Há dias que me apetece estar longe, por paragens longínquas, onde parece que a vida parou e tudo é artesanal e de auto-suficiência. Amo Lisboa, amo a cidade onde nasci, mas estou farta de tudo aquilo que fazia no passado. Os meus gostos estão-se a restringir, gosto da vida simples, da natureza e das belas paisagens que o mundo nos oferece, gosto de comida vegan, amo os animais e as plantas. Gosto de viagens decididas e planeadas por mim. Só quero ir onde eu desejo ir e não organizadas por outros onde se vê tanta imagem e se lê tanta informação que cansa. Hoje gostava de estar no Vietname, junto destas paisagens simples e de pessoas que estão agarradas à terra como se saíssem daquele lugar se perderiam para sempre. Gostava de sentir a água a correr e deitar-me debaixo de uma árvore carnuda e não fazer nada, absolutamente nada, só sentir o cheiro, o aroma das plantas. Perdi o gosto de ir a restaurantes porque não há nada que eu possa comer, e os restaurantes vegetarianos são tão poucos e a maioria das pessoas gostam de comida que eu já não gosto. Comecei a detestar hipermercados onde o que se vende é quase tudo importado, ou então de cultura intensiva, igual a imensos adubos cheios de químicos. Tenho de seleccionar os programas que existem em Lisboa, no âmbito da literatura, cinema, teatro e pequenas feiras e mercadinhos de produtos ecológicos e artesanais. Se eu vivesse noutra cidade da Europa havia alternativas, Lisboa oferece consumo de marcas, por um lado, por outro lojas pirosas, claro que estou a falar em termos gerais, porque se eu procurar muito, encontro surpresas muito agradáveis e é isso que eu tenho de fazer, procurar, procurar, conhecer profundamente a minha Lisboa.
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