quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Cavaco não deu cavaco a ninguém

Diquei estupefacta com a agressividade e falta de esclarecimento do Presidente da República. Acho incrível que ele não sabendo como descartar o e-mail, que um seu assessor da maior confiança escreveu a um jornalista, enfia os pés pelas mãos e fala de coisas incompreensíveis, atacando o P.S. sem lógica e bom senso. Nem sequer falou da notícia que veio a público no dia 18 e 19 de Agosto no Público e que desencadeou tudo isto e depois ainda tem o à vontade de afirmar que o P.S. o tentou empurrar para a luta político-partidária, não se percebe o que é que ainda está lá a fazer o assessor (ninguém me convence que este agiu por mote próprio) e junta o e-mail que o assessor escreveu com a vulnerabilidade dos computadores e dos e-mails da Presidência da República, que perversidade...
As pessoas muito reservadas sempre me fizeram comichão, não gosto das muito reservadas nem das muito desbocadas. Estes extremos são iguais em termos de agressividade acumulada. Não há dúvida que é no meio termo que está a virtude e este presidente do «tabú» não tem meio termo, ou não fala ou desbunda torrentes de rancor, como se viu ontem.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Uma noite com as Fábulas de La Fontaine


No passado sábado, no Instituto Franco Português, Lisboa, em ante estreia assisti ao bailado da responsabilidade da CeDeCe - Companhia de Dança Contemporânea, de algumas Fábulas de La Fontaine. O meu filho mais novo foi convidado para coreografar a fábula, «O corvo e a raposa». Simplesmente adorei. Acho que ele cresceu imenso como artista, a dança estava fantástica e com movimentos muito criativos. Adorei os corvos e o solo da raposa. Voltarei a vê-los em Novembro em Alcobaça, dia 11, às 10h30 e às 14h30, no Cine Teatro de Alcobaça, mas antes estarão em Vila do Conde, Tondela e Madrid.
Esta Companhia continua extraordinária, graças ao imenso esforço do António Rodrigues e da Maria Bessa que foram os grandes mestres do meu filho.
De manhã tinha ido ao Museu de Arte Antiga, ver a exposição que lá está e cuja parte dos objectos estiveram expostos em Washingthon D.C.. É uma bela escolha de objectos, a maior parte da colecção do próprio Museu, pois as obras primas dos museus da Europa não vieram. Será o estado português a pagar as despesas todas que são muitas com a vinda desta exposição, não entendo porque é que os conservadores não gritaram como o fizeram com a exposição do Hermitage (a MNAA tem 1/3 dos visitantes da do Hermitage), de que não se podem fazer exposições de tão grande custo porque inviabiliza o orçamento dos museus do Estado. Ora a exposição que veio do Museu russo foi integralmente paga pelos mecenas e teve 120.000 visitantes, contando uma história e internacionalizando a componente museológica nacional. Já dizia o Padre António Vieira no século XVII «ao pé de um português não se pode luzir». Ainda um dia faremos a história da inveja portuguesa.
No domingo fiz « o almoço das fotografias», com elementos que restam da família Pereira por causa das fotos que estavam na casa do meu sogro falecido, todos escolheram e conforme o interesse de cada um, foram distribuidas. Já era noite quando partiram, seniores, jovens e crianças. Está a chegar ao fim esta etapa das nossas vidas com a entrega da casa ao senhorio no dia 11 de Outubro. As mobilias que vão ser para um dos meus filhos ficaram guardadas na minha garagem, pois na sexta-feira trabalhámos das nove da manhã às 2h do dia seguinte, além da distribuição de mobílias em Lisboa e Parede, levámos coisas para Alpiarça. Hoje vamos agrupar o que é para ser levado pela REMAR e dar por finda a análise de objectos a seleccionar. Com esta lição prometi a mim própria que ia arrumar tudo como deve ser na minha casa, para que os meus filhos não tenham este trabalho.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Fafe e a Emigração


