sábado, 31 de outubro de 2009

Hoje foi o primeiro dia...







Hoje foi o primeiro dia que fui à quintinha de Alpiarça colher os produtos da terra. Trouxe nabiças, couves, espinafres selvagens, feijão verde, laranjas, uma espécie de tangerinas, limões, pimentos, maçãs, abóboras e comprei pelo caminho melões. Fui com uma amiga e discutimos para lá e para cá a tese de doutoramento dela que está a meio, entre couves e espinafres, falámos de história de arte. Almoçámos como sempre no Pinheiro, de Almeirim, um maravilhoso peixe a um preço acessivel, tendo em conta a qualidade.
Gostei de ir, a quinta ainda está a ser limpa, desta vez foi o terreno, tudo o que estava lá e não servia foi-se embora. Ainda falta muita coisa para estar confortável e ao nosso gosto, mas tem de ser devagar. Entretanto vou para lá fazer a minha investigação na casa dos Patudos, sobre o bom do José Relvas e dormirei na casa de uma das minhas filhas museológicas.
Gosto de andar pelo país. A 5 de Dezembro começa a minha primeira Comunidade de Leitores, itinerante, no Ribatejo, com Alves Redol e o seu livro « O barranco de cegos». Samora Correia, Benavente, Vila Franca de Xira e Vialonga serão as localidades. À procura de uma identidade ribatejana será o lema.

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Hoje fui ver a Exposição António Olmos no Centro Cultural de Cascais


Hoje fui ver a exposição António Olmos no CCC e achei que a colecção é sem sombra de dúvida uma colecção variada e de uma grande riqueza. Gostei do catálogo, da maneira como foi programada a exposição e o seu discurso museológico, mas detestei o projecto museográfico de António Viana, este arquitecto/designer é um homem datado, é um homem que parou nos anos oitenta. Suportes rebuscados que ofuscam as peças, suportes de madeira crua para neles serem colocados pequenos contadores indo-portugueses ou ourivesaria, pratos de faiança ou outros, que abafam as peças diluindo-as naquelas cores. Suportes minimalistas em dicotomia som suportes com aplicações exageradas de madeira, pratos empilhados, moedas colocadas em placas de acrílico fosco, que não se fica a perceber quais são as mais importantes, mobiliário colocado à moda da Gulbenkian, quando ela abriu nos anos sessenta, com estrado demasiado alto. Enfim, não gostei nada, nada do projecto museográfico, e ele é tão importante, pode transformar uma exposição. Lembram-se da exposição de Fafe, que tinha um espólio pobre mas que foi potenciado e enriquecido pelo projecto museográfico e esta uma colecção valiosa submergida pelo projecto museográfico.
Ontem tive duas amigas cá em casa, uma mais velha do que eu, longa amizade de Setúbal, veio para almoçar e a outra recente amizade do Estoril, mais nova do que eu e que bem podia ser minha filha, a jantar. Refeições simples, uma no jardim, outra dentro de casa, muita conversa, muita memória.
Porque é que eu não tenho saudades de Setúbal e não me apetece lá ir, tendo lá vivido tantos anos, é a decadência da cidade nos seus aspectos mais singulares e sensitivos. Enquanto isso tenho sempre, sempre saudades de Lisboa, é o meu destino favorito, é a minha terra.
Gosto de receber amigas e gente cá em casa, acho que a mesa é um local ideal para debatermos ideias, estimular memórias, apagar recordações desagradáveis e potenciar as boas notícias.
No próximo domingo junto a família à volta de uma caldeirada de tamboril e sábado vou à quintinha de Alpiarça buscar legumes e frutas. A limpeza do terreno está em bom caminho.
Hoje sexta feira vou ver outra exposição com os meus alunos de mestrado. Darei notícias.

