Chegámos a Praga, que linda que é esta cidade. Linda, linda. A cada canto se encontra um monumento, prédios de várias épocas, monumentos grandiosos, igrejas deslumbrantes e ainda por cima uma cidade cheia de cultura. É verdade, ontem esqueci-me de dizer que fomos assistir a um jantar com música e folclore checo, mas sinceramente não achei nada de especial comparado com o que vi na Russia, direi até que era um pouco fraco.
Há três lugares onde não podemos deixar de ir a Praga. A cidade antiga, a cidade nova e a cidade pequena. Todas elas falam da grande influência que a sua arquitectura e cultura teve sobre a Europa central. Podemos nestes lugares observar a Praga do século XI ao século XVIII. O célebre castelo de Hradcani, a catedral de S. Vito, a Ponte de Carlos, as numerosas igrejas e palácios enfim um sem número de pontos de interesse para visitar.
O centro histórico de Praga é destacado pela Unesco como a «manifestação suprema do urbanismo medieval» a cidade Nova do imperador Carlos IV foi constituída como a «Nova Jerusalém»
Começamos pela torre da Pólvora uma das entradas da cidade, datada do século XI, quando a cidade tinha treze entradas, é o início daquilo que foi a estrada real. A praça da cidade antiga é por si só uma viagem no tempo medieval, quando era ainda a praça do mercado hoje substituída por edifícios de várias épocas, dos quais se destacam a Igreja de Nossa Senhora, a torre da Câmara Municipal com o relógio astronómico onde a cada hora certa se abrem umas janelas e aparecem todos os elementos da última ceia e o galo canta e a assombrosa Igreja de S. Nicolau.
O bairro judeu aparece-nos entre a Praça e o rio Vltava, o bairro nasceu no século XIII, quando os judeus foram obrigados a deixar as suas casas dispersas pela cidade e a instalarem-se nesta área, hoje os edifícios mais preservados datam dos finais do século XIX e inícios do século XX.
O complexo de edifícios históricos judaicos é dos que se encontram em melhor estado de conservação em toda a Europa. Salientamos a Sinagoga espanhola e o antigo cemitério judeu que é impressionante.
Passando pela ponte Carlos que estava em obras, mas é deslumbrante com a sua torre à entrada, a cidade pequena, com o seu castelo de Praga e o palácio Laskowiez, a catedral de S. Vito e a Basílica de S. Jorge.
A catedral de S. Vito é das mais deslumbrantes, com a sua porta dourada e com o túmulo do mártir João Nepomuceno, todo em prata , com anjos igualmente em prata que seguram um dossel. É o barroco no seu mais alto esplendor e cheio de teatralidade.
O palácio Loskowiez, do século VXI sofreu um incêndio e foi reconstruido no estilo barroco. esta visita foi muito comovente porque vimos o autógrafo de Beethoven que dedicou ao seu mecenas, dono do palácio que o acolheu, a quarta, quinta e sexta sinfonias. Foi emocionante ver as partituras escritas por este grande compositor. Hoje a república checa está a devolver alguns palácios aos seus donos para eles os recuperarem e muitos deles depois dão-lhe o estatuto de sítios públicos, portanto visitáveis com excelentes colecções de pintura.
Descemos a viela de ouro, uma rua estreita do século XV e foi muito emocionante ver a casa minúscula, quase uma casa de bonecas, onde Kafka escreveu «Um médico rural», mais um ilustre checo no panorama das várias personalidades do mundo das artes e das letras.
Fomos ao teatro de ópera na véspera da partida e fomos ver D. Quixote, o teatro de estilo neo clássico, tem uma decoração Rococo. A ópera de Massenet, de 1910, tem um libretto de Henri Cain. Tinha figurinos e encenação contemporânea de grande qualidade, o que nos agradou muito, pois estávamos desiludidos com o que o S. Carlos neste género tem apresentado.
A Galeria Nacional - Museus de Praga foi um luxo. Vimos o palácio Sternberg e o da Feira. No que toca a pintura antiga foi do melhor e em arte contemporânea as colecções eram da mais excepcional qualidade e variedade, além do edifício que as alberga é líndissimo e muito apreciado na época por Corbusier.
Também vimos o prédio onde Kafka nasceu e que hoje está transformado e uma linda escultura de rua dedicada a ele, junto do complexo judaico. Enfim foram uns dias maravilhosos, é bom conhecer locais que nós fazemos uma ideia pelos livros mas que no real é totalmente diferente, pela atmosfera, pela companhia. Enquanto puder viajar é uma das minhas prioridades.
Este passeio teve também uma particularidade, à noite um grupo íamos sentar-nos no foyer do hotel e rimo-nos muito, contámos histórias engraçadas e passámos a conhecer-nos melhor. Foi mesmo bom. Miluji te Praga (Amo-te Praga)
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