Inaugurou uma exposição no Museu das Migrações e das Comunidades subordinada ao tema, Fafe e a emigração. Com a programação museológica de Fernando António Baptista Pereira, o projecto museográfico de Nuno Gusmão e a investigação de Miguel Monteiro, profundo conhecedor de «Fafe dos Brasileiros». A exposição está deslumbrante e é tão interessante que numa antiga casa de brasileiro que não foi construída de raiz para nela ser instalada uma unidade museológica, uma programação museológica e um projecto museográfico de quem verdadeiramente sabe do ofício, conte uma história tão interessante, apesar o espólio ser pobre. Assim vale a pena ver uma exposição e ir a um museu. Eu cada vez tenho menos paciência para más exposições, com temas desinteressantes, não apropriados à missão do museu e com um grafismo passadista.
No mesmo espaço encontra-se o Museu da Imprensa de Fafe, com igual prestação dos técnicos acima referenciados, desta vez com um espólio riquissimo e máquinas a trabalhar, com um antigo trabalhador tipográfico a apoiar, está de parabéns a autarquia de Fafe e eu também porque vou colaborar no projecto educativo com a Isabel que é uma técnica muito querida do museu, aliás todos os técnicos do museu são fantásticos.
O meu livrinho pedagógico para a exposição de Santa Maria do Castelo, em Abrantes, já está entregue. Aguardo a edição do mesmo. As crianças e jovens aprendem tudo desde que a linguagem lhes seja acessível sem deixar de existir o rigor que se exige.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Tens razão Gaivota, obrigada

Obrigada Gaivota pelo teu comentário, não há dúvida que tens toda a razão, mas tenho andado muito em baixo com várias situações que me têm acontecido e por isso o poema revela um estado de espírito, meu e de mais ninguém, mas como tu disseste e é certo não é apropriado para o dia e ainda por cima pelo aniversário de um filho, que eu amo tanto e que é um excelente ser humano. Por isso para olhar a vida com um espirito positivo e em frente vou colocar aqui outro que reflecte bem a comemoração do dia 20 de Setembro.

Para Sempre
Por que Deus permite que as mães vão-se embora? Mãe não tem limite, é tempo sem hora, luz que não apaga quando sopra o vento e chuva desaba, veludo escondido na pele enrugada, água pura, ar puro, puro pensamento. Morrer acontece com o que é breve e passa sem deixar vestígio. Mãe, na sua graça, é eternidade. Por que Deus se lembra — mistério profundo — de tirá-la um dia? Fosse eu Rei do Mundo, baixava uma lei: Mãe não morre nunca, mãe ficará sempre junto de seu filho e ele, velho embora, será pequenino feito grão de milho.
Carlos Drummond de Andrade, in 'Lição de Coisas'

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Parabéns Ricardo


Ontem o meu filho mais velho fez anos, juntámos a família e foi um almoço calmo.





É talvez o último dia da minha vida.
Saudei o Sol, levantando a mão direita,
Mas não o saudei, dizendo-lhe adeus,
Fiz sinal de gostar de o ver antes: mais nada.



Alberto Caeiro


sábado, 19 de setembro de 2009

Só me resta ter esperança e sonhar

(...)Eles não sabem, nem sonham que o sonho comanda a vida. Que sempre que o homem sonha o mundo pula e avança como bola colorida entre as mão de uma criança. (...)

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Os objectos dialogam com as pessoas....