terça-feira, 27 de outubro de 2009


Hoje fui à «Expo» ter com a minha filha e as minhas netas, acompanhada da minha filha mais velha. Sem sombra de dúvida, as construções que apareceram em vez do que lá estava, antes da Expo, foram uma grande obra, mas há qualquer coisa de padronizado, passado a papel quimico, bairro de moda, que não me da «pica», não é esta arquitectura contemporânea que me fascina. Em vez do que lá está hoje, gosto da patine do tempo, dos bairros e casas antigas, do cheiro a passado, mas não passadista, das decorações e trabalhos em mármore e gesso, azulejos de cores e desenhos suaves, pombalinos ou dêco. Enfim gosto, o que que hei-de fazer. Do bairro novo que ali nasceu, só gosto do oceanário e do teatro Camões, ah e também gosto das cascatas de água. Fomos a um café e achei o serviço abaixo de tudo o que pode imaginar num bairro daqueles. Pão duro, mau serviço, chocolates requentados. É o turismo português, onde é que está a ASAE aqui??
Sinto-me forte e desembaraçada.
Procuro fazer tudo, mas também gosto de não fazer nada.
Por vezes estou feliz, outras vezes amuada.
A vida é uma janela com estore ou paliçada.
Se está vento eu fecho-a, se está bom tempo
deixo-a escancarada.
Às vezes estou de alma aberta ao mundo,
vibrante e com um pensamento fecundo,
outras vezes desmoralizada, abandonada.
Esta vida é difícil de percorrer,
gostava de não ter encargos, nem fardos,
gostava de ser livre como uma andorinha,
mesmo fanadinha e velhinha.
Mas é esta vida que me calhou e que eu escolhi,
tenho sessenta e quatro e muito já fiz,
agora queria acordar e passear, deitar-me na praia
de papo para o ar.
Não me importar se havia comida em casa,
se a relva está aparada, a roupa engomada e
as contas todas pagas.
Queria que alguém pegasse num carro e me levasse mundo fora,
e parasse aqui e ali, sem demora,
com todo o tempo do mundo,
sem horas, sem minutos, sem segundos,
só parar e quando me quisesse levantar,
para sentir o vento no rosto ou a maresia
não teria saudades do passado,
mas sim do futuro.

domingo, 25 de outubro de 2009

Hoje a minha neta mais velha fez três anos




Hoje a minha querida Francisquinha fez três aninhos e convidou todos os amiguinhos da antiga creche, porque este ano mudou de colégio e ainda não teve tempo suficiente para travar amizade com os meninos e meninas e os seus pais da nova escola, a fim de os trazer ao seu aniversário. Amanhã apagará um bolo de velas na sala de aula.
Hoje o tema foi Branca de Neve e estavam todos muito entusiasmados, os pais amorosos , o bailoço não teve descanso nem o escorrega, mas foi um dia em cheio para a Quica e para todos. Os meus filhos estiveram cá e foi bom celebrar em conjunto mais um ano de uma vida que tem tanto caminho pela frente.
Agradeço a Deus aquilo que tenho, ao meu Deus, àquele com quem eu converso e agradeço o que me dá em cada dia. A propósito de Deus, recordo a polémica desta semana acerca de Saramago e do seu livro Caim. O Saramago tem todo o direito de ser ateu, de escrever o que quiser, mas não tem direito de adjectivar de uma forma tão irada e amargurada a fé das pessoas, ele é inquieto e há qualquer coisa que não bate certo, tem um desejo de afirmação desmesurado e não resolveu problemas de infância ligados com a fé, com o pai e «bate» em Deus, como se da figura paterna se tratasse. Que a igreja enquanto estrutura cometeu muitos erros, toda a gente sabe, que ainda os comete também não é novidade, mas a Biblia é um conjunto de histórias, escritas por muitos homens durante muitos anos e a leitura tem de ser simbólica e não literal, como ele quer. Eu comprei o Caim e vou lê-lo, mas não há dúvida que cada vez mais é terrível conhecer ou ouvir falar um escritor de quem se gosta, a desilusão é grande, é preferível ler só a obra e nem saber quem é o escritor em termos fisicos e desconhecer também a sua verborreia televisiva ou jornalistica. Este Saramago é um homem acabado, duro, intolerante e de comunista já tem pouco e afinal não precisa de tanta publicidade, ou será que se julga um novo Deus que vem esclarecer os ignorantes, acompanhado de uma «eminence grise» que se chama Pilar del Rio, que pasmem já tem o nome de uma rua na Azinhaga, terra natal de Saramago. Ele tem uma estátua, o nome de uma praça, uma Fundação e mesmo assim não lhe chega.
E afinal hoje é o dia de anos da minha neta e desejo para ela, que seja uma mulher decidida, tolerante e respeite as crenças e a fé de cada um.

