Os objectos dialogam com as pessoas e despertam memórias que por vezes estão escondidas e que só são despoletadas quando o objecto cai nas nossas mãos. Tem acontecido ultimamente cá em casa com os objectos do meu sogro que nos calharam em partilhas e penso que os irmãos nunca falaram tanto nos últimos meses como agora. A morte por vezes une e é estranho que isso aconteça, mas o que é certo é que um objecto transporta-nos para datas recuadas e está ligado a momentos mais ou menos felizes. Por isso é que os museus deviam saber expor muito bem os seus objectos para criar memórias nos seus públicos, memórias agradáveis e no caso da arte visões sublimes; a luz, a cor e a informação criam essa sensação única de estar a ver um objecto que além de ser portador de memória é também um transmissor de sonho, faz-nos sonhar, particularmente quando se trata de objectos de passados longínquos, os outros mais populares remetem em alguns públicos a memórias mais particulares, à casa, à família, aos amigos, enquanto que os outros , aqueles que são memória colectiva, criam um sentido de unidade, de pertença colectiva, de identidade. Considero que hoje é cada vez mais importante a museografia nos museus, se eu mandasse alguma coisa neste país, em vez de termos quase mil museus, salas museu, galerias e outras quinquilharias, abria só aqueles que realmente interessavam às pessoas e propunha que se fizessem visitas com uma crítica aberta escrita ou oral, com um gupo de pessoas neutras e de vários sectores da população, como aconteceu na Inglaterra e nos países nórdicos. Há museus que são um prazer para o olhar, outros são cemitérios e outros despensas de cozinha que não tiveram ainda visita da ASAE.
2 comentários:
e "falam", como me senti nesta conversa, em tantos pormenores, anad...
beijinhos
Boa análise!
Bjinhos
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