terça-feira, 11 de agosto de 2009

Continuação da visita a S. Petersburg (Parte VII)
















Fui visitar a Fortaleza de S, Pedro e de S. Paulo, junto do Neva, onde existe uma catedral que já foi utilizada como prisão política para os opositores dos czares, o pobre do Gorki esteve lá em 1905. Com esta fortaleza nasceu a cidade em 1703, no interior da Fortaleza está a Catedral de S. Pedro e S. Paulo desenhada por Trezzini e a Torre sineira termina numa ponta dourada, aliás as catedrais russas usam muito a cor dourada. Nesta catedral está sepultada toda a dinastia Romanov, e fiquei completamente abismada com o Pedro o Grande sepultado com a segunda mulher, Catarina I, porque primeira foi metida num convento e a sua filha Elizabeth que tinha 15.000 vestidos e 10.000 pares de sapatos. Com Pedro o Grande houve muita confusão pois governou com o seu irmão Ivan, até existem dois tronos no Museu da Armaria e a sua irmã Sofia tentou fazer um golpe de estado contra ele e ele não esteve para meias medidas, encerrou-a para sempre num palácio e colocou as cabeças dos que fizeram o golpe com ela nas janelas do quarto onde ela estva encerrada.
Isto para não contar que o Ivan o Terrível matou seis mulheres e a sétima sobreviveu porque ele morreu primeiro, teve vários filhos todos atrasados mentais e o único bom ele matou-o à paulada, era fresco este Ivan. A Catarina II, a Grande está no mesmo bloco onde se encontra o marido Pedro III, que a mando dela foi morto pelo irmão dos seus múltiplos amantes, mas este amante também foi morto mais tarde e o filho da Catarina II, Paulo I, de quem ela não gostava nada, porque ele não concordou que matassem o pai, foi também morto num palácio que ela lhe ofereceu, mas na catedral estão todos juntos, assim como o Alexandre I, filho de Paulo que não aguentando o que aconteceu ao pai e não tendo feito nada para que isso não acontecesse, diz-se que deixou o trono e foi passar o fim dos seus dias mum convento e que o seu funeral foi falso porque a urna não tinha o corpo.
Numa capela especial estão os ossos de Nicolau II, a mulher e os filhos e os criados que foram assassinados, dizem que a mando de Lenine, tal como Luiz XVI e Maria Antonieta, matar o corpo fisico dos reis ou imperadores é dar, segundo os revolucionários, o verdadeiro corte no regime que se quer destruir.
Só faltam os corpos da filha Maria e do filho que estavam numa outra cova e ainda estão sujeitos a testes de DNA. Também está lá uma urna vermelha a única desta cor do Alexandre II ,que foi morto, aquele que acabou com a servidão.
A matarem-se em vida e a estarem todos juntos na morte, naquela única certeza que temos quando nascemos é que morremos, ah e há outra, que pagamos impostos.
Depois fomos num passeio de barco pelos imensos canais cheios de palácios até não ter fim, a corte era imensa no tempo dos czares e eles não faziasm nada, viviam do regime de servidão. Como eu compreendi a revolução de Outubro, por detrás daqueles palácios morriam todos os dias milhares e milhares de homens, mulheres e crianças de fome e frio, os invernos atingem 25 graus negativos. O Staline após a revolução deu arrendamento colectivo a toda a gente. Moravam por exemplo dez famílias naqueles apartamentos principescos, só com uma cozinha, cinco fogões e uma casa de banho. Houve muitíssimos conflitos nessa época, mas para quem não tinha nada, receber uma casa de graça com água e luz incluida, ter trabalho, mesmo ganhando pouco, saúde e educação de graça, com danças, música, ginástica era um sonho, mas os homens não são perfeitos e para que houvesse esta «paz», Staline matava aos milhares quem a ele se opusesse.
Não há regimes perfeitos. Isto é que é uma grande chatice.

1 comentário:

Ilidio Soares disse...

Você não tem idéia do quanto estou me deleitando, me divertindo mesmo, com os seus relatos. Fantástico. bjos