segunda-feira, 9 de abril de 2012

As minhas análises e as minhas reflexões sobre o meu país

As minhas análises estão bastante razoáveis, tirando uma coisa ou outra que tenho que colocar nos eixos, o electrocardiograma a 100%.
A minha alimentação é a base da minha forma de estar, se eu não comesse como como, não estaria tão bem. Ser vegetariana - vegan como eu sou dá-me além de saúde, energia e vontade de viver.
Tenho pena é de viver num país como o nosso, com este governo que alimenta o capital e as assimetrias sócio-económicas, detesto mesmo esta forma de governação. Não se trata de ser de direita ou esquerda, trata-se de um governo cujo centro das atenções não são as pessoas, mas sim o capital.
Já ouviram falar das rendas que o estado paga à EDP e que a Troika achou excessivas? Pois sim, até agora não sei se já realizaram os cortes necessários. Já ouviram falar do julgamento do Oliveira e Costa do BPN, do Duarte Lima, do Isaltino de Morais e de todos os potenciais corruptos que existem no nosso país e vivem com a barriga cheia? Não? Eu também não. Só sei é que as idas para Cabo Verde por parte dos portugueses esgotaram na Páscoa, quem serão os abonados? E depois só se ouve dizer que todos os dias se entregam casas aos bancos, que todos os dias há falências de empresas, que o consumo baixou que as inspeções e penhoras não se fazem por falta de gasolina, etc., etc., etc., mas que há muito dinheiro em Portugal e muito depositado no estrangeiro também. É triste viver assim, o Medina Carreira diz que o estado social rebenta daqui a seis anos, o Passos Coelho diz que daqui a vinte anos não há reformas, mas o ministro das Finanças diz que estamos a meio da crise, então em que é que ficamos?
As obras de arte estão a sair do país e o crédito mal parado aumenta. Abriram milhares de lojas de compra de ouro e prata pelo país, parece que estamos no racionamento da 2ª. guerra mundial. O modo mais eficaz de seres útil à tua pátria é educares o teu filho.Para alguns será, para crianças que nasceram em lares pobres ou onde ambos os pais estão desempregados. Outros estão de barriga cheia e irão mais tarde ser os lideres do nosso país, pois podem estudar sem preocupações. Enquanto alguns licenciados são caixas em supermercados, outros jovens universitários vão de Mercedes para a faculdade. Assimetrias, assimetrias revoltantes.
Mesmo que tenhamos esperança, que demos volta à cabeça para arranjar projectos empreendedores, onde está o capital? Onde está o mercado?
Resta-nos então a frase inspiradora de Ramalho Ortigão:
O modo mais eficaz de seres útil à tua pátria é educares o teu filho. No meu caso é ajudar a educar os meus netos já que com os meus filhos dei o meu melhor e trabalhei e trabalho muito.
Eu leio leio muito e medito muito, procuro inspiração nos nossos escritores e poetas, procuro alento nas suas palavras:

Nevoeiro

Nem rei nem lei, nem paz nem guerra,
define com perfil e ser
este fulgor baço da terra
que é Portugal a entristecer –
brilho sem luz e sem arder,
como o que o fogo-fátuo encerra.

Ninguém sabe que coisa quere.
Ninguém conhece que alma tem,
nem o que é mal nem o que é bem.
(Que ância distante perto chora?)
Tudo é incerto e derradeiro.
Tudo é disperso, nada é inteiro.
Ó Portugal, hoje és nevoeiro...

É a Hora


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