Os objectos dialogam com as pessoas e despertam memórias que por vezes estão escondidas e que só são despoletadas quando o objecto cai nas nossas mãos. Tem acontecido ultimamente cá em casa com os objectos do meu sogro que nos calharam em partilhas e penso que os irmãos nunca falaram tanto nos últimos meses como agora. A morte por vezes une e é estranho que isso aconteça, mas o que é certo é que um objecto transporta-nos para datas recuadas e está ligado a momentos mais ou menos felizes. Por isso é que os museus deviam saber expor muito bem os seus objectos para criar memórias nos seus públicos, memórias agradáveis e no caso da arte visões sublimes; a luz, a cor e a informação criam essa sensação única de estar a ver um objecto que além de ser portador de memória é também um transmissor de sonho, faz-nos sonhar, particularmente quando se trata de objectos de passados longínquos, os outros mais populares remetem em alguns públicos a memórias mais particulares, à casa, à família, aos amigos, enquanto que os outros , aqueles que são memória colectiva, criam um sentido de unidade, de pertença colectiva, de identidade. Considero que hoje é cada vez mais importante a museografia nos museus, se eu mandasse alguma coisa neste país, em vez de termos quase mil museus, salas museu, galerias e outras quinquilharias, abria só aqueles que realmente interessavam às pessoas e propunha que se fizessem visitas com uma crítica aberta escrita ou oral, com um gupo de pessoas neutras e de vários sectores da população, como aconteceu na Inglaterra e nos países nórdicos. Há museus que são um prazer para o olhar, outros são cemitérios e outros despensas de cozinha que não tiveram ainda visita da ASAE.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Visitei hoje Cantanhede e Fátima e fiquei agradavelmente surpreendida com o que vi











Desde que a minha filha mais velha se tornou um Fangio, temos andado por todo o lado. Hoje fomos a Cantanhede, porque o meu marido está lá a realizar um projecto museológico. Fiquei deveras surpreendida que uma cidade com tão poucos habitantes, quase 40,000, tenha um aspecto vivido, contemporâneo e limpo, cheia de jardins e os monumentos e casas antigas muito cuidados. Que bom presidente eles têm, não há dúvida que em termos de Câmaras são pessoas e não partidos que têm influência nos eleitores, aqueles que fazem um bom trabalho vencem sem sombra de dúvida. Esta câmara é PSD e está a fazer um bom trabalho, tal como a de Abrantes, Fafe e Alpiarça são do PS e igualmente se vê o resultado das iniciativas e projectos.

Visitei o Museu da Pedra que é um mimo, lindo, minimal, contemporâneo mas com toda a informação necessária para os visitantes compreenderem a origem da pedra de ançã que tão belas estátuas sairam da mão de João de Ruão, assim como a ocupação humana e as inúmeras pedreiras que existiram no concelho. Parabéns Maria Carlos, o seu trabalho é verdadeiramente inspirador.

Aproveitei e vi uma exposição itinerante da Graça Morais, sobre rostos de mulheres de Trás-os-Montes de onde ela é oriunda. Gosto daqueles rostos e principalmente do modelo preferido dela que é a sua mãe, mas achei não sei porquê em algumas pinturas um toque de Paula Rego ao qual não estava habituada, a Graça Morais tem uma identidade própria que devia cultivar.

Em seguida seguimos para Fátima, tinha ouvido falar tanto da nova Basílica e ainda não a tinha visto. É decorada q.b. como eu gosto, em obras feitas no século XXI, arrojada e muito do nosso tempo. Adorei a dimensão arquitectónica, as imagens poucas mas extraordinárias, tanto da Virgem como do Cristo, a feiura também se adora, porque feios e bonitos somos todos irmãos em Cristo. Gostei também muito do Cristo cruxificado que está cá fora de uma dimensão e estilização notavéis.

