Conhecia-a em 1969 e ainda conservo o Santo António que me deu nessa altura. Era baixinha e seca de carnes, mas viva muito viva aos setenta e nove anos. Ainda recordo as suas palavras: «tome lá santinha para casar bem». Hoje nenhum barrista dos mais afamados me daria por dá cá aquela palha, um boneco feito por ele, mesmo que tenha sido feito em série.
Passados uns anos fiz um trabalho sobre ela para uma cadeira do António José Saraiva, e conhecia-a melhor. Era genial e geniosa, sobredotada mesmo.
Ontem ao despedir-me disse a um das bisnetas que vende agora as peças de Júlia Ramalho, sua mãe e neta de Rosa que lhe transmitiu o testemunho «conheci a sua bisavó em 1969» e ela respondeu «olhe, nessa altura eu ainda não tinha nascido». Saí e constatei que já cá cantam uns bons anos.
4 comentários:
lindas as peças de Rosa Ramalho, felizmente que o seu testemunho foi passado e ainda hoje se vai mantendo a sua arte
beijinhos
Eu tenho uma cabra, amarela e desafiadora da Júlia Ramalho.
Os meus filhos em pequenos não percebiam a estima que eu tinha por aquele pequeno boneco amarelo torrado.
Será que qualquer dia a UE vai regulamentar o tipo de barro, as tintas, proibir o uso das mãos para o moldar?
Tudo é possivél.
Um abraço
Felizmente foi dada continuidade ao trabalho, por parte da família, o que nem sempre acontece. Mas o carácter genuíno daquela senhora, tinha um peso especial.
Que bom ter-se lembrado de abordar o tema.
Beijo
Sinto-me orgulhoso quando vejo uma menção à minha tia-avó Rosa a quem infelizmente não conheci. Quando narram coisas a respeito dela fico imaginando que meu avô paterno, seu irmão, era igualzinho a ela. Ela mesmo geniosa além de genial? Meu avô paterno Casimiro era assim mesmo. :)
Saudações desde o Rio de Janeiro, Brasil.
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