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Às vezes sinto-me fechada num quadrado sem saída. Outras vezes sinto-me livre. Sou afinal como tantas e tantos portugueses que num dia se sentem animados e noutros escurecidos pela fuligem do desânimo. Como cansa estar sempre a desejar estar em cima, positiva, olhando o azul ao longe, mas eu quero e estarei sempre com a cabeça fora da água enquanto estiver a atravessar este oceano. Boias encontro-as em muitos lugares, objectos, músicas, filmes, livros, meditação, passeios, viagens, pintura e esta paisagem que avisto da minha janela, uma nesga de oceano, azul ou verde, conforme as horas do dia.
O nosso corpo está todo marcado pela nossa vida, veias, tendões, ossos, vísceras e outros componentes. Todos são um computador do tempo e a doença, dores e feridas são gráficos e picos de sofrimento numa ou noutra altura. Só nós podemos resolver, está nas nosss mãos o rumo a dar ao sofrimento e à coragem, até lá resta-nos pelo menos o azul ao longe.
1 comentário:
Pois é...isto tem dias...
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