sexta-feira, 26 de março de 2010

Partir com Eugénio de Andrade....

Urgentemente

É urgente o amor.
É urgente um barco no mar.

É urgente destruir certas palavras,
ódio, solidão e crueldade,
alguns lamentos, muitas espadas.

É urgente inventar alegria,
multiplicar os beijos, as searas,
é urgente descobrir rosas e rios
e manhãs claras.

Cai o silêncio nos ombros e a luz
impura, até doer.
É urgente o amor, é urgente
permanecer.

Eugénio de Andrade


Até para a semana, amigas e amigos online

quinta-feira, 25 de março de 2010

Vou partir para a República Checa. Darei notícias quando voltar


Na sexta - feira santa já estarei cá e darei notícias de mais uma viagem.
«Navegar é preciso, viver não é preciso» Fernando Pessoa

quarta-feira, 24 de março de 2010

E adormecer também com este pedacinho de Florbela Espanca

(...) Quem nos deu asas para andar de rastos?
Quem nos deu olhos para ver os astros
- Sem nos dar braços para os alcançar?!

Adormecer com E.E. Cummings

Eu levo o seu coração comigo

Eu levo o seu coração comigo (eu o levo no
meu coração) eu nunca estou sem ele (a qualquer lugar
que eu vá, meu bem, e o que quer que seja feito
por mim somente é o que você faria, minha querida)

tenho medo

que a minha sina (pois você é a minha sina, minha doçura) eu não quero
nenhum mundo (pois bonita você é o meu mundo, minha verdade)
e é você que é o que quer que seja o que a lua significa
e você é qualquer coisa que um sol vai sempre cantar

Aqui está o mais profundo segredo que ninguém sabe
(aqui é a raiz da raiz e o botão do botão
e o céu do céu de uma árvore chamada vida, que cresce
mais alto do que a alma possa esperar ou a mente possa esconder)
e isso é a maravilha que está mantendo as estrelas distantes

eu levo o meu coração (eu o levo no meu coração)

Crianças, crianças, o melhor do mundo são as crianças.







A festa do meu neto decorreu numa grande alegria, cheia de crianças, muitos bébés e especialmente meninos e meninas da idade dele. Ele estava muito admirado com tudo aquilo e não sabia para que lado se havia de virar, porque as prendas eram mais do que muitas. Estiveram reunidos numa convivência agradável, amigos e família. Foi uma tarde feliz e foi uma boa ideia para a idade daqueles pequenos convidados, ser na escolinha dele, porque assim andaram à vontade sem barreiras de móveis e objectos decorativos. Foi muito bom.

(...) Grande é a poesia, a bondade e as danças...
Mas o melhor do mundo são as crianças (...)

Fernando Pessoa

Como a minha sogra faz anos no mesmo dia que o meu neto, antes de irmos para a festinha dele fomos almoçar com ela e com a irmã, duas idosas muito doentes. Fomos à Estrela Brilhante, ao pé da igreja de Benfica e recomendo vivamente, belo peixe, boa carne, muito bem servido e a um preço que não é nada caro, comparado com porcarias que vejo por aí. Foi um bom começo de festa. Claro que não pude comer morangos com chantilly, mas sim grelos. É a vida das dietas.

domingo, 21 de março de 2010

Hoje o meu neto António Maria faz um ano...





























Foi no dia 21 de Março que o António Maria nasceu em 2009. Os meus netos são todos do século XXI, com uma avó do século passado.

Hoje é dia de festa rija e como eu fui ontem a Alpiarça, resolvi trazer flores da quintinha para ele, aqui estão.




Afago-te com as minhas mãos

cansadas de labores

e sinto em teu sorriso de anjo

vestígios do meu gene.

Olho-te serena na dimensão

dos dias que passam e tenho

a certeza de que és hoje

que fui ontem, sem temores,

e me redescubro na tenra

amplitude dos teus olhos.

Dia virá, neto querido

que a inelutável

sagrará a minha partida

mais tarde, já amadurecido

saberás que me substituiste na vida



Poema de Julio Rodrigues Correia

sábado, 20 de março de 2010

Estou a sentir-me ágil...











