristeza. Que tristeza ainda maior as pessoas que morreram na enxurrada. A mãe terra está zangada.


A mãe terra está zangada, de certeza. Esta tromba de água ninguém viu outra igual. Em 1993 houve uma enxurrada mas não desta monta. Pobres dos madeirenses que morreram. Estes dias são de tristeza para todos os portugueses.
Tenho muita pena do Museu do Açucar estar subterrado, ainda bem que muitas das riquezas desse museu estão na exposição da Ajuda. Tanto trabalho do Francisco Clode de Sousa e da sua equipa, para agora acontecer isto.
Vim de Trás-os-Montes depois de três dias de maravilha, logo farei o relatório. É tão lindo o nosso país. Peço desculpa à Emília Nogueiro de não lhe ter telefonado, mas deixei o nº. do seu telemóvel na Parede.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Mais um livro meu editado, de educação patrimonial


O texto é meu e a ilustração é do Paulo Passos, um excelente desenhador da Câmara Municipal de Abrantes. A edição também é desta simpática Câmara.

Vi dois bons filmes este fim de semana.




Com o apoio do meu filho mais velho e da Joana, fui ver dois excelentes filmes de uma assentada. Recomendo os dois. O primeiro chama-se «O Laço Branco», é um dos filmes mais violentos que eu tenho visto nos últimos tempos, muito bem feito, a preto e branco, com uns angulos e uma fotografia excepcional. A interpretação é óptima. Michael Haneke é o realizador, o mesmo da Pianista que foi também um óptimo filme. Este filme ganhou a Palma de ouro em Cannes e é sem dúvida um retrato exemplar de uma aldeia protestante alemã, na véspera da 1ª. guerra mundial. Os pivots principais são as figuras gradas da aldeia e no meio as crianças, as punições que vão aparecendo no filme e os castigos impostos uns aos outros revelam um prenúncio do fascismo. A não perder.
O outro «Tudo Pode dar Certo», o último filme de Woody Allen, passado em Nova Iorque é o W.A. no seu melhor, diálogos inteligentes e o cardápio todo das relações amorosas.


,

Já saiu o novo livro


Já saiu a 9ª edição de «A Nova História da Arte de Janson», mandada traduzir a partir da 7ª. edição americana e editada pela Fundação Calouste Gulbenkian. São perto de 1200 páginas traduzidas pela minha filha mais velha. É um orgulho para mim este trabalho. Nem sabem quanto. A revisão científica foi do meu marido e da Maria João, uma amiga muito querida nossa. Se tiverem oportunidade vejam a edição. Vale a pena.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Não acho muita piada ao Carnaval




Nunca achei muita piada ao carnaval, talvez porque em minha casa desde criança não fosse muito festejado e os meus filhos também não gostam. Somente a Francisca minha neta se mascarou na sexta-feira passada para ir para a escola, foi de Branca de Neve, mas o fato só custou sete euros e eu aprovo, acho um desperdício estar a gastar imenso dinheiro com esta data. Trapalhões e Carnavais nascidos genuinamente nas aldeias, como forma de se despedirem do Inverno e comerem tudo o que têm a comer porque a Quaresma é no dia seguinte é uma tradição interessante. Há aldeias onde o carnaval é demais, as aldeias dos arredores de Bragança são exemplo disso, Podence e os seus caretos, por exemplo. Quando fui a semana passada ao Nordeste ajudar a preparar a visita de 19, 20 e 21, comprei um careto feito por um artesão. esta viagem vai ser sensacional, eu depois faço relatório e também já fui ajudar a preparar a de Évora que vai ser óptima. Esta asssociação é fantástica. Estabeleci com a Lídia uma relação muito amiga, pois é uma pessoa muito querida, tenho encontrado pessoas de uma humanidade e amizade do melhor neste grupo de viagens, e claro a companhia do João António é sempre imprescíndivel, sem ele a Associação não andava a 100 à hora como anda.

A propósito do museu mineiro do Lousal, lembrei-me....


A propósito do Museu Mineiro do Lousal, lembrei-me de uma última exposição que vi em Dezembro em Paris, sobre os garimpeiros. Os garimpeiros numa autêntica fúria de massa humana procuravam ouro, prata e diamentes, a céu aberto, pendurados sei lá onde. Esta foto impressionante era no Brasil, em Minas Gerais, no século XIX, se bem que o garimpo já se fazia antes. Os corpos esquálidos, o desejo de encontrar nem que fosse uma só pedra. Tempos que hoje são de outra maneira, escravatura existiu e existe ainda.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Os dias têm estado atarefados





























Os dias têm estado atarefados, no dia 6 fui fazer uma visita deveras interessante, ao Museu Mineiro do Lousal, no concelho de Grândola, que pertence à fundação Frederic Velge, da SAPEC, por iniciativa do João António da Associação e achei um museu muito bem feito, com o apoio científico do Instituto Superior Técnico, é uma memória das minas de pirite, que fecharam, como fecharam as de Aljustrel e S. Domingos e outras, apesar de o subsolo desde Tróia a Sevilha é riquissimo em minerais, em percentagens diferentes temos: o ouro, a prata, o chumbo, o cobre, etc. São os recursos de um pequeno país mal explorados, penso que uma exploração maior de tudo o que temos faria de nós um país tão rico como por exemplo a Holanda, que tem no seu Museu de História da cidade de Amesterdão, a explicação de como o território foi aumentando através dos séculos, tirado ao mar, pelo esforço do homem. Porque é que a Holanda é tão rica e nós somos o que somos?
Tenho muita pena destes mineiros que têm umas saudades doidas da mina e desejavam voltar, o guia do museu, um ex-mineiro experiente falou-nos com o coração e o saber de muitos anos na mina e ainda por cima descendente de pai e avô mineiro, foi fantástico ouvi-lo e o documentário de 1958 sobre o trabalho da mina em ecrã de cinema foi um complemento muito importante da visita. É bom andar por Portugal profundo e conhecer a mensagem dos que fazem trabalhar as «coisas», depois comemos no restaurante ao lado do museu, comida alentejana que recomendo, eu não comi porque deixei há muito de comer carnes e enchidos, mas os que comeram estavam deliciados. Numa mesa ao lado antigos mineiros em forma de coral alentejano cantaram para nós e fiquei durante dias com esta canção no ouvido.
Eu ouvi um passarinho/às quatro da madrugada/cantando lindas cantigas/à porta da sua amada/Por ouvir cantar tão belo/a sua amada chorou/às quatro da madrugada/o passarinho cantou (...)