sábado, 24 de outubro de 2009

Fui visitar a Casa das Histórias de Paula Rego


Fui visitar a Casa das Histórias da Paula Rego em Cascais e gostei, gostei do edifício e da colecção. Ela é uma mulher que desenha fabulosamente, mas é muito amargurada e com memórias em camadas dolorosas. A sua pintura arrepia, ou se gosta ou não se gosta, eu gosto e muito. O edifício é do Sotto Moura e é belo mas como muitos arquitectos só pensam na sua obra e não nos públicos e na função, não há espaço para serviço educativo, nem laboratório de investigaçao nem biblioteca. Espero que este assunto seja resolvido com uma ampliação. Fui lá com os meus alunos de mestrado e a Dalila Rodrigues contou-nos tudo.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Enviou-me a Mina, é o máximo

Tiro ao Alvaro

Elis Regina Composição: Adoniran Barbosa

De tanto leva "frechada" do teu olhar
Meu peito até parece sabe o quê?
"Táubua" de tiro ao Álvaro
Não tem mais onde fura
Teu olhar mata mais do que bala de carabina
Que veneno estriquinina
Que peixeira de baiano
Teu olhar mata mais que atropelamento de "automóver"
Mata mais que bala de "revórver"

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Escolho os meus amigos não pela pele ou por outro arquétipo qualquer, mas pela pupila.Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.A mim não me interessam os bons de espírito, nem os maus de hábitos.Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo.Deles não quero resposta, quero o meu avesso.Que me tragam dúvidas e angústias e aguentem o que há de pior em mim.Para isso, só sendo louco.Quero-os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.Escolho os meus amigos pela cara lavada e pela alma exposta.Não quero só o ombro ou o colo, quero também a sua maior alegria.Amigo que não ri connosco não sabe sofrer connosco.Os meus amigos são todos assim: metade disparate, metade seriedade.Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade a sua fonte de aprendizagem, mas que lutam para que a fantasia não desapareça.Não quero amigos adultos, nem chatos.Quero-os metade de infância e outra metade de velhice.Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa.Tenho amigos para saber quem eu sou.Pois vendo-os loucos e santos, tolos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que a normalidade é uma ilusão imbecil e estéril.
Oscar Wilde

A chuva começou em força e a gripe A também?


: http://www.vimeo.com/alish

Eu acho que não vou tomar nenhuma vacina para a gripe A. Vejam este video e não há só este há muitos outros, mas este é absolutamente esclarecedor. É uma entrevista que tira todas as dúvidas e põe os pontos nos is. Que fazer?

domingo, 18 de outubro de 2009

No dia dos meus anos os meus filhos cantaram-me esta canção e eu adorei

When I'm Sixty-Four(The Beatles)

When I get older losing my hair many years from now
Will you still be sending me a valentine,
Birthday greetings, bottle of wine?
If I'd been out til quarter to three would you lock the door?
Will you still need me, will you still feed me, when I'm sixty-four?
Oh, you'll be older too -
Ah And if you say the word,
I could stay with you
I could be handy mending a fuse when your lights have gone
You can knit a sweater by the fireside,
Sunday mornings, go for a ride
Doing the garden, digging the weeds, who could ask for more?
Will you still need me, will you still feed me, when I'm sixty-four?
Every summer we could rent a cottage in the Isle of White,
If it's not too dear
We shall skrimp and save, grandchildren at your knees,Vera, Chuck, and Dave
Send me a postcard, drop me a line stating point of view
Indicate precisely what you mean to say,
Yours sincerely, wasting away
Give me an answer, fill in a form, mine forevermore
Will you still need me, will you still feed me, when I'm sixty-four?