A minha dieta está a dar resultado porque as minhas articulações estão a ficar mais ágeis. Olhando as pessoas que todos os dias apanham transportes públicos e seguindo o exemplo de amigas que venderam o carro e só andam de metro, autocarro ou camioneta, decidi fazer o mesmo, porque estava a abusar um bocado do táxi. Decidi andar só de transportes públicos, porque não tirei a carta e por isso tenho de sujeitar-me a boleias dos filhos ou dos amigos e eu não quero isso, além de que alguns amigos ou amigas sentem-se na obrigação de me trazerem a casa e isso é muito aborrecido. Quero estar livre e independente, por isso toca a compreender a parafernália de meios de transporte que nós temos em Portugal e a partir daí, ir para todo o lado. Comprei os cartões Viva, mas como são todos verde alface, na altura da saída por vezes tiro o do combóio e tenho de o substituir pelo do metro, mas vou-me habituando. O mesmo acontece com o cartão dos autocarros, eléctrico e camionetas, também vou usá-los ao máximo.
Tal como estou fã do comércio tradicional dos bairros, também estou a tornar-me fã dos transportes públicos, assim vou a todo o sítio, não gasto dinheiro. Ontem por exemplo, saí de casa e apanhei o combóio para o Cais do Sodré, saí no dito e fui para o metro, mudei na Baixa Chiado para a linha azul e desci em S. Sebastião no Corte Inglês, onde fui ver com uma amiga um filme que recomendo, «Invictus», a vida do Nelson Mandela depois de ter saido da prisão ao fim de 27 anos. Achei fantástico e de uma grandeza humana admirável como ele pôs em prática a dimensão do perdão e da compaixão e como mito que era e sabendo o peso que tinha junto da população negra, doutrinou-os nesse sentido e falou-lhes de que não devemos responder à agressividade com agressividade, mas sim com perdão, não fazer aos outros aquilo que não queremos que nos façam a nós. No entanto ele sabia que a nação continuava racista, tanto de um lado como de outro e economicamente dividida, fruto do apartheid e então acreditou que podia unir aquele povo do qual agora era presidente da república, com a linguagem universal do desporto. Assim a decadente equipa de rugby composta maioritariamente por brancos e só com um negro, apoiada até ao último momento por Mandela e mantida na sua composição inicial, fez uma caminhada que parecia impossivel para a vitória, em 1995. Mandela inspirou-os, deu-lhes força e acreditou neles. Brancos e negros, ricos e pobres ficaram ligados naquele momento de vitória.
Foi um filme muito inspirador para mim e acredito que se eu aprender todos os dias uma coisa importante, ao fim de alguns anos sou uma pessoa diferente e ontem, o Invictus , realizado por Clint Eastwood e com a espectacular interpretação de Morgan Freeman, ensinou-me uma coisa importante: perdoar é fundamental para ter paz e ter compaixão pelos outros mais ainda, podemos fazer milagres, podemos acreditar mais nas pessoas e vê-las com outros olhos e elas que não estão à espera do perdão e da compreensão transformarem-se noutras pessoas melhores e redimidas. Não é um caminho fácil, mas possível.
Depois de sair do filme, fui para a FNAC do Colombo onde o meu marido estava a apresentar um livro, aí tive que apanhar um táxi ( os táxis servem para os atrasos e emergências) e já cheguei atrasada, a sala estava cheia de amigos e foi muito bom. Comprei três cd´s e a minha querida amiga Maria Emília ofereceu-me ontem entre outras coisas o novo livro do valter hugo mãe « a máquina de fazer espanhóis», da editora Alfaguara. Este escritor foi vencedor do prémio José saramago. Nunca li nada dele vamos ver.
À saida do Colombo tomámos o metro para a Baixa Chiado, o meu marido também nunca quis tirar a carta, mas ele está doutorado em transportes públicos. Chegados à Baixa Chiado, mudámos para a linha verde, Cais do Sodré e depois combóio para a Parede. Estou na maior.
No outro dia fui a uma consulta e fiz o seguinte percurso: apanhei o metro das Picoas, mudei no Marquês e depois na Baixa Chiado para apanhar o combóio e lá fui eu. Quando necessitar de ir para o aeroporto ou para qualquer lugar profissional que eventualmente não me venham buscar, vou de táxi com o Sr. Carlos ou o Sr. Filipe que são muito simpáticos para mim. Claro que quando vou para casa da minha filha para apoiar as minhas netas, tenho ido com a minha filha mais velha de carro, mas quando ela não puder, vou de transporte público e então para a casa desta filha, mãe da Francisca e da Margarida, é tudo directo, combóio e metro sem mudanças.
Quando for para Alpiarça, apanho uma camioneta ou combóio e depois uma filha museológica ajuda-me, esperando-me na estação ou então como hoje, que vou a Alpiarça à quintinha buscar frutos, a minha cunhada leva-me e traz-me, assim como para Setúbal, o combóio é muito agradável. Tenho é que levantar-me cedo e fazer as coisas até às 19h, porque depois necessito de descanso, mas vou repartir a semana com os muitos afazeres que tenho, de transportes públicos. Olá se vou, «nestes dias sinto-me ágil, heheheh».

