sábado, 20 de março de 2010

Estou a sentir-me ágil...











A minha dieta está a dar resultado porque as minhas articulações estão a ficar mais ágeis. Olhando as pessoas que todos os dias apanham transportes públicos e seguindo o exemplo de amigas que venderam o carro e só andam de metro, autocarro ou camioneta, decidi fazer o mesmo, porque estava a abusar um bocado do táxi. Decidi andar só de transportes públicos, porque não tirei a carta e por isso tenho de sujeitar-me a boleias dos filhos ou dos amigos e eu não quero isso, além de que alguns amigos ou amigas sentem-se na obrigação de me trazerem a casa e isso é muito aborrecido. Quero estar livre e independente, por isso toca a compreender a parafernália de meios de transporte que nós temos em Portugal e a partir daí, ir para todo o lado. Comprei os cartões Viva, mas como são todos verde alface, na altura da saída por vezes tiro o do combóio e tenho de o substituir pelo do metro, mas vou-me habituando. O mesmo acontece com o cartão dos autocarros, eléctrico e camionetas, também vou usá-los ao máximo.
Tal como estou fã do comércio tradicional dos bairros, também estou a tornar-me fã dos transportes públicos, assim vou a todo o sítio, não gasto dinheiro. Ontem por exemplo, saí de casa e apanhei o combóio para o Cais do Sodré, saí no dito e fui para o metro, mudei na Baixa Chiado para a linha azul e desci em S. Sebastião no Corte Inglês, onde fui ver com uma amiga um filme que recomendo, «Invictus», a vida do Nelson Mandela depois de ter saido da prisão ao fim de 27 anos. Achei fantástico e de uma grandeza humana admirável como ele pôs em prática a dimensão do perdão e da compaixão e como mito que era e sabendo o peso que tinha junto da população negra, doutrinou-os nesse sentido e falou-lhes de que não devemos responder à agressividade com agressividade, mas sim com perdão, não fazer aos outros aquilo que não queremos que nos façam a nós. No entanto ele sabia que a nação continuava racista, tanto de um lado como de outro e economicamente dividida, fruto do apartheid e então acreditou que podia unir aquele povo do qual agora era presidente da república, com a linguagem universal do desporto. Assim a decadente equipa de rugby composta maioritariamente por brancos e só com um negro, apoiada até ao último momento por Mandela e mantida na sua composição inicial, fez uma caminhada que parecia impossivel para a vitória, em 1995. Mandela inspirou-os, deu-lhes força e acreditou neles. Brancos e negros, ricos e pobres ficaram ligados naquele momento de vitória.
Foi um filme muito inspirador para mim e acredito que se eu aprender todos os dias uma coisa importante, ao fim de alguns anos sou uma pessoa diferente e ontem, o Invictus , realizado por Clint Eastwood e com a espectacular interpretação de Morgan Freeman, ensinou-me uma coisa importante: perdoar é fundamental para ter paz e ter compaixão pelos outros mais ainda, podemos fazer milagres, podemos acreditar mais nas pessoas e vê-las com outros olhos e elas que não estão à espera do perdão e da compreensão transformarem-se noutras pessoas melhores e redimidas. Não é um caminho fácil, mas possível.
Depois de sair do filme, fui para a FNAC do Colombo onde o meu marido estava a apresentar um livro, aí tive que apanhar um táxi ( os táxis servem para os atrasos e emergências) e já cheguei atrasada, a sala estava cheia de amigos e foi muito bom. Comprei três cd´s e a minha querida amiga Maria Emília ofereceu-me ontem entre outras coisas o novo livro do valter hugo mãe « a máquina de fazer espanhóis», da editora Alfaguara. Este escritor foi vencedor do prémio José saramago. Nunca li nada dele vamos ver.
À saida do Colombo tomámos o metro para a Baixa Chiado, o meu marido também nunca quis tirar a carta, mas ele está doutorado em transportes públicos. Chegados à Baixa Chiado, mudámos para a linha verde, Cais do Sodré e depois combóio para a Parede. Estou na maior.
No outro dia fui a uma consulta e fiz o seguinte percurso: apanhei o metro das Picoas, mudei no Marquês e depois na Baixa Chiado para apanhar o combóio e lá fui eu. Quando necessitar de ir para o aeroporto ou para qualquer lugar profissional que eventualmente não me venham buscar, vou de táxi com o Sr. Carlos ou o Sr. Filipe que são muito simpáticos para mim. Claro que quando vou para casa da minha filha para apoiar as minhas netas, tenho ido com a minha filha mais velha de carro, mas quando ela não puder, vou de transporte público e então para a casa desta filha, mãe da Francisca e da Margarida, é tudo directo, combóio e metro sem mudanças.
Quando for para Alpiarça, apanho uma camioneta ou combóio e depois uma filha museológica ajuda-me, esperando-me na estação ou então como hoje, que vou a Alpiarça à quintinha buscar frutos, a minha cunhada leva-me e traz-me, assim como para Setúbal, o combóio é muito agradável. Tenho é que levantar-me cedo e fazer as coisas até às 19h, porque depois necessito de descanso, mas vou repartir a semana com os muitos afazeres que tenho, de transportes públicos. Olá se vou, «nestes dias sinto-me ágil, heheheh».

Sem comentários: