Saímos cedo como sempre para termos tempo de ver tudo o que queríamos. Fiquei a saber pois não me lembrava que a república Checa é pátria mãe de: Milan Kundera, Milos Forman (Voando sobre um ninho de cucos, lembram-se), Mahler e muitos outros artistas plásticos e músicos. Este país está profundamente ligado às artes, à música e às letras.
Visitámos o Centro Histórico com arquitectura típica de um burgo medieval, visto que esta cidade tem mais de oito séculos. A igreja de S. Jacques, o mercado, a Câmara que ostenta um dragão que na realidade é um crocodilo e que faz parte de uma lenda. A igreja de gótico tardio data do século XV e é imponente. A porta de Menin é uma das cinco existentes na época e é a única que resta, estava completamente rodeada por uma fortíssima muralha.
Na catedral de Brno subi os quase cem degraus para provar a mim própria que não sofria do coração e levantei gloriosamente a bandeira portuguesa na janela, assim como o João António, a vista era deslumbrante.
O barroco das igrejas checas é teatral, o palco é o altar mor onde se realizam todas as cerimónias. Esqueci-me de vos falar dos frescos que vi na catedral da cidade anterior, aquela das minas de prata, pois a catedral tem belíssimos frescos de mineiros medievais a trabalhar.
Outro elemento encantador nas ruas de Praga e nos mercados, nesta época de Páscoa são os ovos pintados. Por toda a parte encontramos ovos para venda, na porta das casas das pessoas, nas árvores, e há à venda muitos vidros e cristais, há uma grande produção de vidro e de cristais, os famosos cristais e vidros da Boémia em copos, em garrafas, em colares, brincos etc., eu trouxe uns é claro e claro meus amigos e amigas continuava nos grelhados e saladas em vez dos pratos regionais e sem nenhum docinho, ainda hoje continuo assim.
De tarde demos uma volta pela cidade e fomos ver a Casa Tugendhat que é património da humanidade. Situada numa residência de vivendas de gente rica foi desenhada por Mies Van der Rohe, arquitecto alemão e é um exemplo do melhor do movimento de arquitectura moderna que se fez na Europa, nos anos vinte do século passado. Está a ser meticulosamente restaurada, por isso não vimos o interior, mas sabemos que é um museu. Este arquitecto foi professor na Bauhaus e autor do edifício «Pavilhão Mies Van der Rohe» em Barcelona, no parque Monte Juic.
Hoje só falo do 3º dia, porque ontem tive cá a família a almoçar e tenho coisas para arrumar, tenho que ir ao cabeleireiro e tenho que ir ao velório de um amigo, que morreu quando ainda tinha muito para dar. Chamava-se Dagoberto Markl, era historiador, pai do cómico Nuno Markl.
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