sexta-feira, 19 de março de 2010

Uma dia perfeito, eu a Mané e o Fernando Pessoa




Hoje voltei a outro bairro da minha infância e juventude. Quando saí de Algés, aos cinco anos e meio fui viver para o Bairro de Campo d'Ourique onde vivi até mais ou menos aos vinte e seis, mesmo depois de casar pela primeira vez vivi lá noutra rua três anos. É um bairro com muito comércio hoje em dia, diferente daquele em que vivi. Como já estou farta de dizer eu não vivo do passado, por isso foi bom recordar, mas não voltaria a nenhum lugar onde vivi e eu mudei de casa muitas vezes. Gosto do novo, daquilo que não conheço, daquilo que posso descobrir. Gosto do presente, do agora. Só me fez impressão passar pelo Europa, onde eu ía ao cinema com a minha mãe e depois atravessávamos a rua e íamos comer na Aloma, pastelaria que ainda lá está, dois pastéis de nata com duas laranginas. As memórias nesse momento tornaram-se mais fortes, assim como quando avistei a igreja de Santo Condestável, onde passei devo confessar bons momentos. O pároco era jovem e fazia actividades fantásticas, chamava-se Horácio. Tinha uns grandes olhos azuis. Jogava à bola com os rapazes no átrio da igreja e nas tardes de sábado projectava filmes variados na cripta para todos, os que andavam na catequese, escuteiros ou guias de Portugal. Podíamos levar os amigos. Foi aí que eu vi Spartacus, Quo Vadis, a Túnica, os filmes de Joselito e da Marisol, os filmes da Lassie, desenhos animados, enfim foram tardes muito engraçadas, depois ia ver os mesmos filmes históricos/religiosos, com a minha mãe e as minhas tias e primos no cinema Paris, na Rua de Santo António à Estrela, por altura da Páscoa, na quinta feira santa e em seguida visitávamos sete igrejas, aí não havia lanche porque estávamos na Quaresma.
Na cripta da igreja de Santo Condestável, também havia catequese onde eu andei e onde também fui catequista e cantei no coro da missa da catequese, todos os domingos às 10h da manhã.
Lembrei-me ontem desses momentos, mas para a frente é que é o caminho.

Pois encontrei-me com a minha querida Mané, à porta da Casa Fernando Pessoa, na mesma rua onde uma tia minha, irmã do meu pai tinha uma moradia de dois andares, ela ainda lá está, a minha tia já morreu e o meu primo já a vendeu pois vive no estrangeiro. Nunca tinha ido à Casa de Fernando Pessoa. É um prédio muito bem recuperado, cheio de versos repetidos na parede, em todos os andares e com vários tipos de letra. Comovi-me com o seu quarto. Um homem que foi tão incómodo para a família e cuja família usufruiu tanto com os proventos dos seus livros. Os génios são mal compreendidos, acho que é sempre assim, porque têm uma angustia existencial mais apurada do que um ser comum e sofrem através da sua arte, seja música, poesia, pintura ou outra. Excepto os génios comerciais, também os há, mas esses tornam-se banais.

