quarta-feira, 17 de setembro de 2008

David Mourão Ferreira


E por vezes as noites duram meses

E por vezes os meses oceanos

E por vezes os braços que apertamos

nunca mais são os mesmos

E por vezes encontramos de nós em poucos meses

o que a noite nos fez em muitos anos

E por vezes fingimos que lembramos

E por vezes lembramos que por vezes

ao tomarmos o gosto aos oceanos

só o sarro das noites não dos meses

lá no fundo dos copos encontramos

E por vezes sorrimos ou choramos

E por vezes por vezes ah por vezes

num segundo se envolam tantos anos.


2 comentários:

Anónimo disse...

Querida Anad:conheço bem esse poema e acho-o belíssimo.
Gostei de o relembrar aqui, agora.
Mais uma das tuas agradáveis e bemvindas surpresas.
Beijo muito afectuoso.
Dri

Alyne disse...

Os céus que esperam, em cor de malva, de baunilha, de índigo envolvente, que chamem mudos só com pintura do sol posto...e grandes.