O azul não tem origem
«Poderíamos estar assistindo ao processo de cicatrização de um tecido que muito dessangrou. Mas não se trata de assistir. Somos chamados para dentro do processo, para o sacrificial embate com a dureza, para as palavras que organizam o silêncio e com ele compõem este livro cujos capítulos ondulam uns por sobre os outros, como uma massa enérgica de mar. Somos chamados para seguir, desde o início, um curso que nos chega terminado e começa de novo, em cada vez que alguém se inclina para o livro e o abre.» (Hélia Correia)«O que no próprio livro se lê são sinais de uma perda, que deixou marcas no corpo e no mundo envolvente; o que aí se escreve é o caminho para a luz e a transparência reencontrada, num trabalho de luto desencadeado pela escrita e por ela sustentado, da noite obscura para a «noite azul». E não se pergunte pela «simbologia» do azul, porque este está para além da cor, é de ordem já «figural» e energética, e não apenas imagética e cromática: «o azul não tem origem» e «ninguém pede ao miosótis que seja mais azul do que o azul do miosótis». Um processo de ressuscitação e metamorfose, comum a tanta figura deste texto, e que agora o Eu que escreve chama a si e em si próprio segue, aprendendo o silêncio no (per)curso estruturado pelas quatro partes que compõem o livro.» (João Barrento)(in: O Livro das Transparências. Jade-Cadernos Llansolianos, nº 9, 2007)
«Poderíamos estar assistindo ao processo de cicatrização de um tecido que muito dessangrou. Mas não se trata de assistir. Somos chamados para dentro do processo, para o sacrificial embate com a dureza, para as palavras que organizam o silêncio e com ele compõem este livro cujos capítulos ondulam uns por sobre os outros, como uma massa enérgica de mar. Somos chamados para seguir, desde o início, um curso que nos chega terminado e começa de novo, em cada vez que alguém se inclina para o livro e o abre.» (Hélia Correia)«O que no próprio livro se lê são sinais de uma perda, que deixou marcas no corpo e no mundo envolvente; o que aí se escreve é o caminho para a luz e a transparência reencontrada, num trabalho de luto desencadeado pela escrita e por ela sustentado, da noite obscura para a «noite azul». E não se pergunte pela «simbologia» do azul, porque este está para além da cor, é de ordem já «figural» e energética, e não apenas imagética e cromática: «o azul não tem origem» e «ninguém pede ao miosótis que seja mais azul do que o azul do miosótis». Um processo de ressuscitação e metamorfose, comum a tanta figura deste texto, e que agora o Eu que escreve chama a si e em si próprio segue, aprendendo o silêncio no (per)curso estruturado pelas quatro partes que compõem o livro.» (João Barrento)(in: O Livro das Transparências. Jade-Cadernos Llansolianos, nº 9, 2007)
1 comentário:
Fabuloso ! Uma escrita para além do azul. De todos os azuis ...
Uma escrita única. Uma IMENSA escritora que agora partiu ...
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