terça-feira, 4 de março de 2008

Hoje fomos à Quinta da Ribeira no Vale de Caparide


Hoje fui com o meu habitual grupo de idosos utentes do Centro de Saúde de Cascais, mais os dois maravilhosos enfermeiros que os acompanham, à Quinta da Ribeira, onde se produz vinho de Carcavelos. Foi um dia em cheio, vimos um notável património natural da nossa região e aprendemos com o fantástico caseiro os trabalhos da vinha nesta época, a «empa», ou seja agarrar os ramos das videiras ao arame para não se embaraçarem, depois cantámos, fizemos um piquenique, bebemos vinho e dissemos poemas. Tudo à antiga... e então lembrei-me de...


Cesário Verde

DE TARDE

Naquele pique-nique de burguesas,

Houve uma coisa simplesmente bela,

E que, sem ter história nem grandezas,

Em todo o caso dava uma aguarela.


Foi quando tu, descendo do burrico,

Foste colher, sem imposturas tolas,

A um granzoal azul de grão-de-bico

Um ramalhete rubro de papoulas.


Pouco depois, em cima duns penhascos,

Nós acampámos, inda o Sol se via;

E houve talhadas de melão, damascos,

E pão-de-ló molhado em malvasia.


Mas, todo púrpuro a sair da renda

Dos teus dois seios como duas rolas,

Era o supremo encanto da merenda

O ramalhete rubro das papoulas!

2 comentários:

blue disse...

obrigada, anad. uma boa escrita, aqui, no azul ao longe, é o que desejo.

Profanus disse...

Cara Anad ´sem querer ou por aselhice apaguei o seu comentário no poste da Gabriela Llansol, desculpe ... gostaria que voltase a escrever ... cordialmente
José ribeiro marto