domingo, 17 de agosto de 2008

A propósito dos freelancers

Sempre tive uma admiração profunda por aqueles que na sua profissão são freelancers. Não têm patrões, gerem a sua vida profissional a seu belo prazer e andam por todo o país ou fora dele na busca do projecto ideal, fazem o seu pé de meia para os dias piores sem trabalho e são felizes, ou parecem ser, porque isto do ser e parecer vai uma grande volta.
Tenho reparado que na Internet existem várias formas de trabalho deste género e particularmente no artesanato, ilustração e artes plásticas que são os que mais me têm interessado, não há dúvida que saber o que se quer da vida de uma forma objectiva é um dom, um dom mais que precioso.

A minha vida por exemplo de 41 anos de serviço público, aparentemente certinha e sem percalsos de não ter o salário ao fim do mês, foi uma vida cheia de turbilhões, stress e descontinuidade de prazer profissional. Aceitei cargos por questões económicas e por solidariedade com colegas, apanhei por tabela as más decisões dos políticos e não soube dirigir de forma equilibrada a minha vida no activo que muitas e muitas vezes se repercutiu na vida familiar.

Tenho uma pena imensa dos carreiros e estradas e auto-estradas que muitas vezes segui, e os culpados das nossas opções somos nós, sempre nós, mas passado é passado e temos sempre que procurar novos caminhos no caminho que nos resta, agora com mais sabedoria devemos dar graças por tudo o que tivemos e agradecer ainda um novo dia e aceitar com amor aquilo que a vida nos traz. Não interessa a vitimização, nem a angústia, ela não nos resolve problemas, devemos sim, procurar a calma e a placidez dos dias e da natureza, naquilo que é mais simples, primário e salutar. Agora mesmo ergui os olhos e vi árvores de um verde lindo defronte da minha janela e do lado esquerdo na outra janela uma nesga do oceano. Que mais hei-de querer nesta manhã de domingo. O resto que me está destinado que venha que eu aceitarei sem reservas.

2 comentários:

Pena disse...

Estimada e Simpática Amiga:
Gostei muito do que vi aqui.
Comporta mensagens optimistas, exequíveis e sensatas de como abraçar a vida.

Fiquei maravilhado, muito atento e no uso de todos os senstidos, quando exemplarmente diz:

"...Tenho uma pena imensa dos
carreiros e estradas e auto-estradas que muitas vezes segui, e os culpados das nossas opções somos nós, sempre nós, mas passado é passado e temos sempre que procurar novos caminhos no caminho que nos resta, agora com mais sabedoria devemos dar graças por tudo o que tivemos e agradecer ainda um novo dia e aceitar com amor aquilo que a vida nos traz. Não interessa a vitimização, nem a angústia, ela não nos resolve problemas, devemos sim, procurar a calma e a placidez dos dias e da natureza, naquilo que é mais simples, primário e salutar..."

Admirável e linda atitude. Repleta de sensatez e sobriedade do seu majestoso carácter de pessoa de bem.
ADorei!
Bj amigos de respeito, estima e muita consideração.
Sempre a admirar o que diz.

pena

Anónimo disse...

Viva Anad
Vim aqui de fugida,cheirotar nalgumas tasquinhas,mas tenho que ir trabalhar.
Vou deixar-lhe um obrigada por este post,um sorriso inteiro,isto é,que inclui os olhos,e um beijo enternecido.
Dri