quinta-feira, 3 de março de 2011

Sinto-me bem comigo


Sinto-me bem comigo porque há muito tempo que desejava fazer isto: livrar-me daquilo que tenho a mais e que fará falta em casa de outras pessoas, despegar-me de bens materiais e culturais também. As doações que estou a fazer são cada vez mais e os objectos que as pessoas acumulam mortos e cheios de pó por vezes, não têm interesse para ninguém, ontem foi com satisfação que cadernos, livros, coisinhas pequenas, dossiês foram todos para o lixo ou separados para dar a alguém. Roupas de cama, de casa-de-banho. de um passado distante mas ainda em bom estado vão todas para doação. Sonho em ter só para mim, para meu uso pessoal, muito poucos objectos. Quero sentir-me livre de muita tralha inútil para poder mudar-me para onde eu quiser e quando quiser, não estar apegada a nada. Ter só verdadeiramente meu, o prazer de usufruir da minha liberdade, despegar-me da ansiedade, saber viver com pouco , mas dentro de mim conseguir entender de tal modo o mundo que me rodeia que não vou necessitar de muitas palavras, mas sim de muita benevolência, tolerância, amor pelo próximo. Como vou trabalhar isso? Com a prática de yoga e meditação, passeios a pé contacto com os meu neto e netas, dar-lhes todo o meu apoio, ajudar os que mais necessitam social e culturalmente. Tratar de mim, amar-me verdadeiramente para amar os outros. É bem verdade este chavão se não nos amarmos não amamos os outros. Aprender, aprender sempre para toda a vida, sentir que todos os dias aprendemos coisas novas. Até uma mudança pode ser um ensinamento. Quando acumulamos tudo desenfreadamente estamos a trancar a sete chaves o melhor que há em nós.

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