segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Tudo tem sido muito intenso

Nestes últimos dias tudo tem sido muito intenso; as obras em casa da minha filha, ela a passar o fim de semana cá em casa com as miúdas enquanto o marido orientava os trabalhos, enviar e-mails de boas-festas, porque desisti dos de papel, preparar a viagem para Paris no sábado e coordenar como sempre a situação das duas idosas, sogra e tia, estando uma delas internada no hospital e talvez saia hoje. O tempo tem estado feroz por estes lados, chuva e vento e também muito frio. O inverno começou a dar um ar da sua graça e eu espero que em Paris o tempo esteja ainda mais frio, mas pela experiência que tenho tido nas vezes que fui a esta cidade por estas alturas, a temperatura desce abaixo de zero, mas é agradável passear com esse frio seco a bater-nos no rosto. Conto visitar várias exposições e passear muito.
Cada vez a ideia de alugar uma casa em Lisboa, mesmo pequena, para lá pernoitar de vez em quando me vem à ideia, e tenho de a concretizar no ano que se aproxima, se bem que há muitas viagens em carteira e projectos de trabalho que tenho de terminar. Esta necessidade de ter um espaço só meu é uma ideia que tem vindo a germinar há muito tempo, mas compreendi que eu sou uma pessoa lenta a tomar decisões, necessito de tempo, muito tempo, mas quando decido é irreversível essa tomada de posição. Eu necessito voltar a Lisboa e permanecer lá durante uns dias, um fim de semana, cheirar aqueles jardins, pisar as pedras daquelas calçadas antigas, olhar o Tejo, visitar aquelas igrejas. Quando fui morar para Setúbal sempre pensei que iria adoptar aquela cidade como minha e vivi lá tanto tempo, mas não, só me ficou na memória a serra da Arrábida e o rio Sado, mas eles não substituiram a minha terra: Lisboa, e penso que transmiti isso aos meus filhos. Ao vir viver para Cascais, há sete anos, pensei o mesmo, mas o trânsito infernal na Avª. 25 de Abril, uma das artérias mais centrais de Cascais, cansou-me, apesar do jardim muito simpático que eu tinha, mas a casa era muito pequena, comparada com os dois andares qe eu tinha em Setúbal e a urgência de outra casa colocou-se há dois anos e por isso vim viver para esta moradia na Parede, numa rua encantadora, mas mesmo assim a saudade de Lisboa, assola-me a todo o instante. Vivi lá trinta e dois anos, metade da minha vida e o apelo de lá voltar é grande, basta-me por agora uma casa pequena num bairro simpático e depois logo se verá, até 2011 isto tem de estar resolvido, após eu ter feito o meu livro dos Bombeiros Voluntários de Carcavelos e S. Domingos de Rana e avançar com o do José Relvas.
Quando chegamos ao fim do ano fazemos sempre imensos projectos para o futuro e eu tenho sempre necessidade de os fazer e alguma coisa é cumprida e agora estou mais desejosa do que nunca de concretizar tudo o que tenho em mente.
Vou passar a note de Natal em casa da minha filha com outros dois filhos e marido assim como vou passar o dia de Natal com o meu marido e outra filha a casa do meu filho mais novo, tudo por causa dos bébés nascidos este ano estarem um pouco constipados e as temperaturas baixas e assim separamo-nos este ano, excepcionalmente. Quando a Francisca nasceu também fui passar o Natal na casa da minha filha, mas aí reunimo-nos todos e gostei da experiência. Para o ano talvez faça o meu Natal na minha casa de Lisboa, quem sabe ou então o mais tardar em 2011. Quanto ao bairro onde vou morar ainda não tenho uma ideia, o ideal seria antigo e histórico, mas a oportunidade é que ditará a opção.
Não sei se terei tempo de escrever mais, se calhar só para o ano, ou talvez mesmo em Paris se tiver hipóteses de usar o computador da minha amiga, na casa onde vamos ficar, mas mesmo assim acho mais prudente desejar aos meus amigos online um bom Natal em família e um Ano Novo cheio de esperança e sonho, nunca o sonho deve morrer em nós. Lembrei-me de vos deixar este poema de Almada Negreiros, o Natal é também uma época de meninos tristes e sós.
A noite rimada
Pela serra ao luar
Ia um menino sozinho
Sem sono para se deitar.
Ia o menino a pensar
Por que seria ele só
Sem sono p'ra se deitar.
Ia o menino a pensar
Que há tanto por pensar
E a cidade a descansar.
E o menino a pensar
Por que seria ele só
Sem sono p'ra se deitar.
Quem dorme sem ter pensado
Deve ter sono emprestado
Não é sono bem ganhado.
Ia o menino a pensar
Como poder arranjar
Muita força p'ra pensar.
José de Almada Negreiros, Poesia, Obras Completas

2 comentários:

gaivota disse...

é assim, minha amiga... também tinha a casa cheiaaaaaaaaaaaaaa
a família foi-se perdendo, uns partiram, outros começaram novas vidas... mas o natal é eterno e também pelos nossos netos passamos a fazer a consoada juntos mas em casa da filha mais velha, já o dia, esse, é aqui! com perú! nem que seja só para os dois...
feliz natal!
beijinhos

Anónimo disse...

Bom Natal, Ana!
Um beijinho
Joana Beleza