Era um rapaz ingénuo, de gestos desengonçados e fala tímida, nada parecia que ele queria alguma coisa, mas os ingénuos somos nós, os mais expansivos e entusiastas.
Os tímidos de quem não reza a história, aqueles que dizem «ai eu não quero nada, eu não desejo nada» têm que se lhe diga. Cuidado com os suaves em demasia, bonzinhos em demasia, muito despegados em demasia e que estão sempre a dizer «ai eu não quero nada, ai o poder não me interessa, ai ser reconhecido não me interessa».
Pois esse rapaz de gestos desengonçados pregou uma grande partida, amigo de todos, um grande companheiro, preparou com premeditação um golpe de mestre, com outros que tinham angústia de reconhecimento e sentiam-se abafados e nada motivados para o trabalho.
Mas a motivação voltou com o golpe de mestre, preparou uma candidatura surpresa quando tinha anunciado que votaria na lista única que existia e que tinha sido discutida abertamente. De repente com um tom demagógico apresentou-se como sendo perto do aparelho do poder (alguns dizem que não mas são) e tendo de antemão orquestrado os votantes que o elegeram chegou glorioso de fato e gravata, quando dantes vestia calças desbotadas e camisa desalinhada.
«Ai eu não quero nada», quando ouvirem este slogan, fujam a sete pés. Porque quem não quer mesmo nada, quem não espera nada não procede assim. Não se passa de uma figura de camisa fora das calças para fato e gravata numa ocasião em que quer afirmar o poder. Não se passa de um ser desmotivado para um obssessivo «vai a todas».
«Ai eu não quero nada»....
1 comentário:
Os Novos Tartufos
Os Novos Tartufos Não usam Batina
Têm Jeans agora e cabelo desleixado
Mantém no entanto a pérfida sina
Do Poder Famintos,Ar desinteressado
Bjocas
Mané
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