O seu pequeno quarto onde ele viveu os últimos quinze anos da sua existência, era pequeno e simples, assim como a sua secretária. Acho que a direcção da casa desde sempre que pede a artistas plásticos que façam instalações nesse quarto referente aos heterónimos, mas como não coloca um texto , um pequeno texto na parede sobre a instalação, eu quando olhei para a cama vi uma bata de médico e um estetoscópio na cama e pensei, mas o que é isto, o que é que isto representa? Eu que gosto tanto de Pessoa e conheço os seus heterónimos, não compreendi. Perguntei a um rapaz e ele disse-me que era uma instalação artística dedicada a um dos heterónimos, a Ricardo Reis que era médico e por isso estavam vários medicamentos na estante dos livros e a bata e o estetoscópio na cama e o instrumento de medir a tensão arterial na secretária. Sinceramente acho que as pessoas merecem uma explicação da instalação quando visitam o quarto, nem eu me lembrava da profissão de Ricardo Reis, quanto mais alguém que está divorciado da arte , da ciência ou da cultura do seu país. A comunicação deve ser uma constante num equipamento cultural senão eles servem para quê e para quem? Escrevi isso no livro que eles têm na loja para avaliação dos visitantes. Depois percorri os restantes andares, uma biblioteca com o Pessoa do Almada, com um funcionário muito simpático que nos deu todas as informações, um auditório, gabinetes administrativos, a árvore genealógica do Pessoa pendurada num vidro do patamar da escada, não achei muito interessante, até porque não há uma sala dedicada a Pessoa para se fazer uma leitura completa, os objectos estão espalhados pelos andares, dispersos e sem contexto, os cartões de identidade aqui, os instrumentos de cortar o seu cabelo e barba nos últimos quinze anos, oferecido pelo barbeiro que o tratava nessa área num andar mais acima, os óculos e outros objectos pessoais noutro lugar, todos numas vitrinas muito feias que já não se usam, mas as actividades parecem-me muito boas, boa divulgação da poesia com cursos, serviço educativo, serviço de biblioteca bom. Digamos que não gostei da forma, mas o conteúdo é bom. No andar de cima uma exposição de fotografia que não me agradou, nunca tive muito fascínio por fotos manipuladas, necessitam de ser muito boas e eu já vi algumas noutros sítios como por exemplo a Gulbenkian das quais gostei muito. No átrio à entrada o horóscopo do Pessoa. Sol e Vénus em Gémeos na 8ª casa, na astrologia tradicional esta casa é de confronto com o mundo e perdas, ele tem também a 12ª. casa em Escorpião com Júpiter e Marte, que a astrologia tradicional interpreta como mediunidade, ocultismo e fatalismo. Digamos que ele tem planetas nas piores casas do mapa astral, mas tem no meio do céu, o melhor lugar, a lua e urano, a relação com a mãe, o sonho, a inspiração, e estar adiantado no tempo e por isso a não compreensão dos outros. Foi ele que fez os horóscopos dos seus heterónimos, pois gostava muito de astrologia, ele era ávido de conhecimento. Comprei na loja para ler aos meus netos, livros de poesia, um sobre o poeta.

Depois de sairmos da casa eu e a Mané deixámos Pessoa e fomos tratar de coisas mais comezinhas, uma boa refeição de peixe grelhado, um sargo para as duas com legumes, acompanhado de água porque eu não bebo vinho. A Mané também tem as suas dietas, mas ontem comeu uns petiscos que eu não posso nem tocar: carapauzinhos fritos de entrada, daqueles que se come tudo, menos o rabo e uma maçã assada no final. Eu comi o peixe e no final uma papaia. O restaurante é óptimo, defronte do mercado, chama-se Verde Gaio, na Rua Francisco Metrass, 18. Recomendo, está sempre cheio e o peixe é muito fresco.

Antes de partirmos fui a uma loja de brinquedos que eu adoro neste bairro a Sig Toys, na Rua Tomás da Anunciação, 58 B., http://www.sigtoys.com/. Comprei brinquedos da DJECO www.eurekakids.net/pt/brinquedos/djeco. São do melhor.

Depois cada uma foi para os seus afazeres e agora fiquei com este sublinhado por debaixo das frases que não consigo tirar. Desculpem.


quarta-feira, 17 de março de 2010

Hoje fui reviver a minha infância durante duas horas







Eu nasci na Lapa, na Rua das Trinas e com seis meses de idade fui viver para uma quinta que o meu avô tinha em Algés, onde é hoje o bairro de Miraflores. Aquela extensão era toda de quintas, cheias de animais, plantas, legumes e flores. Havia uma famosa pastelaria a Tamar e havia também o Sport Algés e Dafundo que tinha um cinema, com plateia e camarotes. Naquele tempo não havia maiores ou menores de qualquer idade e a minha família tinha um camarote e nós íamos muito, mas muito ao cinema, eu hoje adoro cinema por causa dessa prática quase semanal de idas ao cinema com a família e mais tarde com os amigos. Vi tudo o que possam imaginar a preto e branco e foi aí que eu vi a Branca de Neve e os Sete Anões, a Gata Borralheira, o Peter Pan e a Alice no País das Maravilhas, entre outros. Hoje fui ver e não rever o filme Alice in Wonderland, porque a adaptação foi muito alterada, esta Alice não é pequena, cresceu e volta ao mundo imaginário que ela conheceu com treze anos e encontra outros personagens, animais e peripécias muito animadas. É um filme de Tim Burton e é interessante pelos efeitos especiais. Devo dizer que não sou muito apreciadora hoje em dia de filmes com desenhos animados, é preciso que o filme seja extraordinário para eu gostar como aconteceu com alguns: Shrek ou o pequeno Nemo, de resto é dificil eu ficar encantada, mas como fui comprar umas prendas para o Antoninho na Avenida de Roma, para o seu 1º. aniversário, a minha filha mais velha desafiou-me e lá fomos ao Londres.
Agora vou-me deitar porque amanhã tenho um programa combinado com a minha amiga Mané, almoço e poesia. Depois conto e por falar em poesia vou adormecer com Fernando Pessoa;

O MEU sentimento é cinza
Da minha imaginação
E eu deixo cair a cinza
No cinzeiro da razão

terça-feira, 16 de março de 2010

Os colares






















Considero os colares quase uma peça de roupa, são adereços essenciais e que complementam o nosso estilo e perfil. Eu tenho muitos e de vários países e quando os ponho lembro as paisagens, as gentes e os locais onde os comprei. Hoje vou mostrar um rosa do México feito de papel, um de pano comprado em Ponte de Lima e feito a partir dos lenços das minhotas, outro na esposição do Hermitage e inspirado nos adereços dos Romanov, outro na Noruega, em Oslo, numa praça onde artesãos de várias nacionalidades vendiam colares e outras peças. Este vendeu-me um brasileiro e a concha leva-me ao Rio de Janeiro às paisagens tão belas que eu vi do Corcovado. Estes de cores amarelo e vermelho comprei-os no Egipto e assim por diante. A minha colecção é grande. De vez em quando dou alguns e vou comprando outros. Também gosto de anéis, mas mais de brincos. Pulseiras e alfinetes de peito não muito, mas uso alguns. Gosto de lenços e como viram tenho alguns bem bonitos.
As peças têm que ter razão de ser e devem ser compradas ou usadas porque têm um valor cultural, espiritual ou de amor. Brilham mais acreditem.

Aproveito para colocar aqui uma quadra de Fernando Pessoa:


Eu tenho um colar de pérolas

Enfiado para te dar:

As pérolas são os meus beijos

O fio é o meu pesar

segunda-feira, 15 de março de 2010

Ontem foi um dia de amigas...
























































Ontem encontrei-me com 4 amigas do grupo de viagens. Foi muito bom. Fomos almoçar a um restaurante em Belém que eu recomendo «Restaurante Montenegro», numa rua paralela aos pastéis de Belém para o lado do rio, na rua Vieira Portuense, 44. Comi um peixe grelhado óptimo e as minhas companheiras, arroz de cabidela, sável com açorda e espetada de lulas, tudo muito bem feito. Depois fomos aos pastéis de Belém e eu coitada de mim, fiquei a ver. Nunca mais vou enfiar açucar na minha boca, é uma decisão definitiva. Nunca devemos dizer nunca, mas a saúde neste caso está primeiro.


Fomos então ver a exposição retrospectiva da Joana de Vasconcelos no CCB, havia fila à porta, as entradas são gratuitas e havia muitas famílias e crianças. Esta exposição foi muito divulgada na televisão e tudo o que é divulgado na TV é êxito certo. Vejam por exemplo os filmes portugueses, há filmes que se não fossem tão mediatizados, as pessoas não os iam ver.


