quarta-feira, 25 de julho de 2012

No domingo


Umas amigas convidaram-me para ir ver no S. Jorge a peça «Preocupo-me logo existo» de Eric Bogesian, interpretada por Diogo Infante que fez oito personagens e a direcção cénica foi de Natália Luísa. A peça remete o espectador para os problemas do nosso quotidiano e a visão dos mesmos pelo ponto de vista de várias personagens. Gostei, apesar de achar um pouco longo em algumas cenas, mas o Diogo Infante é um grande actor e o texto era muito bom.
Agora um excerto de um critica de Luís de Freitas Branco
«“Preocupo-me, logo existo!” não só é um esperado regresso aos palcos, mas também ao dramaturgo Eric Bogosian, depois do sucesso de “Sexo, Drogas e & Rock’n’Roll”, em 2000. A crítica aos despojos da sociedade moderna e ao nervoso miudinho de uma vida urbana mantém-se, dividindo-se agora por oito personagens diferentes. A primeira a entrar em cena é Armando Silva, um atarracado profissional da oratória, que vende conselhos sobre como viver uma vida egocêntrica, ao encontro “do nosso bebé interior”. Seguem-se um taxista rabugento, um espectador que está um pouco perdido no enredo, um diabo falinhas mansas, um médico queque, um Keith Richards português e um aspirante a actor que faz “cenas bué da intensas”. A última personagem ancora toda a peça, representa o homem comum da classe média que toda a vida foi moderado e racional e agora percebeu que existe vida além de estar no supermercado a empurrar um carrinho de compras.

O regresso de Diogo Infante aos palcos e a Bogosian estreou-se primeiro em Macau o mês passado, em celebração da quinzena da cultura portuguesa. Com encenação de Natália Luiza, surge uma colaboração “que resulta de uma amizade muito grande e por ter passado há 12 anos por um processo muito parecido” (“Sexo, Drogas & Rock’n Roll”), esclarece o actor lisboeta. A vontade de ter outra vez num papel activo numa peça (estando a tradução também a cargo de Diogo Infante) acontece simplesmente porque, diz, de repente se viu a “braços com disponibilidade e com intenção de voltar a ser actor”.

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