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

A 15 de Outubro, mais un ano já cá canta

É verdade, os anos estão a passar sem dó nem piedade. No dia 15 completei mais um aniversário. A estrada vai ficando mais estreita, mas ainda com muitas flores pelo caminho e também alguns escolhos. Telefonaram-me as pessoas que gostam de mim, porque há uma grande diferença entre os tempos profissionais em que era inundada de flores e presentes e os temps de aposentada. Estou hoje com as pessoas que me estimam e isso é mesmo muito bom. Como sempre faço terei vários almoços e saídas para festejar o aniversário até 1 de Novembro. Com a família vão ser três para conseguir conciliar os horários e a presença de todos os netos, porque ao dia de semana é difícil.
Nessa noite de 15 de Outubro fui ao teatro Camões ver o meu filho dançar. O programa começou com a Serenade de Balanchine que é um bailado lindo. Ele fê-lo para as suas alunas e coreografava conforme elas apareciam, por isso há bailados com duas, com quatro ou dez. É um bailado dêco muito intemporal. A seguir o bailado do Lopes Graça foi um dejá vu, e por fim um bailado contemporâneo muito bonito, de Edward Clug, com situações fragmentadas e como disse a minha filha mais velha que nos acompanhou, com sínteses muito bem feitas. Achei-o longo demais por vezes e não gostei da luz inicial, depois o bailado foi crescendo e a música ao vivo no palco deu-lhe uma energia incrível. Claro que o meu menino bailarino foi o máximo.http://www.youtube.com/watch?v=Y9VBs8Apozw
Hoje tenho um outro petisco, vou com os meus cunhados a Alpiarça mandar para o lixo tudo aquilo que o meu sogro acumulou durante anos na quintinha, tal como fizemos na casa do bairro do Arco Cego que só foi entregue ao senhorio no dia 12 deste mês. Têm sido terríveis estas limpezas. Além disso a minha sogra e a irmã dela ambas octogenárias estão doentes, uma gravemente, a minha sogra partiu um braço e está toda ligada. Tivemos que accionar os cuidados continuados de saúde assim como as refeições ministrados pela Cruz Vermelha, com grande qualidade, pedir o apoio de uma vizinha e de uma empregada doméstica. Difícil, muito difícil, quando os idoos são dificéis e não sabem envelhecer com sabedoria. Paciência e caridade, quando resistem a ir para um lar. A tia é amorosa e vamos hoje depois das limpezas em Alpiarça procurar um lar para ela, está mesmo muito doente e não tem ninguém que trate dela, a não ser nós. A minha sogra vai permanecendo em casa e assim que tirar as talas do braço , poderá fazer a sua vida normal. A velhice nos nossos dias é uma situação muito dolorosa e não há dúvida que quem não plantou durante a vida os canteiros necessários de afectos, tem muito pouco para colher no fim da existência. Quem só pensou em si e viveu obcecada por si, dificilmente terá a atenção que desejaria. Como é difícil gerir isto tudo.
Ontem iniciou-se o novo mestrado de Museologia e Museografia, na FBAUL. Fomos apresentados aos nossos alunos e o grupo é simpático. Como sempre vou dar «Comunicação em Museus» e procurarei ser o mais criativa possível. Até ao fim do ano serei arguente de uma tese de Museologia na Universidade Nova.
Enfim muita coisa, para quem já fez mais um ano e ainda está com uma vida muito acelerada contrariando os objectivos de vida calma e soft após a desejada aposentação.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Fui até Santarém, Lisboa e Abrantes, voltei para a Parede e tudo ficou como dantes...tururururu


Fui visitar Santarém. Revisitei quatro lindas igrejas a da Misericórdia, a de Marvila, a da Graça e a de S. João de Alporão onde o está instalado o museu que hoje está mais limpo, já não parece um armazém de pedras. A igreja da Graça com o túmulo de Pedro Álvares Cabral, tão amado pelos brasileiros, mais do que Vasco da Gama, que quase não tem importância para eles. De uma das vezes que estive no Brasil, senti como o Cabral é amado pelos brasileiros. A igreja da Graça de gótico mendicante é das mais lindas igrejas portuguesas do género. Depois visitámos também a Biblioteca de Anselmo Braamcamp Freire. Que bela colecção de espécies literárias e pictóricas. Vi três lindos quadros de Tomás d'Anunciação. Lamento que Santarém só tenha aquela biblioteca pública, sendo capital de distrito já devia ter muitas mais e aquela deveria ser só para o especial legado de Braamcamp Freire. O Presidente resolveu a questão da praça de touros (acho horrível) e não liga muito à cultura, onde é que está um museu com a história tão rica de Santarém? Para angariar votos responde-se aos desejos mais comezinhos da populaça. Toiros, qu desgraça e que demagogia. Odeio corrida de toiros.

