segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

As minhas mãos estão secas e ásperas


As minhas mãos estão tão secas e ásperas que não consegui deixar visíveis as minhas impressões digitais no novo cartão do cidadão o tal "simplex", mas como eles já as têm numa base de dados não há problema. Tenho que lhes dar muito creme. Que maçada, sinto-as como se tivessem sido lavadas com palha de aço. Será da idade? Sou uma cidadã que conseguiu anular as novas tecnologias do simplex com estas mãos ásperas. Hoje vou novamente iniciar uma dieta, vou ao médico pedir um atestado médico para apresentar na inscrição da carta de condução, sim minhas amigas e amigos on-line vou tirar a carta e assim vou utilizar o carro da minha filha mais velha. Preparem-se para um Fangio. Já sei alguns sinais e quero ir à aventura por essas estradas fora, claro que devem ser umas 50 lições mas paciência, para tudo há um tempo e o meu tempo da carta chegou. Então eu poderia alguma vez morrer sem tirar a carta. Never.

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Problemas relacionados com tampas


Durante dois dias à procura da tampa, quase que me saltou a tampa. Não descobriram a tampa e resolveram o caso de outra forma, criando uma nova tampa num local facilmente localizável. Eu por mim não vou mais deitar papel higiénico na sanita e as raízes se crescerem novamente, pois eram as ditas que estiveram na origem da obstrução eu saberei onde se encontra a nova tampa tapada pela calçada à portuguesa. Este é o quotidiano de uma reformada, que desde Junho, início da reforma não tem feito outra coisa do que apagar fogos. Eu que sonhava com imensas viagens e passeios e dias recostados nos sofás, passeios na praia sem sobressaltos, sessões triplas de cinema, pintura, trabalhos manuais etc., estou aqui a tomar conta de tampas, e ainda por cima de esgoto, porque eu tenho um cara metade que com estas situações dá o seu contributo de sempre, muito enervado e com muita coisa para fazer no exterior.

Não consigo perceber aquelas pessoas que dizem que são donas da sua vida. Nós nunca somos donos da nossa vida porque mais tarde ou mais cedo temos que seguir o curso normal das nossas opções passadas e de cabeça erguida.

Tenho feito uns trabalhos manuais e tenho ido para o terreno entrevistar pessoas para o meu próximo livro. Descobri também uma série de coisas que se foram transformando no meu gosto:
- já não gosto de ópera como gostava, a última série que eu ouvi no ano passado no S. Carlos lapidou o meu gosto por este género musical. Agora só vou à opera se os cantores forem excepcionais e para colmatar a ausência de algumas árias vou contentando-me com os discos.

- já não gosto de museus como gostava, depois de ver tantos museus e tanto trabalho mal feito e tanta especulação e tanto contar cabeças nos eventos pelos políticos, só vou a exposições e museus depois de ler muitas críticas e ouvir a opinião do boca a boca que é a melhor, entretanto nas minhas acções de formação nos ditos irei dizendo tudo o que penso da museologia portuguesa com exemplos.

- só leio livros com temas que me interessam verdadeiramente e obsessivamente leio as obras todas de autores que me fascinam o mesmo se passa com o cinema e teatro.

- já não gosto de comida tradicional portuguesa e estou cada vez mais rendida à comida simples e vegetariana.

- não suporto eventos sociais em que somos obrigados a representações, a conversas de ocasião e a trajes a condizer, nem a jantares, baptizados, casamentos e aniversários de pessoas que não me dizem nada.

- estou-me a despojar de honrarias, comemorações, presentes por obrigação.

Enfim, acho que a lista vai longa. Para a próxima digo as coisas que quero passar a fazer, sem obrigação, mas por vontade própria, por prazer. Quero criar e receber momentos de felicidade. Abaixo a crise, a desgraça e o mal estar nacional. Quero azul ao longe.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

À procura da tampa


É verdade, começou esta segunda feira à tarde o entupimento da fossa da minha casa e como ela é antiga não se encontra a olho nú no jardim. Veio cá na segunda feira uma empresa para desentupir canos que me levou logo 70 euros pela deslocação e fez-me um orçamento de 400 Euros e ainda por cima tinha também que encontrar a caixa no jardim. Era um jovem de rabo de cavalo oxigenado até ao fim das costas e penso que o preconceito mais a ausência de maquinaria moderna fez com que eu o mandasse embora a todo o vapor. Chamei então o Sr. Manuel que habitualmente me faz a manutenção da casa, disse-me que tinha que ir à Câmara pedir um plano dos esgostos, demoraria um mês e não fui, entretanto das quatro casas de banho que tenho em casa vão todas dar à do r/chão e transborda, por isso temo-nos encolhido. Chamei o piquete da Câmara e eles abriram com grande custo a tampa da rua e disseram que dali não era nada mas eu vi eles tirarem muitas raizes de lá. Perguntei-lhes se eles conheciam um colega especialista e eles telefonaram ao "Tragédias" e ele veio ao fim da tarde, disse-me que estavam entupidos os canos debaixo do chão do jardim, mas andou à procura da caixa e onde é que ela estava? De especialista é que não o achei nada. Perguntei à senhora que cá morou se sabia onde se encontrava a tampa interna e ela disse-me que vagamente se lembrava talvez ser ao pé do muro. Ora ao pé do muro fiz a semana passada uma pequenina horta com tomateiros, alfaces e cebola, se calhar vai tudo ao ar.

Hoje veio o patrão do Sr. Manuel, o Sr. António que constrói casas de raiz juntamente com dois serventes e andam novamente à procura da tampa.

Nunca me imaginei andar à procura do esgoto tanto tempo. Bons velhos tempos em que as pessoas levantavam a saia e aqui ia disto. Hoje é-nos insuportável pensar tal coisa e esta paisagem é agoniante.

Eu como estou aposentada sou um pouco como as tias solteiras de muitas irmãs casadas, cai tudo para cima de mim, mas enfim é o quotidiano de quem vive em casas com fossa.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Amigas e amigos, voltei



Voltei recauchutada e animada pela chegada da Primavera apesar de que ao contrário de muitas pessoas gosto mesmo do Inverno, cheguei e carregada de ideias, com uma manta enorme prestes a terminar e com as investigações a todo o vapor.
A praia chama por mim e o azul ao longe ainda mais. Fui ver entretanto a "Dúvida" pois considero a Meryl Streep http://www.imdb.com/name/nm0000658/bio a melhor actriz do mundo. Li entretanto o livro Revolutionary Road de Richard Yates e achei muito interessante. Tenho estado muito em casa a fazer almoços para os meus filhos com a ajuda da minha filha mais velha que é uma cozinheira de estalo. Ela também está a terminar uma linda manta, ela tudo o que pensa fazer faz, pois tem uma criatividade sem limites.
Continuarei a dar notícias do exterior e algumas do meu interior. Mostrarei brevemente as minhas novidades de bricolage que vou colocar á venda online. See you later.