Que a minha empregada não goste das imagens porque para ela o figurativo bonitinho é que é bom eu compreendo, mas que outras pessoas com responsabilidades digam que não gostam porque até a sua mãe disse que o rosto de Cristo cruxificado da nova basílica tem ar de «facínora», não compreendo. Eu adorei e achei verdadeiramente humano, tal como são as figuras e os modelos que a Paula Rego utiliza. Em arte contemporânea, o feio ou bonito não tem importância, são conceitos menores, o que interessa é que pode ser a cara de algum de nós e particularmente sabendo que Cristo nasceu numa terra de gente de pele mais escura, do que a maioria dos europeus. Eu senti Cristo ali, tal como o posso encontrar no olhar de alguém que sorri para mim, em qualquer lugar e como disse Marcel Duchamp, a obra de arte completa-se com o visitante, naquele caso com homens e mulheres de fé na sua maioria e nessa maioria há rostos calejados, cabelos espessos, queimados pelo sol, lábios gretados e olhares tristes. Nem toda a gente é bela neste mundo, bolas e aquele Cristo é mundo e a sua feiura torna-o lindo, pois tem uma força incrível à qual ninguém fica indiferente.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Hoje fui a outra pastelaria de Lisboa


Hoje fui a uma pastelaria, que também tem esplanada, mas como estava muito calor fiquei dentro. Em pleno Rossio, nesta casa que outrora foi famosa, vislumbrei em certo ar de decadência. As toalhas mais que usadas, algumas mesas por limpar e um serviço fraco. Em plena hora do chá o espaço estava muito vazio excepto algumas mesas com idosas em grupo, desta vez estranhamente não eram louras, mas também eram mais velhas do que aquelas que vi na outra esplanada , no domingo passado, as de hoje estariam na quarta idade, muito cheias de colares e com os cabelos pintados de castanho arruivado com grandes janelas sobre o couro cabeludo, as sobrancelhas totalmente rapadas e substituídas por um risco de lápis castanho ou preto. Bebiam alegremente chá e estavam muito janotas nos seus corpos ossudos e esqueléticos, por isso todas usavam saltos altos. Algumas percebi que vinham de Cascais e ali se reuniam com as amigas e depois partiam de combóio e aproveitavam a viagem para se distrairem. Ainda estou longe destas imagens e riscos de lápis nas sobrancelhas nunca em mim me verão.
Esta ida à pastelaria aconteceu porque fui à minha médica de homeopatia, a Drª. Telma, na Rua da Prata, uma senhora dos seus sessenta bem puxados que ainda consulta à antiga apalpando todos os orgãos, deu-me uns aditivos para a minha dieta ir mais depressa e mandou-me tirar análises. Os medicamentos homeopáticos é que são caríssimos, mas fazem menos mal e tem uma função curativa lenta mas eficaz. Esta médica que tirou um curso de medicina tradicional, tem um doutoramento em Homeopatia e é professora na Faculdade de Ciências Médicas. Adoro-a. Ela a Drª. Chen e a Isabel do Carmo fazem um trio fantástico e o já agora o meu cardiologista, Dr. Seabra Gomes e o meu médico de família completam os meus cuidados de saúde.
«Samuel Hahnemann foi um médico do séc. XVIII (1755 - 1843) que insatisfeito com a imprecisão e a ineficácia dos remédios da sua época, decide começar a fazer experiências acabando por criar a homeopatia. Esta baseia-se em dois princípios; o da similitude que diz que para curar uma doença, é necessário dar ao doente um remédio que, quando administrado num indivíduo saudável lhe provocaria os sintomas dessa doença. E o principio da diluição infinitesimal que diz que quanto mais diluída for a substância maior eficácia tem.»http://sacrocraniana.no.sapo.pt/homeopatia.html

Acho incrível que os medicamentos homeopáticos e os tratamentos de acupunctura não sejam sujeitos a descontos, a medicina tradicional é um travão a esta igualdade de oportunidades dos cidadãos de se tratarem onde querem. Somos um país de atrasados e de caciques em várias áreas da vida social.

O dia a dia de muitas mulheres pelo mundo, ainda hoje.

