sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Esta semana foi muito agitada








Na passada segunda-feira, dia feriado fui ter com uma das minhas filhas e com a minha neta. Fizemos algumas compras de Natal, numa rua sossegada que é a Guerra Junqueiro, em Lisboa, em vez de me enfiar em qualquer centro comercial, que nesta época é uma verdadeira tortura. Constatei que as lojas estavam vazias demais para a ocasião, o que quer dizer que as pessoas estão mais comedidas e realmente tem de ser. Hoje não tem lógica nenhuma encher a casa dos nossos familiares e amigos com bibelots sem interesse nenhum, eu tenho de confessar aqui que em relação a estes objectos quando mos ofereciam, ou eram demasiados sabonetes, leites de corpo, garrafas e lenços de fantasia ou livros repetidos eu adaptei sempre a célebre frase de Lavoisier «Na Natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma", para uma frase da Anad «Na minha casa tudo se cria, nada se perde, tudo circula», estão a perceber, não é? Há muitas prendinhas que neste momento estão nas gavetas ou prateleiras de outras pessoas a quem tinha de retribuir ao mesmo nível, mas eu escolhi famílias que não conhecessem as ofertantes senão dava mau resultado. Nós devemos dar às pessoas aquilo que realmente elas gostam, temos de as surpreender senão não vale a pena.
Continuando, depois de beber um chá na velha Mexicana e a minha querida neta comer um pãozinho de leite com queijo, despedi-me e fui com o meu marido ver o filme Amália no Londres, e foi uma decepção para mim. Não é que o filme esteja a denegrir a figura mítica da fadista, mas a actriz principal não tem experiência como actriz, nem um corpo como a Amália tinha, esta é magra demais e além disso está agarrada aos trejeitos que eram da cantora o que lhe corta os movimentos e torna o papel artificial. E como diz o Manuel Halpern na sua crítica sobre o filme, que eu assinaria por baixo «cinema é outra coisa», imaginei logo o que seria o Visconti a fazer este filme.
Depois a semana correu agitada, tive de ir a médicos e vacinas porque a minha filha mais velha vai viajar e na quinta-feira fui fazer uma acção de formação sobre serviços educativos de museus, no Museu da Presidência da República, convidada pela minha querida amiga Helena e o meu amigo P.P. fez-me um lindo power-point, pois tinha várias imagens em suportes diversos. Quando vi a obra final, verfiquei sem sombra de dúvida que estava ali uma parte significativa da minha vida profissional e correu bem, as pessoas estiveram agarrradas ao ecrã e eu falei, falei com um entusiasmo que vinha de dentro.
Ontem vieram cá jantar o meu filho e a minha nora que estão para ser pais, dei-lhes a minha produção doméstica para o bébé que eles gostaram e a minha filha mais velha também adorou. Foi giro, fomos à garagem buscar o carro de bébé que serviu para a Francisca e já tinha sido alcova de outros bébés da família, mas como é de excelente qualidade aguenta-se muito bem, e há camas que entram e saiem para serem limpas e pintadas, roupas que passam de umas casas para outras, enfim esta é a verdadeira economia familiar e a aplicação da lei do velho Lavoisier com adaptações da Anad. O jantar foi uma bolonhesa de soja feita pela minha filha mais velha, que estava óptima e a sopa feita na Bymbi, fruta e água purificada no jarro com filtro. A educação ambiental vai de vento em popa nesta casa à beira do oceano, pois então e as prendas este ano vão ser muito reduzidas, pois nas nossas casas há sempre hipótese de dar alguns dos nossos objectos: ontem o casal que vai ter um filho, levou duas terrinas e um solitário antigos dados por mim e um lindo serviço de chá Vista Alegre dado pela irmã mais velha. O dinheiro temos de guardar para outras coisas e eu tenho aprendido muito com os meus filhos e filhas.

1 comentário:

Anónimo disse...

Querida Anad

O meu bote ressuscitou dos mortos com um novo motor e eu voltei à navegação-entre-ilhas-de-gente.
Lendo o teu post,veio-me à cabeça uma imagem de deusa-mãe sentada dignamente no seu trono construído num Olimpo doméstico,esbanjando energia,conselhos,afectos vários,benesses e ralhetes aos merecedores do teu clã celestial.
Mas nada de condomínio fechado;trata-se de um céu com uma enorme porta onde se entra e sai sem restrições castradoras ou punitivas,sem muros à volta,mas protegido pelos teus cuidados sábios.
Aqui vai uma vénia delicada para vossa divindade desta sua admiradora fiel.
Dri