terça-feira, 15 de março de 2011

Eu ainda não percebi....

Eu ainda não percebi porque é que as medidas de austeridade não contemplam de forma eficaz os empregados privados, os gestores públicos, os administradores de empresas, os banqueiros, com impostos suplementares, porquê somente os funcionários públicos, estamos a ver que não chega, o que é que virá mais por ai? Andámos a descontar anos e anos de trabalho árduo e agora os reformados vão ser atingidos? O que o 1º ministro nos vem dizer é incompreensível. O combate à corrupção, os julgamentos não terão que ser mais céleres, os sinais exteriores de riqueza excessiva não terão que sofrer uma investigação por decreto lei?. A despesa da gestão pública como é que está a processar-se se todos os dias lemos notícias parecidas com esta «O Ministério da Justiça decidiu pagar mais de 72 mil euros à procuradora-adjunta Maria da Conceição Correia Fernandes pelo facto de esta ter trabalhado em dois tribunais cíveis do Porto. A decisão nada teria de estranho se a magistrada não fosse mulher do ministro Alberto Martins e se a mesma não tivesse sido tomada contra os pareceres negativos do vice-procurador-geral da República e de outros membros do Ministério Público. Também o anterior secretário de Estado adjunto e da Justiça, Conde Rodrigues, tinha indeferido o pedido de pagamento de um suplemento remuneratório à magistrada por acumulação de funções.»
Se o PS é isto eu ainda não compreendi cabalmente as alternativas do PSD, privatizar a saúde, alterar a constituição, acabar com o sistema público de educação? O quê concretamente, como é que nós ficaríamos melhor? Amigas e amigos online perceberam as alternativas?
«O PSD quer que o Governo reconheça que falhou e não conseguiu cumprir as metas com que se comprometeu e que essa é a principal razão porque José Sócrates teve de apresentar em Bruxelas novas medidas de austeridade.» Jornal Público
Mas isto leva-nos a algum lado? O que é que eles fariam de diferente? Maior flexibilidade nos despedimentos? É isso? Digam-no claramente.
E o presidente Cavaco Silva que fez um discurso como se não tivesse sido presidente nestes cinco anos, durante estes cinco anos que governou é que devia ter feito um discurso destes. E devia ter feito o mesmo quando foi 1º. ministro de Portugal durante dez anos.
«Defendeu o Presidente Cavaco Silva que esta foi uma "década perdida". É verdade. Mas recordo que houve outra, quando o dinheiro chegava em grandes quantidades ao nosso país. E foi nessa década que grande parte do modelo de desenvolvimento que nos trouxe até aqui foi delineado. Era primeiro-ministro Aníbal Cavaco Silva.»
«Defendeu o Presidente Cavaco Silva que há uma "concessão indiscriminada de crédito, em especial para fins não produtivos". Recordo que a compra de casa própria é um dos principais sorvedouros de crédito e que houve poucos governos que mais tenham promovido este tipo de investimento das famílias do que o do primeiro-ministro Cavaco Silva.»
«Defendeu o Presidente Cavaco Silva que os portugueses devem participar "mais ativamente na vida coletiva, afirmando os seus direitos e deveres de cidadania e fazendo chegar a sua voz aos decisores políticos". Recordo que não houve no Portugal democrático nenhum governante que mais vezes reprimisse qualquer tentativa popular de fazer chegar a voz dos cidadãos aos decisores políticos do que o primeiro-ministro Cavaco Silva.»
«E, cereja em cima do bolo, defendeu o Presidente Cavaco Silva que "em vários sectores da vida nacional, com destaque para o mundo das empresas, emergiram nos últimos anos sinais de uma cultura altamente nociva, assente na criação de laços pouco transparentes de dependência com os poderes públicos". Nos últimos anos? Pois ela é quase tão antiga como a nação e teve no tempo em que Cavaco Silva era primeiro-ministro um dos seus momentos mais vistosos. Teremos de recordar mais uma vez o nome de Dias Loureiro?

E defendeu ainda o Presidente Cavaco Silva que "deve ser clara a separação entre a esfera pública das decisões coletivas e a esfera privada dos interesses particulares". Que tal ser mais concreto? Na campanha houve quem o tentasse ser. Falando, por exemplo, do BPN. São excelentes estas generalidades. Mas se falamos da realidade somos a "infâmia" contra a "dignidade".O discurso do Presidente tem dois problemas. O primeiro: naquilo em que o diagnóstico do Presidente Cavaco Silva está certo, as asneiras começaram com o primeiro-ministro Cavaco Silva. O segundo: as soluções são pouco mais do que frases vazias. E é normal que o sejam. Não esquecendo todas as responsabilidades do atual Governo, nenhum diagnóstico que esquece a Europa e a crise internacional pode apontar para qualquer solução séria. Faltou a Cavaco Silva coerência com o seu passado, seriedade quanto ao presente e conteúdo quanto ao futuro.» Daniel Oliveira - Jornal expresso

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