terça-feira, 14 de outubro de 2008

Ontem fui a um encontro de intelectuais....


Ontem assisti a um colóquio sobre Museus e Património Imaterial (agentes, fronteiras, identidades (Ciclo de Colóquios), na Universidade Nova.
A abordagem principal era sobre «terrenos portugueses: O que fazem os antropólogos? O que para mim foi mais interessante foram duas comunicações antagónicas entre si, uma do João Leal que dissertou sobre a antropologia pura e dura e outra de Jean-Yves Durand que para mim foi o outsider da antropologia. Duas visões sobre o terreno diferentes e que problematizaram também a crise que se vive no nosso país.
O que é que fazem os antropólogos e outros técnicos das humanidades quando o poder político é condicionante e eles se quiserem ter emprego ter que ser por vezes só etnógrafos, historiadores a agradar às chefias e discursos do dejá vu, isto digo eu porque já estive sujeita a essses consicionamentos e a rebeldia não me ajudou nada.
Acho que em Portugal hoje, qualquer profissão está sujeita a uma política de poder, e por vezes de medo e infelizmente muitos jovens são por vezes escravos para poderem sobreviver. Noutros casos há equipas luminosas que conseguem ir para a frente e produzir trabalho com alegria, mas depende muito das administrações, políticos e empresários que pressionam ou não as chefias para determinados objectivos e depois tudo se procede em espiral.
Ninguém cria, só executa ideias de outros, que têm poder ou são dos aparelhos dos partidos ou têm outras estratégias.
Ser bom funcionário é aquele que concilia, deita tudo para trás das costas, engole sapos, tem úlceras de estômago, mas tem sempre um sorriso de orelha a orelha, vê tudo pelo lado positivo. e é yes man Mas como é que é possível viver assim vendo injustiças ali descaradas à nossa frente?
Ontem o Museu de Etnologia a determinada altura foi atacado, porque segundo o comunicador já não era a referência de outrora, logo outro membro da mesa veio a campo defender a sua dama, e eu pensei, quando o Museu de Etnologia realiza as suas exposições de objectos africanos, como é que os expõe? Como se fossem obras de arte, sem contexto. E terá no seu mailing, os contactos dessas comunidades residentes em Lisboa a quem esses objectos dizem muito? Claro que não, no entanto o seu director é uma espécie de consultor para a Unesco.
Esse é outro problema, há alguns museólogos que só lhes interessa o contactos com o poder nacional ou internacional, conheço alguns que não fizeram praticamente trabalho em museus e estão lá caídos, e as direcções dos seus organismos são sempre as mesmos de há vinte anos para cá. Há também maravilhosas experiências feitas com amor que não são conhecidas, ou se são são aquelas que independentemente de fazerem um bom trabalho têm os nomes mais sonantes nas suas direcções.
Vou descobrir o belo trabalho de pessoas simples e trazê-lo para o meu blogue. Quero iluminar o meu blogue de pedaços de luz que fazem andar para a frente um país mesmo sem mediatizações.

2 comentários:

história e arte disse...

olá Anad!!

q bom ver por aqui tanto ânimo... eu acho o outono deprimente, não comecei nenhuma pratica oriental nova e barcelona só mesmo no seu blog... :(

estou a brincar... também sou sensivel ás belas cores do outono e Bragança é quase tão linda como Barcelona.. hahaha!! mas ás vezes custa-m a perceber isso... enfim, isto p lhe dizer q gosto de vir cá espreita-la porque saio daqui com novo alento... bem haja!!

os museus, os intelectuais, a distancia com os publicos a quem realmente deveriam dar voz... tenho a minha opinião... não é ainda consolidada o suficiente para a expressar... por isso deixo p outra altura... (remeto-me à minha escassa experiencia\ignorancia...)e espero ler + no seu blog sobre este assunto q m interessa e gosto da maneira como o trata

beij

Ana Camarra disse...

Ilumina que fico á espera!

Beijos