Água que bate nos vidros, o seu ruído
faz-me acordar.
O dia está cinzento e torna o meu quarto ameno,
por mais estranho que pareça.
Recordo a minha infância, quando os dias estavam
frios e chuvosos, eu ficava na cama mais tempo e
dizia para mim baixinho, chove, chove mais...
e enrolava-me nos cobertores,
ouvindo o som desigual da chuva a bater nas portadas.
Sempre gostei do Outono e das primeiras chuvas,
ao contrário das outras pessoas que ansiavam
por um raio de sol.
Depois o conforto terminava, quando mais ou menos afável,
a voz da minha mãe me vinha acordar.
Um dia, sei lá porquê, ela disse-me com afecto esta frase que eu nunca esqueci:
«já o sol se levanta, no seu manto cor-de-rosa
e tu minha preguiçosa, assim desprezas quem canta?»
Hoje o dia é daqueles que eu gosto.
Anad
1 comentário:
Querida Anad:que bonito post!
Para mim é muito estranho alguém gostar de chuva...És outonal,eu sou solar.O céu cinzento aquece-te,a mim entristece.A chuva enternece-te,eu fico com saudades de mim.
De repente,ao ler o teu post,imaginei-te menina;uma menina da sua mãe,como a do poeta...Só a da primeira parte do poema:a que recebe amor,ternura,cuidados vários e...não morre estupidamente a guerrear,em nome de nada.
Beijo afectuoso.
Dri
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