Gosto desta artista q.b., acho que a primeira parte da sua obra é inesperada e genial, o lustre de tampões com o título de A Noiva, em 2005 lançado, o Sofá Aspirina de 1997, a Cama Valium, 1998 e últimamente o Coração Independente, 2008, a Cinderela, 2007, o tal sapato feito de tachos, panelas e tampas de loiça de alumínio, o Mundo aos seus pés, 2001 e a denuncia sobre o maltratar animais, com cães de loiça que os públicos podem partir, neste momento já não funciona o pedal que parte os animais.


Não há dúvida que a obra dela é chamativa e desconstrói muitas das ideias que se tem de arte, e em arte contemporânea o mais importante é ter uma ideia e desenvolvê-la. Claro que as ideias dela são concretizadas por muita gente, muita gente anónima, porque as pessoas podem ser levadas a pensar que isto tudo é feito por ela, mas não é. O que eu acho é que há objectos que são dejá vu nos anos 60, não há assim tanta novidade, na minha perspectiva, hoje é outro tempo e a arte felizmente chegou até às massas e elas olham os objectos de uma outra forma e com mais informação e com mais mediatização como eu referi há pouco.


Não me atrai os objectos revestidos de renda nem a obra denominada Contaminação objectos de pano espalhados pelo chão com restos de tecidos, com formas diferentes, mas que me leva a imagens de outros tempos, a ida a Fátima também não me seduziu, não me trás uma ideia nova, nem aquela caixa com utensílios de casa e objectos decorativos, já vi melhor, na Noruega, Suécia e Holanda. São países que têm ideias mesmo muito up to date. Eu direi que estas instalações serão as paisagens de outras épocas.

Depois saímos e olhei as garrafas que estão à entrada, têm um efeito inesperado e interessante, mas não fico extasiada. Fiquei mais com a magnólia maravilhosa que está mum canteiro do CCB e que anuncia a Primavera. E eu com a minha moda ANAD. Desta vez até levei um lenço DIOR, que já tem muitos anos e que este como outros que tenho em casa hão-de morrer comigo. Os padrões são lindos e como eu escrevi no outro post, da loja dos chineses aos lenços DIOR tudo tem a seu cabimento. Diversificar é quanto a mim a palavra de ordem.

O dia ontem esteve maravilhoso de tal maneira que não levei casaco de fazenda, o sol espreitava e as pessoas ávidas de sol encheram as praias da linha que já tinham areia. À saída do CCB ainda nos sentámos a conversar e depois cada uma foi apanhar o seu transporte. Gostei de regressar a casa, sou uma mulher diurna, à noite gosto de recolher-me com os meus pensamentos.

domingo, 14 de março de 2010

O Sr. Manuel é um anjo com escadote que apareceu na minha vida.











Nunca vos tinha falado do Sr. Manuel. Ele é um homem que sabe fazer de tudo. Carpintaria, jardinagem, pedreiro, pintor, aranja máquinas de lavar, fogões, etc. e quando não está apto tem sempre uns amigos que são tão especialistas como ele e que me arranjam tudo cá em casa. Se eu disser assim «Sr. Manuel, aconteceu-me isto ou aquilo na cozinha, ou um cano estragado ou uma torneira, ele vem a correr, tanto a minha casa como em casa dos meus filhos. É um anjo com escadote e blackanddekker. Nunca damos o devido valor a estas pessoas que tornam a nossa vida com mais qualidade, pois tratam com esmero a manutenção das nossas casas.
Desde ontem de manhã que está a arranjar o meu jardim depois deste inverno rigoroso e não para. Bem haja Sr. Manuel, os anjos não têm só fatinhos brancos até ao chão com asas.

sábado, 13 de março de 2010

Os olhos do meu boneco...











Hoje chegou a vez do meu príncipe me ter vindo visitar com os seus pais. Já se levanta, agarra-se às coisas, trepa, tenta falar, já dá passinhos agarrado aos móveis, etc. Enfim eu tenho os netos mais lindos do mundo, olhem para estes olhos e para a mãozinha tão querida. Perdoem a vaidade. Não há alegria maior do que ver crescer uma criança e poder acompanhá-la nesse crescimento e contribuir de alguma forma para o seu desenvolvimento e felicidade.

sexta-feira, 12 de março de 2010

Os olhos da minha boneca.







