domingo, 20 de maio de 2012

Texto retirado do mural do facebook «Campanha 2ªs sem carne»


Campanha 2as Sem Carne (artigo retirado da página do facebook dos 2 ªs sem carne)

Porquê reduzir o consumo de carne?

Deixar de comer carne não significa comer só alface. Mas significa melhorar a sua saúde e contribuir para reduzir drasticamente o impacto sobre o ambiente e o bem-estar animal.

Basta optar por não comer carne (e por carne entenda-se a carne de qualquer animal) um dia por semana para os benefícios se fazerem sentir. Até na sua carteira.
Vários estudos de muitas organizações internacionais diferentes têm vindo a reforçar cada vez mais o impacto que uma alimentação predominantemente carnívora tem sobre a saúde, o ambiente e os animais criados de forma intensiva.
O Movimento 2ªs Sem Carne surgiu em 2003 nos Estados Unidos e já se expandiu para mais de 20 países, tornando-se num Movimento verdadeiramente global. Junte-se a nós hoje mesmo e saiba como deixar de comer carne uma vez por semana, fazendo a opção vegetariana e descobrindo novos sabores e aromas de forma simples e prática.
Há muito para comer para além da alface. Pode até continuar a preparar os seus pratos preferidos, substituíndo a carne ou o peixe por outro ingrediente não animal.
Diversos estudos associam o consumo da carne a vários problemas de saúde, nomeadamente obesidade, diabetes, doenças cardio-vasculares e cancro.
“Sabe-se que a mortalidade devido à doença coronária é mais baixa em vegetarianos do que em não-vegetarianos, como também se sabe que um regime vegetariano pode ser capaz de reverter o curso de uma doença. Dados científicos revelam a existência de uma relação directa entre um regime vegetariano e um risco diminuído de obesidade, doença coronária, hipertensão, diabetes e alguns tipos de cancro.” American Dietetic Association.

Reduzir a ingestão excessiva de proteínas animais e gorduras saturadas é um primeiro passo para reduzir em 30% as probabilidades de desenvolver doenças coronárias, em até 50% o risco de desenvolver diabetes e em mais de 80% o aparecimento de cancro do cólon. 

Vale ou não a pena deixar de comer carne pelo menos uma vez por semana?

O crescente apetite humano por carne está relacionado com os grandes problemas ambientais com que o planeta se depara – a desflorestação, a erosão, o esgotamento de água potável, a poluição do ar e da água, as alterações climáticas, a perda de biodiversidade, a injustiça social, a instabilidade das comunidades e a propagação de doenças.
 A indústria de carne é responsável por 18% das emissões globais de gases causadores do efeito estufa, ao passo que todos os transportes somados geram 13%.(1).
A pecuária gera directamente 80% da desflorestação no bioma amazónico (2) e 14% em todo o mundo.
Somos quase 7 bilhões de pessoas na Terra e criamos, para produzir carne, mais de 70 bilhões de animais (3) que consomem água, comida e recursos energéticos, exigem espaço, despejam detritos, contaminam os mananciais, causam erosão e geram poluição atmosférica.
A criação de animais para abate é uma forma ineficiente de produzir alimentos: para cada quilo de proteína animal são necessários de 3 a 10 kg de proteína vegetal (milho, soja etc.) (4).

Há 800 milhões de pessoas no mundo a passarem fome ou com problemas de nutrição. No entanto, se fossem alimentadas directamente com os cereais que são produzidos para alimentarem o gado, porcos e galinhas da pecuária intensiva, deixaria de haver fome no mundo.

(1) FAO (2009)
(2) Ministério da Agricultura
(3) Dados da FAO (Food and Agriculture Organization of the United Nations) para 2010. Não inclui peixes e demais animais aquáticos.
 (4) FAO (2005)
Cerca de 60 biliões de animais são criados e massacrados anualmente para alimentar os humanos, segundo o Worldwatch Institute. Destes, quase 70% em regime de pecuária intensiva, que os sujeita a uma crueldade inimaginável. As fêmeas são engravidadas à força, as crias retiradas das mães, os porcos são castrados a frio à nascença, são engordados com dietas à base de proteínas, muitas vezes são mal-tratados e torturados. Vivem em espaços onde mal se podem mexer, nalguns entre milhares de indivíduos, o que leva, no caso das galinhas por exemplo, a que vejam os seus bicos serem cortados para não se magoarem mutuamente. Para se manterem saudáveis, são medicados regularmente com antibióticos, que acabam por entrar na nossa cadeia alimentar.

Estes animais vivem as suas curtas vidas num ambiente stressante, violento, demasiado populoso e frequentemente pouco higiénico.

Peixe também é carne

Frequentemente esquecidos, os animais aquáticos são das maiores vítimas do ser humano.
Muitos de nós acreditam que os peixes não sentem qualquer emoção nem têm memória sequer, mas essa ideia baseia-se mais em preconceitos do que em factos científicos.
Na verdade, a professora Victoria Braithwaite, uma bióloga especializada em cognição e comportamento dos peixes, concluiu, após anos de investigação, que os peixes respondem à dor e que, ao serem tratados com morfina (que é usada para aliviar a dor em humanos), eles passam a agir normalmente. Segundo a investigadora, é mais que evidente que os peixes, tal como as aves e os mamíferos, têm a capacidade de sentir emoções positivas e negativas, ou seja, prazer e sofrimento.[1] Assim sendo, os peixes, ao serem pescados, passam por um grande sofrimento enquanto sufocam até à morte. Sim, porque para quem não sabe ou já se esqueceu, é assim que eles morrem. Com falta de ar.
Motivados pela elevada procura de peixes, os barcos pesqueiros têm varrido o fundo dos oceanos com extensas redes, capturando, juntamente com os peixes, animais como tartarugas, golfinhos, focas, baleias e pássaros marinhos, que são atirados novamente para o mar já mortos ou moribundos. A indústria pesqueira classifica isto de “captura incidental”.
Só a título de exemplo, numa pesca de camarão por arrasto são deitados borda fora 80 a 90% dos animais marinhos capturados, sendo muitos deles espécies em risco.[2]Um estudo de 2006 indica que, se a situação se mantiver, em 2048 não haverá mais peixes nos oceanos. [3] Existem ainda muitos peixes que são criados em cativeiro, poluindo os oceanos com resíduos. Para ter uma ideia, um viveiro de peixe normal liberta uma quantidade de fezes equivalente à de uma cidade de 65 mil pessoas a despejar os seus esgotos sem tratamento directamente no oceano. Será que compensa? [4] Estas são algumas das razões para que, nas suas Segundas sem carne, exclua igualmente a carne dos animais marinhos das suas refeições.
[1] Victoria Braithwaite, Do Fish fell Pain? Oxford University Press, 2010.
[2] Jonathan Safran Foer, Comer Animais, Bertrand, 2010, p. 53.
[3] CBSNews, Salt-Water Fish Extintion Seen by 2048http://www.cbsnews.com/2100-500368_162-2147223.html
[4] Elizabeth Rogers e Thomas Kostigen, O Livro Verde, Estrela Polar, 2008, p. 112.



(artigo retirado da página do facebook dos 2 ªs sem carne)





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