segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Que grande desilusão...

Hoje fui tratar dos assuntos da minha sogra e da irmã delas, duas idosas de oitenta e muitos anos e resolvi mandar limpar o carro que estava muito sujo, pois a minha filha levou-me a todos os sítios e merecia ter o carro limpo. Caro, lavar e aspirar por dentro, caro...só poderei fazer uma vez por ano ou de seis em seis meses, depois fui com ela ao cinema, como sou senior tenho um desconto, fomos ver o tão badalado «Os descendentes» e sinceramente não achei nada de especial, talvez o fim salve um pouco o filme.
Aqui vai um bocado de uma crónica de um dos críticos do ypsilon que talvez eu concorde «

Há dois, três momentos em que o filme vive para além da escrita, quer dizer, onde se passa alguma coisa que é da ordem do físico. Eles são, por ordem: a corrida de Clooney (“tempo real” mas também uma sensação de “espaço real”) depois de saber da infidelidade da mulher (que está em coma); o mergulho da filha mais velha depois de saber que a mãe vai morrer; e o plano final, sobre o qual começa a correr o genérico de fecho, o pai e as filhas em frente à televisão, plano frontal em que as palavras são dispensadas, imagem de uma família que encontra uma maneira de se recompor na assimetria (e que é obviamente o “ponto de chegada” de todo o filme, assim sucintamente expresso). Há alguns outros aspectos interessantes. O cenário, o Hawaii (o argumento adapta um livro de uma escritora hawaiana), talvez o estado americano menos filmado por Hollywood (à excepção dos filmes sobre Pearl Harbor...), e a maneira como Payne, nas entrelinhas da banda musical, faz de “Os Descendentes” um filme discretamente “folk”, embebido, com subtileza, pelas tradições musicais locais. Mais falhada, porque nunca se transforma na assombração que devia ser ( a “decadência do matriarcado”), é a cerimónia de morte: há demasiado cuidado na utilização dos grandes planos do rosto da mulher adormecida, um rosto progressivamente decomposto cuja imagem parece nalguns moment»»os querer “ritmar” a montagem, mas sem nunca se tornar a coisa horripilante e incómoda que fazia sentido ser.»

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