segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Ao fim de um dia


Os fins dos dias são sempre uma incógnita: fiz bem ou fiz mal as minhas horas? Como eu me admiro daquilo que eu penso fazer com uma certa intenção e como as nossas acções são interpretadas pelos outros. Como é que os outros nos vêem? Como interpretam os nossos actos, os nossos sorrisos, como têm coragem de estar dentro da nossa consciência?
Apesar de isto tudo é sem dúvida uma grande aprendizagem de vida.
Dizem que as pessoas têm mudanças nas suas vidas de sete em sete anos, eu estou a fazer a minha, a sexta e espero que seja boa para todos que me rodeiam.
A primeira quando se nasce, o contacto com a vida, aos sete anos quando se entra segundo Piaget no estágio operatório-concreto, depois a adolescência, aos catorze com as modificações em catadupa, aos vinte e um as incertezas do primeiro emprego, aos vinte e oito, a concretização de objectivos, aos trinta e cinco o voltar ao passado e fazer um flashback, aos quarenta e dois repensar tudo de novo, aos quarenta e nove pensar que já vivemos meio século, aos cinquenta e seis a menopausa já está em marcha com todas as modificações hormonais, aos sessenta e três, a reforma e uma nova vida com esperança de viver mais anos, mas quantos mais, a partir daqui a curva é descendente mas com mais certezas daquilo que queremos.
"O que é verdadeiramente imoral é ter desistido de si mesmo." [Clarice Lispector ]

2 comentários:

Ana Camarra disse...

A última frase diz tudo, tu não és imoral, portanto...

Beijos

Anónimo disse...

Anad, também eu às vezes me preocupo com a forma como os outros me vêem, me interpretam, me ouvem ou julgam. Às vezes... Na maior parte do tempo dou-lhes de traseiro e olhem lá! Já vão bem aviados...
Felizmente, essas etapas não são vinculativas; há velhos adolescentes e adolescentes velhos. Tudo é arbitrário e ainda bem que assim é: uns amadurecem cedo, outros ficam verdes para sempre, outros ainda caem de podres...
Beijo
Dri