quinta-feira, 5 de julho de 2012

Comecei esta semana as minhas caminhadas temáticas com amigas




O brasileiro vociferava no metro: para quê o TGV, se podemos ir de comboio normal ou camioneta, trabalhei todo o dia para ganhar dez euros, ladrões, queriam os bolsos cheios com o TGV, tenho a quarta classe mas estudei, sim estudei. No Brasil é a mesma coisa, o Lula não ajudou o povo e eu vim para aqui com esperança e nada.
- Tens razão ó pá, gritou do canto um indivíduo, alto, esguio, com barba de vários dias, estás a falar bem pá, nós estamos todos a ser roubados e ria-se para os restantes passageiros. Uma africana grávida sentada ao meu lado murmura: é a crise, a crise está a dar cabo de quem veio para este país, um passageiro que estava defronte de nós meteu-se na conversa , estamos na merda, desculpem a expressão e somos culpados porque votamos mal, mas tal como os pusemos lá também os tiramos...
Senti uma ideia de revolta subterrânea pois aquela conversa nasceu do nada, este povo de brandos costumes ...
Saí no Rossio e estupidamente atravessei a Suiça e fui para o lado do Martim Moniz esperar a Mané, ela estava no lado oposto, como ela não vinha pedi um descafeinado abatanado, só bebo mesmo quando saio e eis que ela me telefona. Finalmente encontramo-nos e começamos a nossa caminhada. Quando comecei a olhar para as lojas da baixa muitas delas fechadas senti uma certa melancolia. Não reconheço esta baixa e fomos subindo então até à igreja da Madalena. « Situada no centro de Lisboa, bem próxima da Sé Catedral da capital Portuguesa, a Igreja da Madalena é um dos templos marcantes desta cosmopolita cidade. 

Pesquisas e achados arqueológicos sustentam que nestes terrenos teria existido um Templo Romano dedicado a Cibelas, a deusa-mãe. A Igreja foi fundada no século XII por ordem do primeiro Rei Português, D. Afonso Henriques e com o grande terramoto de 1755 sofreu destruição quase total, sendo reconstruída logo de imediato, no aproveito de elementos antigos, como muitas construções lisboetas. 

De tempos anteriores é o belo Portal neo-manuelino, classificado como Monumento Nacional, que muitos afirmam provir da Igreja da Conceição dos Freires, também destruída pelo terramoto. 
A decoração do seu interior tem  mármores, talha dourada, pintura de Pedro Alexandrino e esculturas de Machado de Castro e José de Almeida, mas é muito escura e nunca a achei muito bonita. Depois subimos à de santo António  A Igreja de Santo António é um dos marcos religiosos da cidade de Lisboa, por se encontrar no local onde se diz ter vivido Santo António, de seu nome Fernando de Bulhão, o Santo Popular padroeiro de Lisboa, existindo também anexo, um Museu que celebra o Santo. 
O actual templo foi edificado entre 1767 e 1787, após os grandes danos que o templo anterior sofreu com o grande terramoto de 1755, de acordo com o projecto do muito conceituado Arquitecto Mateus Vicente de Oliveira. Hoje em dia do templo original resta apenas a cripta, com entrada pela sacristia. 
Diz-se que a reconstrução foi possível devido a um do peditório realizado pelas crianças em honra a Santo António, provindo desde aí a tradição popular da “esmolinha para o Santo António”. 
O Templo é caracterizado pela sua fachada com elementos Barrocos, Rococós e Neoclássicos, apresentando uma única nave com cobertura em abóbada de berço, tendo no mármore o seu elemento primordial. Encontra-se ainda enriquecida com pinturas do conceituado Pedro Alexandrino, ricos azulejos do século XVIII e grades neo-medievais. 
A Igreja de Santo António está classificada como Monumento Nacional, e é popularmente famosa, também, pelos muitos arranjos de flores deixados pelos noivos no dia do casamento, de modo a abençoá-lo».  


Esta sim é muito bonita e o santo António estava imponente no altar, cheio de flores dos noivos dos recentes casamentos. Comemos numa tasca ao pé da Sé, sardinhas assadas, ela comeu as sardinhas e eu uma sopa, uma batata e salada. Acabado o repasto fomos visitar a Sé que está com novidades expositivas, mas não gostei nada da porta de vidro que colocaram na capela de Bartolomeu Joanes, não se v~e nada, podiam sim, colocar uma parede de vidro entre o retábulo e a vitrina. Também não compreendi muitas das peças de ourivesaria que estavam expostas, não percebi que relação tinham com aquela capela.
Voltamos outra vez a pé, fazia calor e aquelas lombas até às igrejas deram cabo de mim, meti-me no metro no Rossio e na alameda a Mané despediu-se de mim, eu continuei e apesar de cansada, senti-me bem, agora todas as semanas vai haver caminhadas, sozinha ou com amigas, todas as semanas farei isto. Fui à noite ver a minha filha mais velha cantar, como aqui já relatei e hoje vou à festa da minha neta mais nova.

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