segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

O Luíz Pacheco morreu no sábado.

Recordo Luíz Pacheco no início da década de 70, um dia fomos os dois ao Instituto Alemão. Ele queria receber um dinheiro de uma publicação qualquer e eu fiz de secretária. Disse-lhes que ele estava com um problema grave de saúde e não podia falar, ia ser internado de urgência e precisava do dinheiro naquele momento. Ele torcia-se com dores e assim lá nos fizeram o pagamento. Quando saímos ele disse «agora vamos comprar frutas cristalizadas». Para uma jovem que adorava literatura e vivia num país tão cinzento, o Luíz Pacheco era um herói.

1 comentário:

Isabel Victor disse...

Ana, só tu ! Esse é o teu lado mais fascinante e o do Luís Pacheco também ...

Vidas cheias de vida !
Vidas com mundo. Muito mundo ...

(ás vezes precisamos de distância para nos vermos. De nos sentirmos livres para nos re.conhecermos. A ironia de tudo isto está em que esse re.conhecimento é quase sempre póstumo ... tardio ... nostálgico.)

:)) Adorei

Beijo-te *