quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Eu assino por baixo o que a Susana Gomes da Silva escreveu sobre um filme que fui ver hoje. É preciso ter ido à Rússia para compreender toda esta alma


Num destes fins-de-semana de tréguas entre maleitas conseguimos mergulhar numa sala de cinema, afundar o rabo nas cadeiras confortáveis, habituar os olhos ao escurinho agradável e deixar que o grande ecrã nos mergulhasse noutra dimensão.
O Concerto não é um filme fabuloso mas era exactamente o que procurávamos: um filme inteligente, com sentido de humor, completamente inverosímil, crítico q.b e com uma banda sonora magnífica. Não é sempre fácil filmar a música mas aqui música e história casam de forma muito equilibrada e bem feita.
O cinema é ilusão e é bom ser-se enganado conscientemente e com prazer, justamente porque por trás do realismo há um universo de total impossibilidade que o filme assume sem pretenciosismos. Às vezes ando cansada de tanto realismo deprimente, tanta relação disfuncional, tanto indivíduo neurótico e esquizóide. Esta é também a uma história de sonhos, de perseverança e de justiça.
É bom ir ao cinema!
E este filme soube bem e recomenda-se!

Susana Gomes da Silva

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