segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

De volta



















De volta à parede depois de uma sessão de formação no Alentejo, região que considero um factor de identidade para mim. As sessões correram muito bem e as formandas e o formando participam entusiasticamente. Tenho utilizado a técnica do «aprender - fazendo», que aprendi no México e na qual vi muitos bons resultados. É importante que os alunos e alunas levem para casa produtos educativos feitos pelos próprios como base para depois os imaginarem de outra forma, correspondendo às suas necessidades. A teoria sem prática é muito pobre. Eles necessitam de ficar com documentos de outros, teóricos, mas também com novos documentos feitos por eles tendo como pano de fundo a teoria aplicada. Entrevistámos uma mulher maravilhosa, nascida em Castro Verde e que veio para um monte de Mértola com quatro anos. mais seis irmãos e irmãs e os pais, os alunos tiveram oportunidade de compreenderem ainda melhor o conteúdo entrevista, para assim o desenvolverem no trabalho de campo na região de Mértola, particularmente no que diz respeito ao património imaterial. Obrigada D. Arsénia e não Aniceta como eu insistia chamar-lhe. O avô da Clarinha deu-me um burro carregado de lenha feito em cortiça e outros materiais, lindo de morrer. Obrigada, vou guardá-lo para sempre, não é em vão que se recebe uma prenda tão maravilhosa feita por um senhor que já entrou na casa dos noventa. Ah, também fiquei a conhecer o que é fazer renda ou lã em lérias e pilérias a Manelinha trouxe-me um cachecol da filha para eu ver mas era só de lérias, tenho esperança de ver pilérias para a próxima aula.. A minha mãe falava-me de uns naperons que as primas alentejanas lhe tinham feito para o enxoval em lérias e pilérias e que eu pelos meus quatro anos os «aventei» de tão «enxaricada» que estava. Pois é, aprendi muitas palavras indígenas do Baixo Alentejo. São giríssimas e dá para fazer um glossário.
Vi desta vê muitas ovelhas campaniças e são na realidade lindos animais que dão um leite do qual se faz um maravilhoso queijo, pudera a pastarem livremente por aqueles campos tão lindos. Vi ninhos de cegonhas. Almoçei sempre no Alengarve, belo restaurante e dormi com o Guadiana por perto. Muito bom

4 comentários:

Guilhermina disse...

É tão bom dar e receber! é o que tem estado a acontecer desde hà 2 semanas a esta parte,graças uma Mulher encantadora,sábia e verdadeiramente apaixonada pelo que faz, despida de preconceitos,com um respeito enorme por tudo quanto a rodeia,pois não tivesse ela uma "costela" alentejana!!! Infelizmente vamos deixar-nos já para a semana:(
Ah... mas ainda fica tanto para dar e receber que muito brevemente voltaremos a estar juntas.Não se "enxarnique" por favor.

Anónimo disse...

As ovelhas que aparecem no fotografia, nem todas são da Raça Campaniça. Algumas têm, claramente, sangue de Merino Regional.

anad disse...

Obrigada pela informação, mas para mim as que pastam na região de Mértola são todas campaniças.
Cumprimentos

anad disse...

Não vou nada deixar-vos Guilhermina. Além de ficarem para sempre no coração, vamos emailando todas as semanas e não se esqueça que ainda vou ficar mais 5 semanas.
Beijinhos grandes
Anad