Se me disserem que em Paris há crise eu não a vi. As lojas cheias de gente, poucos saldos, as exposições com filas e filas intermináveis, os restaurantes e cafetarias cheias até à rua e nas avenidas gente e mais gente, que mais parecia um daqueles filmes passados em New Yorque. Primeiro dia: chegada à noite, na Air France, um voo que não estava muito cheio, era natural pois estavamos (eu, o meu marido e a minha filha M., como prenda de Natal e aniversário em Janeiro) a viajar a 26 e certamente as famílias estavam ainda no rescaldo das festas natalicias. Chegámos à noite e a minha amiga MOLC, estava à nossa espera amável como sempre, ela estava com imenso trabalho de orientação de uma tese, na fase final, o filho mais velho estava lá com a sua nova mulher francesa que trazia a sua filha adoptada, uma vietnamita muito engraçada, partiram a 28 de manhã e assim ficámos sozinhos coma nossa amiga. Jantámos de forma frugal e fomos-nos deitar. Combinámos que não fazíamos os horários duros do grupo de viagens, esta era uma viagem para nos divertirmos e descansar.
No dia seguinte era domingo 27, levantámo-nos por volta das 9h e 30m, tomámos o pequeno almoço e da janela da cozinha da nossa amiga viamos a torre Eiffel. Resolvemos que andariamos de autocarro e foi maravilhoso, aconselho vivamente dois autocarros que nos levam a todo o lado e atravessam Paris com voltas maravilhosas, o 27 e o 83, além de outros. Comprámos um bilhete que nos serviu durante cinco dias e podiamos andar no metro, autocarro, ter descontos em espectáculos e compras, andar nos barcos, enfim do melhor. Fomos à missa na Notre Dame e confessei-me em francês com um padre muito simpático, que me deu como penitência o estar ali na Notre Dame. Quando saimos ainda parámos nos bouquinistes, na ponte sobre o Sena para vermos os livros antigos. A missa foi bonita e os cânticos do melhor, um orgão fabuloso, em seguida almoçámos nos restaurantes do Louvre onde há comida muito variada. Estava cheio de franceses e muitas crianças nos museus, comemos num restaurante árabe couscous com beringela e em seguida fui ver o novo museu de antropologia, aquele que substituiu o desmantelamento do antigo Museu do Homem no Trocadero. Este chama-se http://www.quaibranly.fr/. Museu do Quai Branly. Pois digo-vos amigos e amigas foi uma profunda desilusão. O grande arquitecto Jean Nouvel fez uma obra avassaladora que abocanha completamente a maravilhosa colecção das Américas, da Oceania, da Ásia e de África. A cobertura de napa que percorre todo o museu dando uma ilusão de terra é terrível, a iluminação era bastante boa, principalmente nas vitrinas, as colecções do melhor com suportes muito interessantes que se repetem até às últimas consequências provocando uma monotonia excessiva, as reservas visíveis por todo o museu e incorporadas nele é um achado criativo de excelência o problema é aquela arquitectura que não deixa ver a limpidez da maravilhosa colecção e foi para mim uma grande tristeza. A exposição temporária sobre o México era outra coisa, pois tinha uma museografia limpa e o espaço era amplo e a cenografia das pirâmedes era muito clean, muito adequada. Não suporto arquitectos que só vêem o seu umbigo, a sua obra e estão-se borrifando para o verdadeiro objectivo do museu: a comunicação através dos objectos, o deleite, o bem estar. Aqui era tão cansativo e havia tão poucos sítios para uma pessoa se sentar e o contexto das colecções era nulo, estavam expostas como se fossem obras de arte sem ter em conta o simbólico, o religioso, o mágico etc.. Para mim este museu está reprovado em termos de arquitectura e em parte a museografia repetitiva com certos pormenores de bom nível, aqui e ali. Comprei o catálogo e um livro infantil este interessante. O preço dos catálogos é muito acessível nos museus de França, o que em Portugal já não acontece.
À noite conversa e mais conversa com a MOLC, jantar com saladas, foi sempre saladas e de tal maneira ficámos viciados que fomos ontem ao super mercado e enchemos o frigorífico de saladas, saladas, saladas e legumes frescos, para a próxima semana volto ao comércio tradicional e aos legumes biológicos. E assm termina o relato do 1º dia, amanhã há mais. Foram sete dias de arrasar. À bientôt.
1 comentário:
Coincidência!
Também cheguei ontem de Paris e estou a postar sobre a minha estadia por lá.
Um bom ano de 2010!
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