Esta é a chamada Veneza do Norte com inúmeros canais e mais de 400 pontes, resultante do grande projecto urbanistico de Pedro o Grande, já teve o nome de Leninegrado e esta cidade está intimamente ligada à revolução de Outubro porque foi de um barco que hoje é museu vivo que dispararam os três tiros de canhão para começar a revolução. É a segunda maior cidade da Rússia e foi construida sobre cerca de 100 ilhas pantanosas no delta do rio Neva, foi para mim a mais linda cidade que eu vi, incluindo o Rio de Janeiro que já lá estive, e que poderei classificar como a segunda mais bonita essencialmente pela sua paisagem natural, enquanto que esta é uma harmonia total entre património construído e natureza.
A catedral de Nossa Senhora de Kazan impressionou-me, um monumento completamente neoclássico, estilo que eu gosto muito, da autoria do arquitecto Andrei Varonikhin. A igreja tornou-se um Monumento à vitória dos russos sobre Napoleão e dentro dele está o túmulo do Marechal Mikhail Kutuzov que ganhou a campanha. Foi fechada pelos bolcheviques que a transformaram no Museu da História da Religião e do Ateísmo (grande erro dos bolcheviques, proibir a prática religiosa), mas depois da Perestroika voltou a ser edifício de culto e Museu só da religião, porque o Ateísmo desapareceu, modificações históricas, como todos nós sabemos. Este icone de Nossa Senhora de Kazan é de grande devoção, a fila era imensa para o beijar, pois o Staline colocou-o num avião e mandou dar imensas voltas pela cidade de São Petersburgo, para ela não ser atacada pelos alemães e como não foi, o icone ficou para sempre no coração dos russos. Quem diria que o Staline fazia isto.
A catedral de São Isac é a maior da cidade e demorou 40 anos a ser construída, por ordem do Tsar Alexandre I e a sua cúpula dourada domina o horizonte, também durante o governo soviético foi Museu do Ateísmo e tal como aconteceu com a outra, voltou a ser local de culto.
A «iconostasis» que nas igrejas ortodoxas quer dizer a parede do icone que separa o altar do resto da igreja, está emoldurado por 8 colunas de pedra semi-preciosa, seis de malaquite (uma cor verde linda) e duas mais pequenas, de lápis-lazulli (uma cor azulão linda). Vimos também a Catedral do Sangue derramado, local onde o avô de Nicolau II foi assassinado, Alexandre II, que teve o grande mérito de acabar com o regime de servidão que durou até ao século XIX e por isso morreu. À saida da igreja comprei um desenho lindo, vendido por um estudante de arquitectura por cinco euros, se naquela altura eu tivesse mais dinheiro comigo ter-lhe-ia comprado todos os desenhos que eram fantásticos, tal como os seus olhos com a cor de azul ao longe.
Eu por agora não ponho muitas fotos nos textos, mas quando acabar o relatório, vou colocar aqui umas série de fotos temáticas, há neste momento uma secreta esperança de as minhas fotos serem salvas, mas se não for possível tenho as dos meus amigos e amigas do grupo das viagens.
Claro que pelo meio tivemos almoços e jantares com canções e danças russas.
6 comentários:
fui lendo os posts, confesso que com uma pontinha de inveja. essa é, sem dúvida, uma das minhas viagens de sonho.
beijos
obrigada por dars continuidade à tua digressão de férias por aqui...
assim também nós vamos visitando a rússsia!
continuação de boas férias
beijinhos
Cara amiga, deliciei-me a ler os seus post e a ver as fotografias. Ainda bem que gostou. S. Petersburgo é uma das cidades que está nos meus roteiros de férias. Só lá estive uma vez, de passagem, e fiquei com imensa vontade de lá voltar. Estes seus posts reavivaram-me o apetite...
Que inveja...
Será um dos meus futuros destinos, tenho a certeza. Inspira-me muito mais curiosidade S. Petesburg do que Moscovo, por exemplo. E pela descrição... parece que adorou, hem ?
Vá... vamos à continuação... parte VII ?
Beijos
Rolando
Olá Ana Maria, estou em férias com acesso algo restrito ao computador. Virei ler com mais calma. Há muito que São Petersburgo vem sendo lugar adiado, mas a que quero muito ir.
Aproveito e deixo uma sugestão... veja A Arca Russa, um filme que acho fantástico, passado no Hermitage. Penso gostará.
Beijo
Minha amiga:
São imagens do outro mundo, mesmo. Curioso o poder que tem serem imagens tiradas por alguém que "conhecemos", se comparadas com imagens de revistas, que achamos sempre escolhidas a dedo turístico.
Deve ter sido de facto uma viagem muito enriquecedora.
Não fosse o meu medo de voar (que me está a impedir de realizar o sonho de ir aos EUA), e seria um destino que escolheria.
Beijinho
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