Letra Com Açúcar, Com Afeto
Chico Buarque De Holanda

Com açúcar, com afeto
Fiz seu doce predileto
Pra você parar em casa
Qual o quê
Com seu terno mais bonito
Você sai, não acredito
Quando diz que não se atrasa
Você diz que é operário
Vai em busca do salário
Pra poder me sustentar
Qual o quê
No caminho da oficina
Há um bar em cada esquina
Pra você comemorar
Sei lá o quê
Sei que alguém vai sentar junto
Você vai puxar assunto
Discutindo futebol
E ficar olhando as saias
De quem vive pelas praias
Coloridas pelo sol
Vem a noite e mais um copo
Sei que alegre ma non troppo
Você vai querer cantar
Na caixinha um novo amigo
Vai bater um samba antigo
Pra você rememorar
Quando a noite enfim lhe cansa
Você vem feito criança
Pra chorar o meu perdão
Qual o quê
Diz pra eu não ficar sentida
Diz que vai mudar de vida
Pra agradar meu coração
E ao lhe ver assim cansado
Maltrapilho e maltratado
Ainda quis me aborrecer
Qual o quê
Logo vou esquentar seu prato
Dou um beijo em seu retrato
E abro os meus braços pra você

domingo, 6 de setembro de 2009

Gostava mas não quero.


Hoje tive os meus netos todos cá em casa porque uma das minhas noras fez anos e veio cá apagar um bolo de velas que eu tinha para ela e os miúdos gostam sempre de cantar os parabéns. Tiro sempre imensas fotos aos meus netos mas como devem já ter reparado eu nunca as coloco no meu blogue, gostava mas não quero, infelizmente acho que o mundo global da internet é desventrado por pessoas maravilhosas como vocês, mas por outras que não são de confiança e por isso preservo a intimidade dos meus bébés.
A dieta está a seguir um bom caminho e estou a aguentar-me, vamos ver como corre este mês. Ainda tenho que ver se ponho azeite a mais nos legumes, pois quanto a doces desapareceram do meu menú, carnes, enchidos, manteigas, margarinas e fast food, tudo isso já há muito tempo que não habita e foi definitivamente ao ar, assim como conservas, molhos e tudo que engorda, tudo que é bomba calorica, o vinho também. Resta pouca coisa para comer, de fruta tenho de retirar os figos, uvas e frutos secos e os queijos bye bye.
Resta-me o peixe, toda a variedade de legumes, só duas peças de fruta fora das refeições, duas fatias de pão de mistura sem nada por dia e alternadamente para acompanhamento das refeições principais, duas batatas pequenas, duas colheres de arroz, duas de feijão, duas de grão, duas de massa e assim por diante. Saladas o que eu quiser. Tenho que me mentalizar, tenho que fechar a boca, porque quem disser que fazer dieta não se passa fome é mentira, passa-se sim senhora, principalmente ao fim da tarde.
Amanhã vou à minha médica de homeopatia, para ela me dar um reforço para emagrecer mais depressa, umas coisas fraquinhas e naturais, uns líquidos nuns frascos pequenos que parecem de magia, e que se tomam às refeições e ao deitar, quero também aliviar esta rouquidão motivada com tanto pó no «desmanchar» a casa do meu sogro. Muito pó eu engoli e muito pó trouxe para casa, pois tenho «a mansão» com pilhas de caixotes e malas, assim como a garagem e ainda faltam as mobílias e a casa de Alpiarça.
No fim do mês há eleições e nesse dia vou fazer um almoço de família para escolhermos fotografias e deitar algumas fora, senão é mais lixo que se acumula em minha casa e eu detesto.
Tenho estado a ver os debates para as eleições e a fazer os meus raciocínios, nesse dia vou votar voto útil, porque Biancas Castafiores jamais.

sábado, 5 de setembro de 2009

Hoje tomei um café numa esplanada


Hoje tomei um café, ou melhor um descafeínado abatanado, numa esplanada. Não costumo fazê-lo muitas vezes, nem beber café, nem ir para esplanadas. O dia estava quente e brilhante e a Praça de Londres, acolhedora como sempre. Gosto da Avenida de Roma, da Guerra Junqueiro e da Avenida dos Estados Unidos da América, são agradavéis, têm um comércio personalizado e livrarias onde se pode ler descansada uma revista ou livro.
Estava à espera dos meus cunhados, para terminarmos a espinhosa tarefa do «desfazer da casa» e penso que conseguimos, já trouxemos uma grande parte para as nossas habitações e agora só falta o aluguer de uma empresa especializada para fazer a mudança para as várias casas e o resto para dar. O lixo que deitámos foi foi imenso. As pessoas acumulam muita coisa durante a vida...
Olhei à minha volta e observei as várias mulheres que estavam sentadas ao meu redor. Todas louras, as mulheres quando chegam a uma certa idade ficam todas louras, uma gordas, outras esqueléticas, umas mal arranjadas, outras excessivamente pintadas, umas que se mexem muito bem, outras a arrastarem-se por causa das dores nos joelhos, isto quererá dizer alguma coisa? A gordura será falta de amor? E as doenças, sofrimento acumulado durante a vida? Olho para estas mulheres e é só exterior o que eu vejo, mas sei que é pelo exterior que as pessoas nos vêem, num primeiro momento e ficam com uma imagem de nós através do nosso exterior, dos nossos gestos, do nosso olhar, dos refegos de gordura se existem ou dos ossos saídos sem dó.
A empatia também é fisica, mas não pode ser só, senão é como comer pão seco e assim se olharmos vivamente esse pão obrigando-o a falar econtramos iguarias excelentes lá dentro que não supunhamos que existiam. Nós só gostamos dos belos, saudáveis e atléticos. A ditadura da beleza está a apertar cada vez mais.
Bebi devagar o meu abatanado e olhei para o que essas mulheres comiam ou bebiam, na maioria eram cafés, chás , batidos, gelados, queques e torradas. Algumas com sofreguidão, outras calmamente, também quererá dizer alguma coisa, a tal falta de amor. Umas liam o jornal, outras falavam com as amigas com vozes queixosas ou alegres, outras olhavam sonhadoramente para os homens que passavam, se calhar com desejo de ter um amante, um amante novo , apaixonado e afectuoso.
Os meus cunhados chegaram com as suas cadelas da raça da Milu do Tin tin. Pagámos a conta e fomos à nossa vida e as protagonistas da telenovela que eu estava a fazer na esplanada esfumaram-se ao longe.

Amanhã




Amanhã
Caetano Veloso
Amanhã
Será um lindo dia
Da mais louca alegria
Que se possa imaginar
Amanhã
Redobrada a força
Pra cima que não cessa
Há de vingar
Amanhã
Mais nenhum mistério
Acima do ilusório
O astro-rei vai brilhar
Amanhã
A luminosidade
Alheia a qualquer vontade
Há de imperar
Amanhã
Está toda a esperança
Por menor que pareça
Que existe é pra vicejar
Amanhã
Apesar de hoje
Ser a estrada que surge
Pra se trilhar
Amanhã
Mesmo que uns não queiram
Será de outros que esperam
Ver o dia raiar
Amanhã
Ódios aplacados
Temores abrandados
Será pleno, será pleno

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Vou começar a pensar na rentrée

Vou começar a pensar na rentrée com cuidado, quero e alento ainda o velho desejo de «andar» com calma nesta vida de aposentada. O primeiro ano foi de uma aceleração atroz e este último mês terrível. Já parei com Alpiarça a nível de serviço educativo, porque o serviço está implementado, agora só vou trabalhar na monografia do Relvas e como tenho lá casa vai ser mais fácil, mas vai ser um trabalho com calma.
Tenho de continuar com a monografia de Carcavelos e os meus estudos particulares sobre arte, a arte e a história sobrepõem-se neste momento à museologia e quero fazer coisas diferentes.
Vou também continuar com os meus passeios dentro e fora do país e alimentar-me de afecto com a família. Continuar a dieta, os passeios a pé, as minhas leituras e aprofundar a minha relação com Deus.
Quero estreitar as relações com os amigos do peito, principalmente alguns novos que são fantásticos e também os antigos que gostam verdadeiramente da Anad despida de vida profissional. E interagir cada vez mais com os amigos e amigas online.
Eu quero tanta coisa, quero encontrar muita paz....

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Adoro o blogue da Rosa Pomar




A Rosa Pomar tem um blogue que é um sonho. Acho que ela faz de qualquer trapinho, lã ou linha o que ela quiser. Não há dúvida que há muitas pessoas dotadas por esse mundo fora. Ela inspira-me muito e gosto da maneira como ela aborda culturalmente os bordados e as tradições portuguesas, aqui está uma das últimas obras. Isto é reciclar, isto é proteger o planeta. Gosto mesmo desta forma de vida.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Adorei a Isabel do Carmo

Adorei a consulta da Isabel do Carmo, e criei uma empatia e compromisso com ela. Direi mesmo que fiquei galvanizada. Começei hoje ao jantar a fazer dieta, volto lá no dia 1 de Outubro e já tenho que mostrar resultados. Tem de ser mesmo desta vez. Além da dieta que é inteligente e excelente para mim, tenho de andar 30 minutos por dia.
É uma mulher de esquerda esta médica, com um olhar bonito e uma relação generosa, nós nesta aldeia global acabamos por conhecer as pessoas durante anos sem nunca ter estado com elas frente a frente e quando estamos como aconteceu comigo hoje é como se a conhecessemos há já algum tempo. Estou contente com a minha escolha, é competente, doutorada em nutricionismo e sabe o que faz. Eu vou desta vez fechar a boca, olá se vou.
Quanto a desmanchar a casa tem sido para o meu marido e irmã uma perfeita cartase. Há imensas memórias nos objectos e há fotos, cartas, documentos que completam a figura do falecido pai, revelando aspectos e gostos desconhecidos para os filhos, tem sido uma verdadeira surpresa. O positivo disto tudo é que os irmãos resultantes do 1º casamento se uniram mais e de uma forma sincera.

Setembro chegou


Começa Setembro e quando este mês se inicia parece que mudamos de folhas como as árvores. É outro tempo que começa. Eu adoro esta estação, adoro a atmosfera e o início de uma balburdia na cidade, com escolas, empregos etc. e o mesmo início de uma certa calma nas praias, se bem que estas afirmações são mais aplicáveis no mês de Outubro, no entanto o mês de Setembro já anuncia a mudança de estação.

Eu vou continuar na praia e os meus netos vão voltar esta semana. A Francisca vai começar no novo colégio no dia 7, a Margarida fica com a mãe até Janeiro e o Antoninho começa esta semana a fazer a adaptação à creche. Preocupa-me a gripe A, talvez pelo excesso de informação, porque em 1957 eu tinha doze anos e houve uma tão grave como esta e eu nem dei por ela, mas agora não sei, confio em Deus, no meu Deus que é feito de folhas das árvores , de altas montanhas, de ondas do mar , do infinito e das pessoas. É nessa energia que nos une e nos conforta, é na beleza da natureza mãe que eu sinto Deus presente e protector e confiante, é na generosidade e na humanidade de algumas pessoas que vivem neste planeta, seja em que parte dele for.

Hoje vou iniciar uma tarefa um pouco difícil, vou desmanchar a casa do meu sogro em Lisboa, pois estava alugada há sessenta anos e temos de a entregar ao senhorio no fim do mês de Setembro. Acompanham-me o meu marido, os meus cunhados e netos. A minha filha mais velha leva-nos no carro dela o que vai ser uma grande ajuda.

Também tenho pensado na efemeridade da vida e no renascer da mesma em cada bébé, fonte de vida e alegria. À tarde vou à Isabel do Carmo, tenho de emagrecer desta, custe o que custar.