Abrantes foi mais uma vez uma visita para revisitar o projecto do novo museu, graças a Deus que ganhou o partido que concorda com o projecto, pois se fossem os velhos do Restelo (apaniguados da Manuela Ferreira Leite) lá se ia um tão importante projecto por água abaixo.

E depois voltei para baixo, passei por Lisboa e voltei à minha Parede. Revisitar Portugal é um dos meus objectivos até morrer...

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

tenho uma notícia a dar-vos....

Tenho uma notícia a dar-vos: as eleições acabaram. Estava farta, farta de tanta demagogia, tanta raiva, tanto fanatismo encapotado, agora vamos ver como se entendem: não sei bem como vai ser, mas temos de ter esperança, o país tem de ser governado.
As eleições das autarquias são sem sombra de dúvida uma eleição em pessoas: em Setúbal ganhou a CDU e foi justo a alternativa era muito má, mas em Alpiarça ganhou a CDU e é terrível, nunca vi tanto fanatismo como naquela equipa e seus acompanhantes, vão ser quatro anos de estagnação e saloismo. Em Lisboa ganhou o António Costa e foi bom a alternativa era de pavor, ficava a câmara empenhada outra vez. No Porto ganhou o Rio, talvez tenha sido bom, porque acho incrível que a Elisa Ferreira vá agora de mala aviada para o parlamento Europeu, assim como a Ana Gomes em Sintra.
Agora mudança de lideres o mais depressa possível, a Manuela Ferreira Leite já não se pode ouvir nem ver, tem um ar de aniz azedo, o Jerónimo de Sousa é uma figura estafada, perdeu tanto e continua a dizer que ganhou, não se pode.
Vamos descansar....as novas eleições só são daqui a uns anos.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Cabras são.....






















Cada vez gosto mais do meu país, das suas paisagens deslumbrantes e cada vez gosto mais do norte, com as suas diferentes tonalidades de verde. Estive no concelho de Ponte de Lima neste fim de semana prolongado, mais propriamente em Cabração. Esta pequena freguesia minhota é o lugar onde o meu filho mais novo comprou uma pequena quinta, para passar férias e fins de semana prolongados. Este nome de Cabração tem uma razão: D. Afonso Henriques tinha ido caçar com outros nobres e quando estava a comer, na hora do descanso, viu ao longe uma nuvem de fumo, o rei logo incitou os companheiros para tirarem as suas espadas e irem à luta, pois deviam ser inimigos, só um frade ficou sentado a comer e a beber, impávido e sereno, o rei chegou pouco depois e disse a sorrir: vós fizestes bem de continuar a comer, pois cabras são. Esta expressão deu origem ao nome da freguesia.
Andei por Ponte de Lima e achei-a muito bonita e arranjada, aliás fiquei com muito boa impressão das vilas e aldeias minhotas, reveladoras de um bom poder local.
Infelizmente o meu netinho ficou com um pedaço de febre por causa dos dentes e não saiu de casa e assim não passeámos muito, só fui no domingo à aldeia do Suajo com os pais da minha nora e adorei, já lá não ia há quase trinta anos. Adorei rever os espigueiros comunitários, reveladores de uma economia aldeã e solidária e atravessar a serra de Arga.
Comprei broa de milho, bordados de Viana e um lenço de namorados. Não vou deixar de continuar a visitar o meu país, é bom senti-lo como meu.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Os sons da cidade parecem música, música que tem a ver com as mãos das pessoas em movimento, o som dos transportes, as máquinas das obras, o tilintar das chávenas, enfim é outra música, música da vida quotidiana, mas se formos para os jardins na cidade, temos a música dos pássaros e defronte do Tejo, o grito das gaivotas e o murmúrio das águas, as gargalhadas das pessoas a deslocarem-se para o barco que vai para o Barreiro, ou aquelas que tomam o autocarro e as vozes suaves ou grossas rompem a cidade, de dia, a música da vida. Hoje vim ao Chiado e estou a escrever do Chiado e esses sons entram pela minha janela e fazem parte deste meu dia e eu transformo-os em música.
Por volta das 18h vou com o meu filho mais novo e a sua linda família para o Norte, mais precisamente Ponte de Lima, o meu filho comprou lá uma quintinha e eu vou comhecê-la. Sempre gostei do Norte e das suas paisagens e da sua música. Só volto dia 6 e darei notícias, da paisagem e da música.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009