Hoje mais uma vez estive com a minha neta mais nova que vai fazer oito meses na segunda feira. Espantou-me a sua agilidade a apanhar brinquedos do chão. É uma boneca, uma linda boneca, com uns olhos lindos assim como os da sua irmã. O primo destas meninas, outro boneco faz um ano no dia 21 e vai ter uma grande festa na sua escolinha. Enfim dias felizes. São estes os dias mais felizes da minha vida, estar com a minha familia nuclear, com os meus filhos e filhas e os meus netos e netas. Sei que sem eles me seria muito dificil viver.

Um dos segredos....




Segundo a minha perspectiva, hoje o que interessa é ter um estilo, pode ser feio, bonito ou o que quer que seja, pois cada pessoa veste como quer e como se sente bem e não deve ser controlada pela ditadura da beleza. Acho que também há um segredo que pode ser aplicado, combinarmos peças de marca com outras mais baratas e apanhadas em saldo. Às vezes apanhamos pechinchas em lojas de bairros antigos, tipo avenidas novas, avenida de Roma, Baixa e olhem que as lãs e o algodão são por vezes muito bons, enquanto que as marcas que parecem muito baratas são uma porcaria e com acabamentos péssimos. Eu gosto do comércio tradicional.


Hoje vesti uma camisola de saldo muito engraçada, uma de boa marca com flores (excepção, mas é muito bonita) porque tem degradés em verde e por cima um colete barato, mas muito confortável e quente, pois o tempo está a arribar mas arrefece para a noite. Moda ANAD, é o que está a dar. Todos os dias puxo pela minha criatividade e vou para a frente, cada dia é um dia.

quinta-feira, 11 de março de 2010

Gosto de vestir malhas finas umas por cima das outras


Cada uma tem as suas manias, eu tenho preferência por malhas finas e vesti-las umas por cimas das outras, com cores que liguem bem e adoro coletes, só tenho pena de não encontrar mais destas peças ao meu gosto. Hoje vesti uma camisola roxa, por cima uma azul petróleo e por cima um colete azul escuro e adoro, não sei se é porque estou a fazer dieta continuo a sentir frio. Durante o inverno uso sempre, mas sempre, meias opacas, pretas, azuis escuras ou castanhas. Outra coisa que gosto é de vestir peças de cor lisa, só excepcionalmente tenho algumas com desenhos.

A minha paleta de cores não é muito grande, gosto de preto, branco, cinzento, azuis mas nem todos, escuros ou petróleo, mas também gosto de azulão. Gosto de alguns verdes, escuro ou verde árvore, alguns ocres, castanho escuro ou mel, laranja escuro e vermelho escuro, diz-se vermelho e não encarnado, porque vermelho é que é a cor que aparece nas paletas dos pintores, eu gosto de vermelho Pequim, gosto de todas as tonalidades a partir do vermelho, bringela, roxo, violeta etc. e também das cores de tijolo. Por vezes um amarelo pode dar um toque por debaixo de uma camisola, ou um turquesa ou mesmo um rosa mais aberto mas só no verão. Também gosto na Primavera de camisolas finas por debaixo de uma um pouco mais grossa a aparecer, gosto também de mais do que uma blusa por debaixo de outra blusa sem mangas. Enfim é a minha moda, moda ANAD, e continuo a não me esquecer do que um antigo aluno adolescente há muitos anos me disse e que eu já contei no blogue «A stora veste como uma aluna, não veste como as professoras que têm cabelo de perua». Eu gosto de ser Anad, vestida como uma aluna, com uns anos em cima, mas sempre aluna.

quarta-feira, 10 de março de 2010

Estou a preparar-me para a minha viagem à República Checa. É já no dia 27 de Março.

Fotografias da visita a Évora - 2ª parte







































Como o fim de semana esteve muito chuvoso e este inverno assim o tem sido, abri o livro que o Antonino Rodrigues me ofereceu durante a viagem, fruto de uma recolha feita por ele e escolhi este provérbio «Janeiro frio e molhado, enche a tulha e farta o gado».
Este delicioso livrinho chama-se «Para cada ocasião, um provérbio sempre à mão - Provérbios sobre animais e outros seres vivos»