segunda-feira, 20 de abril de 2009

Este é o retábulo que está no altar-mor da igreja da Luz que eu fui visitar no dia do almoço do meu grupo de viagens, não é pelo altar que aliás é muito bonito mas sim pela patrona da igreja que o coloquei aqui, cada viagem que faço e se por acaso os edifícios visitados contam a história de um membro da família real de um passado longínquo, fico sempre com a ideia de que as mulheres foram substancialmente maltratadas ou profundamente infelizes como é o caso desta.
A Igreja projectada por Jerónimo de Ruão em 1575 e terminada em 1596 , a custos da Infanta Dona Maria, era um vasto templo maneirista de influência italiana. A igreja era também um templo da Ordem de Cristo e estava ligada a um convento. O interior, onde cabiam mais de mil pessoas, era amplo e ricamente decorado com elementos clássicos renascentistas e maneiristas. O grande retábulo maneirista, pintado em 1590 por Francisco Venegas e Diogo Teixeira, a capela-mor e o túmulo da Infanta Dona Maria, em campa rasa foram classificados monumentos nacionais.
Consta que a infanta D. Maria de Portugal foi uma grande paixão de Camões. Era uma mulher muito culta que viveu na corte rodeada de outras mulheres humanistas como Paula Vicente , Luisa Sigeia entre outras, e era muito dada aos estudos e à cultura, ainda por cima era rica por ser filha de D. Manuel e da sua terceira mulher D. Leonor, irmã de Carlos V e filha de Joana a Louca. Ora D. Maria apesar de ser rica, foi impedida por todos os meios pelo seu meio-irmão o rei D. João III, de casar, porque como já existiam muitas dívidas no reino, não havia nenhum interesse em que ela saisse de Portugal com um dote valioso, se casasse e assim ficou solteira.
Na Áustria percebi que a Sissi era profundamente infeliz e neurótica. Como era possível não o ser se aos quinze anos se é escolhida para ser Imperatriz de um vasto império, com uma corte hostil, uma vida programada até ao segundo. E a Maria Antonieta com os mesmos quinze anos a viajar para um país desconhecido, com uma corte ociosa e cheia de intrigas.
Se nós nos debruçarmos sobre estas mulheres veremos como foram infelizes e maltratadas enquanto os homens tinham o poder total sobre tudo. É natural que hoje em dia existem mulheres com comportamentos exagerados, mas nada supera a supremacia dos homens sobre as mulheres séculos após séculos. Estou eu aqui a falar de mulheres ricas e cheias de luxo, se fossemos falar das pobres, das ainda hoje pobres, ficamos neuras para o resto do dia.

1 comentário:

Anónimo disse...

Anad, obrigada por me teres ensinado algumas coisas hoje.
Também aprecio a tua preocupação com as mulheres. Principalmente com aquelas que sofrem um sem número de abusos.
Enquanto membro orgulhoso do género feminino, aprecio devidamente a tua solidariedade.
Para ti, que te importas e o dizes, vai um terno abraço.
Dri