sábado, 30 de maio de 2009

Às vezes tenho saudades...


A Parede tem destas regalias, um microclima fantástico, ou seja um clima diferente das regiões que a circundam. Aqui pela noite há sempre uma aragem, uma aragem que nos consola. Sinto-me bem nesta terra, estou num sítio privilegiado, mas há sempre um mas...tenho por vezes saudades de Lisboa, a terra onde nasci e onde vivi cerca de metade da minha vida, porque será? Talvez por lá ter vivido momentos muito felizes, talvez por ter assistido ao vivo à passagem de um novo regime, no Largo do Carmo, gravidissima da minha filha mais nova. Sei lá tantas coisas.

Por vezes sonho voltar a viver na capital, andar no metro e nos restantes transportes publicos, ir aos cinemas, teatros, exposições sempre que me apetecer. Como eu não tenho carta, por vezes é complicado ir a certos sítios e estas terras da linha tirando o combóio para Lisboa são feitas para quem tem carro. Tenho também lá os meus netos. Lisboa é a minha terra.

Vivi em Setúbal vinte e poucos anos e nunca a senti como minha e não tenho saudades nenhuma dela, é uma cidade muito partidarizada, muito agressiva, principalmente da parte dos que tomaram o poder dos centros de influência (instituições, jornais, teatro etc.). Agarram o poder com duas mãos bem ferradas e nunca mais de lá saiem.


(...)Vende sonho e maresia,

Tempestades apregoa,

Seu nome próprio - maria,

Seu apelido - lisboa

Seu nome próprio - maria

Seu apelido - lisboa.


David Mourão Ferreira


Eu sei que um dia vou voltar.


4 comentários:

Anónimo disse...

É bom ter saudades Anad. Não tem mal nenhum. Mesmo se agora vives um amor parietal... onde a brisa doce te acalenta, te faz sentir em casa e amada. O passado que te enformou fará sempre parte de quem és. Sabes disso, tu. Por o saberes é que vens cá cantar o teu amor pretérito mas presente. Eu entendo-te cachopa.
Brindo a ti com um miserável chá de camomila. Não te rias, caraças. É que ando mal das miudezas intestinas. Resolveram revoltar-se, as grandes sacanas mal agradecidas. Logo eu, que as alimento tão bem. Tou que nem posso. Cházinhos! Vê lá tu ao que cheguei.
Beijos e abraços. Ai! Não me apertes tanto que me dói a barriga.
Dri

Manuela disse...

Gosta do Vento e do Mar
Do recato que há na linha
Mas ia quase jurar
Que vai ser nossa vizinha

Bjocas

Mané

anad disse...

Querida Mané

Tu tens no peito a paixão
De uma Lisboa bairrista
Com cor, lamento e tradição
De uma verdadeira fadista.

Beijinhos
Anad

gaivota disse...

é engraçado... vivi 8 anos na parede, até há 1 ano atrás...às vezes tenho saudades!
e às vezes vamos até lá, voltar aos resturantes onde íamos mais vezes, uma ou outra loja...
